I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 92
Capítulo 92 — Aguente firme até eu chegar. Por favor.


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaa

Esse ep é um pouco especial de Pascoa, espero que gostem. Quero agradecer a todos os novos e antigos leitores por estarem aqui comigo ♥ é por vocês que faço isso!!!



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KATE.

 

— Mãe, corre! Vai começar.

— Já estou indo. – pego a pipoca vou até a sala. A apresentadora do programa já começava a apresentar Castle. Hoje era dia de mais uma entrevista, e como sempre, sentamos na frente da TV com pipoca, sucos, sanduiches e, claro, chocolates. Alexis já estava com aboca suja do doce, o que me fez rir antes de sentar no sofá ao seu lado.

— Vai começar, vai começar. – a ruiva diz ansiosa e ouço uma risada da minha tia, que sentava no outro sofá.

— Alexis você ficou ansiosa assim todas as vezes. Pensei que já estivesse acostumada.

— É porque eu estou com saudade do meu pai. – ela sorrir e enche a boca de pipoca.

Pipoca e chocolate. Como ela consegue?

Desculpa a demora. Já começou?— Martha entra em casa acompanhada de Jackson.

— Ele está entrando agora. – aponto a TV onde aparecia um Castle sorridente cumprimentando a apresentado.

Martha e Jackson se acomodam no sofá ao lado de minha tia e todos prestamos atenção na entrevista. Como sempre, Castle foi um cavalheiro, brincalhão, charmoso, bonitão. O cara que qualquer mulher se apaixonaria. Mas ele já tinha dona, e foi exatamente isso que ele ressaltou na entrevista quando a apresentadora lhe perguntou sobre sua vida pessoal.

Estou casado. – ele mostra a aliança no dedo. – Algumas pessoas não sabem, foi um cerimonia intima na cidade onde vivemos, apenas família e amigos mais próximos.

De repente uma foto nossa aparece no telão. Uma foto intima, bem pessoal. Uma foto que ele tirou quando estávamos no jardim. Eu, ele e Alexis aparecíamos sorridentes sentados na grama. A ruiva me abraçando por trás e Castle ao meu lado. Uma foto que demonstrava o quanto somos felizes.

Sua esposa é linda, Castle. Como vocês se conheceram?— a apresentadora loira pergunta e eu o vejo sorrir sem graça.

Ele sabe que eu não gosto de me expor, mas na noite anterior conversamos, Castle estava com uma lista de perguntas pessoais que podiam surgir na entrevista. Enquanto conversávamos por telefone e eu me vestia para dormir, ele dizia cada uma das perguntas e eu concordava ou não. Vetei algumas, mas outras achei que seria interessante.

E assim ele contou a história de como nos conhecemos. Como não nos dávamos bem no início e como eu consegui conquistar ele. E então falou da chegada da Alexis e que agora ela tinha duas mães e era absolutamente apaixonada por mim, palavras dele não minhas. E é então que surge uma foto minha no telão. Uma foto que eu nunca tinha vista e mês fez duvidar se era realmente eu ali. Só constatei que sim quando reconheci a paisagem ao meu redor.

Na foto eu estava na varanda do nosso quarto, sentada em uma das poltronas lendo um livro enquanto tomava sol. Minha barriga estava exposta, era hora dos bebês tomarem sol e eu recuperar um pouco da minha vitamina D que estava baixa. Aparentemente eu estava distraída, até porque eu não o vi tirar essa foto, mas as roupas entregavam que foi no último fim de semana, quando ele veio para casa.

E nessa foto nós podemos notar que ela está grávida. a loira diz alegre demais. – quantas semanas?

— Kate, você está bem? – minha tia chama minha atenção e eu sei que ela não está falando sobre a entrevista de Castle. Balanço minha cabeça confirmando e me ajeito no sofá, procurando uma posição confortável.

Desde de cedo ela me faz essa mesma pergunta. Ela sabe que tem algo errado, mas eu não quero admitir que realmente tem. Isso pode ser normal da gravidez. Murmuro mentalmente.

Volto a minha atenção para a entrevista, mesmo que eu não esteja realmente prestando atenção. Ouço as risadas na sala por algo que Castle falou na TV e apenas acompanho. Passo minha mão por toda a minha barriga e pedindo para que meus meninos estejam bem. Vejo minha tia trocar um olhar com Martha, era como se ela tivesse dividido com a ruiva suas preocupações. Mas eu resolvi ignorar e responder uma pergunta que Alexis já repetia pela segunda vez.

