Em rota de colisão escrita por Lily


Capítulo 34
XXXIV


Notas iniciais do capítulo

Antes de qualquer coisa, eu sinto muito, muito mesmo. Andei procrastinando e ainda falta um capitulo para isso acabar, prometo que este ultimo sairá bem mais rápido. Eu perdi a conta de quanto tempo estou longe daqui, sinto muito mesmo. Várias coisas aconteceram e estão acontecendo, mas prometo que terá um surpresa no final da fic e espero realmente que vocês gostem dela.
Agora, o nem tão esperado capitulo.
Bjs.
Lils



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/702136/chapter/34

“Como poderei me despedir de alguém tão querido,

se nem ao menos sei me despedir?”

 

Desde de que engravidará, Felicity nunca teve aquele instinto materno que tanto falavam, ela amava seu filho mais do que tudo no mundo, mas ainda faltava alguma coisa, como um momento em que ela abrisse os olhos e finalmente percebesse, e este momento havia chegado mais rápido do que ela imaginava.

Tommy estava sentado no chão perto do córtex perdido em seus próprios pensamentos, ela se aproximou cuidadosamente, se sentou ao seu lado e apertou sua mão com carinho.

—Você não está bem. - ela falou.

—Está tão na cara assim? – ele indagou deitando a cabeça sobre o ombro dela.

—Ah Tommy, você é igual ao Oliver, até suas expressões são iguais e eu o conheço com a palma da minha mão. – sussurrou, um rastro de um sorriso passou pelo rosto dele, mas desapareceu tão rápido quanto chegou, Felicity suspirou.

—Eu não devia ter levado ela a aquela festa, é tudo culpa minha.

—Não, não é. Não temos controle sobre nada, muito menos sobre a vida, todos nós erramos, mas isso não é motivo para seu sentir culpado. - ela assegurou, tentando eliminar qualquer dúvida que ainda pairava sobre a cabeça do garoto. - Emma ficará bem, ela é forte.

—É, ela é. Me lembro de uma vez em que fomos para a casa de campo da vovó Donna, Ally havia convidado ela, às duas sempre foram muito unidas, inseparáveis. Havia uma casa abandonada no meio da mata e eu apostei com Robbie que ele não iria até lá, ele sempre foi meio medroso nesses casos e Emma sempre foi sua defensora, ela tomou suas dores e entrou na casa. - ele riu. - Ela foi corajosa, sempre foi.

—Emma é tão forte quanto os pais. Ela ficará bem.

Eles ficaram em silêncio. Todos temos demônios interiores, todos temos nossos próprios medos, a sensação de perder alguém que amamos, o medo do quase acontecer. Em nossas cabeças pensamos em tudo, mas focamos no E se…

E se ela não tivesse ido? E se eu não a tivesse forçado? E se eu tivesse descoberto antes? E se eu não tivesse me aproximado? E se eu não tivesse deixado-a ir? E se tudo fosse diferente? E se eu tivesse voltado antes? E se…? E se mesmo que tentássemos corrigir tudo, a dor ainda seria menor? A saudade ainda diminuiria? A falta daquela pessoa seria mesma?

Todos estavam quebrados, de uma maneira ou de outra. Mas a pior parte de tudo era não saber como seu consertar.

 

~***~

 

—Eu vou morrer. - Emma falou com sua voz fraca, a dra. Legend maneou a cabeça em negação.

—Não diga isso.

—Eu estou morrendo. - ela repetiu. - Meu corpo está morrendo. Ele não aguentará.

—Estou fazendo tudo o possível, você ficará bem Emma.

—Não tenho tanta certeza, preciso que você me faça um favor. - pediu a mulher se aproximou. - Não sei quanto tempo aguentarei, mas sei que meus pais me acharam em algum momento, e quando fizerem isso, diga-os que eu os amo muito, muito.

A doutora fechou os olhos seu afastando.

—Você que falará isso, vou tira-la daqui nem que seja a última coisa que eu faça.

 

~***~

 

Camille socou a mesa fazendo barulho, Cisco levantou a cabeça e encarou a filha.

—Não fique nervosa, não ajudará em nada. - ele disse.

—Temos que encontra-la.

—Nós vamos encontra-la. - Cisco assegurou seu levantando e caminhando até ela. - Eu prometo.

—Isso tudo é tão insano. - a garota levou as mãos até o cabelo visivelmente nervosa.

