Vossa Majestade escrita por Evil Queen 42


Capítulo 25
Capítulo 25 - Confronto


Notas iniciais do capítulo

Voltei ♡



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O coração de Sakura quase falhou. Aquela pergunta repentina feita por Itachi foi demais para ela. 

Sakura ainda amava Sasuke? 

Talvez ela tenha tentado mentir para si mesma durante tanto tempo, principalmente após suas esperanças terem sido destruídas como o sumiço do moreno. 

Dizia ter matado seus sentimentos em legítima defesa, mas será? 

– Isso já não importa mais, Itachi. - Disse amargamente a rosada. 

– A Rainha não respondeu minha pergunta. - Itachi disse firmemente, mesmo sabendo que falava com a monarca regente de seu país. 

– Quem você pensa que é para me confrontar, Itachi Uchiha? - Semicerrou os olhos, encarando o homem com um misto de indignação e fúria. 

– Sou irmão do pai de vossa filha, Majestade. - Respondeu, não medindo a consequência de suas palavras - A Princesa Sarada tem o meu sangue também. 

Sakura sentiu seu sangue ferver em suas veias. Itachi nunca a havia confrontado daquela maneira, tampouco de forma tão direta. 

– Nunca mais... - Furiosa, Sakura apontou o dedo indicador de forma acusatória para o homem a sua frente - Nunca mais abra a sua boca para dizer tais palavras. Não terei clemência da próxima vez!

– Não terá clemência? - Indagou, fazendo-se de desentendido - Minha senhora, não acho que eu tenha cometido algum crime. 

– Eu sou a Rainha, Itachi, não mais a Sakura com quem você cresceu. - Disse - Minhas atitudes não devem ser contestadas, tampouco confrontadas da maneira que está fazendo. Não toque mais no nome de minha filha, não faça mais afrontas e não questione novamente sobre os meus sentimentos. 

Itachi suspirou. Por um instante perdeu a cabeça e admitia isso para si mesmo. Mas, por tanto tempo, ficou com tudo entalado em sua garganta. Sarada era sua sobrinha, filha de Sasuke, e o homem considerava uma extrema crueldade a atitude de Sakura de afastar a Princesa de tudo e de todos.

Sabia que Sakura fazia aquilo com a finalidade de proteger sua única filha, mas afastá-la de tal forma de quem tem seu próprio sangue, de quem claramente também é sua família, chegava a ser doloroso.

Admitindo claramente que foi longe demais, Itachi se prostrou diante da Rainha, demonstrando não somente seu arrependimento, como também que ela era sua senhora e soberana, e que ele lhe devia obediência e respeito acima de qualquer coisa. 

– Admito que minha língua foi deveras ferina, e que fui extremamente petulante para com Vossa Majestade. - Disse num tom baixo, mas audível. Arrependido - Juro que tens de mim todo o amor de um servo. Acredite, por toda a fidelidade que tenho dado à Rainha até então, que não voltarei a afrontá-la. 

Sakura respirou mais calma. Mesmo que Itachi tivesse omitido o reaparecimento de Sasuke, ele se justificou e tal justificativa foi totalmente aceitável. Todavia, Itachi a confrontou daquela forma. 

– Levante-se, Itachi. - Ordenou a monarca.

O homem então se levantou, podendo novamente olhar nos olhos verdes que agora não mais demonstravam tanta fúria. 

– Se me permite a intromissão, minha senhora, acho que deveria conversar à sós com meu irmão. - Supôs, para o desespero do coração da Haruno que mais uma vez se apertou - Aceite meu conselho, imploro. 

Sakura ponderou por uns segundos, considerando a idéia. 

Estava ciente de que uma aproximação com Sasuke poderia trazer de volta sentimentos que ela já não queria mais em seu coração, todavia devia isso ao pai de sua filha. 

– Diga ao seu irmão que me encontre ao pôr do sol, em minha sala de uso particular. Isso é tudo.

[...]

Sasuke não sabia se queria ver Sakura ou não. Ela o machucou não somente em seu emocional, mas até seu estado febril retornou. No entanto, sabia que precisava resolver as coisas e, mesmo sabendo que poderia entrar em conflito com a Rainha, decidiu que iria vê-la. 

Teria um pouco de dificuldade em encontrar a sala sozinho, uma vez que aquele castelo mudou bastante e ele não dispunha de muitas lembranças daquele lugar. 

Fora anunciado e logo já estava na presença da mulher que não ficou surpresa quando o jovem de cabelos negros não fez sequer uma reverência. Ele se lembrava perfeitamente qual era o grau de intimidade entre ambos, mas, após o tempo que ficou isolado, pareceu ter perdido alguns modos. 

– Sasuke... - A rosada se levantou, ficando frente a frente com Sasuke no momento em que as portas atrás dele se fecharam.

O vestido de tecido acinzentado, ricamente bordado com pedras e bastante decotado nem parecia pertencer à Sakura, que um dia foi uma garota simples e sem requintes. Os cabelos rosados estavam presos e enfeitados por uma coroa que chegava a ser menos chamativa do que o colar que estava em volta do pescoço pálido. Os seios inflados sobre a linha do corpete denunciavam que a monarca havia deixado para trás o corpo de menina e desenvolvido um belo corpo de mulher. Todavia, seu rosto continuava o mesmo. 

– Sakura... 

– Sente-se. - Disse num tom gentil, sentando-se em seguida na poltrona de veludo púrpura ao lado da lareira - Essa sala é de meu uso particular, portanto ninguém nos atormentará aqui. 

