Maldito seja o amor escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 9
Lucy Mikaelson




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P.O.V. Daniel.

Isso nunca havia acontecido antes. Nós sempre nos conhecemos quando ela é adolescente, mas agora desta vez nos conhecemos e ela não passa de um bebê.

E ainda assim me olha com ternura. Ela sorri e ri quando me vê. Toda vez.

—Oi Lucy.

Só tem um pequeno detalhe. Lucy é filha de Miguel com a híbrida Cassandra.

—Daniel.

—Miguel.

—Ela é minha filha irmão.

—Ela é meu amor irmão.

Lucy começou a chorar.

—Não, não chore.

Ela estava no colo de Miguel e quanto mais ele a chacoalhava mais ela chorava.

—Miguel para de chacoalhar ela ou ela vai... vomitar. Me dá.

—Eu vou me lavar.

—Oh, amorzinho, toma bebe aguinha. Agora vamos limpar o vômito.

Cassandra teve que dar banho nela novamente e o banheiro ficou alagado, já que Lucy batia as mãos na água da banheira fazendo-a espirrar. Ela achava engraçado.

—Ah, Lucy! Porque?!

Ela ria.

Cassandra saiu do banheiro ensopada carregando um bebê pelado enrolado numa toalha de panda.

—Porque está toda molhada Cassie?

—Ela gosta de bater na água e com a força que ela tem toda a água transborda. Eu vou vestir ela e você vai desalagar o banheiro.

—Como?

—Usa o rodo!

Miguel teve que secar o banheiro enquanto a mãe arrumava Lucy.

São boas lembranças. Ver o arcanjo que derrotou Lúcifer fazer serviço doméstico é impagável.

—Lucy! Cadê você?

—Lucy?

Eu ouvi a risada dela.

—Boo!

Disse ela aparecendo de detrás da cortina.

—Ai que susto.

—Você é um fingido Dani! Eu nunca consigo te assustar.

Disse fazendo cara de emburrada, cruzando os braços e se atirando no sofá.

Ela adorava pregar sustos nas pessoas e a cobaia preferida era a mamãe. Agora Lucy já tem sete anos. Ela adora ir ao shopping e brincar no escorrega.

No shopping tem uma ala só para crianças e ela fica lá, pulando no pula pula, jogando os jogos de fliperama, escalando o brinquedão.

—Xeque mate.

—Ah, Cassie!

—Cem por cento amor.

—Como vocês conseguem passar horas fazendo isso?! É tão chato.

—Como você consegue passar horas correndo e não se cansar?

—Eu não sei. Mas, eu perguntei primeiro.

—É coisa de gente gênio.

—É coisa de gente gênio. Os gênios são chatos. E as minhas costas estão coçando.

Lucy começou a coçar desesperadamente as costas.

—Ai. Ai. Ta doendo! Mamãe tá doendo muito!

—Calma querida. Miguel temos que fazer alguma coisa. Eu vou chamar o vovô Carslile.

—Mamãe tá doendo!

Dava pra ouvir os ossos estalando.

—Isso são os ossos dela?

—Mamãe socorro!

—Calma querida. Miguel liga pro meu avô agora!

Ela rolava no chão de dor. E então elas rasgaram a blusa de Lucy.

—Oh... Meu... Deus.

—Parou de doer. Mas, eu to pelada.

Ela se cobriu com as mãos.

Lucy se olhou no espelho e gritou:

—Eu to virando uma galinha!

—Você não tá virando uma galinha Lucy. U! Elas são brilhantes.

O Doutor Cullen veio, fez uma radiografia e constatou o que já suspeitávamos as asas eram parte da anatomia de Lucy.

—Temos que dar um jeito de esconder essas asas.

—Porque? Elas são lindas!

Sem que percebêssemos Lucy subiu no corrimão da escada e se atirou.

—Vou voar!

—Lucinda!

—Eu não vou voar. Socorro!

Eu vim por baixo e a peguei antes que atingisse o chão.

—Obrigado Daniel. Oh, querida que susto.

—O Dani tem asas! Que nem eu! Podemos ser galinhas cintilantes juntos.

—Você não é uma galinha Lucy e nem o Daniel. Você metade anjo e ele é um arcanjo.

—Ele é o que? A teoria da galinha faz mais sentido.

—Ele é um anjo. E o seu pai é um anjo.

—Como aqueles do livro infantil?

—Que livro infantil?

—Que o velhinho colocou os bichos no barquinho.

—A Bíblia. É.

—E o anjo que falou pra Maria que ela ia ter um bebê sem papai? Como é que ele é?

—Ele não tem forma.

—Tudo tem uma forma.

—Miguel ela é criança. Dá uma descrição, qualquer uma.

—Quando ele apareceu para Maria ele era louro de olhos azuis.

—Legal. Você vai me levar para conhecê-lo alguma hora?

—Eu não sei se vai ser possível.

—Porque não? O papai do céu não vai deixar? Eu sou meio anjo! Tenho meus direitos! E eu rezo todo dia sem faltar, tá?

Disse ela colocando a mãozinha na cintura.

—Você é uma figura Princesa.

—Você vai me ensinar a voar papai?

—Vou. Mas, não tente se atirar de lugar nenhum.