Quando a entrevista acabou eu me despedi de todos e subi com Alexis para o quarto. Como sempre, quando Castle viajava ela insistia em dormir comigo para eu não sentir falta do papai dela. Era mais um jeito dela cuida de mim. Alexis era protetora como o pai. Passava um pouco da hora da ruiva dormir, então mesmo contrariada, a ruiva subiu sem reclamar, mas com um bico no rosto.

Assim que deitamos na cama ela se agarrou em mim. Comecei a contar uma história e ela dormiu quando ainda estava na metade. Fiquei ali, deitada, no completo silencio. Me recusando a levantar e pedir ajuda. Rezando para as pontadas que eu ando sentindo há alguns dias parem e, principalmente, não seja nada grave.

Quando eu sinto uma pontada um pouco mais forte eu descido levantar. Ando devagar pelo correr e escuto as vozes de Martha e Jackson vindo da cozinha. Desço as escadas devagar. Um degrau por vez. Algumas lágrimas escapam de meus olhos e eu tento me forçar a não chorar.

— Não precisa ficar assustada Kate. Não está acontecendo nada. – murmuro mentalmente.

Termino de descer as escadas e vou até a cozinha. Martha e minha tia conversavam baixinho e Jackson apenas prestava atenção nas duas. Quando elas percebem minha presença, desconversam e sorriem me olhando, mas o sorriso se desfaz quando elas notam minha feição e automaticamente entram em alerta.

— Eu sei que deveria ter contado antes mas... – paro sentindo mais um pontada, fraca, mas ainda assim uma pontada no pé da barriga. – eu não pensei que fosse grave. – continuo. – sentia uma vez no dia, e quando repousava passava então...

— Sentia o que, Katie? – minha tia se aproxima.

— Uma pontada. – suspiro. – eu não queria que isso fosse um problema, eu estava bem. Eu estou bem.

— Kate, se você está sentindo alguma coisa você não está bem. Você está chorando. – Martha aponta para mim já pegando o telefone.

— Não avisa ao Rick, ele só vai ficar preocupado. Eu estou.... ahhhhhh. – me apoio na parede e seguro minha barriga gemendo de dor. Aquele tinha sido a pontada mais forte que senti até agora.

— Chega, vamos leva-la para o hospital. – Jackson toma a frente da situação e quando eu vejo já estou em seus braços. Não sei como ele conseguiu, não parece o tipo, mas ainda assim ele andou comigo em seus braços até o carro.

Não consegui dizer nenhuma palavra, mas chorava. Não de dor, mas de culpa e medo. Se algo acontecesse aos meus meninos a culpa seria inteiramente minha. Senti dores e não contei a ninguém. Eu não quero perder meus filhos, principalmente sabendo que eu poderia ter feito diferente.

Ouço minha tia dizer que ficaria com Alexis e pedir para Martha mandar notícias. Martha entra no banco do passageiro do carro já falando com Castle. Eu não consegui entender direto o que ela falava, apenas que eu tinha passado mal e estava indo para o hospital.

Vou o caminho inteiro de olhos fechados, tentando controlar a minha respiração. Martha me pergunta o número do meu médico, mas eu não sou capaz de responder. Choro e passo a mão em minha barriga. Posso jurar que sinto os meus meninos ainda mais perto de minhas mãos, e então eu peço que eles estejam bem.

A chegada ao hospital foi tão confusa quanto minha saída de casa. Quando menos espero já estou sentada numa cadeira de rodas entrando na emergência e o doutor Backer está correndo em minha direção perguntando o que aconteceu. Martha explica tudo ao médico e ele me transfere para uma maca na emergência enquanto Martha dava entrada na internação.

— A quanto tempo está sentindo essas pontadas? – o médico pergunta sério enquanto me examinava.

— Há alguns dias. Não era forte, uma vez ao dia no máximo duas. Achei que era porque eu estava subindo as escadas muito rápido ou andando demais, se eu ficasse em repouso passava. Mas começaram a aumentar... hoje foi o pior dia. – faço uma careta sentindo uma dor fraquinha. – me diz que meus bebês vão ficar bem... – praticamente imploro.

— Vou aplicar uma medicação para as dores cessarem e nós iremos bater um ultrassom para ver como eles estão. – ele sorrir forçado e sai, dando instruções a um outro médico que aplica a medicação e as dores acabam no mesmo segundo.

Quando o interno se afasta, Jackson se aproxima. Não tinha percebido que ele estava ali. Seu sorriso era aliviado, e eu sorrio da mesma forma.

