A Filha da Noite escrita por sutekilullaby, izacoelho


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas =) Espero que vocês gostem do capítulo. Acho que viajei um pouco, tem uns ainda piores Q



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P.O.V Melanie

 

  Me virei para a porta, onde o daemon estava de volta ao corpo de Annabeth, os enormes olhos vermelhos me fitando, a faca de Annabeth nas mãos.

 

  Ela tentou me atacar, mas me abaixei e desviei para um lado. Peguei uma saboneteira de metal que havia em cima da pia e atirei com força nela. Eu não queria fazer aquilo, não queria machucar Annabeth, mas o próprio demônio já estava fazendo aquilo. Annabeth caiu de cara na pia de mármore do pequeno banheiro. Pude ver sangue escorrendo de seu nariz enquanto eu pegava a chave do banheiro e a trancava ali. Isso serviria apenas para ganhar tempo, e mesmo assim não era tanto. Lissa estava se apoderando tanto do corpo da minha amiga, ela ficava mais forte e com poderes que não tinha antes por causa do espírito em seu corpo. Comecei a rezar, principalmente para Nyx e Atena, para que nos ajudassem. De repente uma das janelas do quarto se quebrou, e de lá vieram três pequenas quantidades de uma espécie de fumaça preta que parecia conter estrelas e outros corpos celestes, três pedacinhos de noite, que tomaram a forma de três grossas velas escuras à minha frente. Dos pavios das velas surgiram chamas esverdeadas.

 

  Eu sabia que a deusa da magia era Hécate, mas Hermes havia dito que Nyx era a patrona das bruxas e feiticeiras. Acredito que ela estivesse me ajudando naquele momento. Postei-me em frente às velas e comecei a entoar palavras em uma língua mais antiga que o grego, que eu sabia o que significavam mesmo sem nunca tê-las ouvido antes. Era um feitiço usado há milênios para casos como aquele, para se livrar de maus espíritos que se apoderavam de pessoas. Não sei se poderia ser chamado de exorcismo, mas era quase isso. Atrás de mim, Lissa tentava arrombar a porta, e estava quase conseguindo. A atmosfera ficava mais fria e sombria, a porta do banheiro toda destroçada — Lissa finalmente havia usado a pequena parte racional de sua mente para tentar passar pela porta usando a faca de Annabeth. Então ela saiu de lá, dirigindo o corpo da filha de Atena. Senti seu olhar vermelho e furioso em mim, mas não ousei me virar, ainda não. Ouvi o barulho dela mexendo na faca de bronze, e de seus pés se arrastando em minha direção. Era esse o momento. Me virei para ela.

 

  Seu estado estava horrível. Os cabelos louros estavam completamente enredados em uma confusão de cachos desarrumados, os olhos vermelhos injetados estavam mais raivosos do que nunca, ela suava e respirava pesadamente, sua pele estava excessivamente pálida, ainda jorrava sangue de seu nariz machucado, ela parecia se arrastar ao caminhar. O demônio a estava matando por dentro.

 

  O monstro soltou um grito rasgado com uma voz horrível, a mistura de sua voz demoníaca com o que restava da voz da minha amiga. Da parte do monstro vinha raiva, loucura, sede de sangue. Da parte quase inexistente de Annabeth, desespero. Após se aproximar alguns passos, ela pulou para cima de mim com a faca. Apesar do modo rastejante de se locomover, ela era rápida. Eu certamente teria morrido, se não fosse o ritual que estava fazendo.

 

  Quando o corpo de Annabeth estava no ar, vindo em minha direção, as outras janelas do quarto se quebraram, e senti as chamas das velas subirem consideravelmente atrás de mim. Das janelas saíram pedaços maiores de escuridão, que detiveram Annabeth/Lissa no ar. Ela deixou a faca cair, e começou a gritar e a se debater. Aqueles pedaços de noite pareciam se infiltrar na pele da filha de Atena, percorrendo seu corpo até encontrar o que procuravam. Então, Annabeth jogou a cabeça para trás e, em um grito de derrota, Lissa foi expelida de lá, e sugada para as chamas atrás de mim.

 

  Pensei que aqueles pedaços de noite que seguravam Annabeth fossem soltá-la, mas continuaram lá, e pareciam continuar o trabalho que na verdade já estava acabado. Parei de entoar as palavras que eu vinha falando o tempo inteiro durante o processo, mas não aconteceu nada.

 

  — Pare. PARE! — Gritei, mesmo que não houvesse ninguém para me ouvir. Eu estava entrando em desespero. Aquelas coisas estavam matando Annabeth, terminando o serviço de Lissa.

 

  Quando pensei que o corpo da minha amiga fosse cair inerte no chão, ela começou a brilhar de um modo estranho e, em vez de ver um corpo flácido e morto à minha frente, só o que vi foi um clarão, e no momento seguinte eu estava sozinha em um quarto de hotel com a porta do banheiro destroçada, as janelas quebradas e a parede atrás de mim pegando fogo em chamas que não eram mais verdes, e sim azuladas.

 

  Ajoelhei-me no chão e chorei baixinho. Eu não entendia. Eu havia matado Annabeth? Não, não era possível. Annabeth havia se dissolvido em luz. Algo tinha de ter acontecido.

 

  Depois de vários minutos chorando, me virei e vi as três velas ali, as chamas agora fraquinhas e vermelhas. Peguei uma por uma e fui apagando-as e agradecendo a um respectivo deus. A primeira eu havia dedicado a Atena, para que ela protegesse a filha. A segunda eu havia dedicado a Nyx, para que ela me desse forças. A terceira... Bem, eu não havia dedicado a ninguém específico...

 

  — Obrigada... Seja lá quem você for. — Falei baixinho, soprando a chama, apesar de eu ter uma leve suspeita de quem era o deus que havia me ajudado.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi curto e muita gente vai achá-lo tenso, mas eu gostei de escrever. Sim, eu gostei de matar (ou será que não...?) a Annabeth e colocar uma coisa mais trágica na vida da Melanie. E do Percy também, né.

Então, o que vocês acham? Será que Annabeth morre ou não? Postem seus palpites (ou palmitos, como diria aniiz_carolz) n_n