Is it too late now to say sorry?

Yeah I know that I let you down

Is it too late to say I'm sorry now?

É muito tarde para pedir desculpas agora?

Sim, eu sei que te decepcionei

Agora é muito tarde para dizer me desculpa?

Sorry — Justin Bieber

Assim que viram Dulce saindo correndo eles se entreolharam preocupados. — Por que eu sinto que vem algo de ruim por aí? — questionou Remus soltando um suspiro.

— Quando eu pegar aquela menina, ela vai apanhar. Tenham certeza disso! — ameaçou Liz. — Como ela se atreve sair desse jeito?! — exclamou revoltada, levantando-se. — Vamos. Ela deve ter ido para a próxima aula.

Eles seguiram para a sala de feitiços — que era a terceira aula após o almoço, já que haviam faltado as duas de História da Magia em busca de resposta, e bem, porque era História da Magia —, esperando encontrar a menina lá. Chegaram com poucos minutos de antecedência. Dulce já se encontrava sentada, em meio a pessoas que ela nunca havia visto antes e ignorou quando os amigos entraram.

Liz seguiu em sua direção. — Será que pode me contar o que está acontecendo? — rosnou bravamente, porém baixo.

— Agora não. A aula está para começar, Effy. Depois prometo que conversamos. Estou pensando em como contar uma coisa para vocês — ela falou, fazendo uma cara de tristeza, que doeu no coração da outra.

Sem escolha, Elizabeth foi se sentar em meio aos seus amigos. Que começaram a perguntar o que ela havia falado com Dulce. Ela contou, os deixando também preocupados. Remus pelo visto tinha razão.  Algo realmente ruim vinha por aí.

A aula ocorreu normalmente. Pelo visto o professor Flitwick não havia sido informado das verdadeiras identidades deles, já que os tratou normalmente. Enquanto no passado ele tinha um claro favoritismo por Lily, que era uma das melhores, senão a melhor aluna na aula dele.

Dulce ficava a todo momento encarando Lilian e James. Pensava no que chocaria mais a amiga: o fato dela ter morrido, ou ter casado com o Potter. Suspirando internamente, ela esperava que essa revelação fizesse Lily parar com o orgulho e admitir que havia se apaixonado por James. 

As amigas já haviam notado a mudança da ruiva em relação ao garoto desde o início do sétimo ano. A única que parecia não notar, era a mesma. Elas haviam decidido não se meter, afinal a Evans era teimosa. E após tantos anos “odiando” James, não seria de uma hora para outra que ela se revelaria apaixonada. Pelo menos agora ela conseguia passar várias horas na presença do menino sem reclamar.

Para a infelicidade da ruiva falsa, o sinal que indicava o final da aula logo tocou. Ao encarar os amigos vindo em sua direção, as lágrimas começaram a tentar sair.

— Pronta para falar? — intimou Alice.

— Vamos para outro lugar antes.

Seguiram então em busca de outra sala vaga onde pudessem conversar em paz.

— Desembucha, docinho — mandou Sirius, se encostando na porta, para a menina não escapar.

Dulce olhando de um a outro procurando uma saída, um sinal de paz, qualquer coisa. Mas todos a olhavam seriamente. Soltando mais um suspiro, ela começou a chorar. O grupo se entreolhou preocupado. Pelo visto era algo, muito, muito ruim.

— O nome do bebezinho era Harry... Harry Potter — falou em meio as lágrimas.

— Potter, tipo, Potter? — Liz perguntou chocada, olhando o irmão. Até a última vez que haviam checado, contando com os pais deles, eles eram os últimos Potter’s. Muito provavelmente seus pais não teriam mais filhos, principalmente levando em consideração a atual fragilidade deles. Ou seja, esse tal de Harry Potter era filho de um dos dois. E como geralmente se herdavam o sobrenome do pai...

— Continue, Dul — Remus pediu gentilmente, imaginando que aquilo não era tudo que ela tinha para falar. Ela o olhou, depois voltando os olhos para James e Lily.

— Ele é seu filho, James. Com a Lily.

Lily ficou realmente surpresa. Não é todo dia que se descobre tendo um filho com um garoto que você mal fala. Gato, mas com quem você não tem muita afinidade.

— O que mais? Tem algo pior, não é? — Lily disse sem se lembrar do que haviam lido mais cedo.

Alice cobriu sua boca em choque, encarando Frank, que parecia pensar o mesmo que ela. Vendo que Dulce, ou qualquer outro, não conseguiria relembrar em voz alta o que haviam descoberto, ela tomou a iniciativa.

— Lily, os pais desse garoto... vocês... vocês vão morrer — soltou e também começou a chorar.

Lilian encarou a todos chocados. E parou seu olhar em James, que parecia tão chocado quanto ela. Ela se aproximou de uma das paredes, em busca de apoio, sentindo líquido salgado tocando seus lábios rosados. Enquanto James estava parado no meio da sala se sentindo perdido.

