I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 90
Capítulo 90 — Você ainda vai gostar de mim quando os meus irmãos nascerem?


Notas iniciais do capítulo

Quase um mês. Não tenho outra desculpa senão o tempo, ou a falta dele.
Além de ter umas ideias novas que não sie bem como encaixar ainda na história, mas que com certeza vai enriquecer ainda mais essa fic.

Espero que me desculpe e prometo voltar o mais rápido possível.

ps: espero que ainda estejam aqui comigo. Fui olhar hoje se tinham atualizado fic caskett e vi que as atualizações estão menos frequentes das fics. Fiquei triste, é como se nosso casal estivesse desaparecendo. Por isso vou me comprometer a voltar o mais rápido que eu puder. Não vou deixar nosso casal morrer.

Boa leitura ♥



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KATE.

 

Castle anda radiante ao meu lado. Ele e Alexis conversam animadamente sobre como vai ser legal ter dois irmãos, e como ela vai poder ajudar a cuidar deles. A menina anda um pouco a nossa frente, andando de costa enquanto conversava com a gente. Meu coração apertado com medo dela cair, mas não importa o que eu diga, ela não escuta. Aliás, nenhum dos dois estão me escutando. Nessa conversa eu sou apenas uma espectadora.

Quando já estamos no carro voltando para casa, Alexis me lembra de um detalhe até então esquecido por mim. As compras. Tinha tanta coisa para comprar para os bebês, e agora que sabemos que são meninos, não tem como adiar. E por mais que eu queira, Castle não vai me deixar passar a tarde em pé escolhendo chupetas, lenços, fraudas e roupas. Principalmente depois que Érica disse que eu precisava repousar ainda mais. Sem mais esforços, como descer as escadas mais que duas vezes por dia.

Por mais que eu ame estar grávida, essa parte do repouso é uma chatice. Mas eu realmente preciso. Às vezes eu me sinto disposta a fazer de tudo um pouco, mas as vezes eu acordo extremamente cansada, como hoje. Agradeço mentalmente assim que chegamos em casa. Tudo que eu queria agora era deitar e assistir um filme ao lado de minha filha até eu dormir e ser acordada por ela avisando que o filme acabou.

— Tenho uma surpresa para você. – Castle diz com seu sorriso lindo que fazia seus olhos desaparecerem.

— Que tipo de surpresa?

— Se eu disser deixa de ser surpresa.

Reviro os olhos e saio do carro, sendo aguardada por ele e Alexis do lado de fora. A ruiva tinha um sorriso empolgado no rosto, o que me faz suspeitar que ela saiba alguma coisa sobre essa tal surpresa. Mas Alexis estava ficando boa com segredos, então não adiantaria nada perguntar.

Castle me ajuda a subir as escadas, mas me para antes de entrar pela porta.

— Por favor, não tenha um ataque do coração. – ele diz e abre a porta.

— SÃO MENINOOOOOS. – os gritos me assustam, mas eu rio. Tapo minha boca momentaneamente vendo toda a cena em minha frente. Minha tia e Martha seguravam balões azuis. As gêmeas e Jenny estavam atrás da mesa cheia de doces e com um bolo lindo azul. Ryan e Espo jogaram confetes azuis quando eu entrei, e Lanie veio em minha direção com os braços abertos, me apertando forte.

— Meu Deus, como vocês fizeram isso? – olho em volta ainda nos braços de minha amiga.

Vejo a faixa pendurada na sala com os dizeres “São meninos!!”. Os balões azuis decorando o lugar, e a mesa toda decorada num tom azul bebê. Já tinha conversado com Castle sobre não fazermos nada, apenas um encontro com nossos amigos para anunciar o sexo do bebê. Mas, claro, ele mais uma vez me surpreendeu.

Me afasto de Lanie e olho para Castle e Alexis um pouco atrás de mim. Eles tinham um sorriso cumplice e empolgado. Abri o meu melhor sorriso, dizendo em silencio que eu amei a surpresa.

