Em rota de colisão escrita por Lily


Capítulo 21
XXI




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/702136/chapter/21

As estrelas servem para guiar os marinheiros quando eles se perdem no mar, elas também têm a capacidade de fazer as pessoas se apaixonarem e desapaixonarem. Emma amava as estrelas, amava o universo, amava o cosmo, amava qualquer coisa que todos diziam ser impossível.

A noite estava estrelada, os pontinhos brilhantes pareciam dançar sobre o fundo azul escuro. Se apoiou na janela observando as luzes dos prédios do centro de Central City, o vento quase inexistente balançava as copas das arvores, seus pais estavam lá em algum lugar, se divertindo, rindo, conversando sobre coisas de adulto. É, ela não tinha a menor ideia sobre o que seus pais conversavam.

—Você vai ficar aí parada ou vai me ajudar?

—Eu já disse Wally, não vou me meter. Se Joe ou Íris chegarem e virem isso, eu não quero esse tipo de confusão para o meu lado.

O West colocou as mãos nos bolsos.

—Íris teve que ir para Coast City por causa daquela reportagem e papai está em um encontro, então provavelmente eles só chegaram depois da meia-noite. Temos tempo Emma. – ela balançou a cabeça, Wally deu de ombros. – Ok você que sabe, mas não me dedura.

—Nunca. – fez um X com os indicadores, os beijando de um lado e do outro, Wally sorriu e desceu para o andar de baixo a deixando sozinha no quarto de Íris. Bufou se jogando na cama de casal, como sua madrinha tinha saído, seus pais estavam juntos em algum lugar e seu avô em um encontro, Wally e ela haviam ficado sozinhos, não seria um grande problema se não fosse pelo fato de Wally estar decidido a festejar o fato de ter vencido Zoom, só que com algumas semanas de atraso.

Obviamente uma festa só com adolescentes, com bebidas alcoólicas e música alta, tinha uma grande porcentagem de dar errado. Ela havia assistido filmes o suficiente para saber disso. Amigos convidam amigos que convidam outros amigos que convidam conhecidos, até isso tudo virar uma algazarra sem controle.

A música começou a tocar no andar de baixo, Wally havia trancado todos os objetos de valor no quarto de Joe e trancado todas as portas, menos o banheiro e o quarto de Íris, que era o esconderijo dela. Emma estava um pouco intrigada por ele ter conseguido fazer isso em tão pouco tempo.

Tentou olhar pela janela e observar a beleza das estrelas, mas alguma coisa estava incomodando-a, sentia uma inquietação por todo o corpo, algo estava errado. Calçou os sapatos, a jaqueta e trancou o quarto antes de correr escadas abaixo. Havia muita gente na casa, muito mais do que o recomendável, estranhos circulavam pela casa rindo e conversando. Alguém estava dando uma de DJ em um canto da sala, Emma se perguntava onde Wally havia colocado todos os moveis. Seu tio estava conversando com os amigos na porta de entrada, assim que ele a viu sorriu zombeteiro.

Saiu para cozinha desviando do maior número de possíveis bêbados que aí crescendo a cada passo que ela dava. Ficou surpresa de não haver um barril de cerveja em cima do balcão, a porta se abriu e dois garotos entraram carregando o barril.

—Desisto. – gritou jogando os braços para cima e refazendo o caminho para o quarto. Já estava no meio do caminho quando sentiu alguém envolver sua cintura e tira-la do chão. – Não!

—Vamos lá, carmim. Vá se divertir. – Tommy sussurrou contra seu ouvido, talvez o choque e a surpresa de tê-lo ali fez com que ela ficasse muda, pois só depois de quase cinco segundos ela conseguiu formular uma frase que não foi nem um pouco coerente.

—Peste bubônica me solta eu juro que chuto teus sapatos.

—Tem muita coisa errada nessa frase. – ele riu, Emma revirou os olhos antes dar uma cotovelada no estomago dele. – Oucht, carmim!

—Já disse quem não gosto de ser pega por trás. Cara, é essa frase saiu com tanto duplo sentido.

—Pelo menos não foi só eu que notei. – Tommy se apoiou na parede envolvendo o braço sobre a barriga.

—O que você está fazendo aqui? – perguntou colocando as mãos na cintura. – Não deveria estar em Star City?

—Papai teve hora um imprevisto e teve que vir pra cá de última, mamãe quase não deixo eu vir. Tive que fazer um drama ala Lids.  – ele explicou a puxando para fora da casa, longe do barulho e da música alta. – E nem me pergunte o que é, porque ele não me quis me dizer. Me deixou no hotel e me deu dinheiro para sair. Papai está diferente, Emma. Não sei o que está acontecendo, ele está distante, parece evitar mamãe e me evitar. Foi uma luta deixar eu vir com ele.

Tommy se escorou na arvore enquanto Emma olhava ao redor, a casa de Cory estava iluminada e parecia ter gente em casa, um carro estacionou em mão dupla, alguns adolescentes desceram e passaram por ela correndo para dentro da casa. O carro deu partida revelando outro carro estacionado no meio fio que parecia extremamente familiar para ela.

