A Filha da Noite escrita por sutekilullaby, izacoelho


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo vai para a carolcniomdb. Muito obrigada pela recomendação! s2

Bem, este capítulo ficou mais comprido porque eu juntei dois em um, já que o cap. 32 original era pura encheção de linguiça =B Mas espero que gostem, pois já teremos uma carinha nova por aqui... Enjoy! ;*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/70174/chapter/32

  A cena mudou, e estávamos de volta ao Mundo Inferior. Em seus tronos, Hades e Perséfone conversavam sérios. Abaixo deles, Percy, Nico e Thalia olhavam o chão de um jeito triste, e lágrimas escorriam lentamente pelos rostos de Percy e Thalia. Logo percebi que Annabeth havia nos deixado.

 

  — Agora, minha filha — disse Nyx, me virando de frente para ela. — Tenho algumas coisas para você. Você precisará.

 

  Ela tocou minha testa com a mão, e senti uma dor horrível. Minhas mãos tentaram instantaneamente tirar a mão dela dali, mas duas Queres me impediram, segurando meus braços. Acho que gritei alguma coisa. Aquilo era muito pior do que a dor de cabeça que eu havia sentido com Tífon.

 

  O que pareceu uma eternidade depois, Nyx retirou a mão da minha testa e as Queres me soltaram. Caí de joelhos no chão, e por alguns momentos não senti nada além de alívio. Levantei, e Nyx fez um movimento com a mão, e pequenos pedaços de noite vindos sabe-se lá de onde rodopiaram à minha volta. Com um sorriso leve no rosto, minha mãe me virou para meus amigos.

 

  Percy e Thalia arregalaram os olhos, e Nico deixou um ofego escapar de seus lábios. Mesmo de longe, eu podia perceber sua expressão de admiração e... Desejo? Não sei se era isso, mas era algo do gênero.

 

  — Que foi? O que aconteceu comigo? — Perguntei, confusa. Eu queria saber o motivo daquele olhar do Nico.

 

  — Veja você mesma. — Nyx balançou a mão à minha frente, e vi meu reflexo como em um espelho. Fiquei pasma com o que vi.

 

  Meu cabelo estava apresentável, mas minha cara continuava sem um grama de maquiagem e minhas roupas continuavam surradas e sujas. A única peça diferente que eu usava era uma blusa preta de alças em vez da minha camiseta da Cadaveria. Mas não eram minhas roupas o motivo maior de eu ter ficado daquele jeito. Eram as marcas em meu rosto. Agora eu não tinha apenas uma lua. Eu tinha várias marcas exóticas, como minha mãe. As marcas começavam a partir da lua no centro da minha testa e faziam o contorno no meu rosto através de linhas curvas e bonitas até chegar aos ombros, onde terminavam.

 

  — O que... Para que é tudo isso? — Perguntei, atordoada.

 

  — Quanto mais poderosa você é, mais marcas você tem. — Nyx murmurou para mim. — Digamos que eu... Ressaltei alguns de seus dons. Você enfrentará muitos perigos e precisará deles.

 

  — Ok, então. — Eu disse após sorrir e agradecer em pensamento, dando as costas à minha mãe para encarar Hades. É, eu sei que não devia fazer isso, mas às vezes eu esquecia que ela era uma deusa super poderosa e tudo mais. — Onde está Heidi?

 

  — Por aí com aquela mãe dela. — Hades respondeu. Eu podia ver pela sua expressão que não era exatamente isso o que ele queria me dizer.

 

  — Tenho que ir agora. — Minha mãe disse, tocando meu ombro. — Boa sorte com tudo. Você saberá como me encontrar quando precisar. E não esqueça de falar sobre aquilo com Quíron e com seu pai.

 

  — Não esquecerei, mãe. — Respondi solenemente.

 

  Ela me deu as costas e voltou ao seu tamanho normal. As Queres me cumprimentaram com um movimento de cabeça e também voltaram às suas alturas de deusas, e as seis saíram da sala.

 

  Fui até os outros. Nico não desgrudava os olhos de mim por um segundo sequer. Ele segurou minha mão quando parei ao seu lado, e sorrimos um para o outro.

 

  — Então? — Perguntei ao meu (eca!) sogro. — Você não pode chamá-las ou algo assim?

 

  Percebi que Hades agia contra sua vontade. Eu sabia que até os Três Grandes temiam alguns dos deuses primordiais, principalmente Nyx. Obviamente ele não queria se meter com a filha dela.

