Em rota de colisão escrita por Lily


Capítulo 6
VI




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/702136/chapter/6

Emma sabia que a sorte não estava ao seu favor no exato momento em percebeu que seus poderes havia evaporados.

Um novo meta-humano havia atacado a cidade no inicio daquela manhã, Emma estava com Caitlin saindo dos Jitters quando Flash passou correndo, a garota queria ajudar, mas não conseguiu percorrer nem três metros antes de cair de cara no chão.

Narrou os acontecimentos para Cisco assim que chegou ao laboratório, imaginando que o engenheiro teria um plano para ajuda-la.

—Você perdeu os seus poderes?- ele perguntou incrédulo.

—Não que eu os perdi, só acho que eles estão momentaneamente bloqueados.- revelou em um suspiro.- Acho que é psicossomático.

—Como Barry, quando ele enfrentou o Blackout.

—Exatamente.

Cisco passou as mãos pelo cabelo bastante nervoso. Emma se ajeitou na cadeira, olhou para Caitlin que analisava algumas amostras encontradas do novo meta-humano.

—Então ferrou o seu plano de voltar para casa.

—Não exatamente.

—Como assim?

—Eu tenho um plano.- ela sorriu.

—Você sempre tem planos não é?- Cisco cruzou os braços curioso.

—No dia em que eu não tiver uma plano eu grito Snoopy.

—Ok, e qual é o plano?

—É confuso, perigoso e tem uma chance muito grande de não dar certo.- ela explicou, ele sorriu.

—Eu gosto desse plano.

[...]

—Eu não gosto mais desse plano.- ele gemeu pelo comunicador, Emma revirou os olhos.-Caitlin vai me matar.

—Por favor, não seja um bebê chorão.

—Eu não sou um bebê chorão, eu vou ser um bebê chorão quando a sua mãe me matar.

—Ela não vai te matar, a menos que você me machuque.- de cima do telhado ela acenou para Cisco que mais parecia uma pequena formiga.- E eu sei que você não vai.

O plano de Emma era louco, inconsequente, imaturo e completamente perigoso. Consistia em uma tirolesa do alto do laboratório até o chão, em busca de adrenalina. Ela se lembrava de todas as historias que seu pai lhe contava, se lembrava dessa em questão. Seu pai havia contado como perdeu e recupero seus poderes, e que só o pensamento de perder alguém que ele se importava fez uma energia diferente percorrer o seu corpo.

Mas Emma não iria colocar ninguém em risco, ela só precisava de adrenalina.

—Ok, e só tenho que segurar firme e descer.

—Isso.- Cisco confirmou.- Você por acaso sabe qual é a porcentagem disso dar errado?- era uma pergunta retorica, e ela nem fez questão de abrir a boca.- 74%.

—Então eu tenho que confiar nos 26% que restam.

—Emma isso não é seguro.- Cisco alertou.

—Claro que é.

—Como você sabe disso?

—Porque você já fez isso, mamãe e papai também.

Cisco ficou mudo e Emma percebeu que tinha acabado de falar demais.

—Por que eu fiz isso?

—Eu que vou saber. Vocês são loucos.- ela deu os ombros e olhou para baixo.

Ela não sabia calcular exatamente a altura do prédio, nunca pensou em perguntar para o seu pai, já que não fazia a menor diferença para ela, até agora.

—Você tem medo de altura?

—Não, tio.

—Então vai logo.

Emma engoliu seco, tudo bem é apenas um tirolesa. Ela já havia feito coisa bem pior, tipo… voltar no tempo.

Caminhou até a beira e respirou fundo. É só se segurar e pular, segura e pula, segura e…

—Sabe a gente pode fazer isso outra hora, quando Caitlin não tiver aqui.- Cisco sugeriu, pelo tom de sua voz dava para perceber que ele estava com mais medo do que ela.- Porque, vai que Cait aparece ai teremos que inventar uma desculpa bem bolada.

—É mesmo.- ela concordou, soltando um suspiro aliviado.- Ainda tenho muito tempo.

