I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 89
Capítulo 89 — Eu acho que você estava certo, Castle.


Notas iniciais do capítulo

E estou de volta.... espero que gostem do cap.

A partir daqui teremos alguma passagens de tempo, mostrando a evolução da gravidez de Kate. Então curtam essa nova fase da fic. Está chegando ao fim, e eu já estou com saudade ♥



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KATE.

Castle me beijava com vontade. Nós temos um nível tão grande de intimidade, que ele conhecia cada pedacinho da minha boca. Do meu corpo. E eu adoro a boca dela, e sei exatamente o que fazer com ela para que ele ficou louco. Mas nesse momento eu estava entregue a ele.

Seu toque.

Seu gosto.

Sua língua.

Aquilo não apenas um sexo de aventura. Não era apenas uma transa qualquer. Tinha amor. Tinha paixão. Era se aventurar transando numa cachoeira com alguém que se ama. Era se sentir livre e ao mesmo tempo preso.

Castle passava sua mão em meu corpo, mas não era só isso. Eu sentia seu carinho e seu amor. Seu desejo. Seu tesão em cada parte que ele tocava do meu corpo. Não era apenas para se excitar. Ele gostava de me tocar por simplesmente me amar. E eu amava sentir seus toques. Sentir o calor de nossos corpos em meio àquela água gelada. Sentir um arrepio gostoso descer por minha espinha, ansiosa pelo próximo toque. Pelo próximo beijo.

Tomada pelo desejo que já não conseguia mais segurar, forcei meu centro contra sua pele, descendo e subindo devagar, aliviando um pouco a tensão em meu corpo. Castle sorriu entre o beijo e desceu seus lábios quentes por meu pescoço. Aquela era a melhor sensação do mundo.

— Já disse o quanto eu amo você está grávida? – ele sussurra em meu ouvido enquanto sua língua faz um caminho próprio ali, sem destino. – o quanto você está sexy... e o quanto é sexy você se excitar tão rápido...

Meu riso sai cortado por minha falta de ar. As sensações do meu centro em sua coxa já estavam tomando conta de mim. Castle mantinha suas duas mãos em minha cintura, me ajudando a mover devagar, sem pressa. Mas aquilo estava me matando.

— Rick eu preciso de mais... – seguro seu pulso e desço sua mão para minhas pernas, um convite claro para ele me tocar. Estava ansiosa por isso. Mas antes de chegar lá, ele para.

Castle me encara e eu tenho certeza que estou com a minha melhor expressão de desapontada. Ele rir e beija o canto dos meus lábios, pedindo calma num sussurro rouco que só me faz querê-lo mais. Ele desce seus beijos até a parte descoberta dos meus seios e respira fundo, prendendo o ar.

De repente ele já está embaixo d’água, abrindo mais minhas pernas e me tocando com sua boca. Um soluço surpresa sai da minha garganta e eu olho para baixo. A visão dele embaixo d’água só me faz gemer alto, sem me importar se alguém vai nos ouvir em algum lugar próximo. Sua língua trabalha tão ferozmente, tocando os lugares mais sensíveis e fazendo a sensação de plenitude estar cada vez mais próxima. Castle parece não sentir falta do ar, e isso não é minha preocupação no momento. Tudo o que eu mais quero é me libertar, não sei exatamente do quê, mas eu preciso. E assim eu faço. Me entrego aos milhões de sensações fechando os olhos com força e segurando firme os cabelos de Castle dentro d’água enquanto meu corpo inteiro explodia de prazer.

Quando finalmente consigo abrir meus olhos novamente, me dou conta que Castle me abraçava e eu tinha meu rosto em seu pescoço. Beijo sua pele exposta e o encaro.

— Você quase me matou afogado, sabia? – ele diz sério e eu acabei rindo.

— E você quase me matou com um orgasmo maravilhoso. Como você conseguiu passar tanto tempo dentro d’água? Meu Deus, Castle... eu pensei que.... – não consigo terminar, e muito menos tirar o sorriso do meu rosto.

