Vossa Majestade escrita por Evil Queen 42


Capítulo 3
Capítulo 03 - Coroação


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora, mas é que minha Internet anda horrível desde o início do mês, daí eu ando sofrendo pra atualizar minhas fanfics...
Enfim, espero que compreendam.
Boa leitura.



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– "Me sinto impotente no meio daquela gente". - Sasuke repetiu a frase de Sakura e parou de frente para a cadeira onde seu irmão estava sentado anteriormente - Me pareceu totalmente o contrário. 

– Humf! - Bufou a rosada que logo sentou-se sobre a mesa, cruzando as pernas em seguida. Não havia dúvidas de que o comportamento da Haruno estava longe de ser digno de uma dama, mas ela não se importava com isso, ainda mais que estava a sós com Sasuke - Eu sei fingir bem. A verdade é que minhas pernas tremiam, minhas mãos suavam e meu estômago revirava. 

– Você nasceu pra ser rainha. Está no seu sangue. 

– Eu nunca desejei tanto um irmão. - Suspirou pesadamente, cabisbaixa - O corpo do meu pai mal esfriou e já querem me coroar. Será que ninguém respeita o luto alheio?

– Sakura... - Sasuke colocou uma mecha do cabelo rosado atrás da orelha da princesa. Os cabelos de Sakura sempre foram lindos e invejáveis, tão longos que dava até para alguém sentar-se sobre eles. O Uchiha sempre gostou dos longos cabelos de Sakura e achava que não havia no mundo uma criatura mais bonita do que ela - Eu imagino que seja desconfortável pra você, mas Konoha precisa de um novo governante. 

– Sei que ninguém dentro da corte está gostando disso. - A Haruno demonstrava um misto de tristeza, indignação  e raiva.

O comportamento da princesa, a única na linha de sucessão do trono, era o assunto mais comentado entre os nobres da corte. 

Uma princesa que fugia das aulas de etiqueta para treinar com espadas, arco e flecha, para cavalgar e gastar dinheiro em jogos de aposta. Ela nunca se importou com o que as más línguas diziam, e sabia que, independente das opiniões alheias, não havia outra pessoa para suceder seus pais quando eles morressem.

De qualquer forma seria uma rainha, mas uma rainha cuja fama não era muito boa. 

– Você não deve se importar com isso. - Disse Sasuke - Você será a rainha e acabou. Opiniões alheias não mudarão isso  e você sabe. 

– E depois de mim? - O desânimo da moça era quase palpável - Eles querem que eu gere filhos... - Falou indignada - Acham que eu sou o que, uma vaca? Minha função não é produzir filhos, é governar esse país como rainha! 

– Sakura, Sakura... - Risonho e com os braços cruzados em frente ao corpo, Sasuke balançou a cabeça em sinal negativo - Você é mulher, portanto é vista como uma fábrica de filhos. - Brincou, fazendo a princesa unir as sobrancelhas. 

– Por que tanta diferença? - Indagou furiosa - Eles querem que eu arrume um marido não somente para me dar filhos, mas para que o povo veja que há uma figura masculina sentada no trono! Por quê? - Franziu o cenho - Por que ser mulher me torna incapaz de governar sozinha? Por que me vêem somente como uma fábrica de herdeiros do trono? Por quê? 

– Sakura, a figura do rei sempre foi a mais importante de um reino. As pessoas se sentem seguras. - Deu de ombros - Há séculos é assim. O rei governa e, por mais que a figura da rainha esteja sempre presente e ela opine nos assuntos de Estado, sua principal função é produzir herdeiros saudáveis. A última palavra sempre é do rei. - Explicou - Sempre foi assim e sempre será, é uma tradição. - O moreno sorriu de canto - Você saberia disso melhor do que eu se não fugisse das aulas de história para ficar treinando com espadas. 

– É uma tradição, mas não é a lei! - Falou convicta a Haruno - Não há nada que me obrigue a casar. 

– O seu bom senso.  - Interrompeu o moreno - Se você não tiver filhos, quem governará quando você morrer? - Arqueou uma sobrancelha - Outras dinastias que possuem laços de sangue com a sua família brigarão pelo direito ao trono quando a dinastia Haruno for extinta. Na pior das hipóteses, haverá uma guerra pelo trono e milhares de inocentes morrerão. - Sakura abaixou o olhar - Tudo porque você não quis ter um único herdeiro. Você será a última da dinastia, Sakura. 

– Me casar será o mesmo que entregar Konoha nas mãos de outra pessoa, você sabe disso! - Sakura falou um pouco alterada - Ser mulher não me torna incapaz de governar. Sou tão capaz quanto um homem, não preciso de um ao meu lado. 

– Precisa de um filho! - Enfatizou o Uchiha - Sakura... Tenha bom senso. Um casamento seria uma excelente opção, até mesmo para fazer aliança com outros países. 

– Sasuke, não preciso pensar nisso agora. - Falou entre dentes, furiosa com a insistência do amigo - Sou nova demais! 

– Desfrute de sua juventude para gerar herdeiros fortes e saudáveis. - Aconselhou.

– Eu não quero. Por favor, não insista. - Sakura ficou de pé e encarou o moreno - Vamos sair daqui, não gosto dessa sala. - A adolescente caminhou em direção à porta, sendo acompanhada pelo amigo de infância - E, Sasuke, por favor... - Falou com a mão sobre a maçaneta, antes de abrir a porta - Não toque mais nesse assunto. 

Dito isso, Sakura saiu da sala. 

Sasuke ficou parado, pensativo. 

Sentia-se enciumado e, portanto, feliz por Sakura não querer arrumar um marido. No entanto, o Uchiha sabia que a futura rainha precisava de um rei ao seu lado. Precisava de herdeiros também. 

