Marotos no Futuro escrita por Duda Monteiro


Capítulo 25
Talking To The Moon


Notas iniciais do capítulo

Senhoras e senhores, estou de volta com mais um capítulo. E esse é o que encerra a primeira etapa do desafio. No próximo já iniciaremos um novo ciclo. Então corra! Comentem esse capítulo (e o passado, se possível, já que eu só o postei domingo), e façam perguntas no Tumblr! Próximo final de semana saberemos que é o vencedor e ele poderá escolher o tema de uma one envolvendo essa fic. Se não lembram, as regras estão aqui: http://marotosnofuturo.tumblr.com/post/150488717314/desafio-de-coment%C3%A1rios



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At night when the stars light up my room


I sit by myself
Talking to the moon
Trying to get to you
And hopes you're on the other side
Talking to me too
Oh, am I a fool who sits alone
Talking to the moon

À noite, quando as estrelas Iluminam o meu quarto
Me sento sozinho
Conversando com a lua
Tento chegar até você
Na esperança de que você esteja no outro lado
Conversando comigo também
Ou eu sou um tolo que fica sentado sozinho
Conversando com a lua

Talking To The Moon — Bruno Mars

A terceira aula de Charlotte, durante a terça-feira, era de Transfiguração. Ao final daquela aula, a professora McGonagall a mandou esperar, e avisou que o diretor a esperava em sua sala, e que ela deveria levar Remus também.

Já imaginando qual seria o assunto tratado, afinal, a lua cheia já estava chegando, ela aceitou e foi atrás do menino. O encontrou no Salão Comunal, preparando-se para sair a procura dos amigos.

As aulas daquele horário para os alunos do sétimo ano eram de Estudos de Trouxas ou Adivinhação, e já que Remus não fazia nem uma nem outra, aproveitava para adiantar as tarefas. Normalmente — ou seja, no seu tempo —ficava em companhia de Dulce ou Lily. Na semana passada haviam ficado os três, mais Alice, que foi impedida de fazer Adivinhação pelos amigos.

Porém como Dulce não estava falando com ele e preferia ficar afastada, e Lily e Alice haviam resolvido ficar ao lado da amiga — com motivo, ele admitia —, acabou ficando sozinho, já que os outros estavam na aula de Estudos dos Trouxas.

— Oi — Charlie o saudou sem jeito. Como se deve falar com o seu futuro pai, que você sabe que deseja que você não tivesse nascido? Ela ainda não havia visto um manual disso por aí. — O professor Dumbledore está nos chamando —informou, sem esperar que ele retribuísse a saudação.

— Oi. Certo. Eu estava mesmo precisando falar com ele — Remus respondeu.

— Só vou deixar minhas coisas no dormitório e volto, se quiser pode ir na frente — Charlotte disse e subiu para o seu quarto, voltando menos de cinco minutos depois, surpreendeu-se ao notar que Remus ainda estava ali. Ele levantou-se quando a viu.

— Vamos? — chamou e começaram a caminhar em silêncio.

Não tardaram ao chegar em seu destino. Charlotte recitou a senha e subiram.

— Podem entrar — Dumbledore falou após Remus bater na porta. Eles entraram e logo se sentaram. — Acho que os senhores imaginam por que estão aqui. Ou ao menos tem um palpite.

— Para falar sobre a lua cheia — respondeu Charlie prontamente.

— Sim, minha querida. E senhor Lupin, acho o que o senhor sabe o que isso significa, não é?

— Sim. A Charlotte herdou minha licantropia, não foi? — perguntou para a garota, que assentiu, sem o olhar. — Era exatamente por isso que eu não queria ter filhos.

— Você não tem culpa. Era um risco que minha mãe sabia que corria — disse Charlie sacudindo os ombros.

— A Dulce soube de mim? — ele exclamou chocado.

— É claro que sim. Que tipo de relacionamento seria esse se ela não soubesse? — Charlie respondeu o olhando como se fosse idiota. — Espera, ela ainda não sabe? — perguntou supressa.

— É claro que não! Isso não é algo que você conta assim — retrucou o garoto.

— Se você diz... — disse, sem querer prolongar o assunto, mas ainda levemente chocada. É claro que é algo que deveria ser mantido em segredo, mas há algumas pessoas que ela acreditava merecer a confiança. Pensava que com o seu pai seria do mesmo jeito, mas pelo visto havia se enganado.

— Bem, devo informar que não é certo que o aconteceu com a senhorita Charlotte aconteça com todos os filhos de lobisomens. Talvez, se ela ganhasse um irmão, ele não herdasse os genes da licantropia — informou Dumbledore.

