A Filha da Noite escrita por sutekilullaby, izacoelho


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

eu ia postar só amanhã de noite, mas como tô muito boazinha, resolvi postar agr, eajioejoia



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  Eu já havia lido em livros como a Teogonia de Hesíodo sobre Tífon, e sempre visualizei mais ou menos como eu pensava que ele devia ser. Nunca me assustei muito com as imagens, não me assusto fácil. Mas aquela cabeça gigante que surgiu no meio da lava... Aquilo sim, era assustador.

 

  Acho que é meio impossível descrever bem Tífon. Só sua cabeça mal passava pelo mar de lava, de tão grande. Ele parecia meio humanóide, mas as feições iam sofrendo mudanças sutis a cada segundo, até que se percebesse que ele estava completamente diferente. Sua pele era verde cheia de bolhas escurecidas. Poucos segundos depois de sua cabeça surgir da lava, milhares de outras cabeças pequenas surgiram dos lados dele, cabeças de serpentes pretas que, mesmo parecendo minúsculas comparadas a Tífon, eram praticamente do tamanho do meu corpo inteiro. As serpentes tinham olhos brilhantes, faziam ruídos horríveis que podiam variar de animais furiosos a gritos quase humanos, e soltavam faíscas por entre os dentes.

 

  Creio que fiquei um tempo paralisada, assim como os outros. Meu coração batia descompassado. Eu podia ver a expressão de terror nos rostos de Percy e Thalia, mas Heidi continuava com aquele olhar dourado, solene e concentrado.

 

  Tífon abriu os olhos gigantes. Seus olhos lembravam os de um ser humano, mas o formato lembrava um pouco o de um olho de serpente. Não tinham uma cor certa, mudavam assim como as feições do monstro, mas eram aterrorizantes mesmo assim. Os olhos se fixaram primeiro em mim, e depois passaram por Thalia e Percy e pararam em Heidi. Percebi que os lábios dela se moviam sem fazer som algum. O monstro rosnou, e as cobras se agitaram. Ele se levantava mais, logo também era possível ver seu nariz e sua boca, com fileiras intermináveis de dentes afiados que eram maiores que eu. Percebi que era hora de agirmos. Meio sem saber o que estava fazendo, empunhei minha lança e cometi praticamente um suicídio. Fui em direção à cabeça emergente de Tífon.

 

  — MELANIE! — Ouvi algumas vozes chamando. Thalia e Percy. Mas eu tinha a impressão de ter ouvido mais alguém... Nico? Será que era possível eu ouvi-lo de algum modo através daquele treco de ligação empática?

 

  Quando eu estava me aproximando do monstro, ele me fitou com raiva e desprezo, e várias cobras vieram na minha direção, espalhando lava e faíscas. Ignorei a dor de cabeça absolutamente insuportável e o calor que me fazia passar mal, e segui em frente, desviando das cobras. Tentei me transformar em uma sombra, mas a luminosidade laranja que a lava emitia me impedia disso. Droga. Percebi como eu havia sido louca e imprudente e comecei a rezar mentalmente. Nico, pai, mãe, Percy, Annabeth, seja lá onde você estiver; Thalia, e até Heidi, eu amo todos vocês. Queria deixar meus CDs para a Thalia, minhas maquiagens para Heidi, meus livros para Annabeth, que eu acredito que ainda está viva, e queria mandar um foda-se pro Sr D. e meus eternos agradecimentos ao Hermes, por ter me entregado minha arma, e a todos os deuses que nos ajudaram na missão, principalmente Atena e Had...

 

  Não pude concluir meu testamento mental, porque vi uma boca enorme e preta vindo na minha direção, e soltando várias faíscas. Uma das serpentes de Tífon. Cerrei os olhos e aumentei a velocidade do vôo em direção à cabeça cada vez mais alta do monstro. Quando esperei sentir dentes sendo cravados em mim, olhei para trás e vi Thalia com seu arco, lançando flechas freneticamente contra as cobras. Algumas apenas se feriam, mas outras caíam na lava, inertes, quando ela acertava no ponto fraco delas. Heidi continuava olhando para o monstro com aquela cara de songa monga, e Percy... Ei, cadê o Percy?