— Eu fiz natação por uns anos, então... – ele encolhe os ombros.

— Bom, eu não tenho os seus talentos, mas eu posso te recompensar muito bem... – eu o olho maliciosa enquanto me encaixo em sua cintura, prendendo meus pés atrás.

— E você sabe recompensar como ninguém. – ele brinca e me beija.

Castle segura minha cintura com as duas mãos, e sem usar nenhuma delas, entra em mim lentamente. Era quase uma tortura, mas uma tortura prazerosa. Joguei minha cabeça para trás, sorrindo. A mesma sensação de plenitude de antes começa a voltar, e eu aposto que seria capaz de gozar apenas com ele dentro de mim, mas logo ele sai e entra novamente, e essa sensação só aumenta.

Mal sabia eu que a brincadeira estava apenas começando.

Castle era mestre em prolongar meu prazer.

E dessa vez não seria diferente.

 

***

 

Estacionamos o carro na garagem quando já era noite. Aproveitamos o nosso “dia de lua de mel”, como Castle intitulou, apenas nós dois. Sem que ninguém nos atrapalhasse. Ele tinha esse plano na cabeça, mas esqueceu de levar comida e roupas secas. Então quando a fome apertou, nós viemos embora. Nossas roupas estavam molhadas, assim como nossos cabelos. Éramos culpados de um crime e não podíamos negar.

As luzes da casa estavam acesas e ouvimos risadas. Não muitas, apenas a da minha tia e de Alexis. Olhei para Castle e ele riu. Nós sabíamos que tinha um interrogatório nos esperando, mas estávamos prontos para isso. Entramos em casa e cumprimentamos as damas na cozinha, conversando animadamente enquanto minha tia cozinhava.

— Ah, olha só quem apareceu. – minha tia brinca apontado para gente.

— Onde vocês estavam? – Alexis desce do banco e vem em nossa direção. – vocês estão molhados, foram tomar banho de piscina e não me chamaram? Porque não me chamaram?

Ela fala rápido sem nos dá chance de responder.

— Nós não fomos tomar banho de piscina. – respondo imediatamente. – mas se a detetive Alexis Castle já acabou o interrogatório, eu e seu pai fugimos para passar um tempo a sós e namorar. – a menina faz uma careta. – você queria ter ido para segurar vela?

— Não. – ela responde rápido. – mas porque vocês estão molhados?

— Fomos a um lugar que você vai adorar. Da próxima vez você, ok? – Castle se adianta.

— Promete?

— Prometo. – ele diz e puxa a filha para um abraço apertado. Me afastou e escuto Alexis perguntar como era esse tal lugar para o pai.

— O que tem dentro dessa panela? – me aproximo da minha tia sentindo o cheiro maravilhoso que vinha dali.

— Estrogonofe, aquele que você ama. – ela diz sorrindo para mim. – porque vocês não sobem e trocam de roupa? Já está ficando pronto.

Sorrio.

— E o meu tio?

— Deixou um beijo para você

— Eu sinto tanto por não ter ficado para me despedir dele...

— Kate, não seja boba. Eu e seu tio já fugimos várias vezes e deixamos visitas em casa, inclusive seus pais. Então ele entende perfeitamente. – abro ainda mais meu sorriso.

— Obrigada. Por isso e por ter ficado... sei que fui orgulhosa o bastante para admitir antes, mas é realmente bom ter a senhora aqui. É quase como se a mamãe estivesse aqui também.

— Querida, eu não poderia estar em outro lugar a não ser aqui. Eu sempre vou cuidar de você. – ela me abraça forte. Não sei bem porque, talvez os hormônios, mas sinto uma vontade enorme de chorar. – não. – ela me adverte como se soubesse o que eu estou sentindo. – nada de choros. Vá, suba. E não demore para voltar, ok?

— Ok. – concordo limpando meus olhos. – eu já volto.

 

SEMANAS DEPOIS.