—Vocês vieram de carro? – perguntou, ainda com os olhos no carro preto.

—Sim. Por que?

—Aquele é o carro do tio? – ela apontou. Tommy seguiu seu dedo e coçou a cabeça confuso.

—É. Mas o que o carro do papai está fazendo aqui?

—É o que eu vou descobrir agora, fique aqui.

Atravessou a rua correndo até a casa vizinha, a porta estava fechada mais ela podia ouvir vozes animadas vindas de dentro. Olhou para Tommy por cima do ombro que estava escorado na arvore, ele assentiu a incentivando a bater, tocou a campainha e em deis segundos a porta se abriu. A figura loira de olhos castanhos surgiu no batente.

—Olá.

—Oi, eu sou Emma amiga do Cory e queria saber se ele está em casa? – com um sorriso tão doce quanto chocolate estendeu a mão. A mulher a encarou com superioridade.

—Ah, você é a Emma. Cory fala muito sobre você. - Abaixou a mão e escondeu o sorriso diante do olhar analítico dela. – Sou Natalia Webbes.

—Prazer em conhece-la sra. Webbes. A senhora é tão bonita quando Cory falou.

—Tenho certeza que meu filho não perde o seu tempo fazendo elogios a mim, mas obrigado.

Mordeu o lábio inferior, sua mãe havia lhe dado educação para se usar até com quem não merecia, mas puta que pariu aquela mulher era uma cobra.

—Cory está?

—Sim, mas não poderá sair, estamos recebendo uma visita importante.

—Sério?

—O namorado da minha filha está aqui. – os olhos da senhora brilhavam de excitação. – Ele é famoso.

—Oh, sério?

—Com certeza, agora se me de licença tenho que voltar. – Natalia começou a fechar a porta, mas Emma a impediu com o pé.

—Me faz um favor, diz a Oliver que ele realmente está fazendo a maior burrada da vida dele. – tirou o pé e virou as costas, já estava descendo a escadinha quando a mulher perguntou:

—Do que você está falando?

—O maior erro de um homem é não perceber que o seu bem mais valioso está bem a sua frente, ele nunca encontrará tal preciosidade em qualquer lugar. – Natalia encarou com os braços cruzados e olhos semicerrados. – Boa noite sra. Webbes.

Emma cruzou o gramado indo para fim da rua ao invés de voltar para casa de Joe, precisava esfriar a cabeça ou mataria o primeiro que visse. Desceu a rua até o barulho da festa ir diminuindo, virou a esquina quando um barulho a fez parar. Virou a cabeça dando de cara com duas bolinhas amarelas com riscos pretos, piscou confusa e se aproximou, o contorno de em volta das bolinhas foi ficando cada vez mais evidente.

O gato preto pulou de cima da lata de lixo para o chão e se enroscou no meio de suas pernas ronronando baixinho. Emma se agachou fazendo carinho no gato, felinos eram, na sua opinião, a raça mais bela e carismática da terra, ela tinha um gato seu nome Dummy, um siberiano cinza de olhos azuis.

Agarrou o gato o colocando no colo.

—Pelo visto seu amor por felinos ainda está vivo. – o tom de zombaria era evidente na sua voz, Emma contou até três antes de se virar. – Olá abelhinha.

Karma sorriu com seus dentes perfeitamente alinhados.

—O que você está fazendo aqui? Ou melhor, como você veio parar aqui?

—Não é só você que tem seus pequenos truques, abelhinha. – silivou. – Olha, sei que não temos nada em comum, mas eu devo a você. Então escuta com atenção. Alguém colocou 500 mil na sua cabeça.

—Como?

Karma bufou antes de responder:

—Alguém, não sei quem, está dando 500 mil limpinhos para quem entregar a sua cabeça em uma bandeja de prata. Tão querendo te matar, fica ligada ô coisa. – Emma entreabriu a boca para falar, mas Karma foi mais rápida. – Sei que você é santinha, filha do herói, futuro heroína, salvadora da pátria, etc e tal, mas alguém te odeia de verdade e está disposto a tudo para te matar.

—E você veio ao passado só para me falar isso?

—Claro que não, por mim você poderia morrer, na verdade você vai morrer. O idiota do meu padrasto me jogou aqui e como não sou boba nem nada resolve tirar proveito da situação.

—Você está aqui para me matar. – Emma disse, finalmente notando a situação.

—É, mas não agora. – Karma jogou seus longos cabelos loiros para trás. – Por hoje já tem gente o suficiente tentando isso. – ela virou de costas pronta para sair. – Ah, quase ia esquecendo, fica de olho na sra. Queen, ela ainda é srta. Smoak aqui, não é? Tanto faz. Também tem muito dinheiro para quem matar ela e os mercenários de Star amam dinheiro.

—Karma. – a chamou. – Quem está por trás disso?

