Maldito seja o amor escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 16
O Ferreiro e a Bruxa


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/Yp5PgHrqGcE
https://youtu.be/khHaC67tFqg
https://youtu.be/FgE7KAC3vx0



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P.O.V. Marishka.

Eu consegui. Viajei no tempo, vim parar na idade média.

Construí uma cabana na floresta onde os habitantes não costumam vir xeretar.

Trouxe comigo meus livros de anatomia, herbalismo, um estoque vitalício de shampoo, livros de receitas, os meus grimórios e é claro algumas espadas e armas.

Estava na floresta catando algumas ervas para fazer um feitiço de proteção, já estava de noite ninguém vem pra cá á noite. Essa gente tem medo de tudo.

Bom, era o que eu pensava até alguém botar uma tocha na minha cara.

—Você é que é a bruxa que falam?

—Tira essa coisa da minha cara menino!

—É você a bruxa?

—Eu sou apenas uma garota que sabe ler e escrever em diversas línguas e conhece plantas. Essa sua gente tem veneno pingando da língua.

—Meu pai.

—Ele está doente? Precisa de auxílio?

—Ele morreu.

—E você espera mesmo que eu faça um feitiço pra trazê-lo de volta? Nem a pau. Não se mexe com as forças da vida e da morte garoto. Somos responsáveis por manter o equilíbrio da natureza. Mas, eu posso fazer uma sessão e te colocar em contato com ele.

—Então faça.

Ele me deu um saco de moedas de ouro.

—Obrigado. 

—Eu agradeço.

—Meu nome é Marishka á propósito. Entre, todos são bem vindos aqui.

P.O.V. Henry.

Ela não era nada do que eu esperava que fosse.

—Ouço isso bastante.

—O que?

—Que eu não sou o que as pessoas esperam.

—Lê a minha mente?

—Leio. Desculpe, depois de tanto tempo sozinha eu desaprendi a diferenciar pensamentos de palavras.

Ela começou a remexer nos livros e pegou um deles.

—Espero que eu não me arrependa de fazer isso.

—Espíritos que nos guardam, amigos família, guardiões dos portões eu chamo o espírito do falecido Adrian Lazar, amado pai e filho. O teu filho precisa do seu auxilio nesse momento de aflição. Estende a mão ai.

Eu estendi a minha mão e ela fez um buraquinho na palma. Então deixou o sangue pingar. Ela começou a fazer um círculo de sal.

—Fique dentro do círculo. Espíritos são imprevisíveis.

Então ela recomeçou aquela fala cantada:

—Espíritos que nos guardam, amigos, família, guardiões dos portões eu chamo o espírito do falecido Adrian Lazar, amado pai e filho. O teu filho precisa do teu auxilio nesse momento de aflição.

E logo o espírito do meu pai apareceu na sala.

—Não. Não saia do círculo.

Eu pude conversar com meu pai e ele me acalmou.

—Você tem que ir agora Adrian. Adeus.

—Adeus.

Ele sumiu.

—Vê se não tenta fazer isso sozinho garoto.

—Você é mesmo uma bruxa.

Ela assentiu com a cabeça.

—É um dom filho. E eu lhe asseguro que não fiz nenhum tipo de pacto maligno ou coisa parecida, eu não machuco as pessoas, eu ajudo elas.

—Você não me parece ser do mau.

—Ninguém é completamente bom e ninguém é completamente mau.

Disse guardado o livro na estante. Então ela voltou ao que imagino que estivesse fazendo antes da minha chegada.

—O que está fazendo? Se me permite perguntar.

—Um feitiço de proteção. A sua gente preconceituosa me quer morta.

—Eu vou voltar pra casa.

—Nada disso. Tem animais, predadores caçando a essa hora. Vai ficar ai e volta pra casa de manhã.

—Onde vou dormir?

—Ali. Tem outra cama.

—Boa noite.

—Boa noite.

Eu estava tendo dificuldade com a tocha e ela deu um sopro e a tocha apagou sozinha.

—Melhor.

Logo o sol raiou e acordei ouvindo ela cantar, estava cantando numa língua que eu não conhecia.

—Vamos lá garoto o sol já saiu. Levanta.

—Que língua era aquela?

—Espanhol. Posso te ensinar se quiser.

—Claro. Seria ótimo.

—Venha amanhã e eu começo a te ensinar.

—Obrigado Marishka.

—De nada Henry. Agora vai, sua vó está preocupada.

