Era uma vez escrita por Christopher Aguiar


Capítulo 7
Segundo Ano - Parte Final


Notas iniciais do capítulo

Os planos para esse capítulo foram tantos, eu tinha muitas possibilidades e muitos personagens sequer apareceram. No terceiro ano juro mais interação Jily, por que no fim das contas a fanfic se trata disso.
Novamente quero agradecer os comentários e etecera. E toda a paciência pela espera.



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[09/01/1973] Hogwarts - 15:00 PM – James Potter 

O caminho para a quarta aula estava sendo calmo demais, Sirius e Remus estavam conversando sobre a última aula, Peter estava com Mary McDonald e eu estava pensativo e meio distante. Desde nossa chegada a hogwarts, Evans vem me desprezando completamente, e nem se dignou a responder minha carta de natal.

— Hey, James – Ouvi a voz de Pettigrew – Tem algo te incomodando?

Apenas neguei com a cabeça e continuei o trajeto para a aula de herbologia, já imaginando mil coisas para fazer com a capa após a ceia.

Ao chegarmos as estufas, a professora Sproutt já estava devidamente uniformizada, luvas de couro de dragão em suas mãos e abafadores pendurados em seu pescoço. Após as turmas do segundo ano da grifinória e corvinal se encontrarem em seus devidos lugares, a professora se dirigiu ao meio da classe com um vaso em mãos.

— Bom dia classe - Ela começou animada – Alguém sabe me dizer o que é isso?

Antes que a Evans pudesse falar algo, na verdade antes que qualquer um se pronunciasse, Héstia Jones da Corvinal respondeu.

— Uma mandrágora – Respondeu a jovem - O grito da mandrágora é capaz de deixar surdo, louco ou morto um desavisado que tentar tirá-la do solo sem a devida proteção, ela pode ser usada em diversas poções e de diversas formas.

= Corretíssimo minha querida – A professora respondeu feliz – 10 pontos para a Corvinal – Assim que os companheiros de Héstia comemoraram os pontos a professora continuou - Mandragora Officinarum é uma poderosa planta, que segundo as lendas cresce sob os locais onde pessoas são enforcadas – Sirius e eu rimos após essa parte, onde era claramente uma lenda trouxa – Podem perceber que é mentira, pois temos alguns exemplares na escola e nunca houveram pessoas enforcadas aqui – Após isso a risada foi coletiva – As funções dela são bem variadas, podem fazer poções de amor, coragem e até mesmo poções para curar pessoas petrificadas.

— Professora – Uma garota da corvinal, chamada Ambrose Coleman falou – É verdade que o grito da mandrágora pode matar?

— Bem colocado senhorita Coleman – A professora sorriu para a jovem – O grito de uma mandrágora adulta sim, mas as que temos aqui são muito novas, então podem causar tontura ou desmaios.

— Por isso os abafadores? – Evans perguntou.

— Exatamente – a professora pegou nas folhas da mandrágora – Vocês devem pegar sua mandrágora firme, puxar e levar ao vaso ao lado e depois ir transplantando terra de um vaso ao outro – A professora pegou os abafadores – Coloquem os abafadores – Assim que todos o fizeram ela puxou a mandrágora da terra, seu grito foi realmente incomodo, mesmo com o abafador.

Ao observar pude perceber que Frank Longbottom, que estava a minha frente não parecia muito bem. Após alguns instantes o garoto caiu. A professora tratou de transplantar terra o suficiente para acalmar a mandrágora.

— Professora – Ruth Siddons da corvinal e sua melhor amiga Alice Fortescue falaram juntas após verem o garoto no chão.

—Parece que Longbottom não seguiu as regras – A mais velha revirou os olhos - Deixem ele no chão.

A aula prosseguiu como normalmente, exceto pelo fato de Frank estar desmaiado no chão, fato que fazia Sirius e Peter soltarem risadinhas quando olhavam na direção de nosso colega de quarto.

[09/01/1973] Hogwarts - 21:30 PM – James Potter 

Por termos tido aulas entediantes todos os dias, Sirius e eu estávamos pensando em explorar um pouco o castelo com a capa da invisibilidade. Peter tinha se acovardado e Remus estava indisposto, então resolvemos ir sozinhos.

Após o toque de recolher, esperamos alguns minutos e descemos para a sala comum. Ao aproximar da passagem da Mulher Gorda, ela se abriu e saímos, já colocando a capa. Descemos as escadas e fomos até o quarto andar, cuidadosamente por estarmos desacostumados com andar tão próximos. Vimos algumas armaduras com falhas onde poderíamos esconder algumas coisas, até que um de nós sem querer esbarrou numa armadura.