 

Sabe aquela sensação de que não lhe falta mais nada? Que você está na fase mais plena e completa da sua vida. Que é quase impossível ficar melhor, que nada e nem ninguém pode estragar isso. Que você lutou e batalhou por cada conquista até chegar aqui.

Então...

É exatamente assim que estou me sentindo. Hoje completo exatamente quatro meses de gestação, e meus pontinhos estavam cada vez mais forte dentro de mim. Cada dia que passa eu creio ainda mais que eu vou conseguir levar essa gestação a diante. Eu lutei até agora e vou continuar lutando até senti-los em meus braços. Até olhar para os rostos lindos e constatar que eles são frutos de um grande amor.

Cada de que passa eu sei que tudo em minha vida aconteceu no momento certo, do jeito certo. Tudo o que eu vivi me levou a esse momento. Algumas coisas podiam ser diferentes? Sim, podiam. Mas talvez eu não fosse tão forte quanto sou agora. Talvez eu não fosse tão grata quanto sou agora. Talvez eu não vivesse exatamente o que estou vivendo agora.

A cada está vazia. Alexis estava na escola e Castle viajando. Depois do ano novo ele teve que começar suas viagens de trabalho. Diferente do que tínhamos conversado, ele não viajaria apenas nos fins de semana. Castle estava passando mais tempo na tour do livro do que nós dois gostaríamos, mas era essencial para ele tirar um tempo de folga quando os pontinhos nascessem. Então ele sempre viajava na segunda de manhã e voltava na sexta à noite.

E hoje é sexta. O dia que ele volta. Posso sentir meu coração bater mais rápido de ansiedade e os pontinhos ficarem mais agitados. Sim, eu posso senti-los se mexendo dentro de mim, mas ninguém além de mim pode. O que é uma pena, Castle estava ansioso por esse momento. Ele me faz descrever cada sensação de tê-los dentro de mim.

Faço um carinho em minha barriga cada vez maior enquanto continuo lendo meu livro. Essa é a única coisa que tenho feito ultimamente, ler. Ou assistir filmes, brincar com Alexis, ou conversar com minha tia. Os únicos lugares que eu ia se limitavam ao meu quarto até a varanda da casa, onde eu basicamente sentava e conversava, ou lia, ou via Alexis brincar no jardim. Era um saco, mas eu tinha que ficar em repouso.

Hoje eu estou na sala. Estava quase na hora de Alexis chegar. Agora ela ia para a escola no ônibus escolar, que passava sempre para pegar ela as sete e meia da manhã e a deixava aqui as três e meia da tarde. Não demora muito para eu escutar o ônibus parando em frente ao rancho e buzinando. Quando menos espero Alexis abre a porta da frente com uma cara emburrada e joga a mochila no chão, e vem andando em minha direção.

Deito o livro de lado e presto atenção na menina. Já consigo adivinhar o porquê dessa cara.

— Eu quero férias, mamãe. – ela sobe de joelhos no sofá e me beija.

Eu sorrio com sua reclamação. Desde que suas aulas começaram ela chegava falando a mesma coisa, com a mesma cara emburrada de hoje.

— Suas aulas começaram a uma semana, Alexis!

— Mesmo assim. – ela dá os ombros e se inclina, tocando minha barriga e dando dois beijos, exatamente onde a médica disse que os gêmeos estavam na última ultrassom. – os pontinhos deram trabalho? – ela repete a pergunta de todos os dias e eu sorrio.

— Não. – reponto acariciando seu cabelo ruivo. Alexis tinha um cuidado especial comigo desde que Castle pediu para ela cuida de mim e de seus irmãos enquanto ele estivesse fora. E desde então, todos os dias a menina pergunta como eu estou, se os pontinhos estão mexendo, se eu estou com dor e o que ela pode fazer para me ajudar.

Era lindo sua dedicação e amor, não só a mim, mas por seus irmãos também. Sempre que Castle viajava Alexis se instalava em nosso quarto, e todos os dias antes de dormir ela conversava com os irmãos até pegar no sono. O que mais eu posso desejar tendo uma filha tão incrível quanto ela?

