Marotos no Futuro escrita por Duda Monteiro


Capítulo 9
Bad Blood


Notas iniciais do capítulo

Olá, sejam bem vindos de volta! No momento são 01:11 da sexta feira, e eu terei faculdade daqui há algumas horas, mas não posso deixar vocês sem post, e como irei viajar esse fim de semana, agora é o único momento que tenho. Por causa disso, não respondei os comentários do capitulo anterior. Mas assim que voltar, respondo. Beijos e espero que gostem!



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Now we've got problems

And I don't think we can solve 'em

You made a really deep cut

And baby, now we've got bad blood, hey

Agora temos problemas

E eu não acho que nós podemos resolver eles

Você fez um corte muito profundo

E, meu bem, agora nós temos uma rixa, hey

Bad Blood — Taylor Swift

 

Pontualmente às 17:50 horas, o grupo se encontrava fora do Salão Principal. Para a sorte deles, ainda não havia alunos por perto. Dumbledore já estava ali, e pediu para que eles o acompanhassem.

Ele entrou no salão e seguiu para uma câmera que ficava por trás da mesa dos professores. Quando entraram viram uma sala pequena, cheia de retratos a óleo de bruxas e bruxos.

— Fiquem aqui até alguém chama-los. Vocês terão que refazer a cerimônia de Chapéu Seletor — eles se olharam chocados. Haviam esquecido daquele pequeno detalhe. O que aconteceria se alguém mudasse de casa?! — E devem se lembrar, que se por acaso algum de vocês forem escolhidos para uma casa diferente, deverão aceitar — alertou o professor, prevendo o que passava na mente deles. — Agora devo assumir meu posto na mesa. E vocês estão proibidos de falarem qualquer coisa que escutarem aqui hoje — disse para os quadros. — Até logo, meninos. E boa sorte — despediu-se e saiu.

Sentaram-se pelos sofás espalhados pelo cômodo e ficaram em silêncio por algum tempo, até que James quebrou.

— Espero, sinceramente, que ninguém mude de casa — falou tristemente. Eles concordaram, com o mesmo pensamento passando em suas cabeças. Elizabeth estava completamente deprimida. Queria que nada daquilo estivesse acontecendo.

Não sabiam o que falar, e tinham medo que mesmo com a ordem do professor, algum dos quadros fofocassem por aí sobre o que escutasse. Por isso mantiveram-se num longo silêncio. Até que a professora McGonagall apareceu parecendo ligeiramente chocada.

— Oh, bem, aí estão vocês. Dumbledore pediu para que eu os chamassem. Devo dizer que é uma surpresa vê-los aqui. Como sempre, estavam mexendo em coisas que não deviam — o grupo sorriu com a fala dela. Ela conseguia passar a irritação e a felicidade de vê-los, na mesma medida.

— Também gostamos muito da senhora, professora Minnie — brincou James, abrindo o seu famoso sorriso. Minerva deu um meio sorriso.

— Isso não é hora para brincadeiras, senhor Pott... Pontes — corrigiu-se rapidamente, lembrando do nome que Dumbledore falara para chama-los. Logo após avisar a todos os professores, como ele havia pedido, ela fora em sua sala e ele revelara os novos nomes de seus antigos alunos. — Por favor, me sigam.

Logo estavam no Salão Principal sendo encarado por diversos alunos. Aparentemente todos estavam curiosos para saber quem seriam os novos alunos.

Elizabeth adoraria ser uma mosquinha, para ter visto a reação deles quando Dumbledore anunciou os alunos de intercâmbio. Mas diferente do seu irmão, ela não podia se transformar em nenhum bicho. E mesmo se pudesse, preferia acreditar que não seria uma mosca.

— Blank, Sirlan — chamou a professora ao lado do banquinho com o chapéu. Eles estavam parados a poucos metros.

Ele foi tristemente em direção a professora. Primeiro porque seria conhecido por aquele terrível nome e segundo, porque tinha medo que o sangue falasse mais alto dessa vez. Sentou-se e esperou.

Os outros estavam muito nervosos. Parecia que ele estava há um ano naquele banco.

— GRIFINÓRIA — gritou o chapéu, o maroto soltou um alto suspiro. Olhando para os amigos, que o encaravam feliz. Foi para a sua mesa esperá-los.

Um já fora, faltavam sete.

— Evagon, Lyanna — a ruiva se dirigiu para o banco calmamente. Lembrava-se porque fora escolhida para a Grifinória da primeira vez e esperava que continuasse daquele jeito. Não deu outra, logo estava ao lado de Sirius.

