A Filha da Noite escrita por sutekilullaby, izacoelho


Capítulo 12
Capítulo 12




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  Depois de um pouco de insistência, Percy e Annabeth me convenceram a deixar Melanie ir sozinha em um pégaso próprio. Somando o fato de que eu estava morrendo de medo que ela caísse + o fato de que os pégasos definitivamente não gostavam de mim e eram correspondidos, eu não diria que o voo foi exatamente agradável. Voamos em velocidade alta por muitas horas, Percy ia conversando com os cavalos e, de vez em quando, com Annabeth, Thalia ou comigo. Já era tarde da noite quando os cavalos pararam, cansados, e nos abandonaram para descansar. Percy disse que eles avisaram que qualquer coisa era só chamar.

 

  Estávamos mais uma vez no meio do nada, às margens de um lago, ou rio, ou o que for. Ajeitamos nossos sacos de dormir e nos acomodamos, dessa vez eu seria o primeiro a ficar de vigia. Subi em uma árvore, como fazíamos sempre que alguém ficava de vigia. Meu turno foi tranqüilo, e quando eram quase quatro da madrugada, troquei de turno com Percy.

 

  Eu estava dormindo muito profundamente, quando fui sacudido violentamente por Thalia.

 

  — Rápido, Nico! — Ela falava baixo, mas com urgência. — Guarde suas coisas, levante, pegue a Mel. Acho que ouvi alguma coisa.

 

  Fiz o que ela mandou enquanto ela acordava Percy e Annabeth, que estavam colados, pra variar. Thalia parecia querer fritá-los com um raio por causa da demora, nem eu demorava tanto. Assim que estávamos prontos, começamos a caminhar rápido debaixo do sol por uma área de planícies verdes sem muito mato para nos escondermos, o que era uma desvantagem. Em certo momento quando estávamos praticamente correndo por uma área com pouquíssimas árvores dispersadas, ouvi um zumbido. Nos viramos e demos com um monte de bolas de fogo sendo arremessadas em nossa direção, de longe conseguíamos enxergar seus arremessadores. Lestrigões.

 

  Thalia e Percy puxaram suas armas. Annabeth me mandou lutar e disse que ficaria com Melanie. Relutei, mas cedi, já que eu seria bem mais útil contra os monstros do que Annabeth. Logo, éramos três meios-sangues e vários esqueletos evocados por mim lutando contra uns quinze gigantes canibais. Consegui fazer com que uns dois fossem engolidos para o Mundo Inferior, mas aquilo + os guerreiros esqueletos + o fato de que eu estava lutando cansava muito, minhas energias estavam se esvaindo rápido. Percy estava usando a água do rio/lago/o que for por perto para conter as bolas de fogo dos lestrigões. Já estávamos com apenas três guerreiros esqueleto nos ajudando contra cinco lestrigões, Percy e eu estávamos cansados e Thalia também, apesar de estar apenas lutando, sem usar nenhuma habilidade.

 

  De repente, os monstros começaram a cair sem que nós os tocássemos. Flechas vinham de algum lugar perto de nós, o que os distraía, e de repente davam um grito e explodiam cinzas. Quando não nos restava mais nenhum monstro, Annabeth tirou o boné da invisibilidade. Ela os estava atacando, invisível, com sua faca.

 

  — Você deixou a Mel sozinha?! — Foi a primeira coisa que se passou pela minha cabeça. Quando você está cansado e irritado, não pensa muito bem no que vai dizer, acho que dá pra perceber que isso acontece principalmente comigo.

 

  — Ninguém me deixou sozinha.

 

  Viramos na direção da voz e vimos Melanie sair da sombra de uma árvore grande e cheia de galhos e folhas com um arco prateado nas mãos. Ela não estava em seu melhor estado, mas estava bem o suficiente para andar (devagar). E atirar flechas, aparentemente.

 

  — MELANIE WHITE! QUEM TE DEU PERMISSÃO PRA PEGAR MEU ARCO?! E COMO VOCÊ O PEGOU, SE ELE ESTAVA NAS MINHAS COSTAS?! — Gritou Thalia, ficando vermelha de raiva.

 

  — Annabeth pegou pra mim quando estava invisível. Não sei por que você insiste em lutar com espada e escudo quando tem esse arco.

 

  Thalia resmungou e tomou o arco das mãos de Mel com um movimento brusco.

 

  — Agora, será que dá pra alguém me explicar o que aconteceu, onde estamos, quanto tempo fiquei desacordada, essas coisas?

 

  — Você está inconsciente há duas noites. Estamos em algum lugar do Wisconsin, às margens de algum dos lagos que fazem fronteira com o Canadá. Agora, aos acontecimentos...

 

  Annabeth contou a ela os últimos acontecimentos enquanto íamos andando. Eu fiquei simplesmente observando ela, feliz de verdade por vê-la andando e falando de novo, o pulso já melhor, o pescoço ainda doendo um pouco (pelo que ela disse), mas também bem melhor. Com tudo o que tivemos de contar, com detalhes, nossa caminhada passou bem mais rápido. Lá pelas sete da noite, chegamos a uma cidadezinha de onde resolvemos pegar um ônibus para a cidade grande mais próxima, que era Minneapolis, no Minnesota. Percy resolveu não chamar os pégasos enquanto não fosse necessário, porque eles eram seres vivos e ficavam muito cansados.

 

  Nosso ônibus sairia às onze da noite, então resolvemos encontrar algo para fazer para passar o tempo. Resolvemos dar umas voltas pela cidade, mesmo que fosse minúscula, e combinamos de nos encontrar às dez na pequena rodoviária. Thalia saiu com Annabeth e Percy (ela provavelmente se separaria deles depois, porque acredite, ficar de vela com aqueles dois não é legal, falo por experiência própria) e eu saí com Melanie. Como eu havia falado pouco à tarde, foi naquele momento que colocamos o nosso papo em dia.

 

  Enquanto conversávamos, eu considerei bastante a oportunidade de dizer algo a ela, sobre como eu me sentia. Pensei na profecia, que a viagem a oeste seria prolongada e que isso provavelmente tinha algo a ver com meu pai, e cheguei à conclusão de que eu não tinha nada a perder, já que nós dois tínhamos chance de acabar morrendo nessa missão, eu não iria, e não a deixaria ir, sem que ela soubesse que eu não a via apenas como amiga.

 

  — Ahn, Nico — disse ela, me tirando do meu mundo de pensamentos. — Eu queria te dizer uma coisa... Olha, desculpa por eu ter dito aquelas coisas, sabe? Que você parecia não se importava comigo, e que me achava insuportável e essas coisas. Eu... Eu não sei o que eu estava pensando, eu estava confusa, e...

 

  — Tudo bem. Eu quem deveria pedir desculpas por ter feito aquela brincadeira num momento como aquele. E se eu aparentava não me importar com você, era só porque... — Respirei fundo. Ah meu Hades, dai-me forças! — É só que eu não queria deixar claro o que eu sentia de verdade.

 

  Mel parou. Eu não podia ver sua expressão, meus olhos estavam fixos no chão.

 

  — C-como assim? — A voz dela não passava nenhuma emoção, o que não ajudou muito na minha situação.

 

  Respirei fundo mais uma vez, e então levantei o rosto e olhei diretamente nos olhos dela, tentando ignorar as palmas completamente suadas das minhas mãos e o meu coração que parecia que ia explodir no peito.

 

  — Que eu acho que estou apaixonado por você, Mel.


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Notas finais do capítulo

AEAEAE, finalmente a Mel acordou e o Nico se declarou. Cara, eu estava louca pra postar esse capítulo. Espero que tenha bastante reviews =D