Marotos no Futuro escrita por Duda Monteiro


Capítulo 20
Tell Me Something I Don't Know


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. E desculpa a demora.



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I'm on my way I know

I'm gonna get there someday it doesn't

Help when you say

It won't be easy

Estou a caminho eu sei

Vou chegar lá algum dia, não

Ajuda quando você diz

Que não vai ser fácil

Tell Me Something I Don't Know – Selena Gomez

O domingo amanheceu tranquilo, o que era quase um milagre. Assim que acordou, Harry correu para falar com Destiny e Charlotte sobre a ideia que Hermione tivera. As meninas concordaram que era o melhor a se fazer e os três começaram a escrever as duas cartas. Não podiam correr o risco que um dos dois não respondesse logo.

— Espero que eles não demorem a responder — falou Harry, após despacharem as cartas. Edwiges levava a de Remus e Ártemis, a coruja de Charlie, levava a de Dulce.

— Tenho certeza que a tia Dul vai responder logo. Ela está meio neurótica ultimamente — comentou Dest.

— Já o Remus não sei. Ele anda meio distante nesses últimos tempos — terminou Charlie.

— Ainda não me acostumo com você não chamando Remus de pai — admitiu Harry.

— Ele prefere que poucas pessoas saibam do nosso parentesco — respondeu Charlie dando de ombros. — Então já me acostumei a não chama-lo assim. Tive vários anos sem pai para treinar.

— Meu padrinho está sendo um babaca — vociferou Destiny.

— Eu já falei que não precisa se perturbar por isso, Dest — Charlie falou, continuando uma antiga discussão das duas.

— Mas é a verdade. Tudo besteira dele!

— Ok, vamos parar aqui e poupar nossas energias para o resto do dia — Harry falou, tentando parar qualquer futura briga. Haviam combinado que tentariam fugir dos viajantes o máximo possível, para que desse tempo de as respostas chegassem.

Os três seguiram para o café da manhã, pois ainda necessitavam falar com Neville.

...

— Acredita que já estamos aqui há uma semana? — perguntou James para os amigos.

Eles estavam nos jardins, aproveitando a bela manhã. Haviam resolvido que, pelo menos por agora, não iriam se preocupar com o futuro. Já haviam feito isso a semana toda. E também imaginavam que Harry e Dest ainda não tinham se recuperado do susto.

— Parece que já estamos aqui há séculos — respondeu Lily.

— Deve ser porque tivemos que nos acostumar com tudo de novo. Isso faz o tempo passar bem rápido — falou Dulce.

— Bem provável — concordou Alice. — Estou com um pouco de saudades do nosso tempo.

— Já eu, estou com muita. Ah, as meninas... — comentou Sirius, fazendo uma cara sonhadora. Liz segurou a vontade de revirar os olhos.

— Não só as meninas. Os meninos também — retrucou.

— Já eu até que estou gostando de estar aqui. É diferente, mas ao mesmo tempo igual... não sei explicar direito — Frank se enrolou em suas palavras e acabou confuso, coçando a sua cabeça. Alice sorriu para o amigo. 

— Só está falando o Pedro — lembrou James.

— Ele é mesmo um covarde. Um medroso que não quis se arriscar. Quando voltarmos, sobrará para nós explicarmos tudo que aconteceu para ele — falou Sirius.

— Gostaria de saber o que aconteceu com ele — contou Remus.

— Espero que não tenha sido nada de ruim. Já basta todas as desgraças que aconteceram — James disse preocupado.

— Mudando de assunto, se pararmos para pensar, estamos tendo um tempo extra de vida — expor Remus.

— Verdade! Já que o tempo em nosso ano está passando mais lentamente do que aqui, então quando voltarmos, estaremos bem mais velhos do que quando saímos — Lily falou se empolgando. — Só tenho medo das consequências dessa viagem.

— Ela é sempre assim? — James perguntou olhando para as meninas.