— Ou seja, é uma loteria amaldiçoada — resmungou Lupin.

Para Charlotte, Lupin estava sendo muito melodramático. É claro que ela não adorava ser uma lobisomem — Lobisoma? Nunca sabia como era o certo a se falar —, porém podia ser pior. Como podia ser pior, ela ainda não sabia, mas podia. Ao menos era o que gostava de pensar.

— Olha, você não está me vendo reclamar, não é? Então pode parar um pouquinho e deixar o diretor terminar o que ele quer falar? — Charlotte disse, um pouco grosseira demais. Mas em sua defesa, era a lua cheia que a deixava daquele jeito.

Remus se calou, já que também não estava num dos melhores humores, e deixou o professor continuar.

— Senhor Lupin, há uma poção inventada após o seu tempo, que acalma o humor selvagem dos lobisomens durante a lua cheia, chamada Poção do Acônito, ou Mata-Cão. Ou seja, ajudar a manter o controle durante esse período difícil. A senhorita Valentine a toma desde que começou a se transformar. E ela precisa começar a ser tomada três dias antes da lua cheia, e na noite da mesma. Vocês hoje tomaram um pouco aqui, e nos outros dias deveram procurar a Madame Pomfrey, que estará com a poção feita pelo professor Snape.  Estamos entendidos? Vocês não podem, em hipótese nenhuma, deixar de toma-la — explicou o diretor e eles concordaram.

— E onde ficaremos? — perguntou Lupin.

— Na Casa dos Gritos. Será igual a como fazíamos antes. Vocês irão até a Ala Hospitalar e de lá serão transportados para a Casa dos Gritos. De acordo?

— Sim, senhor — falou Charlotte. Os dois então tomaram a poção, fazendo careta devido ao gosto.

— Eu sempre espero que isso fique bom — Charlotte resmungou quando terminou de beber. Dumbledore abriu um pequeno sorriso com o comentário da garota,

— Ótimo meninos, agora podem ir almoçar. Aposto que estão morrendo de fome. E espero que não queiram se atrasar para as próximas aulas — disse Dumbledore. Os mais jovens levantaram-se e despediram-se. — Ah, uma última coisa, senhor Lupin. Avise a seus amigos que estou atrás do livro, aparentemente nesses vinte anos, ele se tornou uma raridade. Assim que o achar, os avisarei — pediu o professor. Remus assentiu e eles se retiraram.

— Acho que seria bom conversarmos — Remus falou enquanto iam em direção ao Salão Principal, após mais alguns minutos em um silêncio desconfortável. Charlie arqueou uma das sobrancelhas para ele.

— Achei que, em suas próprias palavras, eu fosse um erro. E até onde eu sei, não devemos dar atenção a erros.

Remus sentiu como se tivesse levado um soco na cara. — Me desculpe. Eu exagerei nessa frase. Estava nervoso — tentou explicar.

— O que você quer conversar? — ela perguntou direta.

— Quero saber mais sobre você — ele admitiu.

— Certo, vamos fazer assim, almoçamos rapidinho e depois você chama a Dulce e temos essa conversa — Charlie sugeriu.

— Será que não pode ser só nós dois? Ainda não estamos nos falando direito.

— Veja bem, eu tenho que nascer, e para isso, vocês precisam se acertar em algum momento. É melhor começar logo com isso. Não é por nada não, mas eu gosto de estar viva. Ah, e hoje ela saberá sobre tudo, de um jeito ou de outro. Não é justo esconder isso dela — ela falou e deu o assunto por encerrado, pois já haviam chegado ao Salão Principal, e ela foi sentar-se ao lado dos amigos. Deixando o maroto sozinho por alguns segundos, pensando em como falaria com a outra.

...

Dulce sentava com os amigos, quando estranhamente, Lupin veio e sentou-se ao seu lado. Ela o olhou desconfiada. Porém resolveu não se dirigir a ele, como estava fazendo nos últimos dias. Até que ele a chamou.

— Dulce, por favor. Preciso falar com você — ele disse, arrancando olhares de todos os amigos. Que mais estranhamente ainda, não haviaM cobrado informações sobre os dois até aquele momento. Ela não pensava que haviam esquecido. Só estavam esperando a oportunidade certa de coloca-los contra a parede e cobrar as informações e detalhes sórdidos. — É sobre a Charlie — somente depois que ele falou isso, ela o encarou.

— O que você quer, Lu...nis? — no momento da raiva, quase que falava o sobrenome verdadeiro dele.

