Casamentos, Amigos e Amores escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde! Antes de tudo, queria avisar uma coisa: os capítulos serão sempre postados aos domingos. Abri uma exceção hoje porque... Sofro da síndrome "tem-capítulo-pronto-quero-postar" e não me aguentei. Fora que ainda está no início então, é para dar mais informações a vocês, leitores... Enfim, Espero que gostem! Boa leitura!



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— Você não fez isso... Mariana! – Clarisse, uma amiga do trabalho, bradou com os olhos castanhos arregalados.

— Fiz... Infelizmente fiz. Com que cara eu vou aparecer na casa do Daniel? – Suspirei tomando um gole de café. Estávamos sentadas no espaço de lazer da redação, e eu acabara de contar a ela sobre a visita e o convite inesperado da tarde anterior.

— Mas... Porque você não falou a eles que vocês não estão mais juntos? Esse cara que vai casar não era seu melhor amigo?

Sem coragem e com vergonha de responder, apenas acenei que “sim” com a cabeça. Clarisse estreitou os olhos e coçou a cabeleira ruiva, pensativa.

— Você gostava dele, não gostava? – Perguntou. Não soube diferenciar se ela estava falando de André ou Daniel, mas decidi não levar a conversa para esse lado. Um dos primeiros passos para esquecer alguém é não pensar tanto nele, e era isso que eu programaria minha mente a fazer.

— O problema em questão é o que eu vou falar para convencer Daniel a fingir que ainda estamos namorando.

— Porque não tenta ser sincera com você mesma? Assim quem sabe você também consegue ser com ele. – Clarisse sugeriu, levantando uma sobrancelha enquanto tomava um gole de seu café.

Suspirei derrotada e voltei para minha mesa. Fora meus problemas pessoais eu ainda tinha um trabalho na revista e não podia me dar ao luxo de estragar isso também. Sempre me dei bem com a escrita e nada nesse mundo estragaria isso.

Ao final do expediente decidi conversar pessoalmente com Daniel. Assim não teria como ele fugir e eu seria obrigada a encará-lo. Desde que descobri que ele estava me traindo, não tive coragem de olhar novamente em seus olhos, pois por me conhecer eu sabia perfeitamente que iria começar a chorar e isso não aceito. Não posso me mostrar abalada, nem machucada. Ninguém precisa saber o que passa dentro de minha mente.

Depois de enrolar por uns dois minutos em frente à casa de Daniel, decidindo se apertava ou não a campainha, a porta se abriu.

— Mariana?

Tranquei a respiração e engoli em seco. Daniel estava igualzinho a última vez que o vi: o cabelo liso e loiro sempre bagunçado, os olhos castanho-claro gentis, e o sorriso manso. Vestia uma calça jeans desbotada e uma camiseta xadrez; e o que nunca ficava sem: sua câmera profissional pendurada no pescoço.

— É... Você quer entrar? – Indagou relutante. Sem conseguir respondê-lo, e surpresa por ele estar sendo gentil como era enquanto namorávamos, entrei e parei em frente à mesa de jantar de sua sala.

— Tudo bem? Já faz um tempo que não nos vemos. – Disse puxando uma cadeira. – Senta.

Obedeci, permanecendo com o olhar vago. Nenhuma palavra vinha à mente para falar. Ele se sentou em minha frente, assim como André no dia anterior, e me encarou com um sorriso triste.

— Tente resumir o que está sentindo com uma única palavra. – Pediu e eu ri, sem humor. Durante os três anos que ficamos juntos, sempre que algo acontecia e eu não conseguia explicar o que sentia, ele me pedia para resumir numa palavra.

Senti-me uma idiota. Daniel sabia perfeitamente ler minhas expressões e sentimentos. Fingir que nada havia acontecido não funcionaria com ele.

— Problemas.

— Hum... Essa vai ser difícil. Existem muitos tipos de problemas. – Ele riu. Sentindo meu coração acelerar, finalmente criei coragem de encará-lo.

Como pode fingir que nada aconteceu?

— Preciso que você seja padrinho de um casamento junto comigo.

— Padrinho... Eu? Por quê?

Você nunca se importou com o que eu sentia?

— Não fui capaz de recusar o convite. Nem de falar que havíamos terminado.

— Por quê? – Repetiu a pergunta. Seu semblante estava sério e tive vontade de chorar.

Por quê? – Questionei a mim mesma com a voz embargada. – Acho que não tive coragem de confessar que era uma fracassada no amor na frente de um casal que está junto há tanto tempo e se ama tanto...

— Mari...

— Esquece. Eu não devia ter vindo aqui. Acho que nunca aprendo com meus erros. Não canso de ser idiota. – Comecei a murmurar enquanto me levantava, rumando a porta.

— Espera! – Daniel segurou meu braço antes que eu passasse pela porta. – Você sabe que não precisamos fingir que voltamos, não é? – Encarou-me com olhar suplicante.

— Ah claro. É só fingir que você nunca me traiu e eu sou uma “cifruda” feliz! – Bradei perdendo parte do controle.

Respirei fundo, contendo as lágrimas. Daniel me soltou e coçou a cabeça, encarando o teto. Já tínhamos tido essa discussão e ela não nos levou a lugar nenhum. Precisava de sua confirmação de que seria padrinho para me livrar desse fardo de uma vez.

— Só me diga se aceita ou não... Quanto antes eu avisar André que preciso de outro padrinho, melhor.

— Agora eu entendi. – Daniel riu incrédulo, e colocou as mãos no bolso da calça. – André que vai casar? Então eu vou ser seu disfarce não é? – Perguntou com um sorriso maldoso.

— Sim. – Admiti sentindo-me horrível. Não adiantaria mentir a ele mesmo.

Antes de começarmos a namorar Daniel trabalhava na revista como fotógrafo e eu era a estagiária. Um dia ele me pegou chorando na área de lazer e ouviu-me lamentar sobre André e Jaqueline. Não muito tempo depois me convenceu a sair com ele e foi a partir daí que perdi o contato com o casal, já que das vezes que tentamos sair juntos, Daniel e André sempre discutiam depois de bêbados.

Daniel cruzou os braços e pareceu pensar por uma eternidade. Não soube dizer o que se passava em sua mente, entretanto fiquei agradecida assim que ele deu seu veredicto:

— Tudo bem. Farei parte de seu joguinho.

Assenti, e saí o mais rápido que consegui dali. “Aliviada” não a palavra ideal para me descrever, já que sinto o peso de minhas costas aumentando cada vez mais. É como se eu escutasse a voz de minha mãe dizendo de forma acusadora:

Quem brinca com fogo, acaba se queimando


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Notas finais do capítulo

E então, Daniel tem um espacinho de ódio ou amor no coração de vocês? ashuashuas (eu mesma ainda não me decidi).
Até domingo! ~ou ao review, se vc for linda(o)~



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