Em rota de colisão escrita por Lily


Capítulo 3
III


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Duke e Emily por comentarem, e aqueles que estão acompanhando um beijo enorme.
Boa leitura.



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Emma podia jurar que tudo havia dado certo, que ela iria escapar ilesa, mas só foi pisar o pé para fora da delegacia, para ouvir o som do passarinho chamado liberdade indo embora.

—Hey, vocês.- a voz de Joe a fez parar.- Acho que estão com uma coisa que nos pertence.

Ela e Cisco engoliram seco, Emma podia ouvir seu coração bater forte, ou seria seu tio ao seu lado tremendo?

—O que?- Caitlin perguntou calmamente.

—Ela- Joe apontou direto para Emma, que arqueou a sobrancelha confusa.

—Como?

—O capitão acha que você deve ficar aqui e esperar a assistente social.

—Espera.- ela pediu.- Explica que eu não entendi.

—Você iria para uma lar provisório enquanto investigamos seu caso.- Joe explicou.- Você é menor de idade Emma, não pode ficar sozinha por ai.

—Mas eu não estou sozinha, estou com Caitlin, Cisco e Barry.- tentou argumentar.

—É, mas eles não são responsáveis...

—Ei!- os dois seres ao lado de Emma protestaram.

—Por você. Emma, você precisa de uma casa, pessoas que cuidem de você até acharmos os seus pais e descobrirmos o que aconteceu de verdade ontem a noite.- Joe colocou a mão sobre o ombro dela.

—Eu não quero ir para um lar.- ela sussurrou.

—Não tem outro jeito, Joe?- Caitlin perguntou.

—Só se um adulto responsável se candidata-se para abrigar e cuidar de Emma.

—Eu me voluntario.- Cisco gritou assustando algumas pessoas que passavam ao seu redor.

—Cisco, isso é Jogos Vorazes.- Emma ralhou com ele e então se virou para Joe.- Ele pode?

—Acho que sim, mas você tera que ser responsável por Emma, dar abrigo e comida.

—Eu não sou um cachorro.

Cisco passou a mão pela nuca nervoso.

—O que foi?- Emma perguntou cruzando os braços

—Acho que não vai dar não, Em.

—Por que?

—Estou dormindo na casa de um amigo.

—O que ouvi com o seu apartamento?- Caitlin perguntou e repetiu o gesto de Emma, agora elas pareciam mãe e filha.

—O cano estourou e alagou tudo.

Emma suspirou e jogo a cabeça para trás. Ela não queria ir para um lar provisório, nunca. Gemeu em desgosto.

—Talvez, ela possa ficar comigo.- Caitlin ofereceu, a garota olho para a doutora com um sorriso no rosto.- Meu apartamento tem dois quartos e Em pode ficar no laboratório quando eu estiver lá, para ela não ficar sozinha.

Emma olhou para Joe esperançosa.

—Você se responsabiliza por ela?- ele perguntou a doutora.

—Sim.- ela confirmou e o detetive sorriu.

—Então vamos assinar os papeis.

Joe se virou e caminhou para dentro da delegacia seguido por Caitlin, Emma e Cisco ficaram um pouco para trás.

—Emma, você tem uma sorte tremenda.- Cisco proclamou.

—Com certeza.

Detetive West os guiou até a sala do capitão para esperarem a assistente social, Cisco gemeu em desgosto ao seu lado.

—Será que eu não posso ficar aqui fora?- ele perguntou a Joe.- Você sabe que eu e o capitão não nos damos tão bem assim.

—Claro, porque não vai atrás de Barry.

—Se ele não estive se agarrando com Íris.- Caitlin murmurou irritada ao seu lado, Em agradeceu por seu avô não ter ouvido.

—Já to indo.

Emma observou Cisco correr escada acima de novo, ela apertou o saco de papel que continha seu celular.

—Detetive posso ficar aqui fora alguns minutos?- perguntou calmamente a Joe.

—Claro.

—Você esta bem, querida?- Caitlin deu um passo a frente preocupada.

—Não é nada, apenas algumas coisas na minha cabeça.

—Acho que sua memoria esta voltando.- a doutora concluiu.

—É, deve estar.

Caitlin sorriu, Joe e ela entraram no escritório deixando Emma sozinha. A garota esperou alguns segundos, apenas para se certificar que eles não voltariam, se virou e caminhou até a saída do prédio.

Se sentou nos degraus e tirou o celular do saco. Emma sempre amou coisas antigas, seus amigos a chamavam de antiguada, seus pais de vintage. Ela tinha encontrado aquele celular em uma de suas andanças pelo laboratório, Cisco o havia restaurado e atualizado, era um iphone cinco, ou pelo menos era isso que sua mãe falou.