 

  Foi só eu pensar isso e ouvi um grito vindo de algum lugar acima da minha cabeça.

 

  — PELO OLIMPO! POR POSEIDON! — Percy estava montado em um pégaso preto voando por cima de Tífon, lançando várias bombas nele. As bombas explodiam em fogo verde, matando várias cobras, e deixando Tífon mais aturdido... E irritado. Recuperei a sanidade e voei para ele.

 

  — O que é tudo isso? — Perguntei, vendo que ele tinha uma bolsa de onde tirava as bombas.

 

  — Meu pai mandou Blackjack para nos ajudar! E uma bolsa mágica cheia de bombas de fogo grego, também. — Percy estava suando horrores, mas seu olhar parecia mais divertido e animado, como se ele estivesse muito feliz em jogar bombas verdes em Tífon. — Aliás, Melanie, este é meu pégaso Blackjack. Blackjack, diga oi pra Melanie.

 

Blackjack relinchou.

 

— Ele disse oi. —Percy comunicou, jogando mais bombas em Tífon. O monstro grunhia. — Blackjack, vamos até a Thalia. Você disse que tem algo para ela.

 

  O pégaso voou rápido até Thalia, que estava ao lado de Heidi, atirando flechas sem parar. Seu rosto estava tão suado quanto o de Percy, seu olhar não desviava de Tífon e ela estava com uma expressão de maníaca que deu medo.

 

  — Thalia! — Percy chamou. Ela não se virou. — Seu pai e Ártemis mandaram algo para te ajudar! — Ele pegou outra bolsa e atirou para Thalia. Quem a pegou foi Heidi, sem ao menos desviar o olhar ou parar de murmurar coisas que eu não conseguia ouvir. Thalia pegou a bolsa da mão dela sem ao menos olhar para seu rosto e tirou algo de lá. Uma flecha comprida e prateada apareceu, mas esta não era prateada como as outras, que representavam a luz da lua. Esta era prateada porque tinha uma corrente elétrica poderosa passando por ela. Thalia abriu um sorriso quando viu o que era e sua expressão ficou ainda mais maníaca. Sério, deu muito medo. Ela atirou a flecha em Tífon, e ele rosnou tão alto que mais pedras caíram do alto.

 

  — O que fazemos agora? Nada parece estar adiantando! Estamos só atrasando Tífon e o deixando com mais raiva. — Perguntei ao Percy, mas ele estava inclinado sobre Blackjack, como se o pégaso estivesse lhe dizendo algo.

 

  — É isso mesmo que os deuses querem. — Ele disse, levantando o rosto. — Eles pediram para Blackjack nos avisar. Eles só querem que a gente atrase ele. E que não deixemos absolutamente nada tocar em Heidi.

 

  — Heidi? O que ela tem a ver com isso? — Perguntei. Mas em seguida um rugido estremeceu o Monte, e olhei na direção de Tífon, que se erguia cada vez mais. Agora dava para ver até seus ombros. Era de lá que brotavam as cobras pretas. Milhares delas. Percy gritou mais uma vez pelo Olimpo e saiu bombardeando o monstro com suas bombas de fogo grego. Thalia continuava atirando flechas elétricas no monstro. Da Heidi eu nem falo nada. A coisa era que eu era a única inútil ali, e a única que não havia recebido nenhuma ajuda da minha mãe. Fiquei meio chateada por isso, mas não era hora de me ressentir com meus queridos familiares divinos. Respirei fundo, empunhei minha lança e voei a toda velocidade para o monstro, mesmo que isso fosse suicídio. Além do fato de ele ser o monstro mais poderoso de todos, havia as flechas de Thalia e as bombas de Percy. Mas quem se importa?