— Nós nos programamos para fazer uma festa para menino e menina. – Martha explica, caminhando em minha direção. – quando Richard avisou que eram meninos, arrumamos tudo rapidinho. – ela me abraça.

— O escritório está cheio de balões e enfeites rosas. – Jenny diz me fazendo rir.

— Vocês são incríveis, sabia? – olho meus amigos na minha sala. Todos com um sorriso satisfeito por o eu estar vivendo o melhor momento da minha vida.

— Aqui. – Martha me entrega uma caixa branca com uma fita azul na tampa.

— Martha, não precisava... – sorrio agradecida e recebo o presente.

— Esse é o primeiro presente dos meus netinhos.

Retiro a tampa e vejo dois sapatinhos brancos, exatamente iguais.

— Nós tínhamos preparado tudo para menino e menina. Quando o Richard mandou mensagem dizendo que eram meninos, arrumamos tudo de pressa. – Martha se aproxima, me abraçando e me entregando um embrulho. – o primeiro presente dos meus netinhos.

— Martha, não precisava... – sorrio agradecida e abro a caixa com uma fita branca na tampa, revelando dois sapatinhos brancos iguais. – são lindo Martha, obrigada.

Abraço a ruiva novamente.

— Richard tinha um igualzinho. Vi na loja e não resisti. – ele abre mais o sorriso quando se afasta de mim. – Eu me lembro que eu tive que comprar branco para o Richard porque ele não me deixava ver seu pintinho na ultrassom.

— Mãe... – Castle tenta, mas Martha nem liga e continua.

— Você tinha que ver, Kate. Era tão pequenininho que quase não acreditei que era realmente um menino.

— Mãe! – Castle repreende e Martha o encara.

— O quê?

— Certas coisas não precisam ser ditas. E aliás... – ele se aproxima e murmura. – e pequeno ele não tem nada.

Não sei porque, mas eu corei com sua fala. Tenho certeza que apenas Martha escutou, mas ainda assim me sinto envergonhada.

— Querido, não precisa se gabar. – ela bate no ombro dele e sai, dando espaço para minha tia vir me abraçar. Em seguida vieram meus amigos. Todos me desejando felicidade. Mas como eu poderia ser mais feliz do que eu sou agora? Acho que é um pouco impossível.

Eu parti o bolo e dei o primeiro pedaço para a minha ruivinha que estava estranhamente calada, apenas observando. Alexis abriu um sorriso e correu para pegar seu bolo, me dando um beijo. É estranho para todo filho saber que logo mais chegará um irmão. Alguém para dividir seus brinquedos, seus amigos, seus pais, a atenção na casa.

Alexis sempre foi sozinha, então todos faziam de tudo por ela. Primeiro seu avô, com quem ela morava antes, e depois Castle, que sempre fazia todas as vontades da filha. Então veio Martha, Jenny, e claro, a minha tia. Alexis era rodeada de amor, e por ser sozinha, tinha tudo o que queria.

Ela me aceitou como mãe. Ela desejou e me pediu para ser sua mãe. Ela me ama como se eu fosse realmente sua mãe. Mãe biológica. Na sua cabecinha, não existe diferença. E nem na minha. Mas ainda assim eu me preocupo. Ela ficou tão animada com a chegada de seus irmãos, e me surpreendeu totalmente. Eu esperava ciúmes. Uma longa conversa para convencê-la de que nada irá mudar. Mas não. Ela apenas me abraçou e disse o quanto estava feliz. E em cada gesto seu, eu podia sentir o amor que ela já nutria por seus irmãos.

Mas mesmo sabendo do seu amor e da sua vontade de ter irmãos, eu me preocupo. Eu sinto uma necessidade de dizer sempre que possível que ela é minha filha e que nada vai mudar. Que o meu amor por ela só irá crescer. Que a vida dela já está cruzada com a minha e ela nunca vai deixar de fazer parte.