Eu só peço para que meus dois pontinhos puxem inteiramente a irmã. Doce, alegre, inteligente, amorosa e muito, muito, carinhosa.

— Mãe, eu não posso ficar o dia em casa com você?

— Você precisa estudar minha filha...

— Mas você pode me ensinar. – ele abre um sorriso e seus olhos brilham de esperança. – a senhora sabe de tudo, é muito inteligente. Sempre me ajuda com o dever de casa. Porque não pode me ensinar? Assim a gente pode ficar o dia juntas.

Abro minha boca para responder, mas nada sai. Ouço uma gargalhada da minha tia, que vinha da cozinha ao nosso encontro.

— Alexis cada dia você me surpreende mais. – ela diz cumprimentando a menina. – mas vamos deixar esse assunto para depois? O lanche está pronto. Porque não vai lavar as mãos e tirar esse uniforme?

A menina concorda e levanta indo para o andar de cima.

— Obrigada. – olho para minha tia que rir.

— Kate, você acha que ter duas crianças vai ser complicado, mas se você se dá com bem Alexis, você vai tirar de letra essas duas aí. – ela aponta para minha barriga.

— Ela é mais esperta do que todos nós pensamos, né? – amasso meu rosto numa careta e minha tia concorda rindo.

Levanto e vou até a cozinha, onde já tinha uma mesa posta para o lanche da tarde. Desde que Alexis voltou para a escola, minha tia pediu para Jenny deixar sempre um lanche pronto para ela, que sempre chegasse reclamando que estava com fome.

Não demora muito e Alexis volta, vestindo uma roupa mais confortável que o uniforme escolar. Ela senta ao meu lado e começa a se servir.

— Mãe, você não me responde.

Respiro fundo.

— Alexis, você não pode deixar de ir à escola. Por mais que eu saiba de algumas coisas eu não posso te ensinar tudo. E você não gosta de ver seus amigos todos os dias?

— Gosto. Mas eu gosto mais de ficar aqui... – ela abaixa seu olhar triste. – eu sinto sua falta, mãe.

Vejo em seus olhos a mais pura verdade. Durante as férias eu me dediquei inteiramente a ela. Nós brincamos, lemos livros, desenhamos, assistimos filme, jogamos vídeo game... fizemos tudo o que ela queria e que eu podia fazer, por causa do meu repouso. Na maioria das vezes nós ficamos juntos vinte e quatro horas por dia e agora isso mudou.

Há uma semana Alexis voltou para a escola, e esse ano passou a ficar o dia inteiro por lá. Agora parece que não importa o quanto a gente fique junta, ela sempre reclama que sente minha falta e que passamos pouco tempo juntas.

— Meu amor, eu também sinto sua falta. Eu passo o dia inteiro aqui com Cosmo do meu lado sentindo sua falta. – a menina sorrir quando eu falo do cachorro.

— Sério? – eu balanço a cabeça confirmando.

— E você sabe que nós sempre temos o fim de semana, certo? E hoje é sexta. Então amanhã vamos passar o dia inteiro juntas.

— Hoje é sexta. – ela diz pensativa e logo abre um sorriso. – é hoje que meu pai volta, não é?

Eu concordo sorrindo. Feliz por ela está sorrindo e feliz por Castle está voltando. Os dias longe dele sempre são ruins. Não importa se ele manda mensagem a cada meia hora e sempre me liga quando tem um tempo livre, não é a mesma coisa do que está em seus braços. E eu nunca vou me acostumar com isso.

— Seu pai vai chegar hoje, mas é só a noite. Então termina de comer e vai pegar seus livros para a gente fazer o dever, assim quando ele chegar vocês podem brincar à vontade, ok?

Alexis concorda satisfeita e começa a comer. Ela conta como foi seu dia e reclama que tinha vários trabalhos para fazer. Pelo visto esse ano seria mais puxado que o passado, e ela faz uma recordação da lista de tarefas, contando nos dedos.