 

  Pela primeira vez olhei para cima desde que começamos a lutar. Eu podia ver o céu através de um buraco que parecia pequeno lá no alto, mas na verdade era a enorme cratera do vulcão. Eu conseguia ver as gotas de chuva e ocasionalmente ver o clarão de um relâmpago, mas não conseguia ouvir nada devido ao barulho da nossa luta. Então percebi que eu sabia que horas eram. Quase quatro da madrugada. O fato de que era de noite me deu novas forças, e então percebi um fiapo de névoa preta vindo na minha direção. Parei, e o pedacinho de noite se enroscou no meu pulso, se transformando em um bracelete preto com espinhos. De um dos espinhos pendia uma etiqueta em grego antigo. Apertei os olhos para ler as letrinhas minúsculas, e consegui entender algo como “APERTE AQUI. NÃO LAVAR. FEITO DE MATERIAIS 100% ESTÍGIOS, LEGALIZADOS POR HADES & CO. MADE IN USA. AS FILHAS DA NOITE NÃO ACEITAM DEVOLUÇÕES. NO CASO DE ARMA AMALDIÇOADA, CONSULTE HÉCATE PELO RAMAL 954”. Embaixo disso, havia a imagem de uma mulher de costas abrindo os braços e, acima dela, a lua e várias estrelas. Ao lado disso, estava escrito FILHAS DA NOITE®.

 

  Ignorei a parte da etiqueta que falava em arma amaldiçoada, arranquei a etiqueta e apertei o espinho. Logo eu não tinha mais um bracelete, e sim um escudo preto bem grande. Havia alguma imagem nele, mas eu não tinha tempo de ver. Fui em direção a Tífon. Percebi que outro fiapo de noite surgiu e pareceu penetrar na minha lança, e esta, que antes era uma lâmina simplesmente escura, agora era tão preta quanto o escudo, e ambas as armas pareciam irradiar energia. Eu parecia irradiar uma energia estranha, que não sentia antes. Além das forças e vitalidade extras que recebi, eu me sentia mais poderosa, mais capaz. Olhei na direção de Tífon, onde ele se erguia cada vez mais, mas estava cada vez mais lento. Percebi que logo seus braços estariam livres, e aí nossos problemas iam começar mesmo. Thalia, Percy e Blackjack pareciam cansados, mas não paravam com os ataques. As serpentes lançavam faíscas cada vez mais longe, mas as faíscas pareciam desviar de Percy. Lembro que ele havia me dito que isso era porque ele havia mergulhado no rio Styx e era invulnerável, assim como Aquiles. Thalia, porém, não tinha tanta sorte. As Caçadoras eram imortais, mas poderiam morrer se fosse em batalha. Logo ela teve de parar com as flechas e ativar Aegis para defender a si mesma e a Heidi das faíscas fortes das cobras de Tífon. Ele rugia alto, e cada vez mais pedras desabavam. Percebi que Heidi estava meio brilhante. Sua pele parecia mais pálida, seus olhos dourados estavam maiores e mais brilhantes, ela parecia mais frágil e ao mesmo tempo mais poderosa, se é que isso era possível. Ela continuava falando alguma coisa. Havia uma aura à sua volta, uma aura de várias cores — branca, amarela, azul, vermelha, rosa, preta, verde, lilás, laranja — mas a cor que predominava era um vermelho escuro, meio cor de vinho. Thalia olhou para ela e ofegou. Ela se afastou pela borda onde elas estavam, cobrindo apenas a si mesma com Aegis. Eu estava confusa,mas não era hora para perguntas ou hipóteses. As bombas de Percy pareciam estar acabando, e Thalia havia parado com as flechas. Voei para o monstro.

 

  — POR NYX! — Eu não estava tão satisfeita assim com minha mãe por ela ter demorado tanto para se manifestar e tal, mas eu sempre tive vontade de dar um grito de guerra assim. É, é meio idiota, mas é tão legal, tão libertador.

 

  Voei mais rápido do que nunca,os olhos de Tífon fixos em mim. As serpentes avançaram, e eu as ataquei. Algumas deram de cara no meu novo escudo, outras tiveram a cara furada por minha lança, de outras eu consegui apenas desviar. Outras eram pegas pelas bombas que Percy ainda lançava, mas com menos freqüência do que antes. Algumas faíscas das cobras e das explosões me pegaram, e queimei uma perna ou algo assim, mas isso não era importante.