—Como eu faço elas funcionarem?

—Pense e acontece.

—Batam.

Ela fechou os olhos e fez uma careta.

—Batam. Elas não batem!

—Concentre-se. Não precisa falar é só pensar.

—Tá.

Ela respirou fundo abriu os bracinhos e as asas começaram a bater e a levantá-la do chão.

Ela olhou pra baixo e disse animada:

—Eu to voando! Eu to voando! Olha papai eu to voando de verdade!

—Meus parabéns querida.

—Agora como eu faço pra descer?

—Concentre-se.

Ela desceu, mas houve um problema na descida e ela caiu com tudo no chão e bateu a cabeça.

—Amor? Lucy? Lucy?!

—Calma querida. Ela só está inconsciente. Vai se recuperar logo, o processo de regeneração está ativo, mas fraco. Quando foi a última vez que Lucy se alimentou?

—Hoje de manhã.

—Vou ministrar sangue e pronto.

Com o sangue Lucy se recuperou. E a mãe a levou para passear.

Ela levou três horas, mas conseguiu esconder as asas.

—Eu quero colo.

Três pares de braços se estenderam para ela. Mas, ela escolheu os da mamãe.

—Bebe o suco.

—Sobremesa!

—O suco Lucy. Até o fim.

—Eu não quero mais suco.

—Bebe o suco. Só falta mais um pouquinho.

—Tudo bem.

Ela bebeu o resto do suco pelo canudo até ele começar a fazer barulho.

—Pronto. Sobremesa!

—O que você quer de sobremesa?

—Primeiro, eu quero fazer pipi.

—Tudo bem. Vamos lá.

P.O.V. Cassie.

Eu levei a Lucy no banheiro e nós voltamos e havia um outro rapaz sentado na mesa.

—Você ta no meu lugar.

—Você ouviu Cambriel, está no lugar dela.

—É Cameron.

—Sei. Você ouviu Cameron, está no lugar dela.

—Sai é o meu lugar!

Lucy empurrou e a cadeira virou derrubando o rapaz.

—Lucinda!

—A culpa é dele. Ele que não saiu.

Minha filha levantou a cadeira com uma mão e se sentou como se fosse a coisa mais natural do mundo e a cadeira tinha o triplo do tamanho dela e era de aço e se sentou nela.

—Levanta dai. Deixa de ser maricas.

—Lucinda!

—Ela tem personalidade. Eu gosto.

—O que você quer de sobremesa Lucy?

—Doce!

—Qual doce?

—Torta de biscoito!

—Torta de biscoito?

—Torta holandesa! Tem biscoito não tem?

—Tem.

Ela comeu bonitinha, ficou um silêncio que até dava medo.

—Eu to com soninho.

—Vamos pra casa? Tomar um banho quentinho e nanar?

—Boa ideia.

Ela passou a tarde correndo, pulando e se divertindo na ala infantil. Pegamos as coisas, nos despedimos do senhor Briel e eu me desculpei pelo comportamento de Lucinda e a fiz pedir desculpas também. Então nós fomos pra casa e descobrimos que a haviam arrombado e levado a maior parte de nossos bens.

—Eles levaram o meu amuleto. Temos que pegar de volta Miguel.

—Calma, vamos recuperar tudo o que foi roubado.

—Eu não me importo com as outras coisas só com o amuleto.

Depois de alguns dias de pesquisa angelical descobrimos que a caixa que continha o amuleto estava num museu e fomos reclamar o que era meu.

—Posso ajudar?

—A caixa é minha. Quero-a de volta.

—A caixa é propriedade do museu.

—É minha propriedade! Foi roubada da minha casa a dois dias!

As vitrines de vidro estouraram.

—Eu quero provas.

—Ta aqui a sua prova.

Eu tirei a chave do pescoço, peguei a caixa e abri.

—Prova suficiente. Essa é a única chave que existe. E as iniciais S.B. são de Splendora Balcoin. Minha antepassada, essa caixa e seu conteúdo estão na minha família a gerações e eu pretendo manter o legado.

—Steve!

—O que foi patrão?

—Onde arrumou essa caixa?

—Eu comprei num leilão de antiguidades.

—Ele mente. Temos a filmagem dele arrombando a nossa casa e levando a caixa entre outras coisas.

Felizmente apresentamos as provas á polícia e tivemos nossos bens devolvidos, além de colocarmos o culpado atrás das grades.

—Se me permite perguntar, o que há na caixa?

—Nada que seja do seu interesse. Tenha um bom dia.

—Igualmente senhora, nos desculpe. Não tínhamos ideia.

—Melhor tomar mais cuidado com quem você contrata.

—Mamãe, o amuleto vai ficar seguro agora?

—Vai querida. Vai voltar para o lugar de onde nunca deveria ter saído, as mãos de um Balcoin.

Adoro ter um marido anjo, ainda me lembro do nosso casamento. Foi uma linda cerimônia e eu estava linda no meu vestido de noiva. Eu o comprei no paraíso das noivas, a loja Kleinfield. Levei três horas e meia para encontrá-lo, para encontrar o meu vestido ideal.

Todo cheio de renda, uma saia de cetim e lindos detalhes no corpete. Por baixo eu usei um espartilho para afinar minha cintura.


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