Depois do lanche voltamos para a sala. Alexis sentou no chão apoiando seus livros em cima da mesa de centro e começou a resolver seus deveres enquanto eu terminava de ler meu livro. Sempre ficava por perto vendo o que ela estava fazendo e se estava fazendo certo. E caso tivesse alguma dúvida, eu poderia ajudar.

 Já era noite e nós ainda estávamos na sala. Alexis resolvia seu dever de matemática e já reclama que estava cansada. Resolvi dar um tempo com ela quando Martha apareceu. Seria bom para ela esquecer um pouco os deveres, já que eram maiores que os outros dias. Martha me cumprimentou e perguntou como eu estava e logo como os potinhos estavam. Alexis grudou na avó assim que ela chegou e não saiu mais de perto. Mesmo a ruiva vindo aqui todos os dias, Alexis sentia sua falta.

— Então, Kate... – Martha chama a minha atenção enquanto jantamos. – quando vocês saberão o sexo?

— Temos uma consulta amanhã. – sorrio. – talvez nós conseguiremos ver o sexo.

Eu tinha esperança e ansiedade em minha voz. Seriam meninos ou meninas? Ou os dois?

— Tem algum palpite?

— Não. – faço uma careta. – as vezes acho que são meninas, outras meninos, outras um casal. Mas sinceramente, eu não tenho certeza. – ela rir.

— Meu pai diz que são dois meninos. Mas eu queria uma menina para brincar comigo. – Alexis diz olhando para a avó.

— Esse é outro que vai me enlouquecer. – resmungo e Martha rir.

— Aposto que você não sabia dessa qualidade dele quando resolveu se casar.

— Pior é que eu sabia e mesmo assim aceitei. – elas riem e eu escuto meu celular tocar na sala. – com licença, vou atender.

Me levanto e pego o celular, vendo a foto de Castle e Alexis abraçados na tela.

— Oi, meu amor. – atendo já saindo para a varanda.

— Kate, oi, finalmente consegui falar com você. – ele parecia desesperado.

— Aconteceu alguma coisa?

Não, nada.— posso apostar que ele estava sorrindo. – eu só não estava conseguindo área para te ligar. Está chovendo muito, queria avisar que o voo foi adiado. Só vou chegar de madrugada, desculpa amor.

— Está tudo bem amor. Eu vou acalmar o pequeno furacão ruivo aqui em casa.

Ela já reclamou que não quer ir para escola?

— O que você acha? – Castle rir. Que saudade eu estou dele....

Ficamos em silencio por alguns segundos. Eu posso escutar sua respiração, e se fechar meus olhos, é como tê-lo ali, perto de mim, respirando no meu ouvido antes de dormir.

— Estou com saudades. – murmuro quebrando o silencio.

Eu também estou. Morrendo...— o sorriso em meu rosto só cresce. – eu tenho que ir agora, amor. Só liguei para você não ficar preocupada.

— Tudo bem. Mande mensagem quando tiver embarcando, e Castle...

Oi.

— Eu te amo. – falo como se precisasse dizer aquilo. Como se fosse uma necessidade. Sinto meu coração estremecer, mas não de um jeito ruim.

Eu também te amo e não vejo a hora de estar em seus braços novamente. Até logo.— ele diz antes de desligar a chamada.

Aperto o celular em minha mão contra meu peito tentando controlar um pouco da saudade. Cinco dias. Há cinco dias Castle está viajando e eu sei que isso está bem além dos meus limites de saudade, mas eu não posso interferir. É o trabalho dele. Mas eu também não posso negar o quanto é ruim se despedir e não o ter durante uma semana inteira.

Voltei para a mesa e terminei meu jantar. Alexis tinha convencido Martha a ficar um pouco mais e ajuda-la no dever de casa, então depois fomos todos para a sala, e enquanto a menina terminava seu dever, nós conversávamos. Quando a ruiva finalmente terminou, sentou ao meu lado e entre uma conversa e outra, perguntava que horas o seu pai ia chegar.

