Marotos no Futuro escrita por Duda Monteiro


Capítulo 29
Shake It Out


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, sinto muito pela demora. Espero que me perdoem e não sumam! Espero que gostem desse capítulo, pois foi bem complicado de escrever.
Ah, respondi as perguntas que tinha no tumblr, então podem mandar mais!
Beijoos!
(Eu estou morta de sono, provavelmente tenho mais coisas para falar, mas não me lembro agora kk)



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All of his questions, such a mournful sound
Tonight I'm gonna bury that horse in the ground
So I like to keep my issues drawn
But it's always darkest before the dawn

E todas as suas questões, tal ruído de sofrimento
Esta noite eu enterrarei esse cavalo na terra
Pois gostaria de deixar minhas questões definidas
É sempre mais escuro antes do amanhecer

Shake It Out — Florence and The Machine

Na hora do almoço, quase que automaticamente, os marotos combinaram de fazer algo que já deveriam ter feito há séculos, pelo menos na opinião deles. Se encontrarem apenas os três, para comentarem sobre tudo que já havia descoberto nos últimos dias, para assim poderem falar livremente sobre o que achavam da situação. Para isso, almoçaram o mais rápido que podiam, para aproveitar o tempo livre antes da próxima aula sem nenhuma preocupação extra.

— Nos encontramos na próxima aula — James falou levantando-se, sendo acompanhado pelos outros dois. Lily abriu a boca para perguntar onde eles iriam, mas Elizabeth foi mais rápida.

— Tudo bem. Não aprontem nada.

— Se você for visitar a Dest, avisa que na hora do jantar passo por lá — pediu Sirius para a menina, que concordou. Sirius deu um rápido selinho nela, enquanto James desviava os olhos.

— Ah, por favor. Não precisam fazer isso na minha frente — James reclamou levemente emburrado.

— Por Merlin! Um selinho! Como ousarmos fazer isso, Six?! — zombou Liz, não perdendo a chance de perturbar o irmão.

— Jay, acho que está um pouco tarde para você reclamar desses dois, levando em consideração tudo que já descobrimos e o que eles já fizeram — relembrou Remus.

James resmungou palavras incompreensíveis.

— Isso na verdade é inveja, porque ele não tem ninguém para beijar. Já que certa pessoa não quer... — Sirius falou, fazendo James e Lily corarem. O maroto olhou para a menina, que desviou o olhar.

— Vamos logo — chamou James. Eles despediram-se dos outros e saíram.

­— O que eles vão fazer? — Lily perguntou após eles saírem.

— Conversar. Imagino o quanto está sendo difícil para os três conviverem com um grupo tão grande por tanto tempo, escondendo seus milhares de segredos — Liz respondeu dando de ombros.

— Segredos esses que você conhece quase todos, não é? — observou Dulce.

— Quase todos. Mas não sou tola de supor que conheço todos. Eles são misteriosos demais, até para mim — ela revelou.

— Provavelmente vão falar sobre o Peter — comentou Alice.

— É. Deu para notar os quão mexidos com isso eles estão — concordou Frank.

— Bem, eles eu não sei. Mas eu vou querer comer mais um pouco de sobremesa — Liz falou, tentando desconversar.

...

Os marotos seguiram para a primeira sala deserta que conseguiram encontrar.

— Minha mente parece que vai explodir! — James exclamou assim que fecharam a porta, sentando-se numa das várias cadeiras.

 — Você não é o único, meu caro amigo galhudo — Sirius concordou, também se sentando. Remus não demorou e logo estava ao lado dos amigos.

— Quem imaginaria que essa viagem seria tão...

— Bizarra? — tentou completar James.

— Sinistra? — falou Sirius.

— Reveladora — terminou Remus.

— É, ótimas revelações. Não sei qual é a melhor — Sirius disse com a sua famosa ironia.

— Há coisas boas, Almofadinhas. Apesar de tudo — relembrou Remus, tentando ver o lado positivo.

— É, mas também há coisas muito ruins. Como o fato de que fomos traídos por uma pessoa que julgávamos ser um dos nossos melhores amigos — James falou, escurecendo o clima da sala.

— Eu ainda não consigo acreditar nisso. Que passamos sete anos com um traidor miserável — vociferou Sirius entredentes.

— Talvez tenha algum erro, e Dumbledore não saiba de tudo — Remus disse, tentando criar esperança nos amigos.

James negou com a cabeça. — Acho difícil, mesmo que não seja impossível. Pelo que parece, a versão mais velha do Sirius salvou o Harry do Peter. Então ele realmente deve ter nos traído — James reexplicou, abaixando sua cabeça entre as mãos, demostrando seu cansaço.

— Tudo ainda está muito confuso. A conversa com Dumbledore me trouxe mais dúvidas do que sanou as antigas — confessou Remus.

