Em rota de colisão escrita por Lily


Capítulo 18
XVIII




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XVIII

Emma não era artista. Ela gostava de pintar mesmo não tendo o dom como Tommy tinha, ele as vezes incorporava o Picasso e saia por aí pintando. Os Queen’s tinham orgulho desse dom, mas tanto Oliver quanto Felicity concordavam que era apenas um hobby, mas ela sabia que no fundo Tommy não queria seguir o mesmo caminho que seus pais.

—O que exatamente estamos fazendo aqui? – Tommy perguntou, ela deu de ombros.

—Papai disse que tio Oliver precisa de nossa ajuda. - mergulhou o pincel na tinta roxa e retomou a tela. - Parece que querem fazer algumas imagens sobre a primeira visita do novo prefeito de Star City a cidade.

Tommy riu.

—Isso vai ser engraçado.

Fazia quase uma hora que seu pai a havia arrastado para o parque junto com Tommy, agora ela estava lá em um círculo formado por tripés e telas, cercada de artistas e prodígios da sua idade. A instrutora circulava explicando e repreendendo, Emma agradeceu por ela ainda não ter chegado perto dela.

—Não acho, temos que nos comportar. Já estou de castigo e mamãe nem sonha que papai me tirou de casa.

Acenou para Barry que estava sentado em um dos bancos perto do grupo, ele conversava com Íris que havia chegado a pouco tempo, ela estava ali para cobrir o evento, uma vitória para uma jornalista que só fazia um tipo de reportagem.

—Nossa que lindo. - a instrutora, que se chamava Megan, observou a pintura de Tommy. – Obrigada por trabalhar na luz e na sombra, Thomas. Belo trabalho.

—Obrigado, minha mãe diz que eu tenho um olhar artístico. - Emma revirou os olhos, Megan suspirou. - Você está bem?

—Fico emocionada quando estou perto de um talento. – então ela caminhou para Emma e observou a tela, colocou a mão na cintura e suspirou decepcionada. - E agora estou bem. O que diabos é isso?

—Um gato.

—Você se lembra do que eu pedi para fazer?

—Ãram.

—Eu pedi para vocês pintarem portas.

—Isso.

—Especificamente portas, uma pintura de sua memória.

—Com certeza.

—Você pintou um gato.

—É uma porta.

—Isso é um gato. - Megan pegou a tela e a virou de frente para Emma, o gato roxo pintado de maneira ridícula sorria para ela.

—A coisa toda é uma porta. Quer ver? -  puxou a tela como se abrisse uma porta invisível. – Olá. Alguém em casa? – perguntou, fazendo Tommy e algumas pessoas que escutavam a conversa rirem. - Tudo bem, eu volto depois. Não deixe o gato escapar.

—Desisto. - Megan colocou a tela de volta ao lugar. - Faça o que você quiser.

—Você é impossível, Emma. - Tommy guardou o pincel e observou a instrutora se afastar.

—Como ela sabe o seu nome, mas não sabe o meu? - perguntou indignada.

—Não sei, mas não se preocupa carmim. - ele deu de ombros. - Ela vai aprender.

Emma tocou o pingente do colar, torceu os lábios, sentia que algo estava errado, mas não sabia o que.

Era o último dia de primavera, e todo o ano a cidade se reunia no parque central para um dia inteiro de atividades educativas, ou seja, pintura, dança, escultura, teatro, canto, entre várias outras coisas. Todo ano ela participava e todo ano ouvia a mesma coisa da instrutora de pintura. Seus pais tinham uma pequena coleção de gatos roxos no porão.

O grupo de dança estava se aquecendo a alguns metros dali. Eles iriam se apresentar no momento em que Oliver e o prefeito chegassem. Várias vans de emissoras de tv se preparavam para iniciar as gravações, o fotografo que acompanhava Íris rodava por aí tirando fotos e mais fotos, obviamente toda vez que ele chegava perto Tommy e ela se escondiam.

Um alvoroçou começou a se formar, fotógrafos e câmeras corriam de um lado para outro.

—Parece que papai chegou. - Tommy sorriu apontando para multidão. - Isso me é tão familiar.

—Graças aos céus, minha família não tem que passar por isso. - Emma se levantou e tirou o avental manchado de roxo. - Não sei como vocês aguentam.

—Às vezes nem eu sei. - revelou. - Tipo, todas as revistas estão discutindo para qual faculdade eu vou sendo que nem eu mesmo sei para onde ir.

—E para quais faculdades você se escreveu?

—MIT, Harvard, Yale, Stanford e Columbia. - numerou.

—E quais te aceitaram?

—MIT, Harvard, Yale, Stanford, Columbia.

—Tá brincando? -perguntou impressionada.

—Não.

—E pra qual seus pais querem que você vá?

—Mamãe quer que eu vá para MIT, o que obvio, já papai quer que eu vá para Stanford, mas perto de casa.