 

  — E AÍ, SEU FEIOSO! VAI CONTINUAR MANDANDO SEUS BICHINHOS TENTAREM ME MATAR? O GRANDE TÍFON TEM MEDO DE UMA MEIO-SANGUE DE NADA? — Gritei para ele em grego. Não foi algo muito inteligente a se fazer. Um rosnado se formou na garganta de Tífon, e ele se levantou em um impulso. Suas mãos estavam finalmente livres. Aí o estrago ia começar de verdade. Quer dizer, imagine um monstro gigante, gigante mesmo, com uma cabeça mutante e milhares de cobras nos ombros, e mãos humanas com garras. Detalhe: essas mãos são maiores que um edifício de três andares.

 

  Pedras caíram mais do que nunca, o vulcão inteiro tremia, as bolhas de lava estavam altas. Tive que desviar de várias pedras. Voei, procurando Percy. Ele estava indo em direção ao mar de lava, montado em Blackjack. Primeiro pensei que ele estava louco, achava que nós não tínhamos como vencer e estava se matando de uma vez. Então vi um vulto um pouco abaixo dele, caindo em direção ao fogo. Thalia.

 

  — THALIA! NÃO! — Gritei, e voei para eles sem pensar. Percy estava quase alcançando-a, mas ela estava quase alcançando aquele mar de lava. Comecei a rezar mentalmente, principalmente para Nyx e Zeus, e para o deus solidário que havia ajudado Annabeth. Ah, não custava nada tentar de novo, né?

 

  Por sorte, Percy conseguiu salvar Thalia sem nenhuma intervenção divina. Quando ele a puxou para cima de Blackjack, percebi como ela estava branca e como tremia. Ela se agarrou com força à cintura de Percy e ficou sussurrando alguma coisa.

 

  — Como você está? — Perguntei, voando lado a lado com eles.

 

  — HORRÍVEL! — Thalia gritou por entre soluços. — Era tão alto, tão horrível... E eu caía, e parecia que não ia parar de cair, e era ALTO! Santo Zeus...

 

  Ah. Entendi. Então não era do fogo que Thalia tinha medo. Era da altura.

 

  Estranhei o fato de Tífon não estar nos atacando. Voamos para cima, e vimos o porquê. Ele estava concentrando suas forças em Heidi, que continuava esquisita, encarando-o. A aura colorida brilhava cada vez mais forte. Tífon a atacava, mas seus ataques todos desviavam dela. Era como se...

 

  Como se ela também tivesse mergulhado no Styx.

 

  Então eu entendi o que estava acontecendo.

 

  Precisávamos ganhar um pouco mais de tempo, eu sentia isso. Mas só mais um pouquinho. Voando por trás de Tífon, passei tranquilamente por suas serpentes distraídas e raivosas e cheguei à sua monstruosa cabeça. Respirei fundo, e pousei em sua cabeça.

 

  Se, em qualquer dia dali pra frente me perguntassem qual foi a coisa mais nojenta que eu já fiz, eu sem dúvidas diria que foi pousar na cabeça de Tífon. Sua pele parecia a de um sapo gigante, mas era extremamente quente e irregular, e fedia. Ah, isso sim. Tífon tinha o pior cheiro do mundo, que, misturado à fumaça do interior do vulcão, ficava ainda pior. Tranquei a respiração e voei um pouco mais adiante em sua cabeça, quando meus pés mal o haviam tocado. Parei exatamente em cima de seu olho esquerdo. Segurei a lança com força e, sem olhar, cravei no olho gigante do monstro. Percebi uma corrente elétrica passando por mim quando eu o atingi — não uma corrente como a das flechas de Thalia, mas eu sentia a transmissão de poder do mesmo jeito. Olhei, enquanto Tífon rugia com mais força do que nunca, causando mais e mais desabamentos. Minha lança preta parecia brilhar. Eu, bem idiota, fui pegá-la, mas Tífon se virou para mim com seu olho direito furioso, as mil cobras sibilando e soltando fogo ao mesmo tempo. Tentei voar para o alto, então percebi a altura do monstro — estávamos a poucos metros da cratera do vulcão.