 

  — Alecto! — Ele chamou, e uma Fúria apareceu. — Chame Hécate. E aquela filha dela.

 

  Alecto fez uma reverência e saiu, voltando poucos minutos depois. Atrás dela vinha uma mulher com cabelos castanho-arruivados como os de Heidi. Ela usava um vestido longo preto com detalhes em roxo. Atrás dela, parecendo muito mais velha do que ela realmente era, estava Heidi. Mesmo considerando que ela vinha sendo muito mal-humorada e irritante ultimamente, eu estava feliz em vê-la. Eu pensava que ela havia morrido depois do “incidente” do Monte Santa Helena.

 

  — Lorde Hades. — Heidi fez uma reverência, e se voltou para nós. — E AÍ, POVO!

 

  E a boa e velha Heidi estava de volta.

 

  — Hey, bruxinha. — Thalia abraçou Heidi com um sorriso desanimado no rosto.

 

  — Olá, choquinho. — Heidi abraçou Thalia e se voltou para Percy. — Cabeça de Alga!

 

  Heidi estava genuinamente feliz em ver Percy, mas ele não fez nada além de estremecer e dizer um “oi” baixo e triste. Heidi fez uma expressão confusa para ele e veio até Nico e eu.

 

  — Então o casal feliz está junto novamente. — Ela sorriu e abraçou a nós dois ao mesmo tempo, e cantarolou uma música com um jeito divertido e meloso, apesar de a música original não ter nada de divertida ou melosa. — We’ll be together again, all just I dream in the end.

 

  — Como você sobreviveu a tudo aquilo? E o que era aquilo, afinal?! — Percy perguntou. Ele pode ter raciocínio tão lento às vezes.

 

  — Os deuses estavam usando ela como uma espécie de portal para desencadear seus poderes sobre Tífon. — Hécate respondeu. — Todos os deuses. Ou quase todos.

 

  — Na verdade, a idéia original era usar o filho de pescador aqui. — Disse ela novamente. Porém seu rosto havia mudado. Agora ela parecia uma garota um pouco mais velha do que eu, de talvez uns 17 anos. — Seu corpo é resistente como o dela, mas você com certeza ia desaparecer.

 

  — Mas como minha Heidi aqui tem mais relação com a magia — disse ela agora com o rosto de uma senhora idosa, uma versão de 70 anos do rosto jovem que ela apresentava segundos antes. —, ela sobreviveu. Além de que ela já tem mais tempo nesse negócio.

 

  — Espera aí. — Thalia disse. — O que você quer dizer com “mais tempo nesse negócio”?

 

  — Bem, quando ela era bebê, eu sabia que ela era especial. Então eu a mergulhei no Styx!

 

  — Eu estava bem relutante no começo. Eu não queria mergulhar minha bebê naquele rio poluído. — Disse o rosto mais jovem.

 

  — É, eu estava bem relutante. Não era seguro para uma criança tão pequena e tão jovem. Ela havia nascido tão magra e pequenina... — Disse o rosto adulto.

 

  Ok, agora eu sei de onde vinha a bipolaridade de Heidi.

 

  Hécate continuou monologando com seu rosto mutante sobre como Heidi era quando bebê, mas o resto de nós parecia entediado.

 

  — Ok, Ok — Heidi disse mais alto. — Acho que vamos ter que ir, agora. Mãe, foi ótimo ver você de novo. Perséfone, sua visita foi muito boa. E Hades, você tem que brincar mais com o Cérbero. Ele anda tão revoltado que tem rosnado até pra quem ele conhece, tipo eu.

 

  — Isso é verdade. — Murmurei.

 

  — Mas ele gostou de você, Mel. — Disse Thalia.

 

  — Ele gostava de Annabeth também. — Ouvi Percy sussurrar.

 

  — O Cérbero gostou de você? — Nico perguntou com admiração. Eu assenti.

 

  — Que ótimo! Viu, pai? Até o Cérbero gosta dela. Por que você não pode? — Perguntou Nico ao pai, que nos olhava com uma cara entediada.

 

  — Você não entende, Nico. A pergunta que me faz é o mesmo que perguntar a Atena qual é o problema de uma filha dela estar com um de Poseidon. Nós queremos apenas o melhor para nossos filhos...

 

  — Mas por que tanto ódio de Nyx? Só porque o seu reino era antes governado por ela? E porque dizem que ela é muito, muito poderosa, e pode ter controle até sobre a imortalidade de alguns deuses? — Perguntei, petulante. Ah, como eu adorava fazer isso com os deuses... Principalmente com os mais irritantes e que me odiavam sem motivo aparente.