Então quando eu lhe dou o pedaço de bolo, mais uma vez, eu digo que a amo.

Não custa nada lembrar, certo?

 

CASTLE.

 

— Jenny, pode deixar que eu mesmo arrumo essas coisas. – digo quando vejo a loira começar a arrumar a pequena bagunça que estava na sala.

— Certo. Só falta arrumar a mesa, o resto eu já dei um jeito.

— Obrigado. – sorrio. – agora tira o resto do dia de folga. Eu mesmo vou preparar a janta hoje. – ela agradece e vai em direção a cozinha. Mas antes que saia, eu a chamo. – sabe onde a Kate está?

— Ela foi até o escritório. – balanço a cabeça e a vejo sair. Antes de começar a limpar tudo, eu vou até o escritório. A porta estava fechada e tudo estava silencioso demais. Cheguei a pensar que Kate não estava aqui, mas assim que abro um pouco a porta, eu a vejo distraída olhando os enfeites cor de rosa que estavam guardados e prontos para uso caso viesse alguma menina.

Me aproximo devagar. Kate estava de costas para mim, e posso apostar que mesmo que eu fizesse todo o barulho do mundo, ela não me notaria. Estava tão perdida em seu mundinho que só notou minha presença quando eu a abracei por trás, envolvendo meus braços em sua cintura.

— Pensando em como seria se fossem meninas? – murmuro em seu ouvido antes de beijar seu pescoço. Ela tem um cheiro tão bom.

— Não. – ela rir. – quer dizer, eu não sei...

Kate vira o rosto de lado e sorrir ao me olhar. Selo nossos lábios por um segundo.

— Você pode confessar agora... o que você desejava? Um casal? Duas meninas?

Ela revira os olhos e rir. Eu enchi sua paciência durante toda a semana enquanto nos falávamos por telefone. Kate insistia em dizer que não tinha preferência e que já ama os bebês mais que tudo. Mas eu sei que no fundo, bem no fundo, ela tinha um desejo escondido.

— Eu já disse que não sei... – ela se vira para mim e abraça meu pescoço. – mas estou feliz que seja dois meninos. Sei lá... eu nunca senti que seriam dois meninos, mas agora que eu sei, parece que foi tudo que eu sempre quis. Me sinto... completa.

O sorrio em seu rosto quando ela termina de falar faz meu coração tremer.

Eu sou refém desse sorriso lindo, que me tem sem ao menos fazer esforço.

— Eu também estou me sentindo assim. – confesso. – e agora tudo o que eu quero é que eles tenham esse seu sorriso.

Acaricio seu rosto com meu polegar e sinto ela abrir mais seu sorriso.

— Não. – ela balança a cabeça. – agora que eu sei que são meninos, eu já conversei com eles... – ela toca na barriga e olha para baixo e depois volta seu olhar para mim. – eles vão ser exatamente igual a você. O mesmo cabelo, os mesmos olhos azuis, o mesmo sorriso...

— O mesmo charme. – eu a interrompo e ela solta uma gargalhada gostosa.

— O mesmo ego... – ela observa. – você se acha demais, amor.

Jogo meus ombros.

— Só estou dizendo a verdade. Pergunte a qualquer uma das minhas fãs que foram nas sessões de autografo essa semana. Todas loucas por mim, e não é apenas pelo livro. É pelo meu charme, meu carisma... – Kate estreita os olhos em minha direção e eu rio. Eu sei exatamente quando ela está ficando com ciúmes, e agora é um desses momentos.

— Quero saber quando esses assanhamentos com meu marido vão parar. – ela se afasta pegando o celular que estava na mesa.

— Achei que já estivesse acostumada.

— Nunca. – ela para na minha frente. – eu nunca vou me acostumar com as outras mulheres querendo o meu homem.

