Think the clouds are clogging up my brain

Like the weather drain same as the tears on my face

And I'm stuck up in the storm eye

I guess I'll be alright

Oh, oh, oh

Then it hits me like

Oh, oh, no

Acho que as nuvens estão entupindo o meu cérebro

Assim como o tempo deixa escorrer as lágrimas em meu rosto

E eu estou presa no olho da tempestade

Eu acho que vou ficar bem

Oh , oh, oh

Isso me atinge assim

Oh , oh, não

Hurricane – Bridgit Mendler

James, Sirius, Liz e Lily estavam impacientes. Na verdade, todos os oito estavam. Porém aqueles quatro especialmente estavam quase cavando um buraco no chão, tamanha ansiedade, já que andavam de um lado para o outro no quarto. Haviam subido não faziam nem dez minutos, no entanto, para eles pareciam séculos.

Tinham pensando em milhares de formas de falar a verdade. Mas nenhuma parecia a certa. Afinal, como falar para seus futuros filhos, que os pais adolescentes — e mortos — estavam bem ali?! Era uma pergunta que nem a ciência trouxa ou a magia tinha a resposta. Eles teriam que encarar aquela situação de frente, o mais corajosamente possível, como os grifinórios que eram.

Não muito tempo depois, Harry e Destiny chegaram. Trazendo um misto de sentimentos para o cômodo. Apesar de já tê-lo visto algumas vezes pelo castelo, ainda era um choque para Lily ver seus olhos no rosto de James.

— A Destiny me disse que vocês querem conversar com nós dois — Harry estava um pouco mais perdido que eles. Não entendia o que aqueles estranhos tinham para lhe falar.

— Por favor, sentem-se — pediu James, apontando uma das camas. E respirando auditivamente, tomou a coragem. Que Merlin os protegessem. — Precisamos contar a verdade para vocês.

Dest e Harry se entreolharam. Nem conheciam aqueles oito e eles queriam contar alguma verdade para os dois... não fazia sentido. Nem um pouco. E eles estavam desconfiando de tudo que não fizesse sentindo

— Tudo bem, então. Honestamente, não vejo o que vocês têm para nos contar que seja do nosso interesse. Vocês acabaram de chegar no país e nunca nos vimos antes! A não ser que seja um plano milagroso para derrotar Voldemort, aí seria muito bem-vindo — falou Dest. Os do passado surpreenderam-se com a última parte da fala dela, lembrando-se que não era a primeira vez que escutavam que Voldemort estava de volta — a primeira sendo quando descobriram da morte de Sirius, porém com o choque, não haviam se focado nisso —, mas resolveram pensar nesse detalhe depois.  Agora tinham uma situação mais urgente ocorrendo.

— Não somos realmente intercambistas. E vocês já nos conheceram, pelo menos outra versão de alguns de nós — soltou Sirius. Ele não gostava de enrolação e aquele circo já estava o cansado.

— Acho que essa é a nossa deixa para sairmos — Remus afirmou e saiu do quarto acompanhado de Dulce, Alice e Frank. Haviam combinado antes que eles saíram para que os outros pudessem explicar tudo calmamente para os dois. Pensavam que com menos gente no quarto, os mais novos não ficariam tão assustados.

Aquela tática não estava dando muito certo. Os dois não sabiam no que haviam se metido, e não faziam a menor ideia de onde poderiam conhece-los.

— Certo. E de onde nos conhecemos? Ou pelo menos essa outra versão de vocês... — questionou Destiny, bem arrependida de ter arrastado Harry para aquela confusão.

— Nós somos seus pais. Ou melhor, eu sou a mãe do Harry.

— Como é? — eles gritaram. Aquilo tudo havia atingindo o nível máximo de loucura.

— Lily, havíamos combinado de falar com mais jeito — repreendeu Liz, virando-se para amiga. — Porém, é a verdade.  Fizemos uma pequena viagem no tempo e acabamos aqui. Estamos tão perdidos quanto vocês — falou ela, virando-se para a filha e o sobrinho, que olhavam tudo aquilo boquiabertos.

— E por que acreditaríamos nisso? — Destiny perguntou cética, preferindo não acreditar. Harry ainda estava chocado com tudo aquilo para poder falar.

O pessoal do passado se entreolhou nervoso. Chegara aquela parte que eles temiam. Como faze-los acreditar?

— Não sabemos como fazer vocês acreditarem agora. Acho que terão que confiar em nossa palavra. Começando pelo básico, eu sou Lily Evans. Normalmente tenho olhos verdes, iguais aos seus, — apontou para Harry — e cabelos ruivos. Porém Dumbledore lançou um feitiço que mudou as nossas aparências temporariamente, para não sermos reconhecidos. Só não o desfazemos, por medo de não conseguir refazer depois — explicou. Harry assentiu, como se tivesse entendido, quando não era bem assim.