Sakura era impulsiva e dificilmente mudava de opinião sobre algo. Ela era uma mulher forte e destemida, sabia empunhar uma espada melhor do que muitos homens, mas estaria realmente preparada para governar um país aos dezessete anos? 

Sasuke temia que não. 

Talvez se fosse mais velha, mais experiente, ou se simplesmente não matasse suas aulas para cavalgar, apostar ou treinar com armas. 

Ela realmente precisava de alguém ao seu lado, mas não somente um conselheiro. Precisava de um rei. 

Embora insegura, a única certeza que a Haruno tinha é de que não precisava de um marido. Conseguiria governar sozinha e seria um exemplo de mulher a ser seguido. 

Afinal, por que as mulheres precisavam ser tão submissas? Por que sempre tinham que estar à sombra de um homem? 

Sakura não conseguia compreender aquilo. 

Sentia-se a rainha que iria revolucionar a corte. Governando sozinha, sem um homem ao seu lado, mostraria que mulheres são tão capazes quanto os homens. 

[...]

As damas de companhia terminavam de arrumar a futura rainha. Ela não compreendia o porquê daquilo, visto que podia perfeitamente se vestir sozinha, mas era uma tradição. Mais uma maldita tradição. 

Achava cômico pensar que a rainha, uma mulher poderosa, era tratada como um bebê, precisando de alguém até para ajudá-la a se vestir ou pentear seus cabelos. 

Sakura tinha suas damas quando princesa, mas dispensava os serviços delas na maioria das vezes. Sentia-se ridícula por precisar de ajuda para fazer coisas tão simples, além de não gostar de se vestir como uma dama. Seu estilo sempre foi muito simples e ela nunca gostou de se enfeitar, tampouco de arrumar os cabelos. Mas agora, indo rumo à sua coração, todos os olhares estariam voltados para ela. 

Sakura foi a acompanhada por alguns nobres até a sala do trono, onde foi coroada e declarada a nova rainha de Konoha.

Todos os olhares se voltaram para ela, principalmente o olhar de um certo Uchiha... Sasuke nunca a viu tão linda.

Usava um vestido vermelho, bordado com fios de ouro. Jóias deslumbrantes enfeitavam seu pescoço, orelhas, pulsos e dedos. Os cabelos estavam presos por um coque, mas não havia enfeites até o momento em que uma coroa foi colocada na cabeça da rosada. 

Após ser coroada, a Haruno assumiu seu lugar no trono e todos os presentes se curvaram diante da rainha. 

Ela se sentia nervosa, insegura, com medo... Todos os olhares agora se voltavam para ela. A maioria daqueles presentes ali, que se curvaram e juraram lealdade à coroa, sequer confiavam que Sakura fosse capaz de governar o país. 

Sakura precisava provar o contrário... Precisava pelo menos ganhar a confiança dos nobres que a cercavam, mas sua reputação nunca foi boa desde criança. 

Ela era uma princesa fora dos padrões. 

 

[...]

Sakura se sentia entediada. Sua vida agora era aquele trono, fora as reuniões com o Conselho, onde, na maioria das vezes, o assunto era um casamento para a rainha. 

Não aguentava mais, precisava sair. Não nasceu para ficar presa, parada. Precisava tomar um pouco de ar, mas fora dos muros do castelo. 

– Sasuke. - Chamou o moreno que estava ao seu lado.

Sakura pediu que Sasuke fosse seu conselheiro, seu braço direito; No entanto o moreno recusou. Não só porque não queria se envolver em questões políticas, mas porque se achava novo e inexperiente demais para ocupar o cargo. 

Ainda assim, o Uchiha estava sempre ao lado de Sakura, o que provocava comentários maldosos dentro da corte. Mas, claro, a rainha não se importava com isso. 

– O que deseja, majestade? - Respondeu o moreno.

Sakura olhou para os guardas e as damas de companhia que também estavam ali, parados, mas prontos para servi-la a qualquer momento. 

– Deixem-nos a sós. - Ordenou, então tanto as damas quanto os guardas fizeram uma reverência e deixaram o local - Ah, finalmente! - Suspirou aliviada - Não sei por que essas babás precisam ficar o tempo todo na minha cola. Isso é realmente um incômodo. 

– Majestade, os guardas garantem sua segurança e as damas de companhia estão aqui para servi-la. - Sentindo-se mais à vontade, Sasuke se sentou num dos degraus da escada que dava acesso ao trono onde estava sentada a rainha. 

– Estamos a sós, por favor, você não precisa me tratar com tamanha formalidade. - Insistiu, pegando uma uva numa bandeja ao seu lado e em seguida levando a fruta até a boca - Somos amigos... - Falou com a boca cheia - Amigos de infância... Você não precisa me tratar assim. 

– É uma questão de respeito. - Suspirou - Não é correto chamar uma rainha pelo nome.

– Quer saber? Que se foda o que é correto ou não. - Bufou, então se levantou do trono e desamassou o vestido verde com as mãos - Vamos sair daqui. 

– Majestade, não é certo. - Sasuke falou com os olhos arregalados. 

Fugir do castelo com uma princesa acostumada a fazer travessuras é uma coisa. Fugir do castelo com a rainha é outra coisa completamente diferente. 

– O que eu falei? - Arqueou uma sobrancelha - Que se foda!

– Também não é correto uma rainha dizer tais palavras.

– Quer que eu repita? - Indagou irritada e puxou o Uchiha pelo braço para que ele levantasse - Não aguento mais ficar aqui, Sasuke! Quero minha espada, meu cavalo... Quero sair daqui!

– Tudo bem... - Suspirou o moreno - Como quiser, vossa majestade. 

 


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Notas finais do capítulo

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