Em rota de colisão escrita por Lily


Capítulo 7
VII


Notas iniciais do capítulo

Estou me sentindo meio triste pelo fato de só uma pessoa comentar aqui, mas mesmo assim tento escrever da melhor maneira possível para que os meus leitores fantasmas venham me dar pelo menos um oi.
Então que venha mais um capitulo.
XOXO
Lils.



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Caitlin Snow era conhecida como rainha do gelo na época do colegial e Emma já tinha ouvido várias historias sobre isso, principalmente pelos seus avós. Mas agora ela estava encarando isso de frente.

Depois da discussão, em que ambas as partes estavam levemente exaltadas, Barry e Caitlin pareceram aderir a lei do silencio que já estava durando mais de 48 horas e contando. Cisco e Emma já estavam de saco cheio, eles conviviam com o casal quase 24 horas por dia, a tensão já estava cansando, então armaram um plano grandioso, obviamente a ideia foi dela.

—Não era você que não queria se meter no romance dos seus pais?

—Não estou me metendo,- se defendeu.- apenas estou incomodada com eles. E outra, isso não é um plano para eles se apaixonarem perdidamente um pelo outro, eu apenas quero que eles voltem a se falar.

—Então boa sorte.- Cisco desejou quando deixou Emma na porta do planetário.

O plano consistia em juntar Barry e Caitlin em uma sala sem nenhuma tensão em volta, para isso, ela teve que mentir, manipular e enganar, três das cinco coisas que mais odiava.

Olhou no relógio novamente, Barry chegaria em alguns segundos e Caitlin já tinha que está ali, Emma havia marcado de se encontrar com os dois naquele lugar, mesmo nenhum deles sabendo sobre o outro. A desculpa foi que ela havia se lembrado de algo e que estava relacionado ao planetário, uma desculpa esfarrapada mas que havia funcionando muito bem.

—Emma.- Caitlin a chamou ao se aproximar, a mulher usava um vestido solto, estilo verão, completamente diferente de seu estilo, mas completamente encantador nela.- Desculpa a demora.

Em sorriu, Caitlin havia ido se trocar em casa, depois que Cisco, sem querer, derrubou seu milkshake de chocolate nela.

—Não tem problema.

—Vamos entrar?

—Ainda não.- Emma pediu.- Só estou esperando...ele.- sorriu quando o viu.

—Oi Emma, oi Caitlin.- a doutora perdeu o ar assim que Barry se aproximou das duas.

—Por que você convidou ele?- Caitlin perguntou apertando a alça da bolsa com força.

—Porque eu gosto dele e Barry está trabalhando no meu caso. Além do mais, eu queria passar a tarde com as minhas duas pessoas favoritas.- explicou rindo, puxou os dois pela mão e caminhou para dentro do planetário.- Só nós três, a tarde toda, eu tenho todo o tempo do mundo e vocês também.

Caitlin e Barry se entreolharam, não pareciam ter tanta certeza sobre o que poderia acontecer ali.

A primeira parada foi a apresentação sobre o nascimento do universo, Emma estava fascinada por cada palavra que o guia, um senhor idoso e barrigudo, falava. Ela sempre amou a astronomia, planetas, estrelas, o infinito que parecia impossível.

Emma amava o impossível.

—Sabe estamos aqui para vocês conversarem, não ficarem ignorando um ao outro como dois bobões.

Eles caminhavam junto ao grupo de turistas, Caitlin a cerca de um metro de Barry, Emma a frente deles seus olhos brilharam com tudo ao seu redor.

— Então, o que foi que você se lembrou?- Cait perguntou, seus olhos oscilavam entre a garota e o homem ao seu lado.

—Vênus o planeta do amor.- Emma apontou para a bola meio alaranjada, avermelhada, pendurada no teto junto com mais outros seis planetas.- Eu gosto dele.

—E como você sabe disso?- Barry perguntou intrigado.

—Eu não sei.- ela deu os ombros.- Me parece familiar.

Depois disso eles ficaram em silêncio. O velho senhor guiava o grupo pelos corredores, explicando e  mostrando cada vez mais sobre o universo, sobre planetas, sobre estrelas, sobre o infinito que habita sobre todos nós.

Caitlin caminhava ao lado de Emma, dando uma distancia segura entre ela e Barry, Em podia sentir toda aquela confusão sentimental que emanava de sua mãe, porém, não sabia como seu pai estava reagindo, ele não parecia estar tão confuso quando ela.

Ele estava sorrindo, na verdade passara os últimos dias sorrindo, mas como Emma havia aprendido: As vezes um sorriso é o melhor disfarce.

E ela não podia estar mais certa.

—Como foi seu encontro com Julian?- Barry perguntou, quebrando o clima gelado entre eles.Emma notou que foi a primeira vez que ele mencionou Julian sem fazer careta ou uma voz enjoada.

Caitlin respirou fundo, suas bochechas tomaram um tom de rosa escarlate, ela não esperava por aquela pergunta.

—Foi bem.- respondeu timidamente.- Ele me levou aquele restaurante perto da prefeitura.

—Ah, Sckinn’s.

—É esse.- confirmou sem jeito. Emma caminhou mais para o meio da multidão, deixando Caitlin e Barry sozinhos. Agora era a vez deles.

Caitlin

—E a comida de lá é boa?- ele perguntou, ela riu baixinho.

—Não é a das melhores, prefiro a pizza de Coast City.

Barry virou o rosto sorrindo.

—São as melhores.- então eles voltaram a observar a sala em que estavam, parecia o solo de marte, eles não faziam ideia de como tinham ido parar ali.- Você acha que Emma realmente se lembrou de algo?

