A governanta escrita por Sirukyps


Capítulo 9
Capítulo 09




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Minha mãe não melhorava e eu não estava preparado para retornar a mansão. Os incidentes tinham parado e nem notícias de minha esposa. 

Se bem que, desde então, eu praticamente desapareci. Vivia com minha colega de faculdade, visitando minha mãe diariamente, esquecendo-se da empresa e de tudo relacionado aquela vida não minha. 

Naquela noite, estávamos na sala tipicamente decorada por uma atarefada solteira, dois brancos sofás, tapete preto, além da raque onde estava a televisão e outros eletroeletrônicos. 

Depois do jantar, assistíamos algum destes programas idiotas de televisão, quando ela comentou casualmente: 

— Você não retornará a casa Ivanhoé? 

Eu permaneci em silêncio, limitando-me a fitá-la descrente pelas palavras que proferia. Como poderia pedir que eu voltasse a me disfarçar de garota? Eu não tinha jeito de garota e, logo, Eduardo desconfiaria. 

Recolhi outro punhado de doritos. Atento ao programa, dissimulava o inexistente interesse, fugindo do diálogo indesejado. 

Esta se aconchegou no sofá, recostando a entediada cabeça contra a parte alta do estofado, prosseguiu: 

— Sei lá, era bom para você investigar. Eu também gostaria de saber mais sobre a história da sua esposa e se continuarmos parados nada irá se solucionar. – Ela pegou o controle remoto ao seu lado e começou a trocar os canais, esperando a resposta não concedida. – Poxa, nada de interessante nesta vida... Como eu queria estar na sua pele. 

— Mas... Eu não... Eu não sou uma garota. 

— Claro que não! – Largou o pequeno objeto, entusiasmada recomeçou a fantasiar (coisas como era expert), fitando-me empolgada. - Você é como os grandes detetives e este é um importante caso para sua carreira. Disfarçado no abismo do vilão. – Alisando o ar, como se a cena delineasse na sua frente, confesso ser engraçado observá-la. - Tentando ganhar sua confiança sem ao menos ele suspeitar da sua real intenção. Ele confiará tanto, mais tanto, em você que, no fim, quando você for atacado pelos aliados do inimigo, ele irá entregar a vida pela sua sem desconfiar da traição... 

— Também não é assim... 

— Até porque se trata da sua esposa, cara. Aquela que você jurou amor eterno perante o padre até que a morte os separe e não até que Eduardo os separe. 

— Certo. - Suspirei decepcionado, voltando a encarar o aleatório programa de perguntas e respostas.  

— Eu te pago um chocolate pra te ver sorrir. – Comentou, recostando a cabeça no meu ombro e mordendo os lábios inferiores como se conspirasse algo, ou apenas estivesse bastante feliz.  

— Pode deixar. Eu pago, afinal temos que comemorar meu novo emprego. – Afirmei, contida empolgação. Não queria preocupá-la mais.  Sua ajuda, neste momento em especial, transmitia-me forças para prosseguir. 

Aquela pessoa era a típica luz brilhando no final de um túnel úmido e gelado. Ela era quente, entusiasmada... Ás vezes, eu desconfiava da sua real idade, não apenas pelos traços infantis no rosto como o enorme ânimo incomum para um adulto. 

O tempo arrancava sorrisos e deixava as pessoas mais carrancudas devido às frequentes frustrações. 

Todavia, ela não. 

Saímos para “comemorar”. Queria beber para esquecer o sentimento de humilhação ao usar um vestido. Mulheres usavam calças e haviam se apoderado de todo o guarda-roupa masculino... No entanto, era estranho um rapaz repetir tal alto. 

Naquela noite, não houve bebidas e realmente paramos pelo sorvete que, infelizmente, não congelou meu cérebro.


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