Emma o ligou e em segundos uma foto sua e de sua mãe apareceu na tela, se seu pai tivesse visto isso, as coisas  teriam desandado. Digitou a senha “SnowAllen” e o celular desbloqueou, Emma foi direto para a galeria, fotos suas, de seus pais, irmãos, seus amigos, sua família.

Cada foto um momento único, Em sempre amou tirar fotos, tinha duas câmeras antigas, uma delas ela carregava de um lado para outro.

Sentiu seu peito apertar ao olhar uma foto de seus pais com Charlotte, sua irmã mais nova, Charlie tinha dois anos e era a princesinha da casa, Emma não se importou de ceder o título a ela. Já Henry, que tinha dez anos na época, ficou com um pouco de ciume da pequena.

—Você está bem?- Emma levantou a cabeça, encarou a mulher loira a sua frente, ela prendeu a respiração.

Puta merda, era reunião de família e ela não sabia?

—Sim, claro.- ela se levantou e limpou a parte de trás de short.- Estou apenas tomando um ar.

A mulher loira sorriu.

—Esperando alguém?

—Eu não sei.- a mulher arqueou a sobrancelha.

—Emma.- uma voz a fez virar, Cisco estava na porta da delegacia, Emma instintivamente guardou o celular no saco.- Cait está te procurando.

—Cisco.- a mulher chamou.

—Felicity!- ele exclamou enquanto a abraçava.- O que faz aqui?

—Vocês não deram noticias, fiquei um pouco preocupada.

—Esses últimos dias foram estranhos.- ele explicou.

—Digo o mesmo.- Felicity sorriu, ela parecia cansada, seu olhar parecia com o de Caitlin.

—Ah, essa é Emma.- a garota tentou sorri para Felicity, embora o sorriso tenha saído mais como uma careta.- Ela faz parte de um caso que estamos trabalhando, e a proposito, Caitlin está te procurando.

—Então é melhor eu ir.- ela acenou para a mulher e caminhou de volta para o prédio, só parou um segundo quando ouviu Felicity perguntar para Cisco.

—Quem é ela?

—É uma longa historia.

[...]

Enquanto a assistente social falava, Caitlin concordava e prestava atenção em tudo, já Emma se distraia olhando para tudo e ao mesmo tempo para nada, o celular estava seguro e seu segredo também. Mas e se Cisco contasse?

Ele não seria tão doido assim. Seria?

—Se assinar aqui e você terá a guarda provisoria de Emma.- a mulher de cabelos loiros e olhos cansados sorriu para Caitlin, que pegou a caneta e se curvou sobre a mesa.

Três batidas na porta despertaram Emma.

—Com licença capitão.- a cabeça de Barry apareceu na porta, Emma gemeu internamente.-Jack disse que senhor queria me ver.

—Ah,sim. Você não assinou o documento de entrada das provas do caso da senhorita Emma.

—Ohu, onde eu assino?

Emma observou Caitlin apertar a caneta com mais força que o necessário, ela parecia estar incomodada. Oh uh. Barry se aproximou e por cima do ombro de Caitlin observou o documento.

—Será que dá para você parar de fazer isso?- a doutora perguntou em um rosnado.

Vai dar merda.

—Você vai ser a responsável por Em?

—Vou, algum problema?

—Não, nenhum.

Emma respirou fundo sentindo a tensão no ar, seus pais que pareciam se amar mais do que qualquer coisa no mundo, aqueles que sempre evitavam brigar, principalmente em frente dos filhos, estavam ali, trocando farpas em uma guerra silenciosa.

—Já que agora você é responsável por ela, terei que pedir sua permissão para levar Emma até o local para fazer uma reconstituição.

Caitlin levantou a cabeça e encarou Joe.

—É necessário?
—Sim.

—Ok.- ela se virou para Barry.- Mas traga ela até as quatro.

—Vamos leva-la para comer depois.- ele inclui.

—Até a seis. Ela tem alergia a mirtilo e canela, a mantenha hidratada, ela está tomando os remédios de seis em seis horas, então a traga de volta no horário certo.

—Ok, mas alguma coisa?- perguntou com um sorriso forçado.

—Se ela voltar ferida, eu te mato.

Emma olhou para Joe que segurou o riso.

—Ok, vamos Emma.- a garota seguiu Barry e Joe para fora do escritório, dando um leve aceno com a mão para Caitlin.

—Parece que eu acabei de ver um divorcio.- Joe comentou em um sussurro, Em sorriu.

—Com certeza.


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