 

  A expressão de Hades ficou sombria e ele me encarou com raiva por alguns segundos, e então direcionou seu olhar mortífero para os outros.

 

  — Vão embora daqui. — Disse ele fazendo um movimento com as mãos. Nico e Heidi fizeram mesuras para ele, mas eu, Thalia e Percy não nos preocupamos com isso.

 

  Quando fomos passar por Cérbero, o cachorro nos olhou com interesse, e deu um latido alegre após cheirar o meu cabelo com o focinho maior que a minha cabeça. Ele deu pulinhos e me olhou como quem pergunta se eu não quero brincar mais.

 

  — Foi mal, amigo. Mas prometo que voltarei pra brincar bastante com você. — Eu disse com um carinho em sua cabeça central. O cachorro soltou um ganido de tristeza quando nos afastamos e subimos no barco de Caronte, preparados para voltar para casa.

 

  Saímos do Mundo Inferior e entramos no nosso carro. Decidimos ir primeiro a um restaurante. Nico havia conseguido algum dinheiro com Caronte, e fazia provavelmente alguns dias desde que eu, Percy e Thalia não comíamos nada decente. Paramos em uma lanchonete barata, mas até o cheiro excessivo de óleo e gordura parecia acolhedor. Todos nós comemos muito (Percy e Thalia teriam comido o triplo do que eu comi se não estivessem tão tristes com a coisa toda de Annabeth, então comeram ‘só’ o dobro) e fizemos Nico gastar quase todo o dinheiro. Quase.

 

  Como Nico e Heidi estavam mais descansados e Heidi tinha apenas treze anos, decidimos que Nico iria dirigir pelo menos até sairmos da cidade, e então usaríamos aquela “velocidade ômega”. Percy, Thalia e Heidi sentaram no banco de trás do carro, e eu sentei na frente, ao lado de Nico. Não demorou muito para que Percy e Thalia dormissem. Eles haviam tido aquela notícia horrível sobre Annabeth... Pior, haviam visto ela morrer. Mas eles estavam lidando muitíssimo bem com a situação, e eu estava surpresa por Percy não ficar me culpando o tempo inteiro.

 

  Nico e eu estávamos conversando sobre os últimos acontecimentos quando me dei conta de uma coisa.

 

  — A profecia estava errada. — Eu disse, pensativa.

 

  — Como? — Ele perguntou.

 

  — A profecia. Estava errada, não se realizou, sei lá. — Expliquei. — Veja: Para o oeste, os mais poderosos irão, junto da sabedoria, cinco formarão. Essa parte já passou: éramos nós quatro e Annabeth. No oeste mais tempo vão ficar, para do abismo, três resgatar. Fomos ao Mundo Inferior resgatar você, Heidi e Annabeth. O resgate de Annabeth falhou, mas enfim. A batalha terminará pela filha da escuridão... Que acabou se revelando Heidi, e não eu... E, ao final, seis retornarão. Mas nós estamos em cinco.

 

  — É verdade. — Ele assentiu, os olhos fixos na ampla avenida por onde passávamos. — Mas ainda não voltamos. Muitas coisas ainda podem acontecer.

 

  Aquilo me fez pensar no que minha mãe havia me dito, sobre os novos e poderosos semideuses, e minha irmã. Será que iríamos encontrar algum deles?

 

  — Ok... — Nico disse depois de alguns momento em silêncio. Já havíamos deixado a cidade para trás, e uma estrada de asfalto ladeada por terras arenosas se estendia à nossa frente. — Já estamos bem longe da cidade. E agora?

 

  — Apenas pise fundo no acelerador. — Eu disse.

 

  Nico fez o que eu disse, o painel piscou e mudou, e o ômega foi atingido. O velho aparelho de som se transformou na telinha touchscreen, e eu selecionei Monte Olimpo como destino. Aquela voz gentil soou pelo carro, instruindo humanos e semideuses a fechar os olhos, e aceleramos provavelmente quase na velocidade da luz.

 

  Ok, exagerei um pouco.

 

  Eu não peguei no sono desta vez. A tentação era grande, mas consegui ficar acordada. Quando senti que havíamos parado, não faço idéia de quanto tempo depois; abri meus olhos. Estávamos em um posto de gasolina. Na tela do carro havia uma mensagem piscando em verde, informando que precisávamos reabastecer. O sol estava se pondo no horizonte...

 

  E eu sentia uma presença próxima dali.

