Make Me escrita por Lucas Capoani


Capítulo 11
Fugindo dos problemas




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Tudo começa novamente, como se eu estivesse no nivel 11 de qualquer jogo, e acabasse perdendo tudo e voltasse imediatamente ao nivel 1.

Ja acabei entrando no colégio esbarrando em pessoas e andando todo perdido pelos corredores daquele lugar, era como se estivessem todos olhando para o novato que chegou sem amigos e vai sair sem amigos.

As paredes eram de apenas um cor, azul.Eu não odeio a cor azul, porém, é enjoativo um lugar ser completado apenas por uma cor, cores foram feitas para serem misturadas, não para uma ficar sózinha em seu canto.

Fui até a sala do diretor, quando bati na porta ouvi ele dizendo para eu entrar.

—Você deve ser Luke-Disse enquanto me sentava em uma cadeira na frente de sua mesa.

Havia um cracha em sua mesa, com seu nome, Frank.Ele era daqueles diretores com a faixa de 40 ou 50 anos, por aí..

—Sim, sou eu-Respondi.

—Bom..Pelo o quê li em sua ficha, você não tem as melhores notas, muito menos as melhores anotações vindo de seus antigos professores, você já se jogou da janela do segundo andar de seu colégio antigo em 2013 pois estava caçando uma borboleta-Falou levantando uma das sombrançelhas olhando para mim.

—Em minha defesa, ela era linda-Respondi.

—Eu não suporto piadas aqui, igual suas notas-Falou.

Se eu dei um sorriso?Sim, eu dei um sorriso no rosto, mas aquilo que ele falou, doeu bem, mas bem lá no fundo da minha alma.Quando eu tirar um 10 em matematica, irei esfregar minha nota em sua cara, e postar alguma foto no facebook com a legenda "Antes eu sofria, agora eu sou fria", já que quase ninguém faz isso.

—Aqui não é como seu antigo colégio, aqui, a coisa é barra pesada, ou você se esforça ou cai fora enquanto dar tempo, estamos entendidos?-Perguntou.

—Claro-Falei.

Não fui com a cara daquele filho da puta.

Para começar com tudo, a primeira aula foi de filosofia, onde fiquei mechendo no meu celular conversando com minhas velhas amizades, pior que eu sinto falta de todos eles...Mas estou feliz aqui, quero dizer, em Curitiba, não no colégio, quem consegue ser feliz em um colégio?Quem gosta de acordar cedo? Exatamente, ninguém!

O legal, é que eu sentei bem embaixo do arcondicionado da sala, se eu n saisse de lá com uma gripe eu sairia com uma pneumonia no maximo.

Quando bateu o sinal para o recreio, guardei meu material, pois eu havia olhado o horario das duas ultimas aulas e algumas estatisticas apontaram que são duas seguidas de matematica, e como eu não sou obrigado a nada, iria pular o muro lá de tras do colégio.

Espero que não tenha camera, seria estranho ser suspenso já no primeiro dia de aula...

Sai da sala de aula discretamente enquanto todos estavam andando por ai até esperar bater o sinal para voltar as salas, andei até o final do colégio, onde só tinha mato e mais duas pessoas, uma garota e um garoto, provavelmente estavam se pegando ali, tem pessoas que adoram um mato para fazer uma coisa bem selvagem.

—Não contem para absolutamente ninguém sobre isso-Falei.

—Ei, você sabia que fugir do colégio no recreio é proibido?-Perguntou a garota, ela usava uma saia que ia até o seu sapato, estava abraçada com um livro com a capa rosa, o cabelo estava meio embolotado, dava para colocar uma batata frita naquilo ali e guardar para o inverno.

—Foi mal ai por ela, ela tem alguns problemas pessoais, na verdade muitos problemas pessoais-Falou o garoto, ele estava todo gótico de preto, usava um colar de caveira, camiseta preta, calça preta e tenis preto, havia um piercing em seu septo, e tinha uma franja do tipo emo.

—Quem são vocês?-Perguntei.

—Minha mãe disse para eu não conversar com estranhos-Respondeu a garota.

—Meu nome é Mason, essa perdida no mundo é a Lana-Falou-Qual é o seu nome?

—Luke, comecei a estudar aqui hoje-Falei.

—Ué, e já ta fugindo?-Perguntou Mason.

—Eu não estou fugindo, apenas peguei minha mochila e comecei a andar rapidamente sem olhar para trás-Respondi.

—O nome disso é fugir, seu bobo-Falou Lana, dando uma risadinha fina e irritante.

—Sabe, as vezes eu sinto uma vontade tão grande de socar a sua cara-Falou Mason.

—Deus vai tirar de você todo esse seu rancor do seu coração, irmão-Falou Lana.

—Ei, usa alguma droga?-Perguntou Mason para mim.

Que bom que os coleguinhas desse colégio sabem jogar assim do nada um assunto totalmente diferente do quê conversavamos.

—Não, por quê?-Perguntei.

—Ja experimentou maconha pelo menos?-Perguntou.

—Não-Respondi.

—É muito bom, eu tenho aqui, por quê não experimenta?-Perguntou.

—Assim...Melhor não, alguém pode ver, e eu não tenho tempo para isso agora, se esqueceram que eu ia pular o muro?-Perguntei.

—Irmãos, drogas não levam ninguém a lugar algum, é coisa para perdidos-Falou Lana.

—Tem uma arma ai para eu acertar um tiro nessa filha da puta?-Perguntou Mason.

—Olha a buca suja, pode falar palavrão não, caso queira continuar falando essas palavras feias, sinta-se a vontade para queimar no fogo do inferno-Falou sorrindo.