— Como está se sentindo?

— Sem dor. – me limito a dizer.

— Já é alguma coisa. – sorrio. – Richard está vindo. Ele está bastante preocupado, disse que pegaria o primeiro voo e não parou de ligar, a Martha estava com ele no telefone.

— Ele deve está enlouquecendo. – passo a mão pelos cabelos e fecho os olhos por alguns segundos. – Martha contou tudo?

— Apenas que você está no hospital e... – antes que Jackson complete a frase Martha se aproxima eufórica me entregando seu celular.

— Se ele não falar com você ele vai enlouquecer e me deixar maluca.

Pego o aparelho e respiro fundo antes de falar.

— Rick não precisa se preocupar, eu estou bem.

— Não, você não está! – sua voz é firme e ao mesmo tempo assustada. – você está em um hospital Kate! Não me diga que está bem porque isso não é verdade!

Ele estava nervoso, e eu não discutiria com ele nesse estado, então resolvi permanecer calada até que ele falasse novamente.

— Você já foi examinada? – pergunta um pouco mais calmo.

— Já. O Doutor Backer vai fazer o ultrassom ag... – não consigo terminar de falar.

— Eu já liguei para a Doutora Davidson. Ela está vindo para o aeroporto e nós vamos juntos para aí de helicóptero.

— Que helicóptero, Castle? Porque você falou com ela?

— Eu liguei para a médica da minha mulher. Ela é a única que eu confio!

— Você não precisava ter...

— Sim, eu precisava. – mais uma vez ele me interrompe. – eu precisava porque a minha mulher está sentindo dores a dias! Então a médica dela precisa estar aí. Agora eu preciso ir, a Doutora Davidson chegou, em uma hora estamos aí.

— Vocês estão vindo de helicóptero? – pergunto lembrando que ele falou algo sobre isso.

— Não tina mais voos hoje à noite, tive que alugar um. Daqui a pouco estamos aí. E Kate...

— Oi. – digo quando ele fica em silencio por muito tempo.

— Só fique bem e aguente firme até eu chegar. Por favor.

Sinto meu coração se aperto. Tinha medo em sua voz, e eu não pude evitar de sentir medo também.

— Eu estou bem Rick. Só chegue logo... eu preciso de você. – admito.

É difícil admitir que precisa e quer a pessoa ao seu quando sabe que ela está fazendo seu trabalho. Principalmente quando fui eu quem mais o motivou a seguir a carreira e voltar a viajar para seus compromissos profissionais. Mas agora tudo o que eu quero é tê-lo aqui para segurar minha mão e dizer que está tudo bem com nossos meninos.

— Então? – Martha pergunta levantando a sobrancelha quando eu entrego o celular de volta.

— Ele está uma fera. – suspiro. – e com medo. Mas tenho quase certeza que está mais bravo do que com medo.

Martha sorri. Ela conhece muito bem o filho que tem.

— Bom, eu vou ligar para sua tia. Ela também ficou bastante assustada.

Sussurro um agradecimento e vejo ela se afasta um pouco com Jackson, mas não tão longe. Fecho meus olhos e suspiro, acariciando minha barriga.

— Papai já está chegando... vai ficar tudo bem agora. – murmuro para os meus meninos.

 

CASTLE.

 

Uma hora e quinze minutos depois nós pousamos no heliporto do hospital. Érica ligou e avisou que estávamos chegando para uma emergência, e nosso pouso foi autorizado. Ela veio o caminho inteiro perguntando como Kate estava desde a última consulta. Eu sabia de tudo, claro, eu faço interrogatórios diários a Kate, Thereza e Alexis. Mas nenhuma me contou sobre essas dores que Kate estava sentindo, o que me faz sentir um pouco de raiva.

Não posso evitar lembrar que eu perdi a Gina por ela esconder coisas de mim, e agora não suporto pensar que posso perder a Kate pelo o mesmo motivo. Omissão. Tentei ao máximo possível conter a minha raiva quando falei com Kate pelo telefone, mas não conseguia. Agora tento me conter para dar apoio quando a ver. Ela precisa de mim, e não da minha raiva.

Assim que chegamos ao Hospital, fomos direto conversar com o Doutor Backer. Estava morrendo de vontade de ver minha mulher, mas primeiro precisava saber como ela estava. Nos encontramos em uma sala e ele disse o que eu precisava ouvir, eles estavam bem.