— Às vezes. Aparentemente ela gosta muito de ficção cientifica e quadrinhos de heróis. Já eu prefiro histórias da fantasia e não tenho saco para essas maluquices dela — informou Dulce.

— Ficção cientifica é muito legal! — exclamou a ex-ruiva.

— Nós sabemos, Ly — falou Liz, como se fosse só para a amiga calar a boca.

— Vocês deveriam ler, é sério. E também quadrinhos. Meu herói preferido é Flash. Por isso entendo tanto de viagens no tempo, ele vive fazendo isso.

— Tá bom, Ly. Qualquer dia desses você fala mais — disse Alice. As meninas já conheciam aquele papo dela. Porém James olhava fascinado para Lily.

— Isso é bem interessante — falou James e Lily abriu um pequeno sorriso para ele.

— Quando voltarmos, lhe mostro alguma dessas histórias. Acho que você gostaria do Barry Allen, o atual Flash. Pelo menos o atual na nossa época, aqui é bem provável que já seja outro.

— O meu super-herói favorito é o Homem-Aranha. Gosto dessa coisa mais humana que ele tem, que mesmo salvando o dia, acaba se ferrando de algum jeito — opinou Remus.

— Já eu gosto da Mulher Maravilha e da Batgirl. É ótimo ver mulheres chutando bundas por ai! Porém o Homem-Aranha e o Flash também são bem legais — se meteu Elizabeth.

— Não sabia que você se interessava por esse tipo de coisa — comentou Sirius surpreso.

— Há muitas coisas que você não sabe sobre mim, Sirlan — falou Liz dando de ombros. — Passando tanto tempo com a Evagon, não tem como não se envolver nisso. Principalmente nos dias que fui à casa dela. Ela tem muitas HQ’s!

— Foi assim que você conheceu esse tal de Homem-Aranha? — perguntou Frank para Remus.

— Na verdade não. Minha mãe é trouxa e gosta dessas coisas. E acabou fazendo meu pai gostar também. Ao final, todos da família acabaram pegando o gosto pela coisa — explicou Remus.

 — Eu não vejo a graça nessas histórias de heróis — admitiu Dulce.

— Talvez você só não tenha lido as histórias certas... — Remus sugeriu.

— Será que podemos falar de algo que todos aqui entendamos? — pediu Alice, que como uma sangue puro, criada quase sem contato com trouxas, estava boiando na maior parte do assunto. O pouco que sabia vinha da convivência com Lily.

— Uma coisa me intrigou na conversa de ontem... A Destiny mencionou algo sobre Voldemort. Será que ele voltou? — James lembrou-se, e passou a sua dúvida para seus amigos.

— Isso é possível? Digo, pelo que eu entendi, ele morreu! Como pode ter voltado? — exclamou Lily, já não bastava morrer, saber que o causador da sua morte havia conseguindo voltar para o mundo dos vivos... não facilitava as coisas.

— Não temos como saber. Primeiro temos que descobrir o que realmente aconteceu — falou Frank.

— E para isso, precisamos falar com Dest e Harry — terminou Alice.

— Também temos que lembrar, que ele está envolvido na morte do Sirius também. Lembram-se? Ou seja, ele realmente voltou — manifestou-se Liz.

— Vamos esperar até a tarde e os procuramos para descobri mais — sugeriu Dulce. — Vocês já terminaram todos os exercícios? — perguntou tentando mudar o rumo da conversa.

...

Passaram o resto da manhã sem mais preocupações, aproveitando os jardins. Quando chegaram ao Salão Principal notaram que foi uma coisa boa terem feito isso, pois Dumbledore havia retornado e pela cara dele, já deveria saber o que eles haviam feito.

Olharam para Destiny e Harry — cada um em um local da mesa — e notaram as caras de culpado. Os oito haviam esquecido de pedir para não contarem nada ao diretor, na verdade, devido à demora do mesmo, tinham esquecido desse fato.

— Fudeu — Sirius falou o que todos pensavam.