—E você?

Tommy passou a mão pelo cabelo e suspirou.

—Não tenho a menor ideia.  Nem sei se quero fazer faculdade, pelo menos por enquanto.

—Mamãe diz que eu já tenho uma vaga garantida de Harvard.

—E por que você não está feliz? Pensei que quisesse cursa medicina lá desde de criança.

—Eu sei, mas...

—Mas o que?

—Eu não quero sair daqui, por enquanto. - suspirou.

—Estamos no mesmo barco, carmim.

—É, estamos.

A multidão se aproximou.

—Pronta para dar o fora. – Emma observou o grupo de dançarinos se aproximar de Oliver, eles começariam a dançar em poucos segundos. – Mamãe disse que isso aqui foi um tedio.

—É papai me contou.

Megan se aproximou parando na frente deles.

—As pinturas de vocês vão filmadas. - ela informou em um tom alto, já que a música começava a rolar.

—Até o meu gato? – perguntou esperançosa.

—Menos o seu gato.

—Isso é injustiça.

—Se você mostrar esse gato, eu te mato. - ela ameaçou em um sussurrou. – Tommy você é o primeiro.

Since my heart is golden

I've got sense to hold in

Tempted just to make an ugly scene¹

Então ela saiu.

—Se você mostrar esse gato, eu te mato. - Emma a imitou, Tommy riu. - Você só está rindo porque sua pintura vai ser filmada.

—Não exagera, seu gato tá lindo.

Ela revirou os olhos parando no pincel sujo de tinta, pegou cautelosamente e espirrou em Tommy, que ficou sem reação.

—Você não fez isso, Emma. - limpou os pingos de tinta da bochecha, ela tampou a boca, prendendo o riso. Tommy pegou o próprio pincel mergulhou no pote com tinta vermelha e lançou contra ela, acertando seu vestido.

—Não!

I get carried away, carried away, from you

When I'm open and afraid

Cause I'm sorry, sorry 'bout that

Sorry 'bout things that I've said

Always let it get to my head

Emma pegou o pote com tinta azul e jogou o seu conteúdo contra o garoto, que revidou começando uma guerra de tinta, ele arremessou um papel molhado com tinta verde em sua direção, Em abaixou e o papel acabou acertando em uma garota ao seu lado, que ficou revoltada e atirou um pincel contra Tommy que desviou, mas o pincel acertou um outro garoto, que revidou, e sucessivamente, de uma maneira que Emma não sabia explicar, todos ao seu redor entraram na brincadeira.

Ela já estava suja de todas as cores possível, as tintas já haviam se mistura em seu corpo e a única coisa que ouvia eram as risadas e gargalhadas escandalosas dos envolvidos. Megan gritava para que todos parassem, mas ninguém ouvia ou realmente só a ignoravam.

—BASTA! - a voz soou tão forte quanto um trovão, Emma soltou o pincel, a maioria das pessoas fizeram isso. Na cara de Tommy se formou o mais profundo desespero.

—Obrigada, sr. Queen. - Megan estava descabela e bastante irritada quando perguntou firmemente. - Quem começou isso?

Foi quase automático quando todos apontaram diretamente para ela. Seus ombros tombaram.

—Claro que tinha que ser você. – Mengam rosnou.

A expressão de Oliver era de uma tentativa inútil de não rir com incredulidade inexplicável.

—Eu fiz um gato. Você quer? – perguntou estendendo a tela, Oliver explodiu em uma gargalhada seguido de todos à sua volta.

—Você é impossível. - Tommy comentou alto o suficiente para todos ouvirem, ela deu de ombros.

—É o que dizem por aí.

~***~

—Isso com certeza vai entrar para a história. - Cisco vangloriou, assim que ela pisou os pés no córtex. - Foi magnifico, Emma.

—Obrigada. - fez uma reverencia exagerada.

—Foi muito engraçado. - admitiu Caitlin. - Mas você ainda está de castigo, na verdade você nem deveria ter saído de casa hoje.

A doutora se virou para Barry, que olhou para qualquer outro lugar. Emma se lembrou de uma coisa, na verdade do fator Allen número quatro:

O objeto com maior poder na relação (Caitlin) sempre estará certo.

—Eu pedi para ele me levar, não foi culpa dele mãe. – Caitlin a encarou, depois e virou para Cisco um pouco desesperada, então Emma percebeu e meios em jeito falou. - Acho que não contei, mas ele sabe de tudo.

—Sabe?

Cisco assentiu.

—Vocês sabem?

—Emma contou antes de ontem. - Barry explicou. Cisco colocou a mão sobre o peito e suspirou aliviado.

—Finalmente não preciso esconder isso de vocês.

—Pelo menos descobrimos que você é um ótimo mentiroso. - comentou sorrindo.

—Agora só temos que te mandar para casa. - Caitlin lembrou.