— Só seu, meu amor. – concordo e a agarro pela cintura e a puxo para um beijo. Kate solta um gritinho surpresa, mas logo me abraça. A barriga já começa a atrapalhar nossos abraços, mas eu não ligo.

Seguro firme seu rosto e a beijo com vontade. Kate me agarra com seus braços passeando por minhas costas. Apertando. Sentindo. Aquilo tudo era saudade. Nunca nos acostumaríamos a ficar longe um do outro. Fomos feitos para ficarmos perto vinte e quatro horas por dia, e posso afirmar com toda a certeza do mundo, nós nunca cansaríamos disso.

Quando o ar se faz necessitado, eu me afasto.

— Senti sua falta... – Kate murmura ainda de olhos fechados.

— Eu também... não vejo a hora de deitar na nossa cama e passar horas e horas te beijando e te admirando...

— Ansiosa por isso.

Sorrio e a beijo mais uma vez antes de ela subir e eu ficar para arrumar a bagunça. Kate precisava descansar, afinal, hoje foi um dia cansativo para todos nós. Kate sai do lugar subindo as escadas devagar. Eu olho atentamente cada movimento dela até ela desaparecer no andar de cima. Eu já venho conversando com a arquiteta que providenciará o quarto dos bebês para ela dividir meu escritório em um quarto de hospedes. O lugar era imenso, e com certeza dava para colocar uma casa e um banheiro ali. Assim Kate passaria a dormir embaixo, evitando subir e descer as escadas.

Vou até meu destino que é arrumar aquela bagunça. Junto o pouco de lixo que tinha ali e depois guardo o bolo que sobrou. Com certeza Kate irá pedir um pedaço mais tarde, e Alexis também. Ao me lembrar da menina eu institivamente olho para os lados. Faz um bom tempo que eu não a vejo. Termino de arrumar as coisas rapidamente e subo para o andar de cima. A porta do quarto de Alexis estava fechada, o que era estranho já que ela nunca fechava.

Bato duas vezes e abro, colocando minha cabeça para dentro e vendo e menina dormir jogada na cama com a TV ligada. Quando ela conseguiu alcançar a TV e ligar? Da última vez que eu lembro ela não conseguia fazer isso, e já que tinha perdido o controle, ela sempre me chamava. São tantas coisas que eu estou perdendo. Pequenas coisas, mas que quando somadas, viram um milhão de coisas que faz com que eu me distancie mais da minha família.

E eu não vou permitir.

Família em primeiro lugar.

Sempre.

Desligo a TV e pego Alexis no colo. Ela estava pesada. Estava crescendo cada vez mais. Daqui a pouco estará no ensino médio, e eu vou morrer de saudade da minha bonequinha. Ela abraça meu pescoço e suspira, mas não acorda. Vou para o meu quarto com ela nos braços. Kate nos encara quando eu entro e abre um sorriso. Ela estava com o computador em suas pernas, mas fez questão de fecha-lo quando eu coloco Alexis ao seu lado.

— Ela já sabe ligar a televisão sozinha. – Kate me olha com a sobrancelha erguida.

— Eu sei. Ela sobe no banquinho e liga. – ela rir. – ela fez uma festa quando conseguiu. Disse que agora podia ser independente.

Sorrio também. Ela estava mesmo ficando independente. E eu que já perdi boa parte do seu crescimento, estou perdendo mais.

— Queria poder ficar mais aqui. – acaricio os cabelos ruivos.

— Amor, quando essa turnê acabar, você vai poder diminuir seu tempo de trabalho. E principalmente, as viagens. – ela toca minha mãe e eu a olho. – a gente também sente muito a sua falta. E estamos contando os dias para você ficar mais aqui com a gente, mas até lá... nada de ficar se lamentando. – Kate segura minha mão e leva até seus lábios. – eu te amo.

— Também te amo. – sorrio e trago sua mão para um beijo. – vou tomar um banho e já volto.

 

KATE.

