Come A Little Closer escrita por nowicked, Beah


Capítulo 2
At First you were my Father


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito que tenha levado tanto tempo p atualizar. Eu estive ocupada com a semana de provas e imagino que a Beah estivesse passando pelo mesmo. Enfim, espero que vocês gostem do capítulo, mesmo que ele pareça meio parado.
(Tenho que começar a programar minhas postagem, desculpa galera!)



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2013

Klaus acabou sendo mais prestativo do que eu sequer poderia imaginar. Quer dizer, se considerarmos ele simplesmente como o que ele parecia ser para mim: um estranho no meio da estrada que me ajudou.

Mas de novo, como um amigo meu de Phoenix, Charles, gostava de jogar na minha cara sem pensar duas vezes, talvez eu estivesse sendo amarga demais e não estivesse valorizando o lado bom das pessoas. Se eu soubesse...

De qualquer forma, quando eu pensava na noite do hospital, conseguia lembrar-me de que enquanto eu estava no meio de uma discussão interna sobre valorizar, ou não, os outros, Charlie travava uma conversa bem intensa com a recepcionista do hospital, com direito a gestos exagerados, revirar de olhos e alguns palavrões.

Durante algum tempo, sei que me peguei tentando entender a cena e me perguntando se, talvez, minha função não era ir até lá e tentar acalmá-lo. Contudo, quando levantei da cadeira de plástico nada confortável daquela sala de espera incômoda e estranhamente branca demais, Klaus já havia posto sua mão esquerda sobre o ombro de meu pai e o mesmo agora respirava fundo para se controlar e não acabar fazendo algo de que se arrependesse.

Da bolsa de gelo que me haviam dado assim que entramos no hospital, todos os cubos já haviam derretido, porém minha dor de cabeça permanecera. Me lembro de bufar como um touro o tempo que passei naquela cadeira desconfortável, segurando uma bolsa de água gelada que não me servia para nada e esperando que algum milagre acontecesse e eu me encontrasse em minha cama o mais rápido possível.

Não estava afim de me mover, minhas pernas ainda doíam consideravelmente e meus braços não estavam em sua melhor condição, se reparassemos que, cada vez em que sequer tentava dobrá-los, uma dor no cotovelo me impedia.

Alguns minutos se passaram até que Klaus e meu pai vieram até mim, o primeiro com as mãos no bolso, enquanto o outro permanecia com os braços cruzados. Pararam na minha frente, e Charlie começou a falar. 

— Bells… - respirou fundo, analisando-me de cima a baixo, verificando pela milésima vez como eu estava. - Tem certeza de que está bem? - franziu a testa.

— Tenho, Charlie… - foi minha vez de respirar fundo e forçar um sorriso, ele não precisava saber sobre as dores na minha perna, ou que a minha cabeça latejava, ainda mais com as luzes brancas do hospital.

— Bem, foi realmente um golpe de sorte Klaus ter lhe achado! - ele retribuiu o sorriso e encarou o homem ao seu lado, postando cuidadosamente a mão sobre seu ombro.

Meus olhos vagaram de meu pai até o loiro, como se eu estivesse tentando captar algo que havia perdido. O "companheirismo" que Charlie deixava transparecer ali era maior do que a que ele jamais demonstrara em dias com seus colegas de trabalho. Não me lembrava de nenhum dos colegas dele direito, mas a forma com que o Chefe Swan os tratava era totalmente diferente, podia apostar. Já Klaus… eu percebia que eles agiam como se conhecessem há anos... era quase o mesmo tratamento dirigido para Billy Black. Franzi a testa, tentando compreendê-los, porém antes que eu pudesse formular qualquer pergunta, fui brutalmente interrompida.

— Bem, eu queria que vocês se conhecessem de outra maneira, porém uma vez que não é possível… - Quase ri naquele momento, da maneira que ele falara parecia até que Klaus era algum tipo de amante. - Bells, esse daqui é Niklaus, como já sabe, e ele é um velho amigo meu e de sua mãe.

Ergui as sobrancelhas. Sabia. Era intimidade demais para que Klaus fosse apenas um cara que estava passando na hora certa, no lugar certo.

— Hm, prazer em conhecê-lo, Niklaus. - sorri e estendi-lhe a mão, talvez meu pior erro. - Digo, mais formalmente, claro.

— Compreendo. - ele riu e apertou minha mão. - O prazer é meu, Isabella.

— Bella, por favor. - mantive o sorriso no rosto, enquanto retirava a mão, ao que ele assentiu.

— Neste caso, me chame de Klaus, por favor. - ele imitou-me e eu não consegui segurar um leve riso.

— Bem… - Charlie tornou a falar. - Klaus passará alguns tempos conosco, em casa… tem algum problema, Bells? - questionou-me, encarando por alguns segundos.

Talvez deveria ter dito que sim. Mas não é como se eu pudesse mudar algo, ou me arrependesse de verdade de tudo o que aconteceu a partir dali.

