Casamentos, Amigos e Amores escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

OLÁ! ~foge do olhar reprovador~ Desculpe a demora. Não sei se chegaram a ver, mas eu coloquei no meu perfil que essa época de vestibular estaria realmente complicada para mim. Bom, ENEM passou (eu não, triste) e agora eu só terei a segunda fase da faculdade que quero prestar. Me desejem sorte, por favor. Porque enquanto eu estou d ebom humor, continuarei postando (quanto ao q falei no cap passado, eu nao pirei sahuhsuas).
Queria agradecer a Isa, a Crush Instant, Dani e Hermione por conversarem comigo cap passado. Tratei de me empenhar em escrever hoje, depois do ENEM, por vocês. ~obrigada~
Enfim, Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/700944/chapter/10

Após aquela cena desastrosa e confusa com Theo, dirigi-me a cozinha. Entrei vagarosamente, imaginando o quanto seria bom se ninguém reparasse em minha presença. Doce ilusão. Onze mulheres reunidas em um só local era mais do que suficiente para que eu escutasse cinco comentários maliciosos, no mínimo.

Fora Jaqueline e sua mãe, as quais estavam separando salgadinhos e bolachinhas para colocar na mesa, todas as mulheres estavam reunidas na mesa de jantar principal, que era de madeira escura e com tampa de vidro. Ao centro algumas frutas, com suas cores vibrantes, dando a impressão de estarem suculentas. Aproveitei que havia uma cadeira vaga ao lado da Dona Vera e me sentei.

— Mari! Não acredito que está de olho no meu parceiro de altar! – Júlia comentou rindo. Tanto ela, quanto Larissa estudaram comigo durante o ensino médio. Na época do colégio éramos mais amigas, hoje temos pouco contato. Júlia tem aquela típica cara de anjinho barroco, dos olhos e cabelos claros graças a sua descendência alemã. Já Larissa tem os cabelos cacheados que lhe vão até a cintura, pele e olhos escuros.

— Pode ficar tranquila, não tenho intenção nenhuma de me relacionar com Theo. – Argumentei me sentindo envergonhada.

— E como anda o fotógrafo? – Larissa indagou com um sorriso malicioso. Tecnicamente, eu não deveria me importar com aquele sorriso, nem com o que ele significava, já que não estou de verdade com Daniel, mas não pude impedir a pontada de ciúmes que me atingiu.

— Bem. Estamos bem. – Afirmei, rápido demais. – Ele... Até me presenteou com uma rosa e uma foto hoje. – Sorri convencida. Sabe qual é o problema de você ter que fingir que ainda está com o cara que te traiu? É saber que, nem todo sentimento é tão falso quanto sua razão faz parecer. Receber aquela foto hoje... Aquele idiota está realmente conseguindo amolecer meu coração. Inferno.

— Não parece tão feliz, com essa cara! – Dona Vera comentou, rindo. Ri sem graça, já que nem tinha reparado que havia formado uma careta.

— Você sempre foi muito expressiva... Conta, o que ele aprontou dessa vez? – Júlia questionou, com os olhos brilhando de curiosidade. Cocei a nuca, pensando no que responderia.

Aproveitei que Jaqueline terminara de colocar as coisas na mesa, e tentei desviar o assunto para a comida:

— Meu Deus, adoro essa bolachinha! – Exclamei separando um pratinho de porcelana cheio de bolachas com goiabada apenas para mim.

— Não foge, dona Mariana! – Larissa cortou-me, rindo. – Essa foto e flor foram um pedido de desculpas, não é? Vocês viviam brigando por bobeiras.

Parei para pensar um pouco enquanto me servia de suco de laranja. Quando meu relacionamento com Daniel teve início, nós realmente brigávamos muito. Apesar de toda sua aura calma e travessa, sempre foi muito ciumento. Só diminuímos nossas brigas após eu ter me desligado de André...

— Meninas, deixem a Mari em paz. – Jaqueline interviu a meu favor. Quase chorei de gratidão. – Afinal, meu irmão já a constrangeu mais do que suficiente.

Júlia, Larissa e Vera começaram a rir e eu apenas olhei para o teto, imaginando o que eu havia feito para ter que passar por isso numa noite de sexta-feira.

— Er... Não tem problema. – Comecei sem graça. – Mas sinto falta de conversar com vocês, meninas. Vamos falar de assuntos mais interessantes! Como anda a faculdade...?

Como se ouvisse minhas preces, elas realmente se empenharam em me contar como a vida de universitária estava corrida. Ficamos todo o “lanche” conversando e consegui, aos poucos, me sentir mais leve. Após cerca de quarenta minutos, voltamos a sala e ao foco principal da noite: O chá de cozinha. Tentar resolver os detalhes estava sendo um dilema, já que todas as madrinhas se sentiam no direito de opinar e impor aquilo que pensavam.

— Acho que a decoração tem de ser do mesmo estilo que a do casamento. É como se fosse uma prévia do grande dia! – Uma tia de Jaqueline, que não lembro o nome, argumentou.

— Mas assim já entrega logo de cara! Fica sem graça. Precisa ser algo mais feminino, com flores, balões, tecidos cor-de-rosa... – A mãe de Jaqueline se contrapôs.

— Não seria melhor ter um toque mais chique? Um bom tom de bege com flores simples já conquistaria o local.

— E se colocássemos talheres e panelas por todo o local?

— Prefiro a decoração igual à do casamento.

— E o bolo? Livro de receitas, brincadeiras...

— O convite precisa ser mais característico também! Com a forma de peças da cozinha.