—Ela é uma velocista pode voltar quando quiser.

—É mais os poderes dela estão bloqueados, man.

—Na verdade eu recuperei eles antes de ontem tio. Acho que esqueci de contar para você.

Cisco levantou a sobrancelha.

—Então o que você está esperando para voltar pra casa?

—Tommy. - informou para a surpresa deles.

—Como?

—Tommy é do futuro, mamãe.

—Você está brincando? - ela negou com a cabeça para o desespero de seu pai.

—Ótimo, dois adolescentes do futuro que vão ficar de castigo para o resto da vida. - Caitlin jogou as mãos para cima em um gesto de desespero.

—Quem são os pais dele?

—Não posso contar tio. Mas está bem óbvio.

—Oliver. – disse Cisco depois de pensar um pouco, Em mordeu o lábio inferior. - O melhor amigo dele se chamava Thomas e eu me lembro que saiu algo sobre a morte dele em algum jornal. E é bem a cara de Oliver colocar o nome do primeiro filho como uma homenagem.

Emma maneou a cabeça, realmente todos os Queen’s tinham pelo menos um nome em homenagem a alguém. Na verdade, tanto seus irmãos quanto ela tinham o nome do meio em homenagem a alguém, Henry tinha o primeiro nome em homenagem a seu avô e o segundo em homenagem a Ronald, finado marido de sua mãe e parceiro de luta de seu pai. Charlotte tinham Megan no nome por causa de Felicity e ela própria tinha Nora no nome por causa da avó.

—Então como Tommy veio para aqui?

—Não sei, mãe. - ela se jogou contra a cadeira. - É complicado, mas não importa agora. Temos que arranjar um jeito de mandar nós dois para casa.

—Mas como?

Emma mordeu o lábio inferior, deveria haver um jeito.

—Vocês ainda têm a máquina do tempo do Eobard? - Caitlin assentiu. - Ótimo, acho que vamos ter que remonta-la.

Cisco riu.

—Você tá brincando, não é?

—Não.

—Aquilo é impossível, tentei desmonta-la com Barry e tudo que conseguimos foi um monte sucata.

Emma cruzou os braços determinada.

—Tio eu não devia estar falando isso, mas quem inventou aquele monte de sucata foi você. E eu tenho certeza que quem vai conseguir reconstruir aquilo é você.

—Eu construí aquilo? - perguntou Cisco, incrédulo.

—Sim!

—Man, eu construí uma máquina do tempo! - gritou para Barry e levantou a mão para um high-five.

—E agora você vai reconstruir.

—Com certeza. - afirmou para o alivio dela. - Vamos Bar, temos que traze-la aqui para cima.

Os dois saíram deixando Caitlin e Emma sozinhas, a doutora se aproximou e perguntou:

—Ele não construiu essa máquina, não é?

—Não. Mas uma mentirinha de nada não mata ninguém.

Caitlin riu.

—Você é inacreditável.

Ela deu de ombros.

—Aprende com a melhor.

~***~

Construir uma máquina do tempo era mais complicado do que ela previa, primeiramente eles tinham que entender como aquilo funcionava e infelizmente Eobard Thawne, não havia deixado um manual de instrução.

Por isso depois de quase três horas de planos e com o quadro já cheiro de equações, que depois de um tempo já não fizeram o menor sentido para ela, eles decidiram que já era hora de ir para casa. Emma não tinha nada contra em passar a noite comendo pizza e assistindo as reprises de alguma série que sua mãe amava.

Caitlin abriu a porta, chutou os sapatos para longe e se jogou no sofá.

—Nunca mais eu entro nessas suas loucuras. - resmungou. - Eles que se virem.

—Mãe, você quer que eu volte para casa ou não? - Emma se jogou ao seu lado, Caitlin abraçou.

—Claro que eu quero meu amor, mas como você sabe eu sou médica, não engenheira.

—Mas você é bioengenheira.

—Isso não vem ao caso. -desconversou, Emma deitou a cabeça em seu colo.

—O que a gente vai assistir hoje?

—Não sei, que tal um filme? - ela sugeriu fazendo carinho no cabelo da filha. - Ou podemos ir dormir, hoje foi um dia meio estressante.

—Acho que eu gosto dessa segunda opção.

Emma se levantou e caminhou para a cozinha.

—Que tal pedirmos uma pizza e sorvete. Podemos levar meu notebook para o meu quarto e assistir algo até dormir.

 -Agora eu sei de onde eu puxei meu vício em fazer nada. – se apoio na bancada. - Você é um ótimo exemplo, mamãe.

E em menos de dez minutos ambas se encontravam envoltas em um edredom com um pote sorvete e Legalmente Loira na Netflix.

On this Perfect day, nothing's standing in my way. —Caitlin cantarolou para o desespero de Emma. Sua mãe podia sem bem irritante quando queria.


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