Demorou um pouco até eu convencer Alexis que Castle ainda demoraria. Martha foi embora e minha tia subiu para dormir. Eu e Alexis ficamos na sala assistindo um filme até a menina começar a bocejar, e então subimos. Coloquei Alexis na sua cama e fui para meu quarto. As onze horas da noite Castle mandou uma mensagem dizendo que estava embarcando, então resolvi ir tomar um banho e deitar na cama esperando ansiosamente o meu marido.

 

CASTLE.

 

Apenas a luz da entrava estava acesa quando eu cheguei. Já era madrugada, então era de se esperar que todos estivessem dormindo. Deixei minha mala na entrada e subi. A porta do quarto de Alexis estava entreaberta e a luz do seu abajur estava acesa. Entrei no cômodo da menina sem fazer barulho. Alexis dormia tranquilamente em sua cama enquanto cosmo dormia no chão. Ao me ver ele se alertou, mas antes de latir eu me aproximei dele e fiz carinho. Quando o cachorro voltou a deitar no chão tranquilo, me aproximei da minha filha.

Sorri olhando a ruiva dormir. Ela era tão linda. E de um jeito esquisito, ela me lembrava a Kate dormindo. Tirei os cabelos de seu rosto e me inclinei para beijá-la no rosto. Alexis se remexeu, mas não acordou. Levantei com cuidado e sem fazer barulho, sai do quarto dela e segui para o meu.

Assim que abri a porta via Kate deitada de lado na cama, de costa para a porta. Ela só conseguia dormir nessa posição agora. Tinha o livro e o celular jogado no meu da cama. E estava quase irresistível vestindo apenas uma blusa grande para dormir, que eu aposto que era minha. Suas pernas descobertas mostravam que ela não vestia nada além de uma calcinha na parte de baixo. Respirei fundo. Aquilo era muita tentação.

Antes de seguir até a cama, fui ao banheiro. Tirei minha roupa e me enfiei debaixo do chuveiro, sentindo a agua quente relaxar o meu corpo. Os dias viajando sempre eram cansativos. Eu não tinha folga, e sempre vinha para casa direto de algum evento. Kate estava sendo compreensiva em não me ter tanto tempo com ela, mas em breve isso vai mudar. Eu não quero passar tanto tempo longe da minha família.

Depois de longos minutos no banho, eu visto minha calça de moletom e sigo até a cama. Me acomodo no pequeno espaço atrás de Kate, abraçando sua cintura e deixando meu rosto em seu pescoço. Que saudade desse cheiro.

— Rick... – Kate murmura acordando e me olha por cima do ombro.

— Oi, meu amor. – murmuro e beijo sua nuca antes dela se vira de frente para mim.

Seus braços rodeiam meu pescoço com força.

— Que horas você chegou? – ela se afasta um pouco e toca meu cabelo. – você já tomou banho... chegou a muito tempo?

— Não muito. – sorrio olhando para ela. A luz do quarto estava baixa, mas ainda conseguia ver ela perfeitamente. – eu fui direto do evento para o aeroporto, estava louco por um banho. Mas você estava me esperando aqui, deitada, vestindo minha blusa e apenas de calcinha... não consegui demorar muito lá dentro. Estava louca para abraçar a minha mulher.

Ela rir e me beija.

— Como você está? – pergunto acariciando seu rosto.

— Bem. Só morrendo de saudade de você. Me diz que não vai sair do meu lado esse fim de semana... por favor. – choraminga.

— Nem que eu quisesse, meu amor. – a beijo. – eu sou todo seu. – puxo seu corpo mais para mim, mas sua barriga impede que ela se aproxime mais. Eu desço meu olhar, tocando-a levemente com minha mão. – e como estão meus pontinhos? Meu Deus, Kate. eles cresceram tanto.

Ela sorrir olhando minha mão passear por sua barriga.

— Estão bem. – ela junta sua mão a minha. – crescendo cada dia mais e me deixando mais gorda.

Eu rio e beijo seu rosto.

— Você não está gorda, meu amor. Você está perfeita.

— hunhum...