— Fawaz, Alicia —a ex loira também estava calma. Não via outra casa que se encaixasse tão bem feito a Grifinória.

Logo faltavam apenas mais cinco pessoas, enquanto três sentavam-se a mesa da Grifinória.

— Loret, France — Frank desejava que não fosse separado da sua melhor amiga, e foi isso que aconteceu.

— Lunis, Ren — o maroto estava nervoso. Sempre acreditara que fora parar na Grifinória por um mero acaso. Agora saberia a verdade. E a verdade é que ele ficara exatamente onde tinha que ficar.

Os novos Pontes eram os próximos. Elizabeth foi chamada e andou confiantemente para o banco. Afinal, Grifinória era sua casa e de boa parte da sua família. Só imaginava a reação quando mais outro fosse escolhido para a casa dos leões.

— Pontes, Jace — seu irmão também seguiu confiante, afinal, era um Potter. Melhor ainda, era James Potter. Fora destinado para Grifinória e nada mudaria isso.

Por último, sobrou Dulce. Antes mesmo de Minerva chamar “Miller, Dulcy”, ela já estava indo para o banco.

Não foi surpresa para ninguém quando foi selecionada para a Grifinória. Parecia que todos os americanos estavam destinados para aquela casa.

Terminada a cerimônia, McGonagall retirou o banco com o chapéu, enquanto Dumbledore levantava-se. — Gostaria de desejar as boas-vindas para os nossos novos alunos, e espero que eles aproveitem seu período aqui. Também peço para que aguardem pela professora McGonagall após o jantar, pois ela os explicará sobre seus dormitórios.  Agora, bom apetite a todos.

Ao final da frase, todos comemoraram e começaram a comer. Já que o jantar havia sido atrasado. Os intrusos do tempo se entreolharam e deram de ombros, atacando a comida em seguida.

Encerrado o jantar, Minerva os guiou pelo caminho já conhecido até a torre da Grifinória.

— Eu não consigo acreditar no quão irresponsáveis vocês são. Arriscando suas vidas por nada. Esperava mais da senhorita, Evagon — reclamava a professora enquanto andavam. Em meio à confusão pelo seu novo sobrenome, Lily se sentiu deprimida. Respeitava e admirava a diretora da sua casa. Sabia que tinha se deixado levar pela curiosidade e pelas amigas, e fora completamente irresponsável.

— A Lya não tem culpa, Minnie. Eu que preparei a poção — assumiu Elizabeth. A mais velha a olhou severamente.

— Eu sei disso. Só não desconto pontos de vocês agora, pois seria injusto com o pessoal desse tempo.

— Onde dormiremos, Minnie? — Sirius perguntou querendo desviar o assunto.

— Existem pequenos quartos extras em todos os Salões Comunais. Um para os meninos e outros para meninas. O diretor aumentou esses quartos, e vocês dormirão neles. Acreditamos que assim será mais difícil alguém descobrir a verdadeira identidade de vocês.  Os quartos ficam no último andar.

— Professora, o diretor Dumbledore mencionou algo sobre alguns de nós termos descendentes aqui na escola. A senhora poderia nos informar direito sobre isso? — tentou Dulce.

— Senhorita Miller, temo que isso não será possível. Quanto menos vocês souberem do futuro, melhor. Peço que nem tentem descobrir nada sobre esse assunto e se concentrem em voltar para seu tempo — pararam na frente do retrato da Mulher Gorda. — Tomem cuidado com o que falarem — e mostrando um sorriso pela primeira vez. — Realmente fico feliz em revê-los, mesmo achando suas atitudes idiotas. Agora subam e durmam. Amanhã o dia será difícil.

A professora então falou a senha e saiu. Entraram pelo quadro, atraindo olhares dos que se encontravam na sala. Eles se despediram, cada grupo seguindo para seus novos quartos. O cansaço estava enorme, e mesmo tendo várias coisas para discutir sobre o dia, teria que ficar para a manhã seguinte. Cada um se arrumou o mais rápido possível e capotaram nas camas.

...

Dada a hora combinada, o grupo se encontrava andando até o Salão Principal, para receber seus novos horários e principalmente, para o café da manhã.

— Então estamos combinados. Todos juntos na maior parte do tempo. Só nos separaremos para Lya, Dulcy e Alicia cursarem Trato de Criaturas Mágicas, enquanto o resto ira para as aulas de Aritmância e Estudo dos Trouxas — relembrou James.

— Sim, Jace — Liz respondeu revirando os olhos. — Todo mundo já entendeu isso. Agora anda mais rápido que estamos com fome — reclamou a menina, sendo apoiada pelos amigos. Logo se encontravam na mesa e começaram a comer.