— Quem está ai? – Ouvimos a voz de Argus Filch, o zelador da escola – Eu vou te pegar seu pestinha insolente – E após isso percebemos que ele estava bem próximo.

Começamos a correr, sabíamos que demoraria cerca de dois a três minutos para o velho zelador nos alcançar e que levaria no mínimo o dobro para chegarmos na comunal. Em nosso caminho avistei uma tapeçaria estranha, rapidamente puxei Sirius e o guiei para o local, ao levantar tudo percebi que tinha uma entrada e no final uma porta. Ao abrir pude perceber que era um antigo armário de vassouras, provavelmente abandonado. Ao reparar nas prateleiras, pude perceber que tinham vários itens, dentre eles algumas bombas de bosta – provavelmente bem velhas –, um bisbilhoscópio quebrado e alguns outros apetrechos que não sabia definir.

— Jay, isso é uma mina de ouro – Sirius esboçava um sorriso bobo – Temos um canto só nosso na escola.

— Temos que contar aos outros – Eu estava pensando em como sair dali, me abaixei e levantei um pedaço da tapeçaria para ver se o zelador estava no local.

— Ele já foi? – Confirmei com um aceno de cabeça e me levantei colocando a capa sobre nós.

Usei minha varinha para tirar a peça que cobria a passagem e junto de meu amigo sai rapidamente.

Gastamos o dobro do tempo normal para voltar ao dormitório, assim que chegamos no retrato tiramos a capa.

— Qual é a senha? – Falou a mulher gorda com a voz embargada de sono.

— Pastéis de banana – Dissemos em uníssono.

Assim que o quadro abriu, corremos e subimos as escadas, rumando para nosso dormitório.

[17/01/1973] Hogwarts - 08:50 PM – James Potter 

Após constatarmos que Remus não iria mesmo a aula, pois estava se sentindo indisposto, fomos para o primeiro horário do dia. Estava dividindo classe com Peter, enquanto Sirius dividia classe com uma lufana de cabelos loiros cacheados e olhos castanhos, que o nome não me veio a mente. A aula de história da magia estava particularmente chata no dia de hoje, como sempre.

Peguei um pedaço de pergaminho e molhei minha pena, comecei a escrever para Sirius.

“Já perceberam que Remus fica doente uma vez por mês, todo mês?

J.P”

Passei o bilhete para Peter que apenas acenou uma confirmação com a cabeça. Peguei o pergaminho novamente e levitei para Sirius, que pegou o papel e fingiu agradecer por ser ocupado por algo.

Alguns minutos depois a resposta veio levitando para minha mesa.

“Claro, e sempre é próximo a lua cheia, estranho né? (Sarcasmo)

S.B”

Segurei uma risada e mostrei para Peter, que começou a rir e teve que fingir uma tosse para enganar o professor Binns. Assim que o fantasma continuou sua aula, como se não tivesse sido interrompida, comecei a escrever a resposta para meu melhor amigo.

“Você é uma vergonha Black, não precisava escrever que é sarcasmo. Enfim, acho estranho mas não irei falar nada por enquanto, quero ter certeza. Se ele quiser contar algo, ele tem todo o direito. Mas devo admitir que odeio que me escondam as coisas.

J.P”

Levitei a resposta para Sirius que sorriu, amassando o papel em suas mãos e conjurando um pequeno veio de água para destruir a conversa.

— Você é um gênio – Sussurrei para ele, que fez uma pequena reverencia sem se virar em minha direção – Aproveite, pois nunca mais vou falar isso.

[17/02/1973] Hogwarts - 12:13 PM – James Potter 

Sirius e Peter estavam discutindo como milagrosamente a Sonserina estava quase na nossa cola na copa das casas.

— Cara, tenho certeza que o professor Riddle não está favorecendo a sonserina – Peter contradizia Sirius – Talvez o Slughorn, mas o Riddle não.

— Você só ta dizendo isso por medo – Sirius passou a mão pelos cabelos – Ainda se lembra da semana que fizemos companhia ele – Peter estremeceu ao pensar e Sirius gargalhou – Foi uma semana ótima, eu aprendi um monte de coisa acompanhando ele nos períodos vagos.

— Foi um pesadelo, isso sim – Peter choramingou.

— Caras, viram que o Remus está doente de novo? – Indaguei e ambos prestaram atenção em mim – Devíamos falar algo.

— Eu concordo, se ele tem um problema peludo – Peter engasgou e eu comecei a rir – Ele devia confiar nos melhores amigos.

— Apoiado – Peter disse erguendo os braços.