Eu rio e desço até a altura da sua barriga, beijando cada pedacinho dela.

— O papai estava morrendo de saudade de vocês. De ler para vocês... – Kate acaricia meus cabelos e eu fecho meus olhos, voltando a minha posição inicial. – Deus, eu estava com saudade disso.

Afundo meu rosto em seu pescoço e sinto seus braços me rodearem.

— Você está cansado? – balanço a cabeça afirmando. - Deixei um prato para você, é só esquentar. Está com fome?

— Não muita. – a encaro. – podemos só dormir? E nos abraçar o resto da noite?

Kate abre um sorriso que aquece meu peito.

— Você não precisa nem pedir isso.

Lhe dou um beijo rápido e vou para o meu lado da cama, retirando o livro e o celular que estavam no lugar. Kate se aproximo e entrelaça nossas pernas. Seu rosto em meu peito. Eu posso sentir o cheiro de seus cabelos perfeitamente. Nossos braços nos envolvendo com delicadeza e saudade. Fecho meus olhos e respiro fundo.

É bom estar em casa.

É bom estar nos braços dela.

 

***

 

— Rick... – ouço a voz de Kate de longe, mas me recuso a acordar. – Rick, acorda. – seus dedos sobem e descem por minhas costas. – Rick...

— Oi... – resmungo e abro meus olhos devagar.

— Amor, acorda. Hoje nós temos uma consulta, esqueceu?

— Não... – me viro de costas na cama e a encaro. – que horas são?

— Cedo. Mas eu pensei em você ir acordar a Alexis, ela foi dormir ansiosa para te ver.

Sorrio.

— Ela deu trabalho, não foi?

— Um pouquinho... agora vai. – ela senta na cama e me puxa junto. – vai e depois traz minha menina para cá.

— Ah, agora eu entendi. Você quer que eu vá só para trazê-la. – cerro meus olhos para ela, que rir.

— Também. Mas ela vai gostar de te ver.

— Sei... – lhe beijo rapidamente e saio do quarto.

Alexis ainda está dormindo quando eu entro em seu quarto. Diferente da última vez, ela está toda esparramada na cama, totalmente desenrolada. Deligo seu abajur e me deito junto com ela na cama. Começo a beijar seu rosto e ela resmunga, tentando me afastar. Continuo beijando até ela abrir os olhos e me ver.

— Sai, papai. Eu quero dormir. – ela resmunga fechando os olhos novamente. Mas abre rápido e sorrir de orelha a orelha. – PAPAAAAI. – ela grita e me abraça pelo pescoço, tão forte quanto Kate ontem à noite. – eu estava morrendo de saudade. Fiquei acordada até tardão com minha mãe, você não chegou...

— Eu sei, meu amor... desculpa. – beijo seu rosto demoradamente. – mas agora o papai está aqui...

— Nós vamos brincar tanto, papai. Eu já fiz os meus trabalhos, agora é só brincar com você... – eu rio da sua empolgação.

— Nós vamos brincar muito, muito, muito... – falo enquanto faço cocegas e ela rir, me pedindo para parar. – agora vamos acordar a sua mãe. Ela ficou deitada na cama com preguiça.

A menina se segura em meu pescoço e nós levantamos da cama. Alexis estava sorridente mesmo acordando cedo num sábado de manhã. Caminhamos até meu quarto acompanhados de Cosmo. Kate ainda estava deitada quando chegamos. Alexis pulou do meu colo e correu até a mãe, subindo na cama com cuidado e a enchendo de beijos.

— Mãe, o meu pai voltou. Agora vamos ficar assim, juntinhos. – ela me puxa junto para o abraço triplo e Kate rir concordando.

— Sim, meu amor. Juntinhos do jeito que eu amo.

Estar junto com minha família é a melhor sensação do mundo. E assim nós aproveitamos o nosso início da manhã. Juntos, contando as histórias de como tinha sido a semana longe delas e ouvindo as novas histórias de Alexis.