Pelo canto do olho observei Jaqueline. Esse era um dos raros momentos que a vi ficar realmente irritada. Até agora nenhuma das madrinhas havia deixado ela se expressar ou eu terminar de mostrar as fotos que separara.

— Meninas! – Jaqueline bradou, interrompendo-as. Sua expressão denunciava que ela via agora que tê-las chamado para ajudar estava mais atrapalhando do que auxiliando. – Vamos ver uma coisa de cada vez, certo? Mariana ainda tem algumas coisas separadas para nos mostrar...

Com isso, as mulheres se calaram, dando espaço para que eu continuasse a falar. Os seus olhares pareciam me perfurar de raiva, mas fingi não perceber. Não estava decidindo nada ali, apenas dando sugestões.

Às dez e meia da noite nós finalmente finalizamos a reunião. O chá seria dali a um mês, e a única coisa que tinha sido realmente definida ali era o tipo de convite que faríamos. Quando Jaqueline foi se despedir de mim, não pude deixar de sentir certa pena.

— Desculpa... Realmente achei que conseguiríamos resolver tudo. Doce ilusão. Posso marcar um dia para você vir aqui e nós terminarmos de separar as coisas?

— Claro. Vou dar mais uma pesquisada nas brincadeiras e já escolher algumas escondido. – Brinquei. Engraçado como me sentia mais à vontade com ela quando André não está junto. Não lembrar dele me faz parecer ter um peso a menos sobre os ombros.

— Ai meu Deus... Vou confiar em você, hein!

— Pode deixar. – Despedi-me com um beijo na bochecha. – Até mais!

Segui caminhando até o carro, tentando me convencer de que a noite não fora um fracasso por completo. Mudei de ideia assim que vi um homem alto, de camisa branca, calça jeans e chinelo encostado no meu gol prata. O cabelo caído até o ombro denunciava a identidade do ser inconveniente.

— Será que poderia me dar licença? – Pedi suspirando cansada. Theo pareceu ser pego de surpresa e, virando para mim soltou uma lufada de fumaça pela boca. O cretino estava fumando e depositando suas cinzas em cima do meu carro. Como quem ganha um prêmio, ele começou a rir de felicidade.

— Esse é o seu carro? Pense que fosse o da Julinha.

Cruzei os braços, irritada por perceber que ele não desencostara do carro.

— E iria cantá-la a intoxicando com a fumaça e sujando o carro dela? Ótima estratégia. – Ironizei.

— Seria tão ruim assim? – Perguntou, fingindo estar temeroso. – Bom, pelo menos foi com você então. – Concluiu com uma risada. Limitei-me a revirar os olhos.

— Se tiver sorte ainda a encontrará na entrada de sua casa. – Comentei, entrando no carro. Mesmo sem ele se afastar, girei a chave. Após colocar o cinto e dar a partida, Theo bateu três vezes no vidro. Ponderei se devia abrir ou não. Dar luz ao cansaço ou a educação?

— O que foi? – Indaguei após abaixar o vidro.

— Foi bom te ver. – Iniciou parecendo sincero. – Quando se cansar do Dani, sabe meu número. – Disse, e antes que eu pudesse reagir, soltou mais uma lufada de fumaça, só que dentro do carro.

— Não, na verdade não sei. Boa noite.

Finalmente saindo dali, percebi que deveria parar de ouvir meu senso de educação. Fui simpática e ganhei o quê? Um carro fedendo a cigarro.

Quase chorei de alívio ao chegar em meu apartamento e tomar um banho. Precisava me despir de todas as preocupações da semana e ter um momento só para mim. Tentar colocar os pensamentos em ordem, ao menos. Esquecer um pouco esse drama que eu mesma criei para minha vida.

E, é claro, que não consegui. Foi tentar pensar no que deveria fazer na Redação, que me lembrei da foto e da rosa. Daniel. Hoje, ele deveria ser apenas meu passado, mas ele parece carregar uma placa escrita: “PRESENTE E FUTURO, BABY”. A passos lentos, fui até a mesa da cozinha, onde havia depositado a rosa e a foto. Ainda não tinha visto se algum bilhete a acompanhava e nem me pronunciado sobre isso a ele.

Com a foto na mão, a analisei melhor. Daniel realmente era um ótimo fotógrafo para conseguir deixar-me tão encaixada e conectada com o cenário. Mesmo sem querer, sorri. A foto era realmente bonita. Virei a fotografia, e prendi a respiração ao deparar-me com sua caligrafia no verso branco. Daniel nunca rabiscava suas fotos.

“Não pude deixar de revela-la, pois quando a vi, ali, na nossa padaria predileta, com o olhar tão sereno, senti saudade de tudo que vivemos. Mantenho minha palavra de não desistir de nós, e faço desta fotografia minha promessa. ”

Não marcou meu nome, não assinou nem se despediu com um “te amo”. Mesmo assim, cada palavra me atingiu e me perturbou. Daniel tinha seu próprio jeito de ser um romântico conquistador. Ponderei novamente se deveria dar luz a minha educação e agradecer ou procurar pelas brincadeiras do chá de cozinha, antes de dormir.

Com o celular na mão, enviei a seguinte mensagem para André:

“Precisamos nos encontrar para você me ajudar no questionário do Noivo no Chá de Cozinha! Está liberado amanhã para um almoço?”

Não daria luz a educação novamente. Muito menos a essa educação disfarçada de perdão.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo curto né? Mas achei que seria o melhor momento para parar.
Mari rancorosa, né? suahuhsaahs
Daniel será perdoado? André será relembrado? Theo ainda vai aparecer?
Isso, nos proximos caps >—-<
Obrigada por ler, beijoos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Casamentos, Amigos e Amores" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.