— Será que dá tempo de correr? — perguntou Liz levemente desesperada. Dumbledore na maioria das vezes era um amor, porém, agora... bem, digamos que ela preferia enfrentar uma turma toda de sonserinos.

No entanto, não dava para correr. Assim que entraram, a professora Minerva foi em suas direções, com uma cara séria.

— O diretor Dumbledore está mandando que assim que vocês terminarem o almoço, irem à sala dele. Não sei o que aprontaram, mas coisa boa não é. Pensei que depois dessa experiência desastrosa mexendo em coisas que não deveriam, vocês iriam se aquietar. Pelo visto me enganei — falou, com os lábios franzidos numa linha minúscula. — Esperava mais de vocês — disse, deixando todos deprimidos e voltando ao seu lugar.

Eles seguiram para a mesa da Grifinória sentindo-se péssimos. O almoço foi bem morgado, com todos pensando na bronca que levariam.

— Acho que irei desmaiar e ir para a Ala Hospitalar — comentou Dulce quando já estavam terminando o almoço.

— Nem pense nisso, você irá conosco — mandou Lily.

— Afinal, se uma se ferra, todas irão — ajudou Alice. Dulce suspirou, ainda pensando na ideia do desmaio.

Terminaram o almoço após muita enrolação, tanto que o Salão Principal estava quase vazio — Dumbledore e boa parte dos professores já haviam saído —, porém Dest, Harry e mais dois amiguinhos deles ainda continuavam ali.

— Vocês também foram convocados? — perguntou James quando se encontraram perto da porta. Eles confirmaram.

— Desculpem. Não sabíamos que não era para falar com o diretor — explicou Destiny. Os quatro, depois do café da manhã, decidiram pedir explicações a Dumbledore. Notaram que não deveriam ter feito isso pela expressão dura que o diretor mandava para os “novos” alunos.

— Tudo bem. Esquecemos de avisar — perdoou Lily. — Vocês não tinham como saber.

— Qual o seu nome? — questionou Frank para Neville, que era o único que eles ainda não conheciam.

— E quais as suas ligações conosco? — indagou Remus. Dulce estava levemente em choque olhando para Charlie, lembrando-se de algumas das coisas que ela havia falado.

Os quatro se entreolharam nervosos, como perguntassem se deveriam relevar aquela informação. Até que Destiny tomou a iniciativa.

— Olha, acho melhor deixarmos para resolvermos tudo com Dumbledore.

Sem escolhas, eles concordaram e seguiram para o sétimo andar, e esperavam que saíssem vivos de lá.

...

A situação da sala do diretor não estava nada boa. Os quatro que pertenciam a aquele tempo haviam ficado na antessala, esperando até serem chamados de volta. Enquanto isso, os marotos e seus amigos encaravam o professor.

— Eu não falei claramente vocês para não procurarem saber o que havia acontecido? — ele perguntou friamente. O tom da sua voz era tão frio que eles se assustaram.

— Professor, o senhor deve imaginar como é difícil não saber das coisas, principalmente quando boa parte das informações que conseguimos, descobrimos meio que por acaso... — tentou James.

— E o livro que vocês pegaram na biblioteca?

Agora eles estavam sem palavras. Não imaginavam que ele tivesse descoberto aquilo também.

— Só queríamos entender tudo que está acontecendo — falou Alice.

— Se fosse para vocês entenderem, eu teria falado. Vocês não deveriam nem estar aqui. E já que estão, deveriam tentar ao menos não bagunçarem toda a linha temporal. Deveriam saber como é perigoso mexer com o tempo.

— O senhor pode simplesmente apagar nossa memória antes de voltarmos — sugeriu Sirius.