 

  Tífon abriu a boca, e vi longas fileiras de dentes que deviam ter minha altura ou mais. No momento em que uma corrente de ar ia vir de lá, tranquei a respiração. Se o cheiro da cabeça de Tífon era horrendo, imagino o cheiro da boca dele. Quer dizer, aquilo não devia ver nenhum tipo de higiene há uns três mil anos... Ou seja, mais ou menos desde que ele nasceu.

 

  Então, vi uma luz atrás dele. Ele pareceu perceber também, e se virou com ferocidade. Voei para longe dele e para baixo, para as bordas que circundavam o vulcão. Parei em uma, encostada à parede, para observar a cena.

 

  Heidi parecia flutuar. Ela estava com os braços abertos e sem expressão facial alguma. Sua boca estava entreaberta, e tanto de lá quanto dos olhos saía uma luz forte. A aura multicolorida dele estava mais vibrante do que nunca. Então, saiu aquele som da boca dela, o som de várias vozes falando. Digo várias mesmo. As vozes falavam em grego algumas maldições, profecias, sei lá o que mais. Coisas que tinham a ver com o Olimpo e a supremacia dos deuses e a derrota de Tífon e coisas bem felizes assim. Isso tudo só serviu para comprovar minhas suspeitas. Desde o incidente com Encélado eu sabia que Heidi não era normal, e depois de saber do negócio de mergulhar no Styx, tive certeza de que ela havia mergulhado também. E quanto a essas coisas esquisitas acontecendo com ela? É, também era o que eu pensava. Os deuses a estavam usando como uma espécie de portal para desencadear seu poder sobre Tífon. Mesmo tendo mergulhado naquele rio, eu estava certa de que ela não iria sobreviver. Quer dizer, o corpo dela ainda era humano, e eu não acho que só os doze principais deuses estivessem concentrando suas forças contra o monstro. E, se for considerar todos os deuses... São muitos mesmo, alguns que eu não conhecia e não sabia se chegaria a conhecer.

 

  Tífon tentava a todo custo acabar com ela, mas ela continuava inexpressiva, falando pelos deuses. Até que eu voltei a sentir o chão estremecer. A primeira coisa que pensei foi Ah, não! Será que não dá pra vocês, deuses, irem mais rápido com isso? Daqui a pouco essa coisa vai nos matar com esses desabamentos. Mas não era um desabamento. Aquele imenso mar de lava parecia estar abrindo espaço para alguma coisa. Literalmente. Que nem aquela história da bíblia que me faziam ouvir na escola que eu estudava em Chicago, a história do cara que separou o Mar Vermelho e não sei o que mais. Nunca acreditei naquilo, não só porque eu nunca acreditei em religião alguma até conhecer os deuses, mas também porque, ah, fala sério, dividir um mar ao meio? Mas ali estava, acontecendo diante dos meus olhos, e com um mar de lava. Tífon começou a rugir e a tentar a todo custo se erguer mais, mas de repente enormes labaredas de tons escuros de verde e azul — fogo infernal, reconheci — surgiram, agarrando os braços e o pescoço de Tífon, puxando-o cada vez mais para baixo. Toda a lava estava de repente dividida, e eu só via um abismo escuro que ia engolindo Tífon cada vez mais. Eu sabia que ele não estava voltando às profundezas do Monte Santa Helena. Estava indo direto para o Tártaro.

 

  Assim que Tífon foi completamente engolido, a lava voltou ao normal, e um clarão me cegou por alguns momentos. Segundos depois, pisquei, procurando recuperar a visão. Quando isso finalmente aconteceu, olhei em volta. Percy e Thalia continuavam montados em Blackjack em uma extremidade bem distante da enorme caverna onde estávamos, mas era só. Heidi não estava mais ali conosco.


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Notas finais do capítulo

recomendem e comentem, senao ficam sem posts até quinta (atri, brinks s2). agradeço em nome da bru pelos reviews do outro post, hihi