 

Já era noite. Martha e minha tia tinham feito o jantar. Elas estavam mais amigas que nunca, o que me deixou feliz. Tia Thereza parecia estar mesmo gostando de estar aqui. Depois do jantar eu me tranquei no escritório, agora totalmente vazio, sem nenhum resquício de balões rosa ou decoração infantil. Me sentei de frente ao computador e comecei a analisar todos os relatórios do Hospital veterinário. Eu queria acompanhar a obra de perto, mas como não podia ir até lá, eu exigi relatórios completos toda semana para saber se teve algum contratempo ou se estava tudo indo como o planejado e, claro, exatamente como eu e Lanie tínhamos pedido ao engenheiro.

Estava perdida lendo os relatórios quando Castle entrou. O cheiro do seu perfume me chamou atenção antes mesmo de eu notar sua presença. Eu o encarei.

— Nossa, para quem vai apenas jogar pôquer com os meninos você está muito cheiroso.

Acompanho ele com o olhar enquanto se aproxima de mim.

— Você sabe, eu gosto sempre de estar lindo e cheiroso. Nunca se saber quando... ai. – ele para de falar e reclama quando jogo uma caneta nele. – isso podia furar o meu olho, sabia?

— Essa era a intenção. – estreito meu olhar e ele rir.

— Você doida.

Castle se inclina sobre a cadeira e me beija rápido.

— Tem certeza que está tudo bem eu sair? Eu posso ficar em casa com vocês e...

— Tenho. – interrompo. – está tudo bem você ir se divertir um pouco com seus amigos. Só não chega tarde em casa.

— Claro que não. – ele sorrir docemente. – antes que você possa sentir minha falta eu já estarei de volta.

— Assim espero. – murmuro o puxando para um beijo.

— Eu te amo. – ele sela nossos lábios uma última vez e se afasta. – se acontecer alguma coisa, me liga. Alexis está brincando na sala com a Thereza. Vê se não demora muito nessa cadeira, porque eu sei que você sente dor.

— Sim, senhor. – presto continência e então ele se vai.

Balanço a cabeça sorrindo pela forma como ele sempre dita regras antes de sair. Volto minha atenção para meus relatórios e me perco nesse mundo novamente. Fiz algumas observações, escrevi algumas coisas que queria alterar e alguns pontos que queria tirar dúvidas. Esse não é meu mundo, mas gosto de estar por dentro de tudo.

A sala estava silenciosa. Eu não escutava mais as vozes de Alexis e minha tia brincando. Depois que tia Thereza veio me trazer um lanche, eu não tive mais notícias da menina. Me levantei e foi até a porta, devagar. Alexis estava deitada no sofá assistindo um filme. Já está tarde, então posso apostar que ela já está morrendo de sono, e também já está na hora de eu parar de trabalhar. Minhas costas já começaram a doer.

Desligo meu computador e depois vou até a sala. Como eu disse, ela estava quase fechando os olhos. Confiro as horas e já passou da hora dela dormir a muito tempo. Me aproximo e ela me encara.

— Vamos dormir, amor? – pego o controle e desligo a TV. Alexis balança a cabeça concordando e levanta do sofá.

Alexis pegou alguns brinquedos e foi andando na minha frente. Passos lentos e preguiçosos. Eu sorri vendo ela fazer doce. Se Castle estivesse aqui, provavelmente já estava com ela no colo. Assim que conseguimos subir as escadas, Alexis me olha.

— Posso dormir no seu quarto?

— Pode, mas só até seu pai chegar. – ela sorrir e balança a cabeça.

Depois de guardar seus brinquedos nós vamos para o quarto. Alexis reclama, mas mesmo assim vai escovar os dentes e trocar de roupa. Ela passa por mim e se joga na cama, fechando os olhos e suspirando. Aposto que quando eu terminar meu banho ela já estará no décimo sono.