— Vamos mudar isso, é claro. Vamos mudar tudo — rugiu Sirius, fora de si. Elizabeth tocou o braço dele tentando-o acalmar, em meio as suas próprias lágrimas. Notando o toque da menina, ele a abraçou. Alice e Frank já se abraçavam. E Remus, que desde o começo estava ao lado de Dulce, havia passado seus braços ao redor dela, em um meio abraço, e tentava conter as lágrimas.

— Posso? — James perguntou chegando perto de Lily, e estendendo os braços em direção a ela, que assentiu. Eles se abraçaram, e ele prometia que tudo terminaria bem.

Eles não souberam quanto tempo ficaram ali, perdidos em meio as lágrimas e pensamentos. Até que Frank se manifestou. — Temos que falar com Dumbledore. Dizer que descobrimos a verdade e que queremos mudar isso.

— Ele não vai concordar com isso, Frank — soluçou Lily. — Não podemos ficar brincando com o tempo, o que aconteceu tem que acontecer.

— Você está errada. E não ligo para o que Dumbledore diz. Iremos mudar isso, Lily. Vocês não vão morrer — sentenciou Sirius decidido. A ruiva viu que não tinha como discutir com o menino.

— Olhando para o lado bom, isso mostrou que quem persiste, consegue. Vejamos o caso do Jay, lutou, lutou e aparentemente conseguiu ficar com a Lily — Liz falou, tentando quebrar o clima, mesmo com o rosto ainda vermelho por conta do choro. James abriu um pequeno sorriso, olhando para a ruiva que havia acabado de sair de seus braços, e enxugava o rosto.

— Ainda me pergunto como isso aconteceu — comentou Dulce.

— Então qual é o próximo passo? — perguntou Lily, tentando desconversar. Não queria pensar agora sobre os seus sentimentos em relação a James. Era muita coisa em pouco tempo.

— Vamos a sala do diretor. É a primeira coisa que temos que fazer — falou Remus.

E então, aos pedaços emocionalmente, os oito seguiram para a sala de Dumbledore. Ao chegarem lá notaram que não sabiam a senha. Tentaram a que usaram no dia anterior — e notaram que parecia fazer um ano desde que chegaram aquele tempo — mas foi em vão. Ao que parece, o professor já havia mudado.

— Como vocês conseguiram ontem? — questionou Frank. Os marotos se entreolharam, praticamente conversando através dos olhares. Deveriam relevar o mapa, um dos seus segredos? A decisão foi unânime, ao menos por enquanto, não deveriam. Principalmente porque faltava um membro para votar.

— Tivemos sorte — respondeu James dando de ombros.

— Bem, sorte é algo que não estamos tendo...

— Ainda mais se levarmos em conta as últimas informações — Liz completou a fala de Dulce.

— Podemos tentar a sala da professora McGonagall. E pedir a senha daqui — sugeriu Dulce. Mais uma vez sem alternativas — era algo que estava acontecendo muito com eles, notaram — seguiram para a sala da diretora da Grifinória.

Foram para a sala da professora, e tiveram ao menos um pouco de sorte, pois a mesma se encontrava lá. E ficou assustada quando os viu em sua porta.

— O que os senhores desejam? — ela perguntou levantando-se.

— Precisamos falar com o professor Dumbledore — falou Sirius direto.

— Sinto muito, senhor Blank. Mas o professor não se encontra. Qualquer coisa que precisem podem falam comigo.

Eles nem precisaram conversar para saber qual seria a resposta da professora McGonagall para o que eles queriam saber.

— Por favor, professora, quando o diretor voltar, peça para me chamar. Preciso falar com ele urgentemente — pediu Remus, sendo o mais gentil que podia. Estava usando um truque baixo, pois sabia que a professora pensaria que se tratava do seu problema peludo, mas a situação pediu medidas drásticas.

— É claro, senhor Lunis. Assim que possível, pedirei que lhe chame — ele assentiu em concordância e então eles foram para o Salão Comunal. Já que não tinham o que fazer, por hora.

...

Se encontravam no quarto dos meninos, já que os mesmos não poderiam frequentar o das meninas. Pensavam em quais passos tomar a partir dali.

— Não deveríamos ter vindo — falou Lily pela milésima vez.

— Você sabia dos riscos, Lily — lembrou Dulce, também pela milésima vez. A ruiva natural — que agora tinha os cabelos num tom mais castanho — não parava de reclamar e citar os perigos de viagens no tempo e informações sobre o futuro.

— Mas não sabia que iria descobrir que morri! — escondeu a parte “e que me casaria com o Potter”. Ainda não sabia o que pensar sobre isso. E odiava não saber o que pensar. Ficava num mal humor terrível e sabia disso. Em algum lugar no fundo do seu cérebro, sentia-se mal por descontar sua frustação nos amigos. Mas lidaria com isso depois.

— Parece que a vida as vezes é apenas um grande mar de dor e sofrimento — James soltou tristemente. Há poucas horas estava tudo na média e agora havia descobrindo que iria de morrer. Ah, e sua futura esposa estava num mal humor terrível, provavelmente porque havia descoberto que casaria com ele.

