Em rota de colisão escrita por Lily


Capítulo 14
XIV


Notas iniciais do capítulo

Oi.
Sei que acabei de postar, mas estou tão animada com esse capitulo e o lindo comentário que Killer Froxxt (Te amo, flor) deixo para mim, que acabei me adiantando.
Espero que gostem.



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Caitlin

 

O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente. Havia sentido um medo incompreensível quando Ronnie morreu pela segunda vez, tão grande quanto a primeira vez, um medo descomunal, coração vazio, alma despedaçada. Sentia medo de nunca mais conseguir sorrir, cada dia era uma nova batalha a ser vencida.

Então veio Zoom, destruindo o que ela havia lutado tanto para construir. Passara semanas sentindo medo dele, ainda tinha pesadelos com isso, acordava no meio da noite suando frio, tremendo e às vezes, raramente, aos gritos de pavor.

Estava cansada de sentir medo.

Mas obviamente o medo não iria embora, não enquanto houvesse algo a temer. O medo era aquela mão invisível que lhe apertava o coração, aquele pensamento obscuro que lhe vinha à cabeça, aquela sensação incomum de estar sendo seguida.

Caitlin poderia ter sentido vários tipos de medo, e o mais ameno -aquele que parecia apenas um incômodo que lhe percorria o corpo- ela sentia agora, enquanto observava Emma deitada na maca com o braço enfaixado, já fazia quase três horas que estava dormindo, embora isso fosse bom, a preocupava bastante.

—Já é o segundo ataque em menos de duas semanas.- comentou.- O que está acontecendo?
—Não tenho a menor ideia. Sei de invasões de insetos em cidades, escolas, hospitais, plantações, mas nunca um ataque em massa.

—Barry, você acha que tem algo haver com um meta-humano?

—Com certeza. Joe me ligou, disse que a área já foi processada e que não acharam nada incomum.

—Igual ao trem.- sussurrou com suspirou.

—Além dos insetos, não tem nada que ligue os dois ataques. Mas prometo que descobriremos o que está acontecendo.

—Ok, Cisco virá para cá e juntos, como sempre, vamos descobrir o que é isso tudo.- ratificou Caitlin.

Emma se remexeu chamando a atenção dos dois, Caitlin caminhou até ela, o braço machucado para fora da maca, o cabelo bagunçado e a boca entreaberta.

—Ela parece você quando está dormindo.- comentou a doutora e com um pequeno sorriso começou a desatar a gaze do braço de Emma.

—Não parece não.- Barry defendeu.- Ela parece com você, até sua mãe confirmou.

A simples menção da mãe fez o sorriso dela desaparecer.

—Será que podemos evitar falar dela, por favor.- pediu. Pode ouvir Barry suspira.

—Ela é sua mãe, Caitlin.

—E é exatamente por isso que eu quero evita-la.

Barry bufou, eles não iriam retomar a discussão novamente, pelo menos não pela parte dela. Terminou de desatar a gaze do braço de Em quando algo lhe chamou a atenção, quando chegaram ao laboratório Emma tinha quebrado o rádio, seu braço estava inchado pela perfuração dos vasos sanguíneos, mas agora, tudo parecia normal.

Caitlin pressionou o dedo indicador e o dedão sobre os dois ossos do braço dela, do pulso até o cotovelo, não sentiu nada, nenhuma fratura.

—Barry.- chamou meio nervosa.

—O que foi?- ele se aproximou, preocupado.

—Temos que bater um raio-x do braço de Emma.- informou, já ajeitando a garota na maca.

—Outro?- Barry passou a mão pela nuca confuso.

—É, outro. E tem que ser agora.

E sem protestar eles foram.

Caitlin sentia que seu coração iria sair pela boca a qualquer momento, se estivesse certa -o que muito provavelmente estava- sua vida daria outro giro de 360º para uma nova rota e desta vez seria um pouco menos confusa. Ela torcia para isso.

—Isso é impossível.- sussurrou Barry completamente abismado ao encarar a chapa do raio-x.

—Parece que não.- cruzou os braços e mordeu o lábio inferior.

—Quando foi a última vez que você viu algo assim?- ele perguntou.

—Com você.

—Como?

—Suas fraturas, as mais amenas, levam no mínimo três horas para se curarem,- explicou, sua cabeça girava tentando achar alguma explicação plausível para tudo aquilo.- por causa do seu metabolismo acelerado.

—Mas, eu só me curo rápido porque sou meta-humano.- Barry falou, então se virou para a garota na maca.- Isso quer dizer que…

—Isso quer dizer que Emma é uma meta-humana.- soltou um suspiro que estava preso em sua garganta.-Temos que começar a fazer os testes.

