Casamentos, Amigos e Amores escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Oi! Espero que goste do capítulo. Eu particularmente estou bem apreensiva e incerta do que escrevi sahsauhsau Nas notas finais terá um comunicado importante. Boa leitura!



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Sabe quando eu estava discutindo com Daniel e disse que só ele estava me confundindo? Pois é, para variar, me enganei. Assim que a porta do elevador abriu no meu andar, encontrei André estirado no chão, com cara e cheiro de quem tinha decidido tomar um porre.

— André! – Exclamei alarmada. – O que aconteceu? – Perguntei indo até ele, ajudando-o a alevantar do chão.

— Mari, Marizinha... – André riu quando me viu. — Até que enbim você begou... – Reclamou. Suspirei cansada e coloquei seu corpo apoiado ao meu enquanto tentava abrir a porta do meu apartamento. Não foi uma tarefa fácil, já que André estava mole e não era nenhum pouco leve.

— Porque você está assim? O que aconteceu? – Repeti a pergunta assim que a porta se abriu. Ao invés de me responder, André enlaçou meu pescoço com seus dois braços e começou a rir. Como se olhar para minha cara cansada e confusa fosse o equivalente a assistir um show de stand up.

Com dor de cabeça e um pouco de impaciência, tentei fazê-lo desgrudar enquanto fechava a porta e acendia a luz.

— O que é tão engraçado assim? – Reclamei, quando enfim André parou de rir.

Apesar de estar preocupada com a situação, não pude deixar de reparar que André realmente nunca se deu muito bem com bebidas alcóolicas, e que seu estado estava mais para o cômico do que para o trágico. Durante os anos em que fiquei afastada dele, uma das minhas esperanças era que um dia algo do estilo acontecesse: André se sentiria mal por qualquer coisa e ao invés de recorrer a Jaqueline, ele viria a mim, porque eu era sua melhor amiga e não ela. Mas isso nunca aconteceu. Nenhuma vez sequer. Até que me convenci de parar de esperar por isso, e aceitei a realidade de que meu antigo posto estava ocupado por sua namorada e que eu nem mesmo devia o mencionar como “meu antigo posto”. E agora, com o casamento marcado, também não devia ficar triste ou me remoer com esses pensamentos. Mas o monstrinho da inveja dentro de mim parece querer ressurgir e se mostrar satisfeito com a situação. Monstro da razão, detenha-o por favor!

— André, porque você está aqui? – Questionei. Ao invés de me responder, André foi até o meu sofá e se deitou lá de qualquer jeito. Sem muita escolha, o segui e me acomodei no sofá também.

André por inteiro parecia uma bagunça. Desde seu olhar perdido, ao cabelo desarrumado e a roupa amassada. Mas, por Deus, porque ele continuava tão lindo dessa forma?

— O que aconteceu? Porque está aqui? – Retomei minhas perguntas, não resistindo ao impulso de passar minha mão sobre seu cabelo castanho, numa tentativa de ajeitá-los. André esperou por um tempo, como se estivesse tentando organizar seus pensamentos, para então segurar minha mão que o acariciava, firme ao rosto.

— Vai me bandar embora bambém? – Murmurou em resposta, com os olhos fechados. Tive uma pequena vontade de responder no ato que sim, iria mandá-lo embora porque o dia havia sido cansativo e eu queria tomar um banho e descansar. Mas sabia que essa não era a verdade. Já que, o monstro da razão não estava sendo muito eficiente em esconder o meu contentamento em tê-lo ali.

— E quem já te mandou embora?

Ainda de olhos fechados, André apertou mais a mão que segurava, e sussurrou num fio de voz:

— Não tem bais casamento.

A surpresa tomou-me por inteira. Então era por isso que ele estava aqui. Não tinha mais Jaqueline para consolá-lo. Nem casamento para se preocupar. Mas toda a situação está muito estranha. André e Jaqueline não iriam desistir de um relacionamento de tanto tempo, que está prestes a dar um passo mais sério por um motivo qualquer.

— Meu Deus! Você está bem? – Indaguei preocupada, o abraçando. Sei que foi uma pergunta idiota, pois ele claramente não estava bem. Mas não consigo muito pensar nesse momento. Não quero pensar. Porque se eu me deixar levar... Não sei se serei uma boa amiga que o ajuda a voltar a mulher que sempre amou.