— Após o almoço, vamos conversar. Você quer ir?  — Remus perguntou, mas já sabia a resposta.

— É claro que sim. Vai que você resolve a chamar de erro, ou algo pior dessa vez — Dulce falou amarga. — Agora deixe-me terminar meu almoço em paz.

Remus suspirou e se afastou da menina. Precisaria de muito esforço para conquista-la de novo. Isso se ela aceitasse o seu outro lado e não pirasse com isso.

Não tinha mais escolha, teria que contar para Dulce hoje sobre isso. Antes que ela soubesse por Charlie.

...

Normalmente faltar as aulas não seria algo aprovado por nenhum daqueles três, porém aquela era uma situação bem especial. E por isso, Charlotte, surpreendendo-se a si mesma, faltando pela a segunda vez em dois dias a uma aula. Esperava que a sua mãe não descobrisse, mesmo que teoricamente, ela estivesse faltando em companhia da mãe.

— Então... o que vocês querem conversar? — perguntou Dulce, sentando-se em uma das cadeiras, em mais uma sala vazia. Era incrível como Hogwarts conseguia ter tantas salas vazias.

— Não olhe para mim. Foi ele quem teve a ideia dessa conversa — Charlie falou apontando para Remus, que parecia a beira de um ataque de nervos e se tremia todo.

— Ah, bem. Dulce. Eu preciso lhe contar algo não muito agradável — ele começou, esfregando as mãos na calça, para diminuir o suor. A menina o olhou estranhando aquele comportamento.

— Não sei mais o que você pode me falar que não seja agradável, que já não tenha dito antes. Mas vai lá. Pode falar — encorajou Dulce. Charlotte adivinhara o que Remus iria falar, por isso, preferia se manter calada.

— Quando eu era pequeno, algo terrível aconteceu comigo. E definiu minha vida toda...

Dulce endireitou-se na cadeira, pelo visto, vinha algo muito sério por aí. Agora ela estava prestando total atenção nele. — Continue — pediu, quando viu que ele não iria mais falar.

Remus respirou profundamente, tomando coragem. E olhou para Charlotte em busca de apoio, inconscientemente. A menina o encorajou através do olhar.

— Eu fui mordido por um lobisomem. E em toda lua cheia, acabo me transformado num monstro — ele falou de uma vez e ficou esperando pelo grito da menina. Mas só escutou o silêncio. — Você não vai falar nada? — Dulce balançou a cabeça, tentando limpa-la.

— Só preciso de um minuto para entender isso tudo. Quero dizer, eu desconfiava que você escondia algo muito ruim de mim. Mas não pensava que era isso — ela admitiu.

— Eu entendo completamente se você nunca mais quiser falar comigo — Remus disse. Charlie segurou a vontade de se intrometer. Aquela ideia não deveria nem existir! Eles tinham que ficar juntos! Olá?! Ela dependia disso para nascer! E mesmo a vida sendo uma droga as vezes, ela gostava de estar viva.

Dulce levantou-se e parou em frente ao menino, que não havia se sentado, diferente dela e de Charlie.

— Que tipo de pessoa você acha que eu sou, Lupin? Deixar de falar com você por algo que você não tem culpa?! Não faz o meu estilo — Dulce exclamou, fazendo Remus ficar feliz. — Mas deixar de falar com você por causa das bobeiras que você disse, faz e muito — ela completou, e Remus mais uma vez arrependeu-se de ser um babaca. — Era só isso que você queria me falar? — perguntou, fingindo uma indiferença que não sentia. Queria correr para o garoto que até poucos dias era seu namorado secreto e falar que estava tudo bem. Mas o que ele havia dito ainda a magoava. E mesmo entendendo o seu lado, não era tão fácil esquecer.

— Falar sim. Agora eu estava pensando que seria bom conhecermos um pouco mais da Charlotte — ele admitiu.

— Tudo bem por mim — Charlie se pronunciou.

— Você também é uma? Digo, passou para você? — Dulce questionou sem jeito, e Charlie assentiu. — E como é? Você já nasceu se transformando ou... — não terminou a fala.

— Na verdade, não. Me transformei apenas com nove anos — Charlie respondeu. Dulce resolveu voltar a se sentar e foi o que fez, sendo imitada por Remus. Ambos estavam de frente para Charlie. — Aparentemente, é algo que envolve hormônios. Nunca entendi direito. Dumbledore tentou explicar, já que ele tem um palpite de como funciona. Na lua cheia após a minha primeira menstruação foi quando aconteceu — ela contou.