— Sim. Ainda não entendo várias coisas — concordou Sirius.

— Precisamos descobrir o resto, sem a interferência de Dumbledore — propôs James. Remus o olhou assustado.

— Pontas, já traímos a confiança do diretor milhares de vezes, não podemos fazer isso de novo...

— É claro que podemos, Aluado. Basta que ele não descubra — Sirius disse com um sorriso travesso. Remus balançou a cabeça.

— Isso vai dar merda.

— Mas merda que confiarmos num rato traidor, que matou a minha família e deixou um dos meus melhores amigos em Askaban? — exclamou James. — Sirius está certo. Dumbledore não precisa descobrir que estaremos investigando.

— Precisamos descobrir tudo o possível, para tentarmos mudar as coisas — acrescentou Sirius.

— Mudar as coisas?! Você tem ideia da loucura que está falando, Almofadinhas?!

— E você espera o que, Aluado? Que deixemos esse futuro merda acontecer sem tentar muda-lo?! Eu não vou deixar minha mulher morrer, Remus. Não vou deixar meu filho abandonado a própria sorte. Não vou deixar meu melhor amigo ser preso. E muito menos minha irmã terminar doida no St.Mungu’s! Não vou! Não posso! — James falava levemente alterado.

— Não podemos — concordou Sirius, quase no mesmo estado. — Você não pode esperar que aceitemos toda essa bosta sem fazer nada.

Remus suspirou, sabendo que não havia nada que pudesse falar ou fazer para mudar a cabeça dos amigos. E pensando bem, ele realmente não queria muda-las. Também não gostava daquele futuro.

— É claro que não. Podem contar comigo para o que for necessário. Se ao menos não pudermos mudar tudo, pelo menos criaremos um futuro melhor.

— Sabíamos que não nos desapontaria, Aluado — saudou James, com um pequeno sorriso.

Remus ainda mantinha a expressão séria, pensando nos próximos passos.

— Teremos que tomar muito cuidado. Dumbledore tem ouvidos pela escola toda. E agora ele espera que aprontemos algo. Será pior que as nossas fugas para a Floresta Proibida. Por isso vocês dois tem que se controlar e seguir o plano certinho — Remus começou a planejar.

— Certo, senhor — brincou Sirius, mais relaxado.

— Precisamos falar com a Charlie, Dest, Harry e Neville. Para descobrir tudo que ainda não sabemos, e pensarmos em um modo de mudarmos as coisas, sem estragar tudo.

— Também precisamos descobrir um jeito de alguém escapar da limpeza da mente de Dumbledore — lembrou Sirius.

— Você tinha que falar para ele apagar nossas mentes, não é Sirius?! — reclamou James. Sirius só deu de ombros.

— Basta que uma pessoa se lembre, para depois reativar nossas memórias.

— Isso pensamos mais para a frente, Almofadinhas. Por enquanto vamos nos focar em descobrir o resto — mandou Remus.

— E para isso, temos que estreitar os laços com os nossos filhos e adjacentes — James falou, concordando com o plano.

— Também precisamos que os outros aprovem o plano. Afinal, não são apenas as nossas vidas que estamos tratando aqui — Remus anunciou.

— A Lily eu sei que está de acordo. Já havíamos falado sobre isso — disse James, fazendo os amigos o olharem.

— Lily, não... interessante — Sirius falou mudando o tom de voz, para implicar com James. — Pelo menos uma coisa boa saiu de tudo isso. Sabemos que ainda há esperança para o pobre Pontas aqui.

— Olha quem fala. O cara que casou com a minha irmã mais nova! O mesmo cara que teoricamente nunca iria se amarrar.

— Tecnicamente, a Liz é sua irmã gêmea, então não tem essa de mais nova... — falou Sirius.

— Eu literalmente nasci em um dia, e ela em outro. Então sim, ela é minha irmã mais nova.

— Mas foi apenas por minutos de diferença! — Sirius rebateu.

— Crianças, por favor. Temos coisas mais serias para discutir — Remus tentava trazê-los de volta ao assunto principal.

— Olha quem fala, o cara que escondeu dos melhores amigos, por UM ANO, que estava namorando escondido — James jogou na cara do amigo aquele fato. Remus se arrependeu de ter falado algo.

— Você é o pior de nós, Aluado. Gostaria de ver quando descobriríamos isso, se não fosse essa viagem.

— Agora eu entendo para onde você ia quando pegava o mapa sem nenhuma explicação — James falou, lembrando que o amigo as vezes sumia sem motivo, levando o mapa.

— Eu realmente não entendo por que você fez isso, Remus — insistiu Sirius.