Pensei que o que se seguiria seria uma onda de choro e palavras ditas com o voz engasgada enquanto ele tentaria me explicar o que aconteceu para chegar ao ponto crítico do término do casamento, mas, ao invés disso, André voltou a rir.

— Bem? Não bei porque fui cego por tanto tempo... – Disse em meio ao riso. Soltei-me dele um pouco confusa.

— O que você quer dizer?

— Aquela... Aquela ingrata... – Tentava falar, mas não parecia conseguir completar seu raciocínio. – Bão importa! – Bradou de repente, me assustando. – Eu só... Me dei conta que... Berdi muito tempo com alguém que nunca me abou.

— Se você não me falar o que fez com que vocês brigassem, eu não vou conseguir te ajudar a voltar com a Jack... – Insisti. Um erro, já que a expressão de André se fechou.

— E quem bisse que vou voltar com ela?! HA! – Ao invés de rir como fizera antes, André tentou ficar sério (ficar sério bêbado não combina com ele). – É por isso que bim aqui. Você é a mulher certa para bim, Mariana.

Como se meu corpo tivesse recebido um choque elétrico, levantei-me do sofá num estalo. Senti como se tanto minha respiração, quanto meu coração estivessem presos dentro da garganta, A primeira trabalhando de menos e o segundo de mais.

Ele está bêbado, Mariana. Está magoado. Não mede o que fala. Não o leve a sério. Sanidade, resista!

— Você está precisando de café. – Aleguei, com a desculpa de sair dali. Entretanto, André se pós de pé, impedindo minha passagem e fazendo com que eu ficasse de frente a ele.

— Estou precisando de você.

Dito isto, André me beijou. Gostaria de dizer que resisti e que deixei seus braços o mais rápido possível. Mas eu estaria sendo uma mentirosa de carteirinha. Esperei por esse beijo por tanto tempo que a única coisa que fui capaz de fazer assim que senti seus lábios quentes e macios colados aos meus, foi me entregar ao prazer do toque. Não medi as consequências que aquilo traria a minha mente já perturbada, porque naquele momento a única coisa que importava era eu ser capaz de corresponder ao seu beijo.

Não sei dizer por quanto tempo me deixei ficar presa àquele sonho, não consegui medir. Entretanto, antes que eu realmente me colocasse em uma situação sem volta, interrompi nosso contato. Situação sem volta? Ter permitido esse beijo já é uma recaída ao seu estado de paixão ardentemente platônica, sua idiota!

— Você realmente precisa de café. Espere um instante aqui no sofá, está bem? – Falei enquanto tentava recuperar o ar, dando duas longas passadas para trás. André apenas sorriu de canto, e se jogou no sofá, parecendo satisfeito enquanto soltava um risinho.

Satisfeito... -  Sussurrei para mim mesma, atordoada. — Meu Deus, eu estou louca... Louca... Louquinha.

Estava tão perdida enquanto prepara o café instantâneo, que derrubei todo o pó no chão, assustada, ao ouvir o toque da campainha. Céus e se for Jaqueline? Ela provavelmente vai perceber que alguma coisa aconteceu! E se André falar novamente que... Que precisa de mim e não dela? E se ele falar que nos beijamos?! Ai que buraco que me enfiei. Onde estava essa consciência na hora do beijo hein?

Com o coração na mão, observei no olho mágico antes de abrir a porta. Quase desmaiei de alívio ao perceber que se tratava de um homem. Eu disse “quase” porque o homem tinha a fisionomia muito parecida com a de Theo. Só não caí no chão, derrotada, ao abrir a porta e constatar que era realmente Theo, porque me apoiei na parede. Não tenho estruturas para fingir que nada aconteceu e que está tudo bem. Por que ele tinha que aparecer logo agora?

— Como você conseguiu meu endereço? – Estava tão atordoada que nem percebi o quão grosseira essa frase saiu até que a disse. Theo alargou um sorriso malicioso ao me analisar da cabeça aos pés.

— Bom te ver também, Marizinha. – Piscou um dos olhos. – Consegui com meu ex-cunhado desmaiado ali no sofá. – Apontou para André. Observe como a vida é injusta: Eu aqui, me martirizando e insegura do que venha acontecer e ele dormindo como nada tivesse acontecido.

— Você sabe o que aconteceu? Não consegui tirar nada de André. – Perguntei, dando passagem para que Theo adentrasse em meu apartamento.

