Casamentos, Amigos e Amores escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Ooi gente! Hoje vim até mais cedo né? É que tirei a noite de sábado para escrever. Eu estou meio receosa a continuar a história, na verdade, porque percebi lendo o capítulo anterior que me envolvi nos personagens sem perceber (traduzindo: passei meus sentimentos a Mariana e transformei André e Daniel com as características de pessoas que realmente conheço). E isso sempre faz eu pirar a cabeça de um jeito ruim. Portanto... Eu vou continuar a história até um ponto que eu não enlouqueça. Enfim. Vocês não querem saber disso né?
Prepare seu coração porque um personagem ma-ga-vi-lho-so vai chegar. Boa leitura!



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Sem banho, sem paciência e sem dignidade eu finalmente consegui terminar de separar as coisas para o chá de cozinha e chegar à casa de Jaqueline. Estava vinte minutos atrasada. Nem preciso dizer que me senti completamente humilhada quando ela foi me receber na porta com o perfume de banho tomado e a expressão feliz de noiva apaixonada.

— Oi Mari, tudo bom? – Cumprimentou-me. – Pegou trânsito? – Indagou dando espaço para que eu adentrasse. O caminho da área até a porta da sala era longo, e me senti em uma daqueles casarões com o jardim da frente lotado de pedrinhas brancas e “mini-coqueiros” -que não sei como se chamam.

— Nossa, e como! Em frente a redação estava impossível! – Menti. Trânsito mesmo eu só peguei o da minha irresponsabilidade. Com certa vergonha, segui Jaqueline até a sala de entrada.

Nunca fui uma pessoa que se assustava com palestras ou exposições ao público, na verdade me dou até bem com as palavras quando estou com um microfone em uma apresentação. Entretanto, chegar ali e dar de cara com cinco senhoras, e outras quatro amigas de Jaqueline me provocou um frio na barriga tremendo.

— Boa noite! – Acenei com um sorriso curto e discreto. Três rostos conhecidos me devolveram o sorriso. Dona Vera, mãe de André; Larissa e Júlia, antigas colegas. Outras pessoas me responderam, mas não as conhecia.

Jaqueline me apresentou a todas, mas eu estava tão ansiosa que só gravei o grau de parentesco e amizade que possuíam; ali todas eram madrinhas, mas Jaqueline fez questão de frisar que eu era a principal -como se isso estivesse acontecendo nos Estados Unidos e a frescura de padrinho/madrinha fosse com apenas uma pessoa. A meu ver, ela quis dizer, “Mas a responsabilidade de cuidar de tudo é da Mariana. Viva!”.

Utilizando seu notebook, abri os links e as imagens que havia separado a menos de uma hora na Redação. Para minha alegria, enquanto mostrava alguns tipos de decorações e detalhes que poderiam ser usados, Larissa começou a falar sobre o último chá que participara e como havia sido.

— Licença, posso usar o banheiro rapidinho? – Sussurrei para Jaqueline.

— Claro. É só seguir esse corredor, quarta porta a esquerda. – Indicou.

— Obrigada.

Apesar de conhecer Jaqueline a muito tempo, nunca tive o costume de ir a sua casa. Devia ser a terceira vez que entrava ali, então ficar confusa com sua explicação sobre a localidade não foi novidade. O tal corredor que ela falara era grande e todo decorado com quadros paisagistas entre as portas de madeira. Quando cheguei a quarta porta, entrei em um dilema.

— É esquerda ou direita? – Falei sozinha observando as portas. Olhei para trás, a procura do olhar de Jaqueline, mas só pude ver uma de suas amigas olhando para mim e rindo. Suspirei reprimindo o revirar de olhos.

Decidida, abri a porta direita.

— Puta merda!

Sufoquei o grito ao abrir a porta de dar de cara com um homem nu (o palavrão foi proferido por ele ao me ver). Fiquei tão assustada que fechei a porta com força, chamando atenção.

— Mariana? Tudo bem aí? – Vera, mãe de André, perguntou-me. Todas as mulheres se amontoaram, tentando me ver. Senti todo o sangue do meu corpo ir para o rosto.