—Essa é a nossa vida Camille, não podemos fugir dela.

—Uma vez você me levou até a praia. - contou. - Sentamos na areia e ficamos observando o sol se pôr, falei que queria chegar até o fim do mundo, mas que seria impossível, então você me falou uma coisa que eu guardo até hoje, você disse que até onde a luz tocar, nada será impossível, que eu poderia viajar o mundo todo, apenas sabendo que qualquer caminho que eu for sempre será o caminho de casa. - Camille se encostou na mesa. - Mas você também falou que a minha casa é sempre onde meu coração está.

Cisco sorriu e a puxou para um abraço.

—Você está em casa? - ele perguntou em sussurro.

—Sempre estive.

 

~***~

 

Caitlin encarou Julian, ele tinha um sorriso sínico no rosto como se esperasse uma resposta positiva, ela umedeceu os lábios antes de falar.

—Nunca serei subordinada a você, acredite em mim, acharei outro jeito de encontrar minha filha sem a sua ajuda.

—Não tenha tanta certeza assim.

Caitlin respirou profundamente antes de começar a falar.

—Julian, você não sabe do que sou capaz de fazer por alguém que eu amo. Emma faz parte da minha vida, ela importante e muito preciosa para mim, não deixarei nada acontecer com, mas caso alguma coisa aconteça ela, acredite, você terá que ter muito cuidado comigo, porque eu não estou para brincadeira.

—Não conhecia esse seu lado Cait.

—Esse é o problema Julian, você não me conhece, não sabe do que eu sou capaz.

 

~***~

 

—Sara? Você não devia estar com Julian? - Lydia indagou assim que a Lance entrou no córtex.

—Barry, Caitlin, Ray e Jesse estão lá, então acho que ele ficará muito mal se tentar algo. - Sara puxou uma das cadeiras e se sentou de frente para ela. - Então, o que temos até agora?

—Várias pistas que juntas não fazem o menor sentido. - Lydia bufou frustrada. - Queria poder ajudar mais.

—Mas você já ajudou muito Lydia, você nós deu uma luz quando estávamos no escuro, você nós guiou e indicou a direção certa para onde devíamos ir. Você está sendo um grande ajuda.

A garota abaixou a cabeça.

—Minha mãe sempre dizia que eu era um luz na vida caótica dela. - ela falou e Sara riu. - Quando meus pais me deixaram morando com meus avós, Emma foi a primeira pessoa que eu me apeguei, mesmo ela morando aqui e eu lá em Star City. Em sempre foi aquele tipo de pessoa que a gente se apega fácil, ela tem o riso solto e o abraço mais gostoso do mundo, sabe quando falar às coisas certas na hora certa.

—Ela deve ser uma grande amiga.

—A melhor que eu tenho, Emma faz de mim uma pessoa melhor. - Lydia olhou para cima tentando não chorar. - Eu nem sempre fui esse personagem que eu represento, se você me conhecesse antes provavelmente nem me reconheceria, mamãe dizia que eu era como uma caixinha de surpresas. Emma viu em mim esse lado quando todos os outros apenas viam a garota mimada que eu tentava fazer eles verem. Se algo acontecer com ela, eu não sei. - mordeu o lábio enquanto sua visão ficava turva pelas lágrimas. - Não serei a mesma sem ela.

Sara se aproximou dela.

—Me escuta garota, nada vai acontecer com Emma. Estamos fazendo todo o possível para encontra-la e vamos encontra-la.

—Eu sei, confio em você.

—Você mal me conhece, como pode confiar em mim?

—Você é uma lenda Sara, você é uma heroína.

 

~***~

 

Ela estava calma, o que era estranho considerando tudo o que estava acontecendo, era como seu uma manta estivesse sido posta sobre ela, bloqueando todos os sons, toda a dor e todo o movimento ao seu redor, algo estava cravado em seu coração, e aquilo lhe dava força para resistir ou pelo menos tentar.

Tudo parecia andar em câmera lenta, as pessoas que se moviam ao seu redor, as luzes que piscavam, o barulho dos instrumentos, tudo parecia meio mórbido, sombrio, morto. Riu. Estava tão cansada de chorar e seu lamentar, que a única coisa que sobrou foi seu riso. Riu como uma boba, riu como uma criança, a gargalhada sacudia seu corpo, às pessoas pararam apenas para observa-la, Emma riu de tudo, ria apenas pelo fato de rir. Sua morte iria ser ridícula, isso não havia a menor suspeita.