Saio do banheiro e apago a luz principal, deixando apenas o abajur do meu lado da cama. Me deito e vejo Alexis abrindo e fechando o olho rapidamente. Um movimento rápido, mas que não passou despercebido por mim.

— Olha só quem está acordada. – aperto sua cintura e a menina segura o riso. – estava me engando, é? – aperto mais fazendo cocegas e a menina explode em risadas.

— Não, eu não estava. – ela suspira quando eu paro e tira o cabelo do rosto. – eu acordei com você cantando no chuveiro e perdi o sono. Você canta bem, mãe.

Ela boceja.

— Obrigada. Mas está dizendo que você ter a acordado é culpa é minha? – ela balança a cabeça concordando e eu rio. – oh, então me desculpe. Volte a dormir, não mais fazer barulho.

— Já perdi o sono. – ela boceja novamente e se aconchega em meus braços.

Sei que ela ainda está com sono, mas força seus olhos a ficarem abertos.

— Mãe? – Alexis chama depois de um tempo em silencio.

— Oi, amor.

— Você ainda vai gostar de mim quando os meus irmãos nascerem?

Em apenas um segundo sinto meu corpo inteiro gelar e esquentar novamente com aquela pergunta. Meu coração dispara.

— De onde você tirou isso, Alexis? – pergunto séria. – alguém falou alguma para você?

— Não. – ela é rápida. Alexis senta na cama cruzando as pernas e me encarando. – mas é que todo mundo só fala nos meus irmãos, e eles são seus.... são seus filhos de verdade. Eu não...

Fecho meus olhos por um segundo já sentindo o nó em minha garganta.

— Eu não quero que a senhora esqueça de mim quando eles nascerem. Eu já gosto deles e posso ajudar a cuidar. Eu não vou dar trabalho, mãe. Eu juro. – seus olhos de suplica parte meu coração.

— Vem cá. – abro meus braços e ela se joga em mim. Não me incomodo com o impacto, apenas queria abraça-la. – Eu não quero que você me pergunte isso novamente, ok? – me afasto apenas para olha-la. – você é minha filha Alexis. Não importa como isso aconteceu, mas você continua sendo minha filha. Se agora todos estão interessados nos bebês é porque é novidade, e vai ser assim por um tempo quando nascerem também. Você não precisa ter ciúmes deles. Eu sei que você vai me ajudar, que vai brincar com eles e vai ama-los de todo o coração. E sabe porque eu sei disso? – ela nega. – porque você é a menina mais especial que eu já conheci. Você é meu pequeno presente ruivo, e eu te amo. Nunca vou deixar de te amar.

— Mesmo se você tiver dez filhos? – eu rio.

— Mesmo se eu tiver vinte filhos. – abraço ela forte. – por favor, nunca mais pense nisso. Nunca ache que você não é amada, que eu vou te abandonar ou seu pai também. Eu amo demais você para isso. Nada vai mudar. Eu te amo demais para isso...

— Eu também te amo, mãe. – ela murmura e funga. Me afasto e limpo seu rosto molhado por algumas lágrimas.

— Porque você está chorando?

— Porque eu estava com saudade de ficar assim... – ela me abraça novamente. – agora eu passo o dia longe e fico morrendo de saudade.

Sorrio. Ela está mais carente que o de costume.

— Então vamos matar essa saudade. – eu a aperto em meus braços e ouço uma risada linda que aquece meu peito.

Ficamos agarradas até pegarmos no sono.

Acordei novamente com Castle me puxando para seus braços. Ele estava sem camisa e seu corpo um pouco gelado. Abri meus olhos devagar um pouco e vi que o quarto estava todo escuro. Ainda era noite. Deixei a cabeça em seu peito e suspirei. Minha barriga colada em seu corpo.

— Rick... – murmuro me aconchegando em seu corpo.

— Oi, meu amor. Eu te acordei? Desculpa. – Castle sussurra.

— Tudo bem... Onde está Alexis? – murmurei quando lembrei que tinha dormido com a menina em meus braços.