— Dumbledore sabe de vocês? — Harry indagou o óbvio, mas foi a primeira coisa que ele conseguiu pensar.

— Sim, quando ele voltar poderemos ir até lá, para que ele confirme tudo — sugeriu James. — E prazer, sou James Potter, também conhecido como seu pai, acredito eu.

Harry agora conseguia ver a semelhança. Se a ideia das mudanças era esconder isso, não havia funcionado tão bem assim.

— Então vocês são... — Dest meio que perguntou afirmando, olhando de Liz para Sirius. Já sabia quem eles eram — se estivessem falando mesmo a verdade —, porém precisava da confirmação.

Elizabeth acenou que sim. E a mais nova segurou as lágrimas. Quando começava a seguir em frente e superar a morte do pai, ele voltava, e trazia sua mãe lúcida.

­— Elizabeth Potter, Liz antigamente e usando o apelido de Effy atualmente.

— Sirius Black, em toda a sua majestade — brincou, tentando aliviar as coisas. — Infelizmente usando o nome de Sirlan Blank — falou com uma careta.

— Certo, acho que precisamos de um tempo para avaliar tudo e... eu estou tão confusa — choramingou Dest.

— Como vocês chegaram aqui? — quis saber Harry.

— Bem, é uma história grande e confusa. Acho que já podemos chamar os outros e contamos direito, não? — sugeriu James.

— Quem são os outros? — questionou o menino.

— Remus Lupin, Dulce Valentine, Alice Fawley e Frank Longbottom — respondeu prontamente James.

Dest e Harry se entreolharam mais uma vez, pensando a mesma coisa: “Ótimo, isso vai dar uma bela de uma merda”.

Após eles entrarem e acomodarem, falaram seus verdadeiros nomes e tentaram iniciar o interrogatório.

— Vocês podem nos contar o que aconteceu conosco? — perguntou Alice ansiosa. Já não tinha mais unhas para roer.

— Olha, por enquanto não. Vamos precisar de um tempo para digerir tudo isso e falar com vocês com calma, tá? Até porque, precisamos pensar com calma no que vamos falar — explicou Dest, enquanto Harry pensava em Neville. Precisava falar com o amigo e explicar a situação. Ele tinha todo o direito de saber que seus pais estavam ali. Só não sabia como Frank e Alice iriam reagir quando soubessem de seus futuros.

— Certo — Alice respondeu cabisbaixa, tentando esconder a decepção. Frank pegou a sua mão, fazendo a menina sentir-se melhor.

— Você me conhece? — Liz indagou, era uma das coisas que vinha martelando em sua mente desde que descobrira sobre Dest. Principalmente depois que soube da morte de Sirius.

Destiny a olhou sombriamente. — Sim.

Elizabeth não sabia como se sentir com aquela afirmação. A menina a olhava de um jeito tão estranho, que lhe deu frio na espinha.

— O que vocês já sabem? — sondou Harry.

— Bem, obviamente que vocês são nossos filhos — começou James.

— E que eu morri recentemente — continuou Sirius, fazendo os buracos que ainda não haviam cicatrizado reabrirem.

— E que por algum motivo Voldemort o atacou quando pequeno, — Remus falou para Harry. — O que resultou na morte de James e Lily.

— Até agora, foi só isso. Dumbledore conseguiu esconder a maior parte das coisas — terminou Frank.

— Certo. Será que podemos deixar o resto do interrogatório para depois? — pediu Dest. Não sabia quanto mais tempo conseguiria manter a compostura antes de desabar de vez se continuasse ali.

— É. Ainda precisamos entender tudo que está acontecendo. Sem falar que é muito estranho ver a maioria da vocês aqui. Principalmente tão diferentes — admitiu Harry. Ele só queria ir para seu dormitório e se jogar em sua cama. Ao mesmo tempo não queria sair do lado daqueles que diziam ser seus pais e seus padrinhos.

— Eles estão certos — concordou Dulce. — É muita coisa para eles assimilarem. Se foi difícil para a gente, que já estávamos esperando. Não quero nem pensar como está sendo tudo para eles.

— Tudo bem. Mas por favor, nos procurem o mais rápido possível. Não aguento mais ficar nesse tempo e não saber de nada — implorou Alice.

Os dois concordaram e se retiraram, dando um último olhar para seus respectivos pais.

— Vamos juntar todos e falamos de uma vez — sugeriu Dest, enquanto eles desciam as escadas.