– Não aja como se eu fosse algum de seus embaixadores ou conselheiros com intuito de tratar de assuntos de Estado. - O homem sentou-se na poltrona de frente para a Haruno, encarando a mulher que despreocupadamente colocava um pouco de chá numa xícara branca com detalhes em dourado. 

– Posso oferecer-lhe chá? - Pegou a xícara que estava na mesinha de madeira entre as duas poltronas, levando até os lábios e tomando um gole - Ou prefere vinho?

– Prefiro pular as cortesias. Sei que não gosta dessas coisas. 

– Pois bem. - A monarca devolveu a xícara à mesa, colocando-a sobre o pires - Diga-me, Sasuke, o que aconteceu nesses seis anos? Seu irmão me relatou sua experiência, mas quero ouvir de seus lábios. 

– Se nomeou meu irmão como vosso conselheiro, e até mesmo vosso Regente, não haveria motivos para duvidar de sua palavra. 

– Que petulante... - Disse num tom divertido, sorrindo de canto em seguida - Itachi sugeriu que tivéssemos uma conversa à sós, Sasuke, portanto pretendo resolver tudo agora. 

– É o que eu pretendo também. - Falou seriamente - Sakura, posso ter perdido parte de minha memória, mas lembro-me perfeitamente de você e de nossos momentos juntos. 

Sakura sentiu um arrepio por dentro, pois daria metade de seu Reino para reviver aqueles momentos com Sasuke. Todavia, sabia que eles haviam ficado no passado e que não poderiam se repetir. 

– Também me lembro, não precisa relatá-los. - Sakura falou firmemente, não deixando que o moreno percebesse o quanto aquele encontro mexia com seu emocional.

– Sei que és casada há três anos com o Rei de Suna, mas tua filha não tem três anos... - Sasuke falou sugestivamente - Sei também que o que tivemos no passado foi mais do que suficiente para gerar uma criança... 

– Sem rodeios, por favor. - Interrompeu arrogantemente. 

– A Princesa é minha filha, não é? 

– Não. - Negou sem pensar duas vezes.

– Acha que sou tolo? - Semicerrou os olhos - Não há como aquela criança ter outro pai que não seja eu!

– E se for? - Questionou - Que diferença isso fará?

– Toda! 

– Jura? - Riu com sarcasmo - Acha que conseguirá manter contato com a filha da Rainha sem o consentimento dela?

– Por que tanta crueldade, Sakura? - Sasuke sentiu os olhos arderem, as lágrimas queriam descer - Fui privado de minha vida por seis anos, é mais do que justo retomá-la.

– Mas é fato que muitas coisas aconteceram nesses seis anos, Sasuke! 

– E seus sentimentos? - Sasuke foi direto ao ponto, como se tivesse pego a Rainha desprevenida e fincado uma espada afiada em seu coração - Eles mudaram?

– Sou uma Rainha, não uma criança tola. - Respondeu prontamente.

– Poderia uma mulher se sentir indiferente após a intensidade do que houve entre nós? 

– Poderia uma Rainha se sentir indiferente. - Retrucou seriamente, desviando os olhos verdes para a lareira por uns segundos, perguntando a si mesma se foi uma escolha sábia ter aceitado o reencontro com Sasuke. 

– Ora... As Rainhas não vêem as mesmas estrelas que as outras mulheres? - Sasuke indagou com um sorriso de canto, tentando quebrar um pouco do clima hostil instalado ali.

Afinal de contas, aquela não era só a Rainha, era Sakura, a mulher que ele amou por tanto tempo e por quem ele retornou mesmo com tantas incertezas. A mãe de sua filha...

– Ser uma Rainha é ser menos do que humana. - Disse, olhando novamente no fundo daqueles olhos negros e profundos que tanto a hipnotizavam - É ter orgulho acima de desejo... procurar afeto e só encontrar ambição... procurar uma voz que não seja egoísta e apenas ouvir o sussurro seco dos interesses da Corte. - Sakura abaixou o olhar, então esboçou um sorriso sem humor - Uma Rainha não tem tempo para amar. 

Era nítida a forma como aquele ambiente moldou a antiga Sakura de uma forma negativa. Sasuke então sentiu o peso que seu sumiço representou para a jovem Rainha. 

– Antes de tudo, és uma mulher. Uma mulher com sentimentos. 

Sentimentos... Sakura, por tanto tempo, só tinha sentimentos realmente fortes e recíprocos para com a filha que raramente via. 

– Uma mulher casada, ressalto. 

– Claro. - Sasuke soltou um riso anasalado, com certo tom de deboche - Um casamento que sequer foi consumado. Se queres usar esta lógica, pode-se dizer que és mais minha esposa do que dele.

– Não abra sua boca para dizer coisas das quais não tem certeza! - Sakura se levantou num rompante, falando com fúria. A reação da monarca só fez Sasuke ter certeza absoluta de que Sakura não era de fato casada, uma vez que um casamento não consumado não era considerado válido - Esteja ciente, Sasuke, de que colocas a própria cabeça em perigo ao fazer tais afirmações. 

Mais calma, Sakura respirou fundo e se sentou novamente. 

Sasuke estava confuso, sua cabeça doía. Há poucas horas estava disposto a confrontar a Rainha unicamente por causa de Sarada, mas agora tinha a sensação de que poderia conquistar novamente o que tinha há seis anos: O amor de Sakura. 

– Perdão. - Disse ele - Fui imprudente, admito. 

– Acho que não há mais o que conversar. - Friamente, declarou a rosada - Lhe dou permissão para continuar na Corte caso queira, desde que não cause problemas. 

– Obrigado... - Sasuke se levantou e fez uma reverência - Vossa Majestade. 


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Notas finais do capítulo

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