Inocência Premeditada escrita por Bia


Capítulo 2
Pansy Parkison


Notas iniciais do capítulo

Lilá Brown (x)
Pansy Parkison(x)
Cho Chang



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Pansy Parkinson

Pansy não a odiava por ser sangue ruim. É claro que isso influenciava e muito, mas a coitada não tinha culpa de ter nascido inferior.

Não, Pansy a odiava porque ela despertava a atração de Draco.

O loiro não confessaria jamais, mas sempre que alguém perguntava o que achava dela, ele respondia rindo com ironia:

— Granger? Sangue ruim e tola...

Depois ficava em silêncio, pensativo.

Durante muito tempo fingiu não perceber as pequenas, mas significativas mudanças na atitude do Malfoy quando o nome dela era pronunciado ou quando existia a mera possibilidade de que estivesse por perto. Bastava um indício de uma juba castanha para que o garoto deixasse qualquer atividade de lado, erguendo os olhos a sua procura. A simples menção do seu nome fazia com que ficasse à espreita, alerta como um cachorro.

Pansy, que nunca pensou que pudesse ter algo em comum com o Potter e com o Weasley, agora dividia com eles o conhecimento sobre essa...fraqueza no caráter de Draco e o horror que ela causava.

Nem precisou perguntar para ter certeza. Toda vez que o loiro estava por perto os amiguinhos dela cercavam-na, como se pudessem protegê-la do avanço dos olhos cinzentos. E quando os olhos cinzentos demoravam mais que o saudável, varinhas eram sacadas imediatamente, em claro tom de ameaça.

Entretanto, o que deixava a sonserina fervendo, como uma poção prestes a jorrar para todos os lados, era o fato dela não perceber.

Como. Era. Isso. Possível?

Como a garota mais inteligente de toda a escola não percebia que Draco Malfoy acompanhava cada movimento seu? Das duas, uma. Ou ela notava e preferia ignorar, o que, na mente de Pansy, era muito seu estilo ou era realmente burra e a única coisa que era capaz de fazer era decorar livros. O que, de certa forma, também combinava.

Pansy não acreditava em inocência. Em ninguém! Muito menos em Hermione Granger.

Tudo bem que ela parecia ser muito sensível, sem contar o jeitinho honesto, sorriso doce, que quase o obrigava a gostar dela. Entretanto, aquilo era fachada. Era uma máscara. Só uma forma que ela usava para conquistar as pessoas ao redor. E, tinha que dar o braço a torcer, era um truque de mestre porque, além do Potter e do Weasley, até Draco parecia estar em seu domínio.

Foi em uma manhã, antes de partirem para casa nas férias de inverno, pouquíssimo tempo antes do Natal, que Pansy testemunhou algo que não permitiu que continuasse se fazendo de cega sobre as atitudes do loiro.

Era dia de Quadribol: Sonserina x Grifinória. Um clássico que para Draco, tomando café a seu lado e rindo com os amigos, seria uma vitória fácil. O dia não poderia estar mais perfeito, frio até os ossos e um de seus braços cruzado com um de Malfoy.

Até que ela apareceu. Acompanhada de Potter e de duas cabeças vermelhas, usava um vestido comprido, simples e florido que, evidenciava ainda mais, seu falso jeito meigo. Estavam descendo a escada para o Salão Principal rindo e combinando o que fariam nas férias. Potter e Ginerva Weasley seguravam vassouras e vestiam os uniformes de jogadores.

De repente, algum erro no percurso ou com a longa barra do vestido, a fez tropeçar e escorregar pelos degraus como uma bola. Foi um show!

Viu a expressão dos amigos dela preocupados enquanto aproximavam-se para ajudar. A garota Weasley chegou a ficar de cócoras a seu lado para ter certeza que estava bem. Hermione foi assumindo tons de vermelho cada vez mais intensos e Pansy poderia jurar que estava à beira das lágrimas.

Gargalhou gostosamente e bem alto, desejando que tivesse quebrado algo e que ouvisse o quanto se divertia com sua humilhação. Então, olhou para o lado e não havia mais motivo para rir.

Draco estava de pé, com as mãos espalmadas na mesa, olhando a cena com um semblante preocupado.

Escutou uma risada ao fundo e virou-se novamente para a cena, com os olhos esbugalhados. A Granger não estava chorando, muito pelo contrário, ela ria de uma forma genuína, cobrindo o rosto com as mãos e sacudindo a cabeça de um lado para o outro. Os amigos a acompanhavam no riso e no chão, sentados a seu lado.

Foi aí que Pansy percebeu que aquela garota era do mal. Do mal mesmo!

Uma série de sentimentos ruins a dominou enquanto olhava a cena antes tão divertida; ódio, ciúme, inveja. Principalmente inveja. Nunca tinha visto Draco preocupado com nada, nem com ninguém. Quantas vezes não tinha tentado que ele a olhasse do que jeito que olhava agora para Hermione Granger? Chegou até se convencer de que o Malfoy não era capaz de expressar seus sentimentos. No entanto, aquele olhar...agora...era expressivo demais.

Viu Hermione Granger ali e a odiou mais do que nunca. Ela havia se transformado em uma princesa cercada por seus cavaleiros e Draco Malfoy seu cavaleiro errante; querendo, mas sem poder se aproximar.

A consciência daquilo quebrou Pansy. E o olhar que dirigiu ao loiro, tanto quanto sua voz, evidenciou isso:

— Draco?

O garoto pareceu sair de um torpor e voltou a sentar rapidamente. Constrangido e vermelho, não dirigiu uma palavra a Pansy, muito menos devolveu-lhe o olhar.

Ela, furiosa e exausta, espalmou a mão na mesa e ergueu-se.

Recusava-se a assistir qualquer partida de Quadribol, agora que sabia que Hermione Granger tinha mais atenção de Draco Malfoy do que o pomo de ouro.


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