 

  Todos os outros pareciam estar dormindo. O que diabos aquele carro fazia com as pessoas para que dormissem com tanta facilidade? Eu precisava acordá-los.

 

  — Nico. — Eu disse, soltando meu cinto de segurança. — Nico. Acorda.

 

  Mas ele continuou dormindo tranquilamente. Revirei os olhos, impaciente. Eu havia esquecido que ele dormia como uma pedra. Saí do carro e abri a porta de trás.

 

  — Heidi. — Eu disse, cutucando o braço dela. Ela resmungou algo como “hmm” e apenas mudou de posição, se acomodando mais em seu espaço no banco. — HEIDI! — Gritei no ouvido dela. Ela deu um pulo no banco, enquanto os outros continuavam dormindo como crianças.

 

  — EU NÃO QUERIA FAZER AQUILO, EU JURO! — Ela gritou, suando. Ela olhou furtivamente ao redor, e então respirou fundo.

 

  — Como? — Perguntei. De que ela estava falando?

 

  — Ah. Desculpa. Pensei que fosse minha mãe. — Ela informou, parecendo bem mais tranqüila. — Hoje de manhã eu estava treinando feitiços e sem querer transformei uma das lampades favoritas dela em uma pedra. Por sorte ela não descobriu. Ainda.

 

  — Heidi, tem uma presença por aqui, e nós temos que abastecer o carro. — Falei, ignorando o drama dela e mudando de assunto para algo mais importante. Eu nem sabia que Hécate tinha lâmpadas, e não estava nem um pouco interessada em saber que Heidi tinha transformado uma em pedra.

 

  — Ah, inferno. Certo, então eu ponho a gasolina no carro enquanto você mata os monstros, tá?

 

  Eu lhe dei um olhar duro.

 

  — Ei. Era brincadeira.

 

  — Alguém já te falou que você tem distúrbio de personalidade?

 

  — Na verdade, já. Minhas professoras. Meus colegas idiotas. Até meu pai. Praticamente todo mundo, menos a minha mãe.

 

  — Ah, por que será...?

 

  Dessa vez foi ela quem me lançou um olhar duro. Eu a ignorei.

 

  — A presença está muito próxima. Pegue sua arma.

 

  — Mas e os outros?

 

  — Deixa eles dormirem. — Eu disse enquanto ela soltava o cinto e saía do carro. — Ou você acha que não conseguimos lidar com esses monstros sozinhas?

 

  — Claro que conseguimos. — Ela disse, com um meio sorriso sarcástico e uma sobrancelha erguida. Seu olhar era divertido.

 

  Eu sorri. Era tão bom estar com aquela Heidi novamente, a Heidi que eu havia conhecido em Winnemucca; e não a Heidi chata e irritante com quem eu havia convivido nas florestas perto de Seattle.

 

  — Venha. Vamos entrar na loja. É lá que está a presença.

 

  Fomos até a loja de conveniência do posto. A loja era até grande, com várias opções de comidas e bebidas, e algumas mesinhas redondas com cadeiras altas. Não havia ninguém na loja além de nós, uma garota loira que escolhia sorvetes e três atendentes espalhadas pela loja: uma atrás do balcão, uma na frente do corredor que levava aos banheiros e outra perto da porta pela qual havíamos acabado de entrar. A moça perto da porta nos deu um sorriso largo com dentes mais afiados que o normal. Eram essas atendentes a fonte das presenças.

 

  Heidi girava o anel dourado no dedo nervosamente, olhando em volta e provavelmente já entendendo o que estava acontecendo. Levei a mão ao bracelete, mas andei normalmente até a garota que levava um pote de sorvete de cookies com creme até o balcão. Ela pagou e ia caminhando tranqüila até a porta, mas esta se fechou com força. Achei estranho os monstros não terem deixado uma mortal sair e troquei um olhar nervoso com Heidi. Será que...?

 

  Mas não tivemos muito tempo para pensar.  As três atendentes estavam nos cercando com olhares demoníacos.

 

  — Parece que o filho do chefe não está aqui para nos impedir dessa vez... — Disse uma delas.

 

  — Quem são vocês? — Perguntou a garota loira, paralisada. Seus enormes olhos azuis estavam confusos.

 

  — Somos o seu destino, garota. — Respondeu outra.

 

  — Aquele psicopata mandou vocês atrás de mim? — Perguntei com raiva.

 

  — O que? Não. — Respondeu a terceira. — Muita gente para torturar no Mundo Inferior. Mas nós gostamos de dificultar um pouco a vida dos semideuses. Então... Divirtam-se.