—Sim, claro. Mas Em nunca vai deixar você chegar perto dela com uma agulha, lembra?

—Claro.- deu os ombros e se encaminhou para um armário perto da maca, retirou uma caixa que continha agulhas e seringas esterilizadas.- E é por isso que vamos tirar o sangue dela agora.

Barry encarou a seringa em sua mão, assentiu com a cabeça em apoio. Caitlin circulou a maca parando do lado de Emma. Respirou fundo, o braço da garota já estava estirado, passou o garrote pelo bícpe de Em e apertou com força, tirou a tampa da agulha e deu uma última olhada em Barry que se encontrava de frente para Emma. Respirou fundo de novo, desta vez tomando coragem.  

Então tudo aconteceu de uma vez, a agulha entrou na pele de Emma no exato momento em que ela abriu os olhos, chutou Barry na barriga, empurrou Caitlin, fazendo a doutora cair no chão, e em  menos de um segundo, usando uma velocidade sobre-humana, se encontrava do outro lado do córtex, arfando e murmurando com sigo mesma.

—Você sabe que eu odeio agulhas.- gritou.

Tanto Caitlin quanto Barry estavam sem palavra, sendo que este último também estava sem ar devido o chute que Emma aplicará na boca do estômago dele, aquilo estava ficando cada vez mais estranho.

—O que está acontecendo?- perguntou Emma levando a mão esquerda até a cabeça, seu olhar parou no garrote, agarrou o objeto com força e arrancou do braço.- Vocês estão tentando tirar o meu sangue, sem a minha permissão?

Nenhum dos dois respondeu, Caitlin ainda tentava controlar sua voz que provavelmente falharia se falasse algo, já Barry tentava recuperar o ar.

—O que está acontecendo?- a garota voltou a repetir.

—Emma se acalme.- pediu, tentando soar mais calma do que parecia.- Podemos explicar.

—Então comecem.- cruzou os braços sobre o peito.

—Sei que é difícil acreditar, mas preciso que confie em mim.- a doutora pediu se aproximando.- Você confia?- Em confirmou com a cabeça.- Ótimo. Vai parecer estranhos, mas acredite.- respirou fundo, puxou a mão da garota descruzando os braços.- Emma isso é confuso, mas  você é… diferente.

—Como assim?

—Você é uma meta-humana.- Barry respondeu, Emma vacilou, sua boca se abriu, mas nenhum som saiu.- Eu sei que isso soa estranho, mas acredite, é verdade.

—Isso é loucura!- a garota exclamou virando-se de costas para Caitlin.- Como eles descobriram isso? -Emma sussurrou para si mesma, ou pelo menos pensou isso.

—Descobrimos o “que”, Emma?- perguntou Caitlin fazendo a garota virar.- O que você está escondendo?

—Nada.- respondeu olhando para os próprios pés.

—Não minta para mim, Emma. Eu sei quando está mentindo.

A garota torceu as mãos, evitando a todo custo olhar para Caitlin, um gesto que a fez ficar ainda mais parecida com...

Emma levantou o rosto encarando Caitlin de frente, seus olhos eram como um caleidoscópio de cores terreais, castanho e verde. Em mordeu o lábio inferior, passou a mão pela nuca nervosa, a combinação desses simples gesto fez a doutora ofegar.

Olhou para Barry, que também pareceu notar algo, a troca de olhares foi quase um concordância mútua, ambos se viraram para Emma, que suspirou e falou.

—Vocês são péssimos pais.

A boca de Caitlin abriu e fechou, não estava entendendo mais nada. Estava apostando consigo mesma que Emma era filha de Barry com alguma outra mulher, não com ela. Nunca com ela.

—Eu sei que é confuso, sei que é estranho, mas vocês precisam confiar em mim.- pediu, e Caitlin se viu refletida naquela frase. Emma era tão ela.- Meu nome é Emma Nora Snow Allen e eu vim do futuro.

Quando recebemos uma notícia importantes entramos em estado de choque, nosso corpo tem diversas reações, a mais provável é o desmaio. Primeiro começamos a nos sentir mais leve, uma sensação de calmaria passa por nós, então, todos os barulhos são bloqueados, isso se deve a falta de sangue no cérebro. Então seu ritmo cardíaco aumenta para alcançar a pressão que permita enviar mais sangue ao cérebro.

Você começa a perder um dos principais sentidos, o tato, pois todo o sangue do seu corpo está sendo direcionado ao cérebro. A sensação de estar mais leve se deve ao fato do corpo está entrando em um estado de anestesia e o cérebro não está conseguindo oxigênio suficiente, suas funções motoras começam a falhar e então tudo entra em um breu profundo.


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