— Posso, não é? Mas não era algo que eu queria. Vocês sabem o risco disso. Mas pelo visto será o jeito — encarava o menino. Parecia que estava lendo a sua mente, e Sirius pensou que provavelmente estava. — Já que não adianta nada tentar esconder as coisas de vocês — o que eu já deveria saber —, acho que é melhor revelar logo algumas informações. Harry e Destiny já falaram comigo sobre o que vocês sabem e provavelmente vocês têm algumas perguntas. Tentarei responder boa parte delas. Porém, peço mais uma vez que não busquem mais nada. E se descobrirem algo que não falei, me procurem imediatamente ou a professora McGonagall. Não traiam minha confiança uma segunda vez — pediu ainda com aquele tom frio. — Podem começar.

Eles se olharam, e Remus começou.

— Por que Voldemort tentou matar o Harry?

— Ah, logo a primeira pergunta é aquela que eu não posso responder detalhadamente. Acho que é melhor antes chamar nossos queridos amigos da sala ao lado, por favor senhorita Fawley, me faça esse favor.

Alice levantou-se e os chamou. Dumbledore conjurou mais cadeiras, para que todos sentassem, e voltou a falar.

— Eles desejam saber por que Voldemort tentou lhe matar, Harry — explicou. — Bem, Voldemort acreditava que Harry seria um poderoso inimigo, o escolhido para derrota-lo — e há o que alguns acreditam que existe uma profecia sobre isso —. Então resolveu que o mataria antes que ele se tornasse uma ameaça. Porém acabou sendo atingido pelo próprio feitiço e Harry sobreviveu. No entanto, vocês acabaram morrendo — falou para Lily e James.

— Mas vocês me salvaram — contou Harry, não resistindo a cara de tristeza dos pais. Lily abriu um pequeno sorriso, sendo acompanhada de James.

— Pelo menos a nossa morte serviu de algo — falou a menina, pegando a mão de James, que sorriu mais ainda.

— Qual foi o feitiço, professor? — questionou Liz.

— A maldição da morte, minha querida.

— Mas... como... como ele sobreviveu? — Sirius perguntou perplexo.

— O sacrifício da senhorita Evans o salvou. E isso é tudo que posso falar agora. Mais perguntas?

— Qual é a ligação deles conosco? — Alice falou apontando para Neville e Charlie. O menino corou ao ter atenção em cima de si.

Dulce, desde que Charlie entrara na sala, não havia parado de encara-la e o diretor havia notado isso.

— Acho que a senhorita Valentine imagina algo, não é?

— Ella es mi hija — Dulce falou automática, em espanhol sem notar. Havia acostumado com aquela língua, e algumas vezes, quando estava nervosa, acabava falando sem querer. Seu pai era espanhol e havia feito aprender desde pequena e boa parte das vezes se comunicavam naquele idioma. Vendo que os amigos a olharem sem entender, ela traduziu após notar o erro. — Ela é minha filha. A história que ela contou sobre a mãe encaixa com a minha.

— Exatamente — confirmou Dumbledore. Remus ficou cabisbaixo. Era claro que Dulce seguiria em frente e teria uma família, porém uma coisa era imagina isso, outra era ver a provável filha daquela relação que ainda não acontecera. — Porém não é somente sua, não é Charlotte? Você gostaria de dizer quem é seu pai, ou prefere que eu diga?

A menina não parecia muito animada e na verdade, não estava. Estava petrificada de medo da reação do pai.

— Pode falar, professor — ela quase sussurrou. Dest, que estava sentada ao seu lado, apertou a sua mão em apoio.

— Ela é sua filha, senhor Lupin — contou o professor, fazendo o menino ficar chocado.

— Não, isso não é possível! — exclamou levantando-se exaltado.


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Notas finais do capítulo

Desculpe-me pela demora, mas sinceramente, não estava com cabeça para postar. Só estou postando agora pelos leitores que falam comigo. O capítulo passado foi extremamente especial para mim e o maior da fic. Esperava um pouco mais de comentários, mas tudo bem. Vida que segue.
Agradeço inversamente a todos aqueles que comentaram, mesmo que seja uma palavra se quer. Obrigada! Vocês fazem meu dia, sério. E as vezes, me dão ótimas ideias kk.



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