A dra. Legend a olhou confusa.

—Você está bem?

—Não, eu não estou. Meus demônios me perseguem como um cão persegue um osso. Eu vou morrer e nunca disse a minha família o quanto eu os amava. - riu enquanto as lágrimas rolavam pelo seu rosto. - Mas sabe qual é a pior coisa de tudo o que está acontecendo? Eu nunca disse para os meus pais o quanto eu sou grata por tudo o que eles fizeram por mim.

—Não seu preocupe, você ainda falará com eles. - a doutora sussurrou.

—Como pode ter tanta certeza?

—Apenas acredite em mim e tudo acabará bem.

 

~***~

 

Caitlin se perguntava se havia escolhido certo, será que eles iriam mesmo conseguir encontrar Emma sem ajuda de Julian. Era um jogo arriscado, que exigiram certos sacrifícios da sua parte, mas sua liberdade não entraria nesse jogo.

—Você fez o certo. - Barry sussurrou ao seu ouvido. - Vamos acha-la sem ajuda dele.

—Cisco disse que Lydia havia achado algo.

—Sim, ela estava analisando algumas imagens nas câmeras de segurança. - ele falou a puxando para dentro do córtex. - Lyds?

A garota se virou, ela tinha o olhar cansado e parecia lutar constantemente contra a vontade de chorar.

—Você achou alguma coisa querida? - Caitlin indagou e calmamente passou a mão pelo braço dela.

—As filmagens são meio confusas, mas consegui pelo menos um direção. - ela explicou apontando para várias cenas de câmeras diferentes espalhadas pela cidade. - Sul e como achamos que ele realmente não saiu da cidade, pode haver alguma casa perto dali, agora só temos que saber onde é.

—Acho que realmente vamos precisar de Julian. - Felicity se lamentou.

—Acho que não. - Camille deu um passo a frente encarando as imagens. - Você disse que ele foi para o sul.

—Isso. Por que?

—Os Evans tem uma propriedade perto da saída da cidade, mais para o sul mesmo. Não é exatamente um casa, está mais para uma mansão mal assombrada, mas é grande o suficiente para seja lá o que estão fazendo com Emma.

—E como você sabe disso Camille? - Cisco perguntou encarando a filha, a garota franziu o nariz sem jeito.

—É complicado, mas eu juro que explico depois. O importante é que seu Emma estiver lá, eu sei como entrar.

—Vale a pena tentar, não é? Digo, se acharmos alguma coisa lá, talvez não tenha sido perda de tempo. - Sara olhou para Oliver em busca de apoio.

—Ok, ãhn, eu, Sara e Barry vamos até lá, os outros ficam aqui e veem se encontram outra pista, estamos de acordo?

Todos assentiram e começaram a se espalhar.

—Cami. - Lydia a chamou. - Você nunca falou sobre essa casa.

—É complicado, porque.. - Camille seu aproximou dela baixando o tom de voz. - quando esta casa foi criada, ela era como um centro de treinamento do KKK.

—Tá rindo do que?

Camille revirou os olhos.

—Ku Klux Klan, sua anta.

—Ah, oh!

—Mamãe nunca quis me contar isso, foi vovó que me contou. Isso é horrível, por isso mamãe quer destruir aquele lugar e construir algo mais produtivo.

—O que exatamente?

—Um centro de ajuda contra a depressão.

Lydia sorriu.

—Isso é lindo.

—Eu sei, porque eu vou precisar muito dela quando sair daqui.

 

~***~

 

O casarão era antigo, colunas gregas, dois andares, janelas coloniais, o portão da frente estava trancado e enferrujado, porém parecia ter sido aberto recentemente. Oliver se arrastou pela lateral do muro que já estava caindo.

—Como alguém ainda não destruiu este lugar? - ele indagou em um sussurro. - Ele está caindo aos pedaços.

—Cisco falou que os Evans ainda não destruíram este lugar porque a decisão está nas mãos de Jany. - Barry respondeu pelo comunicador. - Você acha que tem alguém ali dentro?

—Não sei. Sara você vê alguma coisa?

—Não...espera, a um carro perto da porta dos fundos, também tem uns caras saindo de dentro do lugar.

—Para um vilão esse cara não é bom em despistar. - Cisco comentou fazendo Oliver revirar os olhos.

—Foco cara. - ele pediu. - Camille como entramos sem ser vistos?