—Ela parece tão familiarizada com esse lugar, como se já tivesse vindo aqui.

—Eu gosto dela.- Barry comentou.

—Eu também.

Então, eles se calaram.

Mas desta vez o silêncio não era tão incomodo. Nenhum dos dois parecia prestar atenção no que o guia falava, Caitlin nem fazia questão, apenas lançava olhares para Emma para ter certeza que ela ainda estava lá.

Ela era responsável por Emma, mesmo não sabendo aonde estava com a cabeça quando concordou. A garota era como um cubo mágico, várias partes juntas sem fazer sentido, mas quanto mais virava, mais procurava, mais via o quanto era maravilhoso e encantador. Emma era uma garota extraordinária, mesmo não se lembrando de quem era, seus atos valiam mais que suas palavras. Caitlin sabia que Em escondia alguma coisa, um segredo muito importante, sentia que ela não havia contado tudo o que sabia para eles, mas desde o primeiro momento em que bateu os olhos em Emma, alguma coisa dentro dela despertou, um instinto diferente, e seu único pensamento era “Eu tenho que protege-la”, mesmo sendo um pensamento irracional, ela o seguiu.

Estava tão distraída com seus pensamentos que só notou que o grupo se afastou quando Barry tocou em sua mão e a puxou com delicadeza.

Uma estranha sensação tomou conta de seu corpo. Isso já vinha acontecendo a algum tempo, mesmo antes de Jay. Barry era seu porto seguro, sua ancora, mesmo ele não sabendo disso. Ele a alegrava, a acalmava, era seu melhor amigo, seu confidente, embora nesses últimos dias Barry estava mais para um inimigo a ser eliminado.

Caitlin sabia que aquilo era infantil, eles deviam parar com aquilo. Mas como para com uma coisa que ela não fazia a menor ideia do que era?

Então se lembro de algo, uma batalha que (figurativamente) ocorria entre duas partes importantes de seu corpo, enquanto aquela massa viscosa e cinza que ela tinha alojada em sua cabeça, gritava desesperadamente:

Não faça isso. É errado, você só ira se ferir de novo.

Aquela coisa vermelha e gosmenta que distribuía sangue e abitava  em sua caixa torácica, falava manhoso, em um tom melódico:

Faça o que tenha que fazer, a vida é para isso. Entre erros e acertos a gente vai andando.

E ela sentia que não sabia de nada. Sua vida amorosa era um merda, seu marido havia morrido e o cara de quem ela gostava a sequestrou e tentou matar seus amigos. E agora ela estava ali toda boba, por um cara que gostava de outra.

—Cait.- Barry a chamou, ela amava quando ela a chamava pela aquele apelido, quatro simples letras.- Você está bem?

—Estou.

—Você estava fazendo um careta engraçada.- ela sentiu seu rosto corar.

—Tava repassando algumas coisas na minha cabeça.

Ele riu, como sempre fazia. Mas Caitlin sabia que tinha algo de errado, eles conviviam juntos a quase dois anos (mesmo entre trancos e barrancos) e o conhecia tão bem para saber que Barry não estava sendo ele mesmo.

—Você está bem?- perguntou.

—Estou.- ele respondeu dando os ombros. Caitlin mordeu o lábio inferior, não iria força a barra.

—Ok. Então já conseguiram alguma coisa sobre o caso de Emma?- mudou de assunto.

—Encontramos um pista que leva até Star city. Joe e eu vamos lá amanhã para ver se achamos algo.

—Que bom, talvez eu possa levar Em, sabe para distrair ela um pouco.

—Ia ser bom. Poderíamos fazer um visitinha para o novo prefeito.- ele sugeriu. Caitlin podia até imaginar a cara de Oliver quando eles invadissem seu escritório.

—Sim, nós poderíamos.

A partir daquele momento Caitlin já não se importava mais em passar a tarde naquele lugar.

A próxima sala que eles entraram era mais escura do que as outras e vazia, apenas a luz vinda de uma única lampada iluminava precariamente a sala, quando todos entraram o guia fechou a porta e apagou a luz.

Em questão de segundos, apenas o necessário para deixar seus olhos se acostumarem com a escuridão, Caitlin viu um ponto luminoso, depois outro e outro, até a sala estar tomada por milhares de pontos.

Estrelas.

Pequenas estrelas. Constelações. Planetas. A sala feita de estrelas.

Ela arfou. Era lindo.

Apertou a mão de Barry com força, apenas para ter certeza que ele estava ali. Se virou e em meio a escuridão sentiu a respiração dele contra se rosto, seu coração bateu desesperado, eles estavam mais perto do que o normal, muito mais perto.

Sentiu a mão Barry rodear sua cintura a puxando perto. Ela levou as mãos até o cabelo dele, a maciez a fez sorrir, ele se inclinou colando seus lábios nos dela, um gesto simples.

Caitlin sentia que o mundo havia desaparecido, apenas eles dois. Ela sentiu as pernas bambearem, suas mãos tremendo, enquanto ele a apertava para mais perto, não havia necessidade de espaço.

Sentiu seus pulmões implorarem por ar, mais não queria solta-lo, não agora.

Quando não havia mais nenhuma alternativa ela separou seus lábios, respirando fundo.

—Uau, isso não deveria ter acontecido.- ouviu alguém falar ao seu lado, era Emma, foi quando percebeu que haviam acendido a luz da sala e todos olhavam para eles dois.

A sala feita de estrelas já não parecia tão encantadora.


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