— Na verdade, não. Cheguei em casa no momento final da briga deles. André pediu meu carro emprestado para ir embora e cedi. Nem em sonho pensei que o “sr.conduta” fosse beber todas e sair por aí, sem nem ao menos tentar sentar e conversar melhor com minha irmã.

— Deve ter sido algo sério... – Comentei sem saber muito o que falar. Então o carro preto que não tinha reconhecido e que estava na minha vaga era o dele.

— Mesmo assim. André e Jaqueline sempre foram o “casal exemplo”. É estranho pensar e comprovar o amor é realmente uma merda e não dá certo.

— Você não está sendo precipitado? – Argumentei. Como se você tivesse moral para falar isso. Engoli em seco, ignorando minha consciência.

— Vai me dizer que você ainda se ilude com o “amor verdadeiro” entre casais? – Theo riu amargo. Não me lembrava de já ter visto essa face tão dura dele. E nem sabia que ele se sentia íntimo o suficiente de mim para expor esse tipo de pensamento. – Enfim. Onde está a chave do meu carro?

— Hum, não sei. Deve estar com André ainda. Estou fazendo café, quer também? – Ofereci. Não me faria bem ficar novamente sozinha com André.

— Não, valeu. Tenho um compromisso ainda hoje. – Disse caminhando até André. – Ei, cara. Onde está a minha chave? – Indagou, chacoalhando-o.

— Compromisso? Você não pode leva-lo junto com você deixar na casa dele? – Pedi, esperançosa.

— Isso já é abusar da minha boa vontade. – Theo murmurou enquanto revirava os bolsos de André. Quando achou a chave, colocou-a a no seu próprio bolso e veio até mim. – Desculpe, mas foi a você que ele veio pedir socorro. – Dito isso levantou os dois braços, como se reforçasse que não tinha nada a ver com a situação.

Fiquei tentada a insistir que Theo o levasse embora, mas confusa com o sentimento de contentamento ao ouvir de outra pessoa que foi em mim que André confiou para cuidar dele.

— Tudo bem... – Falei massageando meu pescoço. Maldito orgulho, não é hora de das as caras!— Tenha um bom encontro ou seja lá o que for...

— Não precisa ficar toda mau-humoradinha. Logo essa situação acaba e vou poder te ver toda arrumada no casamento. Ah não ser que queira marcar algo para essa semana mesmo... – Sugeriu provavelmente achando graça da minha cara. Não estava com paciência para suas brincadeiras.

— Não, obrigada.

— Então até mais. Sonhe comigo! – Despediu-se e me limitei a chacoalhar a cabeça enquanto soltava uma risada sem humor.

Após fechar a porta, peguei a xícara de café e fui até a sala. André parecia estar em um sono profundo do qual não sairia tão cedo. Sem muita opção, bebi eu mesma o café, apesar de saber que não precisaria dele para me manter desperta o restante da noite. Pensei na possibilidade de levar André embora, mas fiquei com medo de acordá-lo e a situação sair fora do controle novamente, e carrega-lo até meu carro dormindo estava fora de questão. Portanto, ajeitei-o melhor no sofá, e coloquei uma manta em cima de seu corpo. Exausta, murmurei enquanto terminava de ajeitá-lo:

— O que faremos agora?

Era uma pergunta que provavelmente teria que repetir com André sóbrio. E que eu provavelmente ficaria a noite toda revirando em minha mente. Mas antes de deixar que a insegurança viesse tomar minha mente, resolvi tomar um banho e ir me deitar. Quem sabe no dia seguinte eu não esteja mais disposta e com algumas respostas mais claras? Afinal, um beijo não significa tanto. E uma briga pode atingir o perdão. Não é?


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Notas finais do capítulo

*OBS: erros propositais para dar ênfase no estado bêbado do nosso amigo
Pois é, eu fiz isso. Estava lendo a história e comentaram para mim que estava faltando uns beijos, então achei o momento perfeito para confundir a cabeça de todo mundo SHAUSHAUH Mas eu não sei escrever cenas de beijos, então se não for pedir muito, VOCÊ PODERIA ME DAR SUA OPINIÃO SINCERA do cap? E quanto ao aviso importante: sabe aquele negócio de postar todo domingo, então não vai rolar. Não com a minha falta de inspiração para escrever, desculpe. E não menos importante: MUITO OBRIGADA a todos que comentaram o cap passado, me deram forças para continuar a escrever!! Meu sincero obrigada a: Hermione, Mas que coisa man, Crush intant e Pablo ♥ Beijão e obrigada por ler!



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