— E como nós reagimos? — perguntou Remus.

— Minha mãe na primeira vez ficou em choque. Mas já imaginava que algo assim era possível. No entanto, após nove anos ela havia relaxado e não tinha se preparado. Porém conseguiu me trancar num dos quartos, enquanto ficava com a Dest. Nas outras luas cheias foi mais fácil, por causa da poção mata-cão, que ajuda aos lobisomens a se controlarem — explicou rapidamente essa última parte, mais para Dulce. — E ela também é animaga e se transforma numa raposa.

— Eu sou animaga?! — Dulce exclamou entusiasmada. Nunca fora uma das melhores em transfigurações, porem ficava feliz de saber daquilo. Só não imaginava como.

— Sim. Teve uma época, ou vai ter, isso é confuso... continuando, teve uma época em que meus pais, ou seja, vocês, moraram juntos, e você aprendeu a se transformar, já que era mais seguro.

— Ou seja, agora não estamos mais juntos — Remus falou, lendo nas entrelinhas algo que já era bastante claro.

— Sim. Desde antes de eu nascer — respondeu Charlie, deixando os dois tristes.

— Mas você me conhece, não conhece? — Remus indagou quase desesperado.

— Sim. Mas só soube a pouco tempo que você era meu pai. E você também não sabia que eu era a sua filha. Minha mãe achou melhor esconder, pois sabia como você reagiria.

— Bem, é difícil não entender essa minha atitude — Dulce disse concordando com a sua eu futura. Remus não sabia o que dizer.

— E como foi que descobrimos a verdade?

— É uma história bem confusa. E cheia de gritos e lágrimas. Será que eu preciso contar hoje mesmo? Gostaria de pegar a próxima aula — Charlie falou, tentando desconversar. Ficava emocional ao lembrar daquilo, e já andava emocional demais. — Tenho quase certeza que minha mãe me visitará logo, e acho melhor deixar que ela explique tudo. Talvez assim vocês entendam as razões dela. E acho que ela é a pessoa mais indicada para contar sobre a história de vocês.

Eles não ficaram muito felizes com aquilo. Queriam saber agora. Mas também não queriam pressionar a garota.

— Tudo bem — Dulce concordou de má vontade. — É bom que tento processar tudo isso.

— Certo. Se quiser, podemos conversar um pouco mais, depois das aulas. Mas agora eu realmente preciso ir. Combinei com o Logan de encontra-lo na aula de Herbologia — Charlie disse levantando-se. Remus a encarou.

— Logan? Quem é Logan?

— Ah, meu namorado — ela respondeu sem jeito.

— Namorado?! — ele exclamou.

— É, namorado. Sabe, é normal meninas namorarem — comentou Dulce.

— E eu conheço? — Remus perguntou.

— Depende. A sua versão mais velha, sim. A sua de agora, provavelmente já deve ter o visto por aí — Charlie falou.

— Eu preciso ser apresentado a ele — ordenou Remus, fazendo um tom paternal que era acostumado a usar com os amigos.

— Talvez outro dia — Charlie disse, preparando-se para correr. — Agora realmente preciso ir. Até mais — falou e saiu rapidamente. Talvez, só talvez, Logan tivesse um pouco de razão e Remus mostrasse um pai ciumento, igual a versão mais velha.

— Da para acreditar nisso? — Remus exclamou após a menina fugir. Dulce arqueou uma das sobrancelhas para ele.

— Não dá é para acreditar nesse seu showzinho, por favor, né — falou pegando as suas coisas, e deixando o outro sozinho.


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Notas finais do capítulo

E no próximo capítulo teremos as conversas que vocês tanto esperam! Finalmente Harry e Neville terão um momento a sós com os pais. Então comentem bastante nesse, que assim eu posto mais rápido, certo?
E por falar em comentários, eu só estou postando hoje, no sábado — aqui no Nordeste ainda é sábado! —, por causa das maravilhosas, CassyDeschamps, cosset, Alasca Sparrow e msnakegawa, que comentaram no capítulo passado. Gente, serio, cadê o povo que estavam aqui?! Sinto falta de vocês! Espero que tenha sido por causa do final do ano mesmo (eu entendo como pode ser estressante) e não que tenha desistindo da fic. Se estiver ruim podem me falar, ok? Sejam sinceros.
Aleatoriamente, algum de vocês assiste TWD? E/ou leem fic sobre essa serie?
Beijos e até mais!
Ah é! Estou de férias, minha gente! O estresse das últimas semanas acabou valendo a pena!