 

  Após dizer aquilo, ela estalou os dedos, e escorpiões do Submundo começaram a brotar de todo lugar, inclusive de embalagens de alimentos e bebidas, nos cercando. As três atendentes riram e revelaram suas verdadeiras formas, as Fúrias. Elas nos deram olhares demoníacos e desapareceram.

 

  — QUE DROGA É ESSA?! — Gritou a garota ao meu lado. Ela olhou seu enorme pote de sorvete, que estava tremendo, e um escorpião saiu de lá também. Ela deu um grito e atirou o pote longe.

 

  — Acalme-se, ok? — Eu disse a ela.

 

  — Apenas fique atrás de nós. — Heidi completou, pressionando uma pedrinha em seu anel e fazendo uma grande lâmina curva surgir. Eu arranquei o pingente do meu colar e estava com minha lança.

 

  — Quem são VOCÊS?! — A garota perguntou em um grito. Ela estava quase chorando de desespero. — O que são essas coisas? Por que eu não posso ter uma vida normal, meu deus?!

 

  — Você tem muitos problemas? — Perguntei enquanto Heidi jogava alguns escorpiões longe com sua arma. — Tipo... DDA? Dislexia? Hiperatividade? Coisas estranhas como isso acontecendo o tempo todo?

 

  — Como você sabe disso? — Ela me perguntou com os olhos assustados e cheios de lágrimas. — Ah não, mais uma pra minha vida. Por que eu, meu deus...?

 

  — Diga “meus Deuses”. — Disse Heidi. — É tudo o que posso dizer no momento. AGORA SERÁ QUE DÁ PRA VOCÊ ME AJUDAR AQUI, MELANIE?!

 

  Comecei a matar alguns escorpiões com minha lança. Havia muitos deles, mas felizmente Heidi estava ali. Quando nós pensávamos que eles estavam no fim, surgia uma nova leva de monstros. Eu estava cansada daquilo. Recuei um pouco até a garota atrás de nós, que só chorava e tentava abrir as portas (trancadas) da loja.

 

  — Hey. Como é o seu nome? — Perguntei.

 

  — S-summer. — Ela respondeu com lágrimas rolando por seu rosto.

 

  — Certo, Summer. Então me ouça: no momento em que você sair daqui, poderia por favor ir correndo até aquele Fusca e abastecê-lo? Todas nós vamos precisar disso. Com ele nós vamos te levar à segurança. Agora, apenas fique atrás de mim.

 

  Ela assentiu freneticamente e foi para o meu lado. Eu toquei um dos espinhos do meu bracelete, e ele se transformou em um escudo. Larguei minha lança no chão e concentrei todas as minhas energias, fazendo um movimento com a palma da mão livre aberta. Uma pequena bola de energia preta cheia de pontos luminosos surgiu ali, como se eu estivesse criando aquele pequeno pedaço de noite. Atirei o pequeno pedaço de noite que eu havia criado contra as portas de vidro com força, e joguei-me na frente de Summer com o escudo, protegendo-a dos estilhaços de vidro que saltaram. Porém, não tive tempo para mais nada, pois desmaiei, completamente cansada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Certo, muitas notas aqui...
1. A música que a Heidi cantarola pra Melanie e pro Nico é Together Again, do Evanescence; e Cadaveria é uma banda de metal. A vocalista é uma versão mais velha de como eu imagino a Mel. Aqui uma foto dela: http://www.lastfm.com.br/music/Cadaveria/+images/8307543. Se alguém aí gosta de bandas como Cradle of Filth, Theatres des Vampires e Opera IX, Cadaveria é uma banda que eu recomendo, apesar de esse gosto musical ser bem incomum. (Não sei classificar Cadaveria, mas acho que é parecido com black metal ou gothic metal com vocal feminino meio gutural. enfim).
2. O que acharam da Summer? Têm algum palpite sobre quem pode ser o pai/a mãe dela?
3. O número de reviews caiu muito nos dois últimos capítulos... Eu tô piorando tanto assim, gente? =(
4. Não fiquem achando que Hades é mau. No final tudo vai se esclarecer sobre o porquê de ele se comportar assim com relação à Mel. 5. Segunda os mitos, Hécate era de fato uma mulher com três cabeças: uma era a jovem, uma era a mãe e uma era a anciã. Mas como uma mulher de três cabeças ficaria muito estranho, eu fiz um rosto mutante. rs Então, o que acharam dos últimos acontecimentos? n_n'