Não demorou muito e McGonagall apareceu para preparar o horário dos “novos” alunos. A grade de aula de James, Sirius, Remus, Frank e Liz era a mesma, enquanto a das outras três se diferenciava pois não teriam Estudo dos Trouxas e Aritmância.

— Pelo visto o horário de Hogwarts não muda de jeito nenhum — comentou Sirius observando o papel após a professora te se afastado. — É igual ao nosso antigo.

— Sentirei falta de fazer Runas Antigas — suspirou Lily tristemente.

— E eu de fazer Adivinhação — disse Alice.

— Sinto muito, Lya. Mas é melhor que nos separemos o mínimo possível.

— Eu sei, Ren.

— Até hoje não entendendo o que você vê em Adivinhação, Ali — Dulce admitiu olhando para a amiga.

— Para mim, aquilo é tudo um monte de bobagens — concordou Frank.

— Eu gosto — respondeu a morena dando de ombros.

— Preparados para a primeira aula? — perguntou Liz. — Pelo menos não teremos que decorar um novo horário.

— Por mim, não iria para aula. Já sei basicamente como será — disse Sirius displicentemente. Ao redor deles, as pessoas começavam a se levantar, os deixando mais ou menos sozinhos.

— O cabelo pode mudar, o nome também, mas a irresponsabilidade continua a mesma — brincou Remus.

— Aproveitando que temos um tempinho antes da aula, quando vamos começar a procurar nossos “descendentes”? — indagou James baixinho.

— Não acho que devemos fazer isso... até porque, a professora McGonagall pediu claramente para que não buscássemos informações desse tempo.

— Ah, Lyanna. Deixa de ser tão certinha. Se já entrou no lago, abrace a Lula — Dulcy citou um ditado bem popular da época deles — Temos que saber! Afinal, não viemos aqui à toa.

A outra só balançou a cabeça negativamente. Como sempre, era voto vencido.

— Ao menos então, vamos deixar isso para outra hora. Senão chegaremos atrasados — disse Lily. Os amigos não viram jeito a não se concordar e irem para as primeiras aulas do dia, Transfiguração.

As duas primeiras aulas se passaram calmamente. Minerva McGonagall continuava praticamente a mesma, e o assunto da sua aula já havia sido visto pelos oitos. Pois no tempo deles eles já estavam no final de  janeiro, e agora se encontravam no final de setembro.

Agora seguiam para a próxima aula, que seria de Defesa Contra as Artes das Trevas. No meio do caminho passaram por um grupo que caminhava no sentindo oposto, e Elizabeth acabou esbarrando em um deles. Nisso acabou ficando para trás, pois seus amigos não repararam no acontecido.

— Desculpe — falou na mesma hora que o garoto. Ele continuou o seu caminho, mas Liz ficou alguns segundos o observando em choque.

— Effy? — chamou Remus, após notar a ausência da amiga.

— Vocês repararam nisso? — perguntou ignorando o amigo. Houve uma troca de olhares entre os setes, que não sabiam do que ela estava falando.

— Reparamos no que, o maluca? — indagou Dulce gentilmente.

— Acho que acabei de encontrar nosso primeiro descendente. E por acaso, ele é meu sobrinho — exclamou em meio ao choque. James a olhou perplexo.

— Você achou um filho meu?!

— Pelo visto, sim — afirmou a menina.

James estava quase correndo atrás do menino, que já havia sumido pelo corredor. Mas foi impedido pelos amigos.

— Acho melhor irmos para a aula, Jace. Depois do almoço temos algum tempo livre, e procuramos saber mais sobre isso — sugeriu Frank, que também estava morrendo de curiosidade, mas por hora, preferia continuar fingindo que eram apenas alunos normais. O maroto olhou para os amigos e viu que eles concordaram — alguns com muito contragosto — com Frank e aceitou. Seguiram então para a sala, onde tiveram uma não tão agradável surpresa.

— Estão atrasados. Menos cinco pontos de cada uma para a Grifinória — o professor falou assim que eles entraram. Havia pouquíssimos alunos na sala, que reunia todas as casas.

Ficaram extremamente chocados quando notaram quem era o professor. Severo Snape, conhecido popularmente como Ranhoso pelos marotos.

— Sentem-se. Antes que percam mais pontos.

Ainda em choque, eles se sentaram, enquanto Snape discursava sobre o quão ruim aquela turma fora até agora. E introduzia o novo assunto.