Foi como se um peso tivesse sido tirado das minhas costas.

Perguntei onde era seu quarto e logo saí dali, sabendo que não demorariam muito para me encontrarem no quarto de Kate com todos os resultados dos exames. Segui o caminho indicado e bati na porta antes de entrar. Minha mãe conversava com Kate deitada na cama e Jackson assistia ao jornal. Cumprimentei o namorado da minha mãe e fui em direção a minha mulher, mas antes dei um beijo em minha mãe.

— Como você está?

— Melhor agora. – murmura antes de eu unir nossos lábios num beijo simples, mas logo o bastante para matar um pouco da minha saudade.

— Você me deixou preocupado, Kate. – me afasto o suficiente para olha-la. – mas eu já falei com o Doutor Backer, ele não me deu detalhes mas disse que está tudo bem. Pode tirar essa ruguinha daqui... – toco de leve sua testa que estava franzida, visivelmente preocupada. Kate sorrir e eu acho que ela é a coisa mais linda do mundo.

Kate segura minha mão forte e eu sorrio. Viro para minha mãe que estava ao lado do namorado.

— Obrigada por cuidarem dela. – digo olhando diretamente para Jackson.

— Fizemos uma promessa, e sempre vamos cuidar da família. – ele se levanta e se aproxima. – tenho apenas um filho e um neto, e agora a Martha. – ele segura a mão da ruiva e a trás para perto. – vocês são minha família também.

— Também o considero da família.

Solto a mão de Kate apenas para abraça-lo, e volto para o meu posto rapidamente. Sento no banco ao lado da cama e seguro sua mão, com a outra acaricio a barriga que estava maior do que a última vez que eu vi.

Encaro os olhos claros me olhando de uma maneira estranha. Medo? Insegurança? Talvez a forma como eu falei com Kate pelo telefone a deixou com medo. Não falo nada, apenas acaricio seu rosto. Não precisamos de muito, apenas um olhar nós nos entendemos. E ficamos assim até ela quebrar o silencio.

— Me desculpa por não ter falado nada. – ela murmura baixinho. – eu só não queria que fosse real. Eu estava bem e...

— Shiiii... – fecho os olhos meus olhos por um segundo. – não importa mais, eu estou aqui e não vou a lugar nenhum. – beijo sua mão e mudo de assunto. – e Alexis?

— Ficou com Tereza. – minha mãe diz e eu a olho. – ela já estava dormindo, se acordássemos ela só ia se assustar, e não é necessário.

— Será que eu vou ficar aqui a noite inteira? – olho para Kate, mas antes que eu possa responder, Érica entra no quarto.

— Não será preciso. – ela abre um sorriso e cumprimenta todos no quarto antes que se aproximassem. – o Doutor Backer me mostrou seus exames, e apesar de ter algumas observações a fazer, não será preciso você ficar aqui.

— Que observações? – Kate pergunta um pouco assustada e seus olhos se enchem de lágrimas quando a médica fica séria.

— Você começou a sentir contrações Kate. Essas pontadas que você vinha sentindo há dias, era o início das contrações.

— Mas como? Não está cedo? Meu Deus...

Kate tampou o rosto com as mãos e chorou. Seus ombros sabiam e desciam mostrando o seu desespero. Passei meu paço por seu ombro e olhei para a médica, pedindo que ela continuasse.

— Está muito cedo para isso, mas sabíamos que podia acontecer. Por isso todos os nossos cuidados. Kate... – Érica deixa a médica de lado e começa a falar como amiga. Ela segura a mão da minha mulher e a faz olha-la. – eu lhe prometi que você seguraria essa gestação até o fim, e você vai. – ela diz firme.

— Eu estou com medo. E se..

— Nada de “e se..”. Você já tomou a medicação para as contrações pararem, agora é seguir as recomendações. Eu prometo que se você me obedecer não acontecerá nada com seus bebês.

— Eu vou. – ela engole o choro e me olha. – eu vou seguir tudo amor, eu juro. Não quero perder nossos filhos, eles já fazem parte da nossa vida. Se eu sentir qualquer coisa, um dor na unha que seja, eu vou contar. Eu prometo. – ela segura firme minha mão, como se pedisse para eu acreditar nela com aquele gesto.

— Eu sei que sim. – sorrio e beijo sua mão. – e eu vou me certificar disso pessoalmente. Cancelei todos os meus compromissos.

— Castle...

— Depois a gente conversa sobre isso. – pisco e ela concorda. – agora nos diga quais são as recomendações, Érica.