—Perto de onde Sara está tem um alçapão coberto pela folhagem, é meio difícil de abrir, mas acho que vocês conseguem, vai haver um túnel que levará até o porão, depois vem a parte mais difícil.

—Como assim? - Barry perguntou, Oliver seu moveu pelo muro em busca de Sara.

—A porta do porão dá no meio da sala, ou seja, você teram que ter um plano B caso a sala de estar esteja ocupada, haverá um piano perto da entrada, aconselho a sair um a um, assim haverá menos chances de serem pegos.

—Como diabos você sabe isso tudo? - Felicity perguntou para a garota, Camille deu de ombros.

—Passo muito tempo rodando a cidade com Emma. - ela explicou remexendo no pingente da pulseira. - Aprendi muita coisa com tio Ollie e suas táticas infalíveis de tirar Ally de qualquer festa sem ser visto.

—Ele faz muito isso? - Ray indagou sem tirar os olhos da tela onde se podia ver a localização dos três que estavam em campo.

—Ela faz muito isso. - Tommy respondeu entregando uma xícara com chá para Caitlin e outra para sua mãe. - Papai diz que Ally tem espírito livre.

—Mas ela é meio imprudente. - Lydia falou. - Vocês odeiam isso nela. Não é como se ela fosse roubar um banco a qualquer momento, mas ela sente a necessidade de adrenalina.

—Isso parece tanto com o Ollie. - Sara disse, sua voz saiu abafada, provavelmente eles já haviam entrado no porão.

—Ally tem a personalidade do papai, enquanto Robbie tem a da mamãe. - Tommy explicou.

—E você?

O garoto parou encarando Cisco.

—Eu não sei. Emma diz que eu sou o satã, então.

Eles ficaram em silêncio até Oliver dizer.

—Entramos.

—Então? Estão na sala? - Camille indagou seu curvando sobre a mesa.

—Sim, mas não tem nenhum piano. - Sara disse.

—A sala está vazia?

—Não exatamente. - Barry olhou ao redor. - Boa notícia, achamos a Emma, má notícia, isso vai ser complicado.

Oliver suspirou enquanto analisava as máquinas ligadas a garota inconsciente deitada sobre a maca no meio da sala, uma tenda de plástico a isolava de tudo a sua volta, não havia guardas ou qualquer tipo de segurança.

—O que exatamente está acontecendo aqui? - Sara indagou, Barry passou a frente abrindo a tenda.

—Emma? - ele chamou e com cuidado retirou a máscara de oxigênio do rosto da garota. - Emma, por favor, acorde.

—Vamos leva-la para o laboratório. - Oliver disse. - Caitlin cuidará dela.

Barry assentiu e com a ajuda de Sara começou a tirar todos os fios e tubos que estavam ligados a ela, mas ao retirar o último a máquina apitou alto, Emma começou a tremer em seus braços.

—Devolva-a. - uma voz pediu, Oliver se virou encarando a dona da voz. - Se não deixa-la, ela morre.

Barry devolveu Emma para a cama, a máquina parou, assim como a garota.

—O que ele fez com ela?

—Julian já tem o que queria, Emma está apenas como um troféu, ele sabia que vocês viriam, por isso armou isso, se ela sair daqui, provavelmente será morta. - a mulher falou.

—E como você sabe disso? - Sara questionou.

—Fui a médica responsável por ela, queria ajuda-la, mas não houve tempo.

Eles a encararam confusos, a mulher levantou a blusa mostrando uma gaze suja de sangue, então tombou para o lado, Oliver a pegou antes dela cair no chão.

—Ele está muito longe?

—Às uns dez minutos.

—Para onde eles foram?

—Em direção a Coast City.

—Ouviram isso? - Oliver perguntou.

—Sim. - Cisco respondeu. - Já avisei a Joe, Ray, Jesse e Wally já estão a caminho.

—Como tiramos Emma daqui? - Barry se aproximou deles.

—Terão que ser rápidos.

—O quão rápido?

—Bastante para manter o coração dela batendo.

Barry encarou os amigos, desesperado.

—Você consegue. - Sara afirmou. - Tenho fé.

—Emma ficará bem. - Oliver assegurou, mas não parecia tão confiante. - Vá na frente, levamos a doutora para o hospital.

O velocista suspirou.

—Cait, teremos que agir depressa.

—Já estamos preparando a maca. - ela falou. - Só traga ela, por favor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Em rota de colisão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.