— Levei Alexis para o quarto dela.

— Hm...

Já estava com meus olhos fechados novamente. O sono estava tomando conta de mim, mas seu cheiro me despertou por um instante.

— Você está cheirando a whisky.

Castle rir.

— Desculpa. Eu tomei banho, mas acho que não adiantou muito.

— Não... – balanço um pouco a cabeça. – eu gosto.

Encosto meu nariz em sua pele exposta e inalo seu cheiro.

— Você gosta?

— Unhum... é diferente. – Castle solta uma pequena risada.

— Isso só pode ser coisa da gravidez.

— Pode ser. – jogo meus ombros. – mas esse cheiro é bem excitante.

— Ok, senhora Castle, eu estou sentindo a segunda intenção nessa sua fala, mas temos que evitar o sexo.

Era isso que eu mais odiava. Castle seguia à risca cada orientação do médico. Sem sexo e nada que estimule um parto prematuro. Aquilo estava sendo uma tortura para mim.

— Segunda, terceira... milhares de intenções. – passo a mão por seu abdômen.

— Ok, ok. Podemos mudar de assunto?

Seu tom de voz meio desesperado me faz rir.

— Tudo bem. – fico em silencio alguns segundo e volta a falar. – você chegou em casa que horas?

— Porque não podemos só dormir? – desconversa.

Abro meus olhos e inclino minha cabeça para olha-lo, mesmo no escuro. Mesmo que eu não consiga realmente vê-lo.

— Que horas são?

— Quatro? – ele diz desconfiado.

— QUATRO? – falo alto. – você chegou em casa quatro horas da manhã? Esse jogo deveria estar muito bom mesmo, já que falou que não demoraria...

— Não cheguei as quatro da manhã... cheguei antes! Tomei banho, deixei Alexis no quarto e só depois vim para a cama.

— Isso tudo não leva nem trinta minutos, Richard Castle.

— Você está brava?

— Não. – suspiro voltando a deitar minha cabeça em seu peito. – só avise da próxima vez. Eu podia estar acordada e preocupada.

— Kate quando eu cheguei você está num sono tão pesado que quase não acordou. – ele diz rindo. – e se você tivesse acordado e estivesse preocupada, tenho certeza que me ligaria. E eu voltaria correndo.

— Você tem razão. – acabo rindo também.

— Agora vira de costas para eu te abraçar.

E assim que faço. Viro de costa e sinto Castle me puxar para perto, colando seu peito em mim. Ele tira o cabeço em meu pescoço e pousa sua mão em minha barriga. Não demora muito para eu sentir seus lábios quentes ali. Eu adoro senti-lo assim.

— Desculpa por demorar, mas eu estava com sorte e essa semana foi bem estressante para mim. – ele diz entre os beijos e eu sinto sua mão acariciar minha barriga. – não tive tempo para relaxar, e esse foi realmente meu momento. Estava precisando.

— Tudo bem... – Castle passa a linha em minha orelha e prende o lóbulo em seus lábios. – eu sei o quanto você joga dessas sessões de pôquer.

Falo com dificuldade. Esse toque bem meu corpo estremecer.

— Eu gosto mais de estar assim com você. – ele sussurra em meu ouvido e eu sorrio. – não tenho vontade de parar de te beijar.

Senti mais um beijo quente em meu pescoço.

— Então não para porque eu estou adorando isso...

Castle sorrir conta minha pele.

— Então dorme... vou ficar assim até você pegar no sono.

Balanço minha cabeça e assim eu faço. Fecho meus olhos e suspiro. Com sorriso bobo em meus lábios eu fico em silencio sentindo os seus beijos quentes e molhados contra a minha pele. Os sussurros roucos dizendo que me amava ficaram cada vez mais distantes.

Até que eu caí no mundo dos sonhos novamente.


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Notas finais do capítulo

até o próximo ♥