Eu olho para ela e vejo sua postura firme. A médica voltou.

— A mesma de sempre. Repouso. – ela diz a última palavra pausadamente. – Repouso absoluto, Kate. Nada de escadas, peso, subir degraus, levantar rápido. Nada disso. Você precisa repousar, porque se você tiver contrações mais uma vez, eu não posso fazer mais nada.

— Repouso. Ok, entendi. – ela afirma com a cabeça. – vai ser difícil com uma criança de oito anos em casa, mas eu prometo tentar.

— Pode deixar Alexis com a gente. – minha mãe entra na conversa. – Thereza arruma ela para a escola, e quando ela voltar para casa eu estarei lá para ajudar a cuidar dela. Posso até brincar naquele negócio que pula que ela adora.

— Xbox, mãe.

— Isso. Esse tal de Xbox.

— Tá vendo? – Érica aponta. – você não precisa fazer tudo, você tem bastante ajuda, Kate.

— Eu sei. – ela sorrir. - e é por isso que você não precisa cancelar nada.

— Mas já cancelei. – digo. – quero estar ao seu lado e o trabalho nesse momento só está me atrapalhando. Mas não vamos discutir, ok?

Ela balança a cabeça confirmando.

— Bom, eu volto daqui a pouco para te dar alta e te dar mais algumas orientações. Você só precisa acabar de tomar esse soro.

Érica se despede e sai do quarto.

 

 

 

 

ALGUNS DIAS DEPOIS.

— Achei mais um! – Alexis vibra e coloca o ovo da páscoa que escondi no jardim.

As gêmeas e o neto de Jackson também estavam na brincadeira. Um domingo de páscoa é para se passar em família, e foi isso que fizemos. Depois do almoço nos juntamos todos no jardim para ver as crianças na caça aos ovos. Quem encontrasse mais, ganharia um prémio. Um ovo de chocolate extragrande, a pedido deles.

Kate estava sentada ao meu lado. Ela estava concentrada na brincadeira das crianças. Sua risada quase infantil me dizia o quanto ela gostaria de estar brincando com elas. Mas não podia. Kate estava em repouso absoluto. Ela só saída do nosso quarto improvisado no escritório para a sala, e depois de volta para o quarto. Hoje ela veio até o jardim, mas fora isso, ela estava obedecendo bem o repouso.

Nunca a vi tão assustada quanto na noite que passou mal. Quando chegamos em casa Kate simplesmente chorou e se culpou por não ter dito nada sobre suas dores. Foi um longo caminho até convence-la de que ela não tinha culpa, estava com medo que algo acontecesse e preferiu negar a si mesma as dores. Mas em sã consciência nunca faria algo assim. Isso o espirito materno falando mais alto.

— Acabou o tempo. – Ryan avisa e sopra o apito. Nós demos uma hora para elas caçarem os ovos.

A crianças correram em nossa direção segurando a cesta com os ovos.

— Mamãe, olha a quantidade de ovos que eu peguei. – Alexis mostra sua cesta orgulhosa.

— Nossa, aposto que você vai ganhar.

— Espero que sim. – ela sorrir esperançosa e escutamos Ryan começar a conta a cesta de Ana. – Pai, ano que vem vamos precisar de mais ovos.

— Mais? Porque? Nós enchemos o jardim de ovos, filha.

— Sim, mas ano que vem vamos ter meus irmãos. Eles vão querer participar também.

Eu sorrio.

— Você está absolutamente certa. Vamos colocar o dobro de ovos ano que vem.

Alexis comemora e logo sai para Ryan conferir sua cesta.

— É pedir muito que vocês sejam iguais a irmã de vocês? – Kate pergunta olhando para a barriga e eu rio. – tá para nascer alguém mais fofa que Alexis. As vezes tenho vontade de apertar até ela gritar.

— Você diz isso agora, mas não aguentaria três minis Alexis aqui em casa. – Kate amassa o rosto numa careta fofa.

— Talvez menos elétricos.

— Talvez. – eu rio e voltamos nossa atenção para Ryan, que anunciaria o campeão.

— E esse ano o campeão é... Jolie Ryan. – ele mal termina de falar e todas as crianças gritam comemorando a vitória da amiga. É tão bom ser criança, apesar de competir, ninguém fica triste se perder. Eles combinaram que quem ganhasse dividira o ovo de chocolate extragrande com todos, e isso era o mais lindo de se ver. Eles estavam construindo uma amizade linda e sincera.