—Eu já disse eu não sei, a única coisa que eu sei que ele ou ela, se auto intitula como Magun, nome clichê não acha? E cuidado com os mortos, eles as vezes nos enganam. – Karma lhe lançou um último sorriso antes de se misturar com as sombras.

O gato preto miou em seu colo, Emma o devolveu ao chão. Sua cabeça dava voltas e mais voltas, alguém queria ela morta, ela e Felicity. Começou a caminhar de volta para casa, Karma havia falado algo sobre já ter muita gente por hoje, isso quer dizer que alguém vai tentar matá-la. Aumentou a velocidade, precisava ligar para seus pais, aquilo era insano.

Ah, Deus. Ainda havia Felicity! Tommy não havia mencionado nada sobre ela ter vindo com eles, então ela deveria estar em Star City sozinha. Tinha que chegar a Tommy, tinha que ligar para Felicity, tinha que protege-la. Os gritos a despertaram, parou imediatamente a poucos metros da casa, Tommy já vinha correndo em sua direção, ela sabia que ele estava desesperado, não tinha seu arco ou qualquer outra arma.

—Você está bem?

—Sim, o que está acontecendo? – olhou por cima do ombro dele, as pessoas corriam de um lado para outro, a casa de Joe parecia o único refúgio possível.

—Um meta. – explicou sem se aprofundar, a puxou para longe da multidão que estava aos gritos por um carro voou por cima de todos. – Eu não sabia onde você estava, foi falar com papai e depois sumiu, te caçei por todo o canto.

—Muita coisa aconteceu em pouco tempo. – disse, Tommy a encarou confuso. – Depois te explicou, agora temos que ajudar essas pessoas.

Tommy assentiu e correu na direção oposta à dela, quando ele desapareceu no meio da multidão ela se virou para casa de Cory, Oliver saiu de lá correndo e se perdeu no meio das pessoas que fugiam do meta-humano.

Carros foram arremessados no ar, um moto passou raspando por ela, algumas pareciam seriamente machucadas. Emma tentou se aproximar do meta-humano, quando chegou perto o suficiente o reconheceu, seu pai já havia enfrentado ele, Cisco o apelidará de Cromo, era um meta que tinha super força, mas era meio lerdo de cabeça.

—Onde você está?! – Cromo gritou e ela sentiu seu estomago revirar. -Onde criança?!

—Provavelmente morta daqui a pouco. – sussurrou ao se abaixar atrás de um carro.

Um borrão vermelho passou bem ao lado do carro, mas ela sabia que não era seu pai, o velocista que corria em direção ao meta-humano era Wally West mais conhecido Kid Flash no futuro, parecia que seus poderes finalmente haviam aparecidos. Um segundo borrão passou e desta vez Emma teve que prender o folego, Jesse Wells ou Jesse Quick correu para apoiar Wally.

Ok, agora as coisas estavam indo de mal a pior e ela não tinha como ajudar. Se encolhe ainda mais contra o carro, os gritos das pessoas ao seu redor liberavam uma coisa que ela chamava de Instinto de herói, a necessidade de ajudar quem está em perigo independentemente da situação.

—Onde está abelhinha?! – Cromo gritou arremessando outro carro. – E quero meu dinheiro, abelhinha!

Ela definitivamente iria matar quem inventou esse apelido.

De quatro Emma se se arrastou para longe, aquele meta queria o dinheiro, 500 mil sem nenhuma preocupação, ele tinha apenas que matá-la. E ainda havia Felicity, ela não sabia o quanto estava valendo a ex-noiva de Oliver, mas sabia que era bem alto.

—Achei! - Cromo urrou correndo em sua direção.

—E a gente tava brincando de esconde-esconde por acaso? – perguntou sem conseguir conter a ironia.

Cromo pareceu entender muito bem a ironia, pois aumentou a velocidade em sua direção, quando estava centímetros dela, Emma foi agarrada e no segundo seguinte estava do outro lado da rua.

—Você está bem? – Barry a examinou a olho nu, Emma se conteve para não revirar os olhos.

—Sim, agora vai porque Jesse e Wally precisam da sua ajuda?

—Quem?! – ela apontou para os dois borrões que corriam ao redor do meta-humano que queria se aproximar dela. – Isso só pode ser brincadeira! Joe vai me matar.

—E provavelmente Harry também.

Barry correu para ajudar os dois velocista, Emma procurou por Oliver, Tommy provavelmente estaria com ele. Correu contra a multidão que desviava das investidas de Cromo, quando é que havia aparecido tanta gente?

Precisava chegar até Oliver ou Tommy, precisava avisar que Felicity corria perigo. Se algo acontecesse com Feli, isso afetaria Tommy e se isso afetasse Tommy, muito provavelmente a afetaria.

Sentiu uma picada de leve em seu pescoço, levou a mão até o local tirando um pequeno dardo rustico. Seu corpo começou a adormecer, havia alguma coisa naquele dardo, provavelmente algo letal. Se virou dando de cara com a última pessoa que pensaria em voltar a ver.

Karma estava certa, os mortos realmente nos enganam.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!