Emma desce do telhado e encontrou Cisco em frente ao cortex, ela sorriu para o tio antes de entrar e encontrar Caitlin vestindo  seu casaco, ela estava se preparando para sair.

—Vamos comer fora?- Em pergunta, incerta.

—Eu vou sair, Barry vai trazer o almoço.- a doutora explicou. Logo um pensamento um tanto hostil veio a mente de Emma, ela não conseguiu controlar suas emoções.

—Com quem?- perguntou um pouco mais grossa que o necessário.

—Com Julian, um amigo de faculdade, nós encontramos ontem. É apenas um almoço, só isso.- Caitlin tentou acalma-la, mesmo achando estranho a reação da garota.

—Quem é Julian?- Emma se virou e encarou Barry parado na entrada do cortex carregando duas sacolas, provavelmente comida chinesa.

—É um amigo.- Caitlin explicou, e Em pode notar a súbita mudança na postura de um certo cientista forense.

—Que amigo?- perguntou enquanto entregava as sacolas a Cisco, Emma deu um passo para o lado, deixando Caitlin e Barry frente a frente.

—Da faculdade, nos encontramos ontem por acaso.

—Que adorável acaso.- Bar ironizou.- Então é um encontro.

—Não é um encontro, é apenas um almoço.

—Só vocês dois?

—É.

—Então é um encontro.- Barry tinha acionando o modo “super protetor”, parecia querer levar aquela discussão por mais tempo do que o necessário. Prender Caitlin para ela perder a hora.- Você mal conhece o cara, ele pode ser um psicopata, sociopata, ele pode te sequestrar e pedir resgate.

—Primeiramente, eu conheço ele, estudamos na mesma faculdade, Julian é irmão da minha amiga.

—Eu nem sabia que ela tinha amigas.- Cisco sussurrou sorrindo pra Emma, que não estava gostando nenhum pouco daquela situação. Ela nunca havia visto os pais brigando daquela maneira, Caitlin estava vermelha de raiva e Barry parecia seguir o mesmo caminho. Aquilo estava além de um briga boba sobre aonde iriam almoçar.

—E deve ser muito amigos para você aceitar ir a um encontro com ele.

—De novo, isso não é um encontro.- rosnou com raiva.- É apenas um almoço entre amigos. E mas,- ela apontou o dedo contra o peito dele.- eu não me meto na sua vida, então não se mete na minha.

—Como assim você não se mete na minha vida?- ele elevou as mãos, indignado.- Você por acaso se esqueceu que invadiu o me laboratório e me ofendeu?

—Quem manda se pegar com qualquer em qualquer lugar?- ela gritou, Emma não conseguiu segurar a risada estérica, Cisco se engasgou com o ar, em uma tentativa inútil de não rir e Barry encarou Caitlin em um misto de surpresa e descrença.

A doutora recobrou a compostura, pegou a bolsa e saiu do cortex. Ela parecia estar lindando muito bem com aquela situação, já Barry parecia um zumbi parado ali, sem saber o que fazer, Emma queria poder dizer algo, mas nem ela sabia exatamente o que havia acontecido ali.

 

[...]

A noite já estava caindo quando Caitlin voltou para a S.T.A.R.S, ela não entrou, apenas ligou para Cisco e pediu para ele dizer a Emma que ela estava esperando no estacionamento.

—Por que ela não vai entrar?- Barry perguntou, Emma deu os ombros vestindo a jaqueta.

—Porque provavelmente se ela entrar, vocês dois vão discutir de novo.- ela respondeu, ele ficou calado, Em olhou para Cisco que parecia estar se divertindo muito com aquilo tudo.- Boa noite.

Desejou antes de sair, Caitlin estava no carro e não parecia tão bem quanto naquela manhã.Olhos ligeiramente avermelhados, as bochechas coradas, os dedos batucavam contra o volante violentamente. Emma não perguntou nada, pois sabia que sua mãe estava chegando no limite, a briga infantil com Barry naquele dia havia se somado com o flagra do dia anterior. O limite parecia estar mais perto do que ela pensava.

—Você está certa Emma, acho que estou me apaixonado por Barry e isso não me parece tão bom como eu achei que seria.