Fui rapidamente para dentro de casa e peguei uma caixa grande, onde tínhamos escondido os ovos das crianças. Mesmo apenas uma criança vencendo, nós vamos dar um ovo para cada. Mas apenas o ganhador teria um ovo extragrande.

— Olha só o que eu tenho aqui. – coloquei a caixa numa mesa e as crianças correram para perto.

— É ovo extragrande, tio Rick? – Jolie pergunta ansiosa.

— Vamos ver. – pego o primeiro ovo embalado num papel azul com alguns transformers. – esse aqui é do... Louis.

O garoto arregala os olhos e vibra, visivelmente surpreso e feliz. Eu lhe entrego seu prêmio e volto a pegar mais um ovo.

— Esse aqui vai para... – olho rapidamente o ovo e vejo as figuras estranhas que eu nunca consigo lembrar o nome, mas sei exatamente de quem é. – esse é da Anaa....

Puxo o ovo de dentro e a menina vibra vendo os desejos na embalagem.

— É o das Monster High! – ela agarra o ovo e pula feliz, fazendo todos riem.

— Agora o ovo da minha princesa mais linda e valente de todas.

— É o meu!! – Alexis diz animada e quando eu puxo seu ovo da páscoa, ela grita. – é o da Valente, como eu tanto queria. – a minha ruiva segura o seu ovo e me abraça forte.

Antes de colocar a mão dentro da caixa novamente para pegar o último ovo, eu olho os olhos esperançosos de Jolie. A loirinha de olho claro era capaz de derreter o coração de qualquer pessoa desse jeito.

— Agora o prêmio da campeã... o que foi que vocês pediram?

— Um ovo de chocolate super extragrande, tio Rick. – ela junta as mãozinhas na prende do peito, um sinal típico de ansiedade.

— Então aqui está o seu super extragrande ovo de chocolate.

Eu tiro um ovo da sacola das princesas da Disney que pesava 1kg e a menina abre a boca. Aliás, todas as crianças abrem a boca. Aposto que era o maior ovo que já tinham visto e ganhado.

— Meu Deus, Castle. Assim você vai matar a minha filha de dor de barriga. – Jenny reclama, mas eu não ligo.

— Não importa, ela é a campeã.

Entrego o ovo de chocolate para Jolie que pede ajuda ao pai.

— Obrigada tio Rick. – ela me abraça e logo todos os outros me abraçam também.

Quando elas me solta, correm para sentarem e abrirem seus ovos, mas claro que não ligaram muito para o chocolate, e sim para o brinde que vinha dentro. Peguei um ovo pequeno escondido na caixa e fui até Kate.

— Para a minha mulher linda e grávida, eu comprei um ovo especial. – lhe entrego o ovo e seus olhos brilham. Parecia uma menina. – antes que você diga algo, eu perguntei a Érica e ela disse que você pedia comer, mas sem exagerar. Então é nosso, já que você não pode comer tudo.

— Como se eu não soubesse que você tem outro guardado lá dentro só para você. E pior, do tamanho que a Jolie ganhou. – eu rio e ela pega o ovo das minhas mãos já abrindo. – meio amargo? – ela pergunta e eu balanço a cabeça.

— Sei que você adora. – pisco e ela rir já tirando um pedaço.

— Obrigada, meu amor. – ela me puxa para um beijo rápido com sabor de chocolate. – você sabe como conquistar uma mulher.

— Pensei que já tinha te conquistado.

— Todos os dias uma nova batalha, Castle. Pense nisso. – ela pisca e come mais um pedaço de chocolate.

— Ei, é para dividir e não comer tudo sozinha. – seguro seu braço e guio minha boca até a mão com chocolate e tiro um pedaço.

— Ei! Você roubou!

— Hm... é muito bom. Vou roubar de novo. – faço o mesmo movimento e Kate me belisca. – o quê?! É para nós dois.

— Isso aqui já é divido por três, esqueceu? – ela aponta para a barriga. – então deixa eu limpar aqui...

Kate aproximas nossas e sinto sua língua passar quente e molhada no canto da minha boca, limpando um pouco de chocolate que tinha ali. Suspiro.

— E você sabe exatamente como provocar um homem. – murmuro. Kate faz uma pequena careta e pede desculpas.

— Eu sinto muito amor, mas não foi essa a minha intenção.

— Você é má, Kate. Aposto que essa foi exatamente a sua intenção.

Ela solta uma gargalhada gostosa e volta a comer seu chocolate.


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