— ... patronos. Provavelmente quase nenhum de vocês conseguirá produzir um patrono descente, isso é, se conseguirem produzir alguma coisa. Mas é um assunto necessário. Principalmente nesse momento. Então sugiro que se concentrem, a menos que queiram perder pontos para suas casas e nunca mais voltarem para essa aula. Levantem-se!

Os viajantes do tempo levantaram sorrindo. Já haviam tido aula daquele assunto — com um professor muito mais agradável, diga-se de passagem —, e sabiam produzir patronos.

— Expecto Patronum — berraram, sendo acompanhados pelos outros alunos. Da varinha de cada um saiu um animal diferente. O patrono de James era um cervo, de Lily uma corça, Sirius um grande cachorro sem raça definida, Remus um lobo, Dulce uma raposa, Alice um coelho, Frank uma coruja, e Elizabeth um husky siberiano.

O professor os olhou com desprezo, enquanto os patronos andavam pela sala. Boa parte dos outros alunos mal haviam conseguindo algum efeito. Apenas os patronos com forma eram dos oitos, graças ao fato de que eles já estavam avançados em seu tempo.

— Só eu acho que o Ranhoso vai ficando com o cabelo mais oleoso com o passar do tempo? — comentou Sirius num tom baixo, para seus amigos escutarem. A única que não segurava o riso era Lily, que estava fazendo uma cara de desaprovação.

— Não deveria falar dele assim, Sirlan — bloqueou. Snape tentava não prestar atenção neles, ou melhor nela. Passava pelos alunos reclamando de seus esforços.

— Você não deveria defende-lo, Lya — disse Liz, olhando com pena para a amiga. Sabia que os dois tinham uma história, e que Snape havia machucado e muito, Lily. Não entendia como depois de tudo ela conseguia defende-lo.

— Não o estou defendendo-o, Effy. Só acho que...

Mas Lily não conseguiu terminar a frase. — Parem com as conversas paralelas. Antes que pecam mais pontos. Vocês oitos tem quase um mês de tarefas perdidas para realizarem. Quero tudo pronto na aula da próxima semana. Aproveitem o prazo. Aquele que não me entregar, levará uma detenção — falou o professor. Os “novatos” o olharam chocados. Sirius e James se seguraram para não lançar uma azaração nele naquele momento — Sentem-se e anotem — mandou. Os alunos obedeceram e a aula seguiu sem maiores emoções. A não ser por indiretas soltadas por Snape vez ou outra. E James e Sirius segurando-se o mais forte que podiam.

Lily não acreditada na pessoa desprezável que seu ex-amigo havia se tornado. Afinal, não era apenas eles que Snape tratava mal, mas sim todos os alunos daquela sala! Não via a hora de voltar para o passado, e esquecer que um dia conhecera Severo Snape.

A aula se arrastou lentamente, todos comemoraram internamente quando o sinal finalmente tocou, a encerrando.

— Senhorita Evagon, fique. O resto pode sair — ordenou o professor. Com um suspiro pesaroso, a menina olhou para o agora professor. Enquanto isso, James fora arrastado para fora da sala pelos amigos. — Não acredito que depois de tanto tempo...

— O que você quer, Severo? — perguntou Lily sem paciência. Já estava bem claro para ela que Snape sabia quem eles realmente eram.

— Só queria...

— Infernizar minha vida como você faz com todos os alunos? — soltou sem pensar — Nunca imaginei que virasse professor, afinal, você já tinha um futuro “belíssimo” em mente. E também nunca pensei que pudesse se tornar tão cruel e detestável com pessoas que não fizeram nada a você! Mas acho que isso é algo ensinado no círculo íntimo de Voldemort, não? Ou, diferentemente do que penso, você desistiu de virar um dos seguidores dele?

Snape ficou sem palavras. Depois de anos voltava a ver sua amada, para ser tratado daquele jeito. Com motivo, ele tinha que admitir para si.

— Se você me deixar explicar, talvez você possa entender — tentou.

— Não quero, não preciso das suas explicações. Essa viagem ao futuro só me deu mais certeza de que fiz certo ao me afastar de você — falou e saiu da sala, o deixando sozinho.


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Notas finais do capítulo

Não quero ameaçar, então comentem, para o bem da minha saudade mental, tá?
Ainda não consegui escrever essa semana (autoescola/faculdade/namorado não deixaram). Porém tem post por um longo tempo, então não se preocupem com isso. Eu realmente só comecei a postar porque sabia que não deixaria vocês na mão com relação a isso. Então retribuíam meu carinho falando comigo, tá? Até próxima semana.