Quando cheguei em casa minha avó estava de cabelos em pé.

—Henry! Ainda está vivo!

Ela me abraçou.

—Eu estou bem vovó. Falei com o papai.

—O que?

—A bruxa. Ela chamou pelo espírito do papai e ele veio e depois ela o mandou embora.

—Fique longe da bruxa!

—Ela me ajudou, me acolheu e fez um curativo na minha mão.

—O que aconteceu na mão?

—Eu me feri.

—Tem alguma coisa no seu ferimento.

—Ela o lavou com água e sabão, depois colocou uma mistura de ervas para ajudar na cicatrização.

—Uma multidão furiosa se encaminha para a casa da bruxa. Vão atear fogo em tudo.

—Marishka. Marishka!

Quando cheguei a casa já estava em chamas. Mas a coisa mais impossível do mundo aconteceu. O fogo saiu todo pela chaminé. E ela saiu da casa que ficou intacta.

—Vocês, seus mal agradecidos! Eu curo suas doenças, salvo seus filhos, seus pais, suas mães, seus tios e suas famílias inteiras! E como retribuição pela minha bondade vocês ateiam fogo na minha casa! Querem que eu seja má? Ótimo, então serei seu pior pesadelo!

Ela pegou um grupo de mulheres e quebrou seus pescoços.

—Vadias. Então, quem é o próximo?

—Bruxa!

—E me orgulho disso meu amor.

Com um assopro ela apagou todas as tochas.

—Eu sou mais poderosa do que vocês podem se quer imaginar, então saiam da minha casa.

—Saiam de perto dela.

—Henry!

—Ela me ajudou, curou meus ferimentos e me deixou entrar em contato com o espírito do meu pai. Não vou deixar que lhe façam mal.

—Assassina!

—Eu sou uma Grigori. Por isso sei que ninguém morre de verdade.

—Você é um traidor herege.

—Não. Ele é um homem bom, um homem justo. E isso é raro nessa sua época miserável.

—Não faça isso meu neto.

—Eu faço o que a minha consciência manda. Marishka me ajudou sem pedir nada em troca, me ofereceu sua casa para pernoitar para que eu não tivesse que sair á noite no escuro.

—A lua de sangue está vindo. Vou ter que me acorrentar e me sedar.

—Porque?

—Por mais que eu odeie isso, eu sou membro da minha família e isso nunca vai mudar. Soube que tem um lobisomem á solta, fiquem em casa, e arrumem armas de prata.

—Porque?

—Durante a lua de sangue uma mordida e o gene dos lobisomens é passado adiante.

—Gene dos lobisomens?

—A morte ativa a maldição. Para que a maldição adormecida seja despertada uma vida humana deve ser tomada, não importa se é intencional ou acidental, uma morte e já era.

—Como sabe disso?

—Acha mesmo que esse é o primeiro lobisomem que eu conheço? Eu já vi coisas bem piores que um simples lobisomem.

—Um simples lobisomem?

—Sim. Eu posso forçar o lobisomem a se transformar mesmo que não seja lua cheia.

—Então faça isso.

—Eu tenho duas condições.

—E quais seriam?

—Vocês não me perturbam mais e a família do lobisomem não será ferida.

—Como assim a família do lobisomem não será ferida?

—Exatamente assim. Eles são inocentes e eu já estou cansada de ver inocentes morrerem á toa. Concordam com minhas condições ou querem viver com essa fera mais um dia?

—Concordamos.

—Se eu souber que violaram o acordo, aquele que o fez será punido.

Ela pegou uma bola de um material desconhecido e disse:

—Vão passando isso entre vocês. A bola vai revelar quem é o lobisomem.

A bola passou de mão em mão até que quando chegou nas mãos de Cesaire ele a largou e suas mãos estavam queimadas.

—Lobisomem. Peguei você.

Ela quebrou o pescoço dele rapidamente.

—Sem dor desnecessária. Acabou. Vocês pegaram seu lobisomem.

—Obrigado.

Agradeceu minha avó.

—De nada. Precisando de ajuda estou aqui.

—As mulheres que matou...

—Elas eram do mau. Vejam.

Ela ergueu as saias das mulheres mortas e haviam marcas que claramente foram feitas com um ferro em brasa.

—O que é isso?

—Elas eram adoradoras do não mencionável.

—Não mencionável?

—O diabo. Membros de uma seita satânica. Essa seita existe a centenas de milhares de anos.


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