— Claro que não. - dei de ombros, sentindo-os doer um pouco com o gesto.

— Neste caso, acho que já podemos ir. - Charlie olhou para os lados. - Penso que não irão pedir nenhum exame, ou coisa do gênero. - deu de ombros e olhou para a bolsa em minhas mãos. - Chegando em casa, podemos pegar mais gelo.

Assenti.

— Por mim, ótimo. - respondi, enquanto tentava levantar-me do banco, esperando que a cena de antes não se repetisse.

Uma vez que consegui me por de pé sem maiores surpresas, sorri, orgulhosa de mim e passei a seguir meu pai e Klaus pelos corredores do hospital, em direção a saída.

(…)

— Desculpe-me, Charlie, mas ainda não compreendi a necessidade disto. - parei no meio da sala, mochila nas costas e as mãos na cintura. - Sem ofensas, Klaus. - emendei rapidamente, olhando-o de canto.

— Não me ofendi. - ele ergueu as mãos, rindo, voltando a ver a TV logo após.

— As ruas tem estado perigosas, Isabella… - ele repetiu o discurso de alguns minutos atrás, o tom cansado e arrastado, como se já tivesse explicado aquilo outras mil vezes. - Vários adolescentes estão sumindo, pessoas aparecendo mortas… uma vez que eu não posso acompanhá-la até a escola, ao menos deixe Klaus fazê-lo!

Bufei em resposta, sabendo que não convenceria Charlie do contrário. Era quase impossível mudar a cabeça do Chefe Swan, embora eu estivesse tentando de todas as maneiras.

Pelo menos eu sabia de onde havia herdado minha teimosia.

Passei os olhos entre meu pai e Klaus, parando no primeiro, olhando para ele e implorando para que mudasse de ideia. Uma última tentativa não faria mal a ninguém.

Contudo, o mesmo apenas cruzou os braços e fechou a cara, mostrando-se irredutível. Sem mais nada a dizer, revirei os olhos e voltei a encarar Niklaus.

— E então, eu não estou afim de perder a primeira aula, vamos ou não?

(…)

O sinal tocou mais alto na FHS naquele dia e os alunos saíram apressados das salas. Eu apenas guardei meu material com toda a calma do mundo e não vi nada demais em ser a última a deixar a sala.

Com certa leveza, andei pelos corredores, minha mente vagava pelos últimos quinze minutos de aula da Srta.Finn, e seu tagarelar sobre a Segunda Guerra Mundial, se não me engano.

Assim que passei pelos enormes portões, passei os olhos pelo estacionamento. Um hábito meu, sempre verificar-me de onde havia deixado o carro. Digamos que minha memória não era lá das melhores, não que agora seja…

Meus olhos passavam por John, meu parceiro em física, conversando com sua namorada, quando para a minha surpresa, ao focar em meu carro, percebi que ele não estava… sozinho.

Um ser estava perfeitamente apoiado contra ele, mãos nos bolsos, postura correta e um sorriso invejável no rosto combinavam com o cabelo loiro e olhos claros. Klaus.

"Mas o que ele estava fazendo ali?" me perguntava enquanto andava com pressa até ele, atônita, na verdade, e desesperada por uma resposta, parei em sua frente e sem nem dar-lhe um "oi" comecei a falar.

— Por que está aqui? - questionei-o, olhando-o diretamente nos olhos.

— Oras, boa tarde para você também, Bella.

Semicerrei os olhos e cruzei os braços, enquanto apoiava meu peso em minha perna esquerda, esperava do fundo do coração que ele compreendesse o quão sério eu estava falando.

— Seu pai mandou eu vir lhe buscar… - suspirou e deu de ombros, tirando as mãos do bolso.

— Sério? - revirei os olhos e ele apenas assentiu em resposta, enquanto andava até a porta do carro.

— Então, vai abrir o carro para sairmos logo daqui e chegarmos em casa o mais depressa possível, ou prefere continuar esta conversa aqui? - ergueu a sobrancelha esquerda, encarando-me, quando percebeu minha relutância em aceitar aquilo.

Novamente, eu não tinha muito o que fazer se não dar o braço a torcer.

— E eu tenho alguma escolha? - questionei e o vi rindo, meneando a cabeça. - Foi o que pensei… - apertei o botão e abri o carro, entrando no mesmo logo em seguida. - Mas eu dirijo!

— Não pensei em outra coisa… - foi tudo o que ele disse, enquanto se arrumava no banco carona.

(…)

Algumas semanas se passaram desde os primeiros dias da estadia de Klaus em casa. Não devo mentir, embora ele fosse de certa forma… ameaçador, depois de alguns dias de convivência, eu e ele acabamos nos dando perfeitamente bem.

É claro que isso apenas foi possível graças a paranóia de Charlie em querer que ele me acompanhasse até a escola e, depois, ao meu maravilhoso carro que fez questão de quebrar em uma plena segunda-feira. Com isso, Klaus me levava e buscava da escola.