Decidimos sair e ir procurar o George Harrison do nosso Beatles e o achamos em um canto da biblioteca, lendo como sempre.

— Rem, nós precisamos falar com você – Comecei.

— Lá fora, de preferência – Disse Sirius e Peter o apoiou.

— Okay – Ele se levantou e foi indo para fora do local, o seguimos calmamente.

Paramos no corredor próximo a biblioteca e tratei de me certificar que não tinha ninguém.

— Então Remus – Comecei.

— Nós sabemos de tudo cara – Sirius não protelou, jogou a bomba de bosta no ventilador e deixou Remus sem saber o que fazer.

— Tudo o que? – Ele forçou uma risada ao dizer, mas percebi que ele engoliu em seco.

— Você está insultando nossa inteligência Lupin – O dirigi um olhar inquiridor – Ficar doente todo mês, uma vez por mês.

— E na lua cheia – Completou Peter – Somos seus colegas de quarto.

— Obviamente iríamos perceber uma hora – Concluiu Sirius.

Remus encostou-se à parede, parecia não acreditar que descobrimos seu segredo, seus olhos ficaram marejados e ao ver isso tratei de continuar.

— Somos seus amigos idiota, contamos tudo um para o outro – Passei meu braço por cima do ombro dele e sorri para ele.

— Não estão com medo? – Ele perguntou, com a voz falha.

Peter, Sirius e eu nos entreolhamos, por um momento eu soube a resposta para a pergunta dos três, e não consegui me conter. Comecei a rir e percebi que Sirius também, os outros dois não tinham entendido nada. Então era por isso, eu finalmente entendi, ele tinha medo de ser rejeitado assim que alguém descobrisse.

— Não me faça te bater – Ouvi Sirius, que tinha parado de rir.

— Acabei de falar que somos amigos, idiota – Sorri novamente para ele.

Após isso ele não se conteve, grossas lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.

— Não precisa falar sobre - Falei calmo - Apenas saiba que estamos aqui.

— Remus, pode contar com a gente sempre – Peter falou, quando nós três o abraçamos ao mesmo tempo.

[21/03/1973] Hogwarts - 22:38 PM – James Potter 

Remus ainda estava exausto graças a última lua cheia, então Peter e Sirius decidiram não acordá-lo e sair apenas os três para explorar o castelo. Levamos um pergaminho e começamos a anotar informações importantes nele pelo caminho. Como a localização do armário de vassouras abandonado ou de algumas salas que sempre ficam vazias. Também anotamos alguns outros quadros que tem passagens secreta e as poucas senhas que conseguimos.

Peter estava entusiasmado com estar burlando as regras, já Sirius parecia estar se sentindo mais que a vontade, já que estamos fazendo isso juntos a alguns meses.

Após certo tempo, começamos a anotar os padrões das rotas dos monitores, monitores-chefes e do próprio Filch, reduzindo as chances de sermos pegos por estarmos no lugar errado na hora errada.

Peter havia acabado de descobrir por nós que ao fazer cócegas em uma pêra, poderia entrar na cozinha sempre que quisesse, fato que já era do meu conhecimento a alguns meses. Eu passava certo tempo nas cozinhas de Hogwarts, fato que sempre me rendia comidas fora da hora, se assim eu quisesse.

Sirius estava conversando com Peter, quando percebi uma movimentação estranha fora das cozinhas.

— Esperem aqui – Entreguei a capa para Sirius – Acho que pode ter alguém lá fora - Falei para os dois - Se alguém for pego, não entrega os outros, okay? - Eles apenas assentiram.

Assim que entreguei a capa, Sirius e Peter se cobriram. Eu saí das cozinhas e olhei os corredores, assim que estava para entrar senti minha orelha sendo puxada.

— Te peguei seu molequezinho – Era só o que me faltava, Filch.

O zelador me pegou pelo braço e levou para a sala pessoal da professora McGonagall. Antes de ser arrastado, vi a porta se abrindo e meus amigos escapando com a capa. Mentalmente agradeci por ser o único a ser pego, menos pontos seriam perdidos.

Ao chegar nos aposentos da diretora de minha casa, fiquei esperando por alguns minutos. Filch parecia impaciente, pois sua cara feia parecia ainda mais feia, se é que era possível.

— O que faz aqui senhor Filch? – A diretora perguntou, mas assim que me viu sua feição mudou.

— Encontrei esse malandrinho fora da cama – Ele falou num ar de triunfo – Perto das cozinhas.

A face dela se contraiu em desgosto e nesse momento percebi que estava ferrado.