— E-eu... Desculpa. Errei a porta. – Expliquei rapidamente. Dei alguns “toques” na porta e disse um pouco mais alto: - Per-perdão. Não foi minha intenção.

Não esperei por resposta e diante de meu constrangimento, algumas mulheres começaram a rir, e eu corri para a porta à esquerda, onde o banheiro realmente estava.

Não. Acredito. Que. Passei. Essa. Vergonha.

Definitivamente, essa não é a minha semana. Nem para o quarto estar vazio... Ou então estar com aquele homem, mas ele devidamente vestido. Ou aquele homem... Meu Deus!... Fechei a porta tão rápido que não tive tempo de tentar reconhecer. E nem deveria pensar em o fazer, na verdade. Céus, como posso ser tão azarada?

Lavei meu rosto e respirei fundo enquanto encarava minha própria imagem no espelho. Para estar na casa de Jack, e possuir um quarto, eu não precisaria de mais tempo encarando-o para reconhecê-lo. Só poderia ser uma pessoa: Theodoro, seu irmão dois anos mais novo. Um daqueles perfeitos playboys que vivem à custa dos pais. Do que me lembre, a última vez que André mencionou ele, foi quando ele havia pego DP’s na faculdade de direito. Está aí um sujeito que nunca consegui me dar bem; todas as festas que o encontrei ou vezes em que ele insistia em sair junto com minha antiga turma alguma discussão rolava (em minha defesa, em apenas 70% das vezes era comigo). Sinceramente, esperava não ter que encontrá-lo antes da cerimônia.

Respirei fundo novamente. Basta fingir que nada aconteceu, certo? Afinal, as mulheres não viram o tamanho da vergonha que passei. Isso. Não tem porque ficar preocupada.

Vagarosamente abri a porta do banheiro e fui para o corredor. Instantaneamente um coro de risadas se fez presente na sala. De canto de olho senti toda a minha dignidade sendo jogada fora.

Theo, devidamente vestido com calça jeans, camisa branca e chinelos, contava de forma debochado o que acabara de acontecer. Percebendo a minha presença, todos os olhares se divergiam entre mim e ele.

— Eu... Confundi as portas. – Defendi-me, cruzando os braços. Uma nova onda de risadas. Se já me sentia desajustada por estar sem banho, atrasada e ter arrumado as coisas do chá de qualquer jeito, a situação só piorou. Theo possuía a mesma aparência de que me lembrava: olhos castanho-escuros, sorriso malandro, alto e musculoso. A diferença agora consistia em seu cabelo estar até o ombro, e a barba grande. Provavelmente adotou esse estilo na tentativa de parecer mais velho, mas devia ter 24 anos no máximo.

— Ai meu Deus... – A mãe de Jack e Theo comentou rindo e resisti a vontade de correr para o banheiro. – Bom, já que estamos descontraídas, que tal fazermos uma pausa para um lanche?

Recebendo risinhos e piscadelas, as mulheres passaram por mim no corredor, se dirigindo até a cozinha. Antes de segui-las engoli meu orgulho (que a esse ponto já estava bem pequenininho), e pedi desculpas a Theo novamente.

— Eu realmente sinto muito.

— Será mesmo? – Theo sorriu. Encostou de modo relaxado na parede e me encarou. -Não tirou nenhuma casquinha?

Céus...— ri de forma irônica cruzando os braços. – Já tenho de “quem tirar casquinha”, obrigada. – Respondi e virei, com o intuito de ir para a cozinha. Usar Daniel nessa situação veio bem a calhar. A personalidade de "canalha sedutor" parecia estar escrita com caneta neon em sua testa. 

— É sempre bom conferir as possibilidades... – Mandou-me uma piscadela e foi para seu quarto.

Que droga foi essa...? – Murmurei confusa.

Totalmente desconfortável e imaginando o quanto a noite seria longa fui para a cozinha. Hora de aguentar o falatório feminino.


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Notas finais do capítulo

*DP: para falar bem a verdade ainda não entendo o que realmente é, mas é como se fosse uma prova que vc faz para não reprovar na matéria (sei disso pelo meu irmão que já cursa faculdade).
E aí, qual é a sua primeira impressão do Theo? Cena péssima, eu sei sahushuashusahas
Obrigada por ler! beijo!