Se eu me sentia como uma criança de 10 anos que não podia voltar sozinha para casa? Com toda a certeza, mas depois de ignorá-lo por alguns dias e fazer uma greve de silêncio com o Chefe Swan, decidi dar uma chance ao loiro e, bem, acabei surpreendendo-me com os resultados, da mesma maneira que viria a me surpreender novamente, mais tarde.

Klaus era engraçado, dava bons conselhos, conseguia ajudar-me nas lições e, acima de tudo, respeitava meu espaço. Era um tanto quanto engraçado como ele conseguia entender os dias em que eu queria ligar o rádio do carro e rir das péssimas músicas que tocavam, enquanto tentava pensar no futuro daquelas bandas, e quando eu só queria jogar minha mochila contra o banco detrás e chegar em casa o mais rápido que pudéssemos, sem manter contato com ninguém -se possível.

Aos poucos, pude notar que uma rotina foi se estabelecendo. De segunda a sexta eu acordava cinco e meia da manhã, me arrumava e Klaus me levava para a escola, onde eu era obrigada a suportar Jéssica e Lauren, mas ao menos tinha Ângela ao meu lado. Então, ele me buscava e, caso Charlie não estivesse em casa, nós íamos a lanchonete próxima de Port Angeles para almoçar. Quando meu pai estava em casa, eu mesma fazia questão de cozinhar, embora as vezes Klaus conseguisse me convencer de deixá-lo "pilotar o fogão".

Sábados geralmente eu mal parava em casa, sempre saía com Ângela, Ben e mais alguns amigos que eu, surpreendentemente, conseguira fazer naquela escola. Ou, as vezes, eu simplesmente dormia na casa de Claire, uma garota da minha classe de biologia com a qual eu me identificara. Embora eu vivesse dizendo a Klaus e Charlie que caso ambos precisassem eu poderia passar o dia em casa, eles diziam para ir divertir-me.

E aos domingos, nós três combinamos de passar o dia em casa. Geralmente assistíamos aos jogos de baseball e basquete que passavam na TV, Klaus estabelecera que ele ficava encarregado da cozinha neste dia, então o almoço era por sua conta e depois disso ficávamos jogados na sala, sem nada para fazer, até que eu me desse conta de que tinha alguma lição ou trabalho para entregar no dia seguinte.

Como acontecera naquele mesmo dia.

O jogo dos Lakers estava pela metade e eles ganhavam lindamente, quando lembrei de uma parte em meu trabalho de física que eu não havia concluído. Despedi-me dos dois e subi as escadas rapidamente.

Entrei no quarto com cuidado, havia esquecido os chinelos lá em baixo e o chão frio causou-me leves arrepios pelo corpo. Contudo, assim que sentei-me na cama com o notebook em meu colo, a única coisa que eu consegui lembrar-me de fazer fora de Ruby e de quanto tempo fazia desde a última vez em que escrevera para ela.

Sem mais delongas, abri minha caixa de emails, passando rapidamente pelos spams e fazendo uma nota mental de ler os de Renée mais tarde. Assim que cheguei no botão de escrever, respirei fundo encarando o espaço em branco a minha frente e deixei com que minha imaginação conduzisse meus dedos para as letras, enquanto fazia para Ruby um resumo um tanto quanto detalhado demais de minhas últimas semanas.

"Oi, Ruby! 

Por incrível que pareça as coisas tem estado bem por aqui. Apesar de eu ter sofrido um acidente durante o fim de semana retrasado. 

Não foi nada de mais, realmente. Mas não que adiante dizer isso a Charlie, né? De qualquer maneira eu estava indo embora de uma lanchonete durante a noite e Forks estava... Como sempre, fria e molhada; parece que os animais tem se comportado de mandeira peculiar desde mês passado e um alce gigante decidiu voar de encontro ao meu carro.

Eu estava em estado de choque, é claro! Mas consegui descer do carro e notar a presença de um homem, que me ajudou imensamente a lidar com toda a situação e chamar a polícia (ligar para o Charlie, no caso).

Quando estava no hospital descobri que esse homem é o charmoso Klaus, amigo antigo de meus pais. Agora ele está passando um tempo conosco, esperando por algo; ele não fala muito sobre o que faz aqui.

De qualquer forma, ele é bonito, inteligente, engraçado e me ajuda com minha lição. Não é como se eu pudesse reclamar.

Espero ouvir (ler) sobre você mais vezes.

Amor, Bella"

Quando terminei de digitar o email, olhei o relógio: eram quase duas da madrugada.

Respirei fundo, mas acabei bocejando no fim. Bom, o trabalho de física era para terça-feira, eu poderia perfeitamente fazer um esforço e terminá-lo no dia seguinte, de madrugada.

Deitei-me na cama, puxando os cobertores e fechei os olhos; naquela noite, ao contrário das outras, não demorou muito para que eu caísse no sono…


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