— Certo. Devem estar no jantar. Vamos para lá, comemos algo, e depois procuramos um lugar mais calmo e falamos — a menina concordou e eles seguiram o resto do caminho em silencio, cada qual perdido em seus pensamentos.

...

Conseguiram fugir das perguntas durante o jantar, pois haviam prometido responde-las depois.

— Vamos? — chamou Harry após notar que Destiny havia acabado o jantar.

— Sim. Charlie, largue o Logan um pouco, porque tenho algo muito sério para falar com você. E não, Nico, você não pode ir junto. Depois te explico melhor — ela foi logo falando, antes que o amigo pedisse. Sabia que ele iria sentir-se isolado, mas achava melhor falar logo com Charlie e Neville. Então saiu arrastando a menina, enquanto Harry chamava Neville.

— Só eu acho que essa menina fica cada vez mais doida? — falou Nico para o nada, enquanto os quatro saiam. Porém Logan, revoltado por perder a namorada assim, respondeu.

— Não é o único. Ela podia ao menos deixar nos despedirmos direito!

Harry comunicou para Rony e Hermione que falaria com eles depois. Os dois não gostaram muito disso, mas viam pela cara do amigo que havia acontecido algo sério.

— Por que não podemos ter um ano tranquilo? — perguntou Rony, enquanto Harry se afastava.

Dest e Harry saíram do Salão Principal arrastando consigo Charlie e Neville.

— Por que não posso ter um ano normal? – Harry resmungava durante o caminho.

Pararam num corredor deserto, entrando numa das salas.

— Certo, para que todo esse mistério? Mataram alguém? — interpelou Charlie preocupada.

— Você conta — Dest mandou, tirando logo o seu da reta.

— Isso é uma injustiça, você sabe disso! — ele retorquiu revoltado. Dest só deu de ombros e sentou-se em cima de uma das mesas. Não falaria mais nada. Harry ficou alguns segundos em silêncio, sem saber o que falar para Neville. Não se preocupava tanto com a situação de Charlie, de todos ali, ela fora quem tivera a melhor sorte com os pais.

— O que está acontecendo? — perguntou Neville nervoso. Normalmente não era incluído nesse tipo de conversa, porém ali estava ele. Não entendia qual era seu envolvimento naquilo. No entanto, era bom sentir-se inserido no grupo.

— Olha, Neville. Aconteceu algo muito estranho e meio que envolve a todos nós... — começou Harry, sem saber como continuar.

— Ah, por favor! — exclamou Dest descendo na mesa num pulo e parando na frente de Neville. — Aparentemente versões jovens dos nossos pais viajaram no tempo — não me pergunte como, que eles não explicaram em detalhes — e agora querem saber o que lhes aconteceu. Pensamos em falar antes com vocês dois, para decidirmos o que fazer.

Neville olhou para Harry querendo comprovar o que a menina a sua frente havia falado. Ele confirmou e Neville entrou em choque, ficando com a boca ligeiramente aberta.

— Isso é verdade? — berrou Charlie.

— Pelo jeito sim — respondeu Harry.

— Vocês têm certeza? — questionou Neville, ainda em choque.

— Cem por cento de certeza, não. Mas aparentemente eles estão falando a verdade — disse Dest. — Aparentemente até Dumbledore já sabe que eles estão aqui.

— E o que faremos?

— Se trancar no quarto e só sair quando estiver tudo resolvido é uma opção valida, Charlie? — brincou Dest. Na verdade, ela estava completamente perdida. Só não havia se desfeito ainda, por causa de uma enorme força de vontade.

— Pedimos um tempo para assimilar tudo. Porém é bom falarmos com eles o mais rápido possível — informou Harry, tentando deixar os outros dois a par de tudo.

— Certo, por favor, falem quem veio — pediu Neville.

— Seus pais, obviamente, também conhecidos como Alice e Frank. Lily e James, conhecidos como os pais do Harry. Os meus, Elizabeth Potter, tia do Harry — que você já conheceu a versão mais velha — e Sirius Black, antigo ex-fugitivo morto ano passado. Remus Lupin, que já foi nosso professor, e Dulce Valentine, essa você não deve conhecer. Mas junto com o Remus, são os pais da Charlie.

Neville virou para Charlie surpreso. — Você é filha do professor Lupin? Por que ele não disse nada quando ensinou aqui?

Ela deu de ombros em resposta. — É uma história complicada. Simplificando, ele não sabia de mim naquela época — e após pensar nisso, ela assumiu uma expressão digna de um enterro. O dela, provavelmente, já que imaginava a reação de Lupin.