Seria errado se eu começasse a rir naquele momento?

—Ei, eu vou continuo pular o muro, mas eu tenho que voltar no final da aula pra pegar minha mochila-Falou.

—Por quê?-Perguntei.

—Você precisa experimentar maconha meu irmão, é uma nova viagem-Respondeu.

—Tá, onde vamos?-Perguntei.

—Tem um prédio abandonado ali na outra esquina-Respondeu.

—Isso é tão errado-Disse Lana.

—Não vá então-Falou Mason.

—Eu vou por quê preciso incentivar vocês a não usarem isso até o ultimo segundo-Falou Lana.

Pelo o quê percebi por enquanto, ela é aquele tipo de pessoa que tenta ser toda correta em qualquer coisa..Não mereço isso!

Nós três pulamos o muro, Lana foi a única que precisou de ajuda para pular...

Caminhamos até o prédio abandonado que Mason informou, chegamos na frente, observamos bem...Aquele lugar estava caindo aos pedaços, porém, era o lugar em que ninguém nos observaria.

Subimos no ultimo andar do prédio, se bem que não era tão alto, eram apenas três andares..

Quando experimentei pela primeira vez, quase cai para trás, não sei bem ao certo explicar essa sensação, só sei que experimentei uma segunda vez e nada mudou, nenhuma alucinação como eu pensei que seria, apenas deu um ar de quê tudo estava calmo dentro de mim e ao redor de mim.

—Esta gostando?-Perguntou Mason.

—Eu não sei-Falei rindo.

Aquilo me deixava feliz, com preguiça, sem preocupações, fez com que eu não me recordasse dos problemas do dia-a-dia...

—Vocês vão para o inferno-Disse Lana.

—Não minha querida, estamos no céu-Falei.

—Irmãos, não se percam no mundo das drogas, isso não tem volta-Falou Lana.

—Cala boca, você tenta dar uma de toda correta mas eu sei que no fundo você deseja experimentar-Falou Mason.

—Não, isso é uma tentação para você perder a sua propria vida-Falou Lana.

—Não, maconha não faz mal, ja foi comprovado isso, maconha não mata-Falou Mason.

—Ela vai acabando com você aos poucos, a maconha difinitivamente acaba com a cabeça de algumas pessoas, jovens do mundo inteiro viciados, mesmo sem essa perdição continuam "brisando", e meus queridos, todos nós sabemos bem ao certo onde é que isso realmente leva-Explicou Lana.

—Eu sei onde leva, não preciso de suas aulas, eu fiz proerd-Falou Mason 

—Não adiantou no seu caso pelo oque estou vendo aqui-Retrucou Lana.

Toda aquela treta não me pareceu tão séria, por mais que estivessem quase arrancando o pescoço um do outro.Eu apenas estava com uma vontade louca de rir sem parar até o mundo acabar.

Do nada, comecei a imaginar como seria se todos nós morressemos ainda hoje, ou naquele exato momento:

Tudo naquele prédio começou desabar, começamos a berrar pedindo ajuda, porém, ninguém poderia ajudar nós três...

Aquele prédio estava sem estruturas para receber qualquer pessoa lá, aquilo estava abandonado a quanto tempo?50 anos?

—Mason, peça perdão por ter nos levado até aqui-Falou Lana.

—CARALHO, EU NÃO TENHO A PORRA DA CULPA POR TERMOS VINDO PARAR AQUI-Gritou Mason.

—Olha a boca suja-Disse Lana.

—Calma, NÃO PERCAM O CONTROLE DA SITUAÇÃO, E NÃO SE MEXAM TANTO SE NÃO QUEREM DESABAR ESSA MERDA E QUEBRAREM O PESCOÇO-Gritei.

—Relaxem, a vida é bela, tudo é tão lindo, vamos ficar todos bem, sendo vivos ou mortos, tudo é e sempre será maravilhoso-Falou Lana sorrindo.

—Luke, eu vou jogar essa filha da puta aqui do alto e ela vai cair dura no chão, ninguém me segura-Falou Mason.

—Eu não posso morrer sem me despedir de uma pessoa-Falei pegando meu celular.

—Quem?-Perguntaram os dois ao mesmo tempo.

—Meu namorado, Nick..

—Você é gay?-Perguntou Mason.

—Longa historia, te conto se sairmos vivos dessa-Respondi.

Peguei meu celular sem saber o quê escrever para o amor da minha vida, como eu iria explicar em cerca de segundos tudo o quê ocorreu para eu estar no cemitério?

—Vamos rezar-Falou Lana enquanto aquele lugar inteiro tremia e caia aos pedaços.

Então enviei poucas palavras para ele, porém, são as mais verdadeiras que posso dizer a ele no momento, "Eu te amo".

Voltei a realidade e respirei aliviado vendo que o local não estava demolindo com nós três dentro.

—O quê eu to fazendo?-Perguntei me vendo com a erva na mão.

—Vem, vamos sair daqui-Falou Mason.

—Me da isso-Falou Lana esticando o braço para eu entregar a ela a maconha.

Entreguei, ela jogou no chão e em seguida pisou encima.Ela foi boa no discurso, por mais que ela seja a pessoa mais irritante que conheci até hoje, sem preconceitos... 

Bom...Até que hoje foi normal para o meu primeiro dia naquele colégio, vou me acostumar, eu espero!

A noite, eu e Nick vamos jantar na casa do meu irmão, minha intuição diz que não terá mais nenhum problema pela frente, não tão grave...  

 

 


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