— Pois bem – Ela começou – Menos 10 pontos para a grifinória – Ela falou de forma simples, mas foi uma das piores coisas que ouvi, até o momento – E você está de detenção Potter, vai limpar a sala de troféus amanhã – Ao terminar de ouvir soltei o ar que estava prendendo, poderia ser pior – Logo irei comunicar aos seus pais – E foi nesse momento que percebi que poderia mesmo ser pior, pois iria ser.

Ao chegar na minha comunal, fui direto para o meu dormitório. Sirius e Peter fingiam dormir, assim que perceberam que entrei desacompanhado se levantaram.

— O que aconteceu? – Perguntaram juntos.

— Filch me pegou – Falei calmamente – Me levou para a Minnie e amanhã vou cumprir detenção.

Sirius gargalhou e Peter me encarou com certa pena.

— Vocês me devem uma.

[22/03/1973] Hogwarts - 21:00 PM – James Potter 

Sabendo que não teria como escapar, cheguei no horário na sala de troféus, David ou Dave o monitor-chefe me acompanharia. Dave era um lufano, meio hippie, de cabelos longos e voz suave. Parecia sempre calmo, assim como Remus.

— O que você fez bicho? – Ouvi Dave falando.

— Filch me pegou perto das cozinhas – Falei sem rodeios.

— Poxa bicho, não era pra tanto – Ele falou com sua calma habitual.

— Eu tenho extrapolado nas pegadinhas – Confessei – Transformei o livro de uma garota em uma gralha.

Dave começou a rir e acabei rindo também, após alguns minutos voltamos ao normal. Voltei para minhas atividades, pretendia terminar logo e ir para o meu dormitório.

— Sabe – Dave me chamou – Você é maroto cara.

Estranhamente eu ri do comentário e voltei a fazer minha tarefa sem comentar nada. Pensando bem, a expressão até que caiu bem.

[27/05/1973] Hogwarts - 09:45 PM – James Potter 

As arquibancadas do campo de quadribol estavam lotadas, preenchendo o local estava o time da grifinória e o da corvinal. O jogo estava acirrado, 110 a 90, com a liderança de vinte pontos para a casa dos leões.

O sonho de ganhar o campeonato parecia mais longe, precisávamos de uma vitória bem larga para não ficarmos em segundo lugar, atrás novamente da sonserina.

Após cerca de 20 minutos de jogo o apanhador corvinal encontrou o pomo e velozmente o capturou, fazendo o placar de 300 a 260. Aquele não era o ano da grifinória, mas eu juro que ano que vem eu vou tentar.

Após um segundo ano consecutivo de derrota estávamos decididos. Sirius, Frank e eu iríamos entrar para o time de quadribol, mesmo que tivéssemos que azarar alguém.

[30/06/1973] Hogwarts - 10:00 PM – James Potter 

A noite anterior foi marcada por uma ótima festa de despedida, mesmo com a vitória da corvinal na taça das casas, todos pareciam relativamente felizes.

A manhã tinha sido corrida, arrumar malas era sempre chato. Mas agora estávamos no vagão, indo embora. Minha querida prima e a irmã de Peter não estavam presentes, provavelmente estavam com seus amigos pirralhos e não tão legais quanto eu.

Assim que chegamos, peguei minhas malas e procurei meus pais. Assim que os achei, acenei para meus amigos, me despedindo. Não teriam abraços e etecetera. Iríamos manter contato, então não precisava de tanta formalidade. Apenas um aceno foi o suficiente, para os quatro.

Ao chegar em casa fui correndo para meu quarto, precisava planejar muitas coisas. Mas como esse ano tudo seria diferente, iria deixar alguns planos na gaveta, ser amigo da Evans poderia esperar. Afinal, no próximo ano começam os passeios para Hogsmeade e eu tinha certeza que dezenas de garotas iriam querer ir comigo. Comecei a pensar em mais feitiços a serem estudados e dezenas de possibilidades com minha nova carga horária. Eu e meus amigos sempre iríamos querer explorar hogwarts, então a capa seria útil por mais um ano. Também planejei algumas pegadinhas e até determinei algumas vitimas em potencial. Minhas pegadinhas estavam ficando batidas, teria que aumentar meu arsenal, por isso iria estudar algumas azarações. Vou recomendar que Sirius também o faça.

Após pensar em muitas possibilidades para esse ano, comecei a escrever cartas. Meus amigos e eu tínhamos muito o que fazer, afinal somos marotos.


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Notas finais do capítulo

Não tenho muito o que falar desse capítulo, só que amei escrevê-lo para vocês. Recomendo que escutem Beatles bastante, os próximos capítulos vão ter mais referência musical. Como sempre gostaria de pedir que se tiver algum erro, por favor me avise.



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