— Porque eu não queria que a Dulce fosse futuramente lembrada como a menina que namorou o lobisomem! — explodiu Lupin. Vendo que os amigos falariam algo, continuou. — Eu sabia que no momento em que nos revelássemos para vocês, baixaríamos a guarda, e eu não podia permitir isso. Também sei que vocês acreditam que ninguém de fora ficará sabendo da minha condição. Mas não há nenhuma garantia disso! Eu não podia arriscar o futuro da Dulce! Não por uma coisa que não é realmente seria.

— É, vemos onde isso foi parar. Você acabou tendo uma filha com ela. Nada sério — ironizou Sirius.

— Eu não entendo como a Charlotte aconteceu. Ela não deveria ter nascido. Sim, eu sei que é uma péssima coisa a dizer. Mas é a verdade.

— Você não deveria falar assim, Remus. Você também merece a chance de ter uma família.

— Mas parece que não deu muito certo, não é James? Não fiquei com a Dulce, e pelo visto não tenho uma boa relação com a Charlie.

— Talvez você devesse começar a mudar pelo menos um desses fatos. Se aproxime da sua filha, Aluado. É o melhor que você pode fazer — aconselhou James.

— Talvez você até acabe gostando dela — completou Sirius.

— O pior é que apesar do pouco tempo que passamos juntos, eu já gosto dessa menina — Remus suspirou desesperado.

­— Certo. Esta conversa em vez de nos acalmar, só está piorando as coisas. Mudando de assunto — para esse voltaremos depois, com calma —, como faremos na lua cheia? — perguntou James.

— Ah, com isso tudo esqueci de falar com vocês sobre isso. Aparentemente há uma poção que ajuda durante a lua cheia...

— Isso é maravilhoso, Aluado! — exclamou Sirius contente.

— Sim, realmente. Estou tomando dela já. Pois precisa ser tomada por três dias antes da lua cheia e no dia. Para melhorar as coisas, a Charlotte herdou essa minha maldição.

— Eu não sabia que filhos de lobisomem herdavam a licantropia — comentou Sirius.

— Quantos filhos de lobisomens você conhece? — retrucou Remus.

— Bom argumento.

— Aluado, isso não é uma maldição, é apenas um pequeno problema peludo. Tenho certeza que a Charlie concordará com isso — falou James. — Qual é o efeito dessa poção?

— Ajuda a manter o controle da minha mente. O resto será quase o mesmo. Irei para a Casa dos Gritos, mas dessa vez terei a Charlie como companhia — terminou Remus.

James e Sirius se entreolharam, pensando no que fariam.

— Espero que ela seja realmente confiável e não releve nosso segredo — Sirius disse. — Espero que ela goste de conhecer a Floresta Proibida — sorriu.

— Não, Sirius. Vocês não irão para a Casa dos Gritos. E muito menos iremos para a Floresta Proibida. Vocês não entendem que aqui não é nosso tempo?!

— Deixa de ser chato, criatura. Como se você realmente fosse nos impedir — teimou Sirius.

— Ele está certo, Aluado. Nós vamos, quer queria você ou não. Prometemos que você não teria que passar mais nenhuma lua cheia sozinho, e não vamos deixar isso acontecer.

Remus prendeu o suspiro, sem saber o que dizer.

— Nós temos que pensar no que falaremos para a Lily, a Dulce, a Alice e o Frank. Acho que será mais difícil eles acreditarem que sua mãe está doente — falou James.

— Talvez você devesse falar a verdade, Remus. Eles já vieram até aqui conosco. Em algum momento vão acabar descobrindo — propôs Sirius. Remus olhou assustado para os amigos diante daquela ideia.

— Ele está certo, Aluado. E olhe que nunca pensei em dizer isso do Sirius.

— Na verdade, a Dulce já sabe. Tive que contar, forçado pela Charlie — relevou Lupin.

— Está vendo. Vai ser mais fácil abrir o jogo, Aluado. Eles não lhe julgarão. E se fizerem, eu mesmo os azaro — prometeu James.

— Até mesmo a Lily? — Remus perguntou brincando.

— Até mesmo ela — James respondeu sério.

— Já que não tenho opção... preciso pensar em como falarei — disse a conta gosto.

— Precisamos. Mas não se preocupe, iremos te ajudar — falou Sirius. — E eu acabei de lembrar de algo. Além dos quatro, é bom falarmos também com a sua versão mais velha e a da Dulce. Para termos uma visão mais ampla das coisas.

— Se a versão mais velha do Aluado for tão chata quanto esse aí, estamos ferrados — zombou James.

— Cresça, Pontas. Já passou da hora — rebateu Remus. — E falando em já passar da hora, mais um pouco e estaremos atrasados para a aula. Vamos logo — mandou o maroto e os outros dois obedeceram, pelo menos daquela vez.


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