— Sinceramente Potter, fora o fato de descobrir que vamos morrer, o que você pode saber sobre sofrimento? Você sempre teve tudo — Lilian falou sem pensar.

— Realmente, Evans. Aparentemente sou pessoa mais fodidamente sortuda do mundo — ele respondeu saindo cabisbaixo do quarto. Liz quase correu atrás do irmão, mas precisava antes brigar com a amiga, que estava sendo uma verdadeira vadia egoísta. Raras vezes Lily demostrava esse seu lado, mas quando demostrava... ao menos ela tinha a decência de se arrepender quando acordava dos surtos.

Sirius foi atrás do amigo, e ao passar por Lily falou:

— Mandou muito bem, Evans — e saiu batendo a porta, sendo seguido por Remus, que passou sem falar nada, apenas olhando decepcionando para Lily. Conhecia o gênio da amiga, mas ela estava indo longe demais daquela vez.

— O que foi que eu falei demais? — ela perguntou sem entender.

— Você foi incrivelmente egoísta, Lilian. Você não é a única sofrendo, você não é a única com problemas. E pelo visto você nem presta atenção no que eu falo, ou no fato de que James é meu irmão! — exclamou Elizabeth olhando decepcionada para amiga, que não compreendia. Sentia-se um pouco mal por ter falado aquilo para James, mas não imaginava o que poderia deixa-lo sofrendo tanto. Liz ao ver que a outra ainda não lembrava, completou. — Nosso pai está terrivelmente doente, eu te falei isso alguns dias antes de virmos para cá. Pelo visto não é uma informação tão importante para aluna mais inteligente de Hogwarts — Liz praticamente cuspiu as palavras e saiu também do quarto. Deixando uma cabisbaixa Lily, que agora lembrara.

Liz havia lhe contado aquilo logo após ela ter recebido uma carta da sua mãe, falando que Petúnia iria se casar e pedia para que ela não aparecesse. Logo depois Liz chegou chorando, mas devido ao fato de estar magoada com a irmã, ela só abraçou a amiga e praticamente ignorou o que ela falava, enquanto imaginava os meios mais eficazes de torturar a irmã. Agora se culpava terrivelmente por isso.

Alice, Frank e Dulce que estavam sentados enquanto a confusão se desenrolava, olhavam-se sem saber o que fazer e/ou o que falar. Lilian agora se encontrava sentada na cama segurando as lágrimas diante da sua burrice.

— Acha que eles me perdoam? — perguntou Lily num fio de voz.

— Acho. Quer queira ou não, Liz é sua melhor amiga. E James te ama — respondeu Dulce. — Irei ver como eles estão. Prepare-se para pedir as desculpas quando voltarmos — disse levantando-se e saindo do quarto.

Dulce encontrou os amigos no meio da escada entre os andares, já que não poderiam descer, pois causariam muitas perguntas. Dava para ver claramente no rosto de James que ele tentava controlar as lágrimas. Remus estava em pé encarando a cena, enquanto Sirius e Liz rodeavam James. Ambos seguravam as lágrimas também, após pensar na situação do senhor Potter.

— A Lily quer se desculpar — Dulce falou timidamente. Sentia-se uma intrusa em meio aquilo. E pelo olhar que Remus lhe dava, ele se sentia do mesmo jeito. Os três sentados eram praticamente uma família, principalmente desde o dia que o Black se mudara para a casa dos Potter’s e assumira os pais dos irmãos, como seus.

— Ela nunca vai me amar, não é? — James perguntou para o nada. Mas Liz se intrometeu.

— Ela sente algo por você, irmão. O que está deixando doida é o fato de que ela não sabe o que é isso. De um tempo para a menina.

Dulce achou lindo que mesmo Liz estando magoada com Lily, ainda assim a defendia. Sabia que se a situação fosse com ela no lugar de Lily, a atitude de Elizabeth seria a mesma.

— Vamos, quero ver qual será a desculpa da Evans — Sirius disse se levantando.

Entraram no quarto e viram uma Lily que andava de um lado para o outro, roendo as unhas. Assim que os viu, desatou a chorar.

— Me desculpe, James. Me desculpe, Liz. Me desculpe. Por favor. Eu sei que desapontei vocês. Que estou sendo um saco, uma total egoísta. Mas por favor, me desculpe — a ruiva praticamente suplicou.

— Eu sempre vou te desculpar — suspirou James e para a sua surpresa, Lily jogou-se em seus braços. Liz esperou que eles se separassem para responder.

— Você foi uma tremenda vaca, senhorita Evans. E vai ficar me devendo vários favores — falou com um meio sorriso. Lily também a abraçou e logo puxou James para o abraço. Ficaram por ali um tempo, com James não querendo quebrar o contato, até que Sirius atrapalhou o momento.

— Está tudo muito lindo e talz... mas ainda precisamos encontrar o filho de vocês.