Já descemos para o café arrumados. Kate tinha uma consulta com a Érica e estava ansiosa com a possibilidade de saber o sexo dos bebês. Confesso que também estava, mas me mantive firme para ela. Hoje Kate acordou mais cansada que o normal. Apenas em descer as escadas ela ficou ofegante, então eu a fiz tomar um belo café da manhã para que ficasse forte até a ultrassom.

Depois de me certificar com Thereza que Kate estava se alimentando bem durante os dias que estou fora, nós saímos para a clínica. Não tivemos que esperar muito para sermos atendidos, e logo já estávamos naquela sala de sempre. Kate deitada com uma roupa típica de hospital, eu e Alexis ao seu lado.

— Bom dia. – Érica entra na sala acompanhada da estagiária. – como a gravida mais linda da cidade tem passado?

Ela cumprimenta Kate e depois Alexis, que já estava chamando-a de tia e tudo mais.

— Ela acordou cansada hoje... – digo.

— Normal. Vai se sentir muito cansada nas próximas semanas... os bebês estão crescendo, estão exigindo mais de você. – ela sorrir acalmando Kate. – vamos ver como eles estão?

Kate balança a cabeça e Érica passa o gel em sua barriga. Seguro sua mão e ela entrelaça nossos dedos. Sorrio vendo a forma como ela olhava para o monitor, tentando entender o que estava se passando.

Primeiro Érica nos mostra a posição dos dois. O pontinho um estava em cima e o pontinho dois estava em baixo. Eu definitivamente preciso arrumar outro nome para eles, já que de pontinhos eles não tem mais nada. Depois de nos mostrar cada um deles, Érica mostra os batimentos cardíacos. Forte e rápido, como sempre.

— Então... vocês já têm algum palpite do que seja? – ela pergunta sem tirar os olhos do monitor.

— Não. – Kate diz sorrindo. – eu não tenho preferência, já o Castle... – ela deixa as palavras no ar e Érica rir, sabendo exatamente o que Kate quis dizer.

— O que você prefere, Castle? – ela me olha rapidamente.

— Meninos. – sou direto. – Preciso fortalecer o time lá em casa, sabe? – brinco a fazendo rir e Kate revirar os olhos. Linda! – mas se vier um casal eu também gosto.

— E se forem duas meninas?

— Bom, nesse caso vou ter que aceitar que o meu destino é viver cercado de belas mulheres. – beijo a mão de Kate e volto a olhar o monitor, que agora estava parado e dividido ao meio, com duas imagens diferentes.

O silencio se instalou na sala. O que deveria ser segundos, pareceu horas.

— Eu acho que você estava certo, Castle. – ela nos olha sorridentes e aponta o monitor. – são dois meninos.

Kate e eu nos olhamos na mesma hora. Seus olhos já transbordavam de lágrimas. Me inclinei sobre ela e a beijei. Isso era tudo o que eu queria fazer no momento. Beija-la. Beija-la e agradecer por tudo o que ela tem feito por mim desde que nos conhecemos.

Escuto Érica dizer que nos deixaria um pouco a sós e nos encontraria no consultório para o fim da consulta. Quebrei o meu abraço com Kate um tempo depois, sentindo uma necessidade de abraça-la novamente, mas me controlo.

— Você está feliz? – murmuro secando suas lágrimas.

— Muito. Agora que eu sei que são meninos eu não consigo imaginar nada diferente disso.

Eu sorrio e busco Alexis com o olhar pela sala. A menina tinha dado a volta na maca e estava em frente ao monitor, olhando a imagem congelada.

— Filha... – eu a chamo e ela me olha. Kate faz sinal para ela subir na maca junto com ela e Alexis faz. – você gostou de saber que são dois meninos?

— Eu preferia uma menina.... mas eu vou gostar dos meus irmãos do mesmo jeito. – ela sorrir e olha para a mãe. – eu ainda vou poder escolher o nome?

— Claro que sim, meu amor. – Kate beija a menina e depois em olha. – e você também pode opinar, mas a palavra final é minha.

— Fechado. – sorrio e abraço as duas.


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