—E você não está bem com isso, não é?

Em não precisou de uma resposta concreta, pois quando Caitlin parou no sinal vermelho grossas lágrimas escorriam pelo seu rosto.

Emma se sentia inútil, por não poder fazer nada por sua mãe. Ela não podia interferir mais do que o necessário, estava com medo de mudar sua linha do tempo, criar um efeito borboleta, poderia até não nascer. E ela queria nascer.

Quando chegaram no apartamento, Caitlin desabou no sofá. Em caminhou até cozinha a procura de um chá ou algo mais forte.

—Como foi o seu encontro?- perguntou, Cait gemeu.

—Julian é um fofo, mas minha cabeça estava em outro lugar.

—Acho que estava era outra pessoa.- ela sugeriu. Desistiu de procurar o chá e pegou a vodka na bancada.- Toma, vai te fazer se sentir melhor.

—Você acha que eu fui muito dura com Barry?- a doutora perguntou e aceitou com gosto a garrafa.

—Não, ele também foi duro com você.- Em observou a mãe tomar um gole direto da garrafa, agradeceu aos céus por seus pais não brigarem tanto no futuro.

—É, ele também não ajudou muito. Pelo amor de Deus, ele estava se agarrando com Íris no laboratório, obviamente se não tivesse sido a gente a flagrar eles, poderia ter sido Joe ou o capitão. Eu fiz um favor a eles.- outro gole, revoltada. E então fez a pergunta que provavelmente estava rodando sua cabeça a muito tempo.- Mas, o que Íris tem que eu não tenho?

—Barry.- Emma falou e acabou recebendo um dos famoso olhares gelados de Caitlin.- Foi mal.Olha, você é a melhor pessoa que eu conheço e também é muito bonita. Qualquer teria a sorte de estar com você.

—Diga isso para aquele idiota e aquele artigo ridículo.- Caitlin deixou escapar, ela já estava bêbada.

—Que artigo?- perguntou curiosa.

—O artigo que Eobard Thawne trouxe do futuro.

Emma se aprumou no sofá. Caitlin não parecia se importar em revelar esse tipo de coisa para uma garota que ela tinha acabado de conhecer.

—E o que esse artigo tinha de tão importante?

—Não era o artigo, era quem escreveu ele.

—E quem foi que escreveu?

—Íris Wets-Allen.- ela gemeu no último nome.- Eles tem um futuro juntos, eles tem que ficar juntos.- Em estava confusa, seus pais nunca havia falado de qualquer artigo em nenhuma de suas historias. Caitlin levou a garrafa até a boca.- Como ele se considera o homem mais rápido do mundo, sendo que ele não vê o que está bem no seu nariz.

—Às vezes, grandes possibilidades estão bem na frente nossa frente e só não as vemos, porque não as escolhemos.

E Caitlin voltou a se reclamar, falou o que podia e não podia, fez um relato completo sobre o quanto Barry Allen era apenas mais um esteriótipo de homem perfeito, falou que Felicity era muito burra de não voltar logo para Oliver que estava de braços abertos para ela. A garota queria rir, mas apenas concordou com a cabeça.

Emma observou a mãe em um estado lastimável, já passava de meia-noite e ela estava com sono.

—Vamos, está na hora de dormir.- ela puxou um braço de Caitlin passando sobre o seu ombro e a arrasta.

—Você é tão boazinha.- a doutora completamente bêbada cantarolou.- Você está aqui me ajudando e não está pedindo nada em troca.

—Você me deu casa e comida, me acolheu, só estou retribuindo o favor.- ela colocou Caitlin com cuidado deitada na cama.- Além do mais, eu fui criada por duas pessoas maravilhosas que me ensinaram a sempre ajudar os necessitados.

—Você se parece com ele, sempre tentando bancar a heroína.- falou em murmuro.- Você tem um bom coração, Emma.

—Você sempre fala isso.

—Seus pais tem sorte. Boa noite, Em.

—Você provavelmente não vai lembrar de nada amanhã, então, boa noite mãe.- sussurrou e apagou a luz do quarto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Em rota de colisão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.