I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 87
Capítulo 87 — Acho que deveríamos adiar o casamento.


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo e porque eu sei que vocês vão querer me matar só pelo título do cap, leiam até o fim haushuahsuash



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CASTLE.

 

Estávamos todos na varanda. Esposito terminava de montar a bicicleta de Alexis, que esperava ansiosa ao seu lado. Martha e Robert conversavam animadamente com minha mãe enquanto Lanie conversava com Kate em uma das espreguiçadeiras na varando. O dia já estava acabando, o céu começava a ficar menos azul.

— Pronto, Alexis. Sua bicicleta está montada. – Esposito entrega a bicicleta a ruiva e escuto uma risada de Kate. Ela estica o braço me puxando para perto. Mesmo emburrado, eu vou.

— Amor, não é porque você não conseguiu que você não sabia como montar... – ela diz enquanto eu me sento no meio de suas pernas na espreguiçadeira da varanda.

— Mas eu conseguiria se me deixassem. – Mais uma vez ela rir. Mesmo emburrado, eu sorrio também. Sua risada era música para meus ouvidos.

— Fica tranquilo, Castle. Nem todos são habilidosos com essas coisas de homem. – ele zomba e escuto uma risada contida de Kate.

— Muito fácil você chegar e terminar o serviço que já estava quase todo pronto.

— Que seja... – ele dá os ombros. – mas ainda assim eu fiz sua filha feliz. – ele aponta a ruiva admirando o seu brinquedo novo.

Fecho minha cara sinto Kate me abraçar por trás, fazendo minhas costas encostar em seu peito e apoiou o queixo em meu ombro enquanto víamos Alexis começar a andar na bicicleta pela parte calçada do jardim. O sorriso no seu rosto fez com que eu esquecesse minha raiva do Espo.

Logo Ryan e Jenny chegaram com as gêmeas que correram até Kate e eu me vi obrigado a levantar, mesmo adorando o carinho que estava recebendo.

— Titia, você está esperando dois bebês. – Ana dia sentando no colo de Kate. Me sento na cadeira ao lado, prestando atenção na conversa.

— Sim, estou. – ela confirma, acariciando os cabelos loiros da menina.

— Será que são duas meninas? Igual eu e a Ana? – Os olhos de Jolie brilhavam com a ideia.

— Pode ser... mas também pode ser um menino e uma menina. Ou dois meninos. O que vocês preferem?

— Prefiro meninas. – as duas responderam juntas.

— Mas se for menino eu também vou gostar dele, titia. – Ana diz encostando a cabeça no peito de Kate enquanto a abraçava.

Nesse momento eu queria que o tempo passasse. Queria que nossos pontinhos já estivessem aqui e, seja menino ou menina, que fosse nossos filhos que estivessem nos braços de Kate enquanto ela os abraçava de maneira protetora.

Papaaaai...  – ouço o grito misturado com o choro de Alexis. Kate se alerta ao meu lado e eu seguro seu braço.

— Deixa que eu vou. – digo e me levanto apressado indo em direção a menina que já se levantava do chão. Alexis tinha caído da bicicleta, e por sorte foi na grama. Quando me aproximei seus olhos estavam aguados e ela iria chorar.

— Você se cortou? – olho ela com atenção e ela balança a cabeça.

— Mas está doendo, papai... – ela murmura baixinho.

— Mas é assim mesmo filha, fazia muito tempo que você não andava de bicicleta. Vamos, eu te ajudo.

Levanto a bicicleta e ajudo ela a subir. Olho ligeiramente para trás acenando para Kate se tranquilizar, mas ainda tinha cara de preocupada. Alexis começa a pedalar e eu ajudo a empurrar.

— Olha mamãe, olha vovó... tia Thereza... – a menina dá tchau quando passa por todos e rir animada com tudo. – pronto, papai, agora eu posso ir sozinha. – eu a solto e vejo ela pedalar.

— Ela está bem? Não se arranhou? Porque não guardou essa bicicleta, Castle? Ela vai se machucar se cair de novo! – Kate fala rápido.

— Ei, calma. – me aproximo. – ela está bem, caiu e levantou. É assim que se aprende.

— Quero ver você falar isso e quando ela quebrar um braço.

— Kate, você precisa deixar a Alexis brincar em paz. – Lanie interveio. – Crianças caem e levantam o tempo todo. Aposto que você era assim também.

— Eu só não quero que ela se machuque.

— Tudo bem. – me abaixo beijando seus cabelos. – você tem toda razão em ficar preocupada, mas olha... – eu aponto a ruiva revezando a vez de andar na bicicleta com as gêmeas. – ela está se divertindo, não tem motivo para se preocupar demais...

Kate finalmente sorrir e eu sei que ela está mais calma. Dou mais um beijo e me aproximo de Ryan e Esposito, que se serviam de algumas cervejas. A noite de ontem foi interrompida, mas nada nos impedia de continuar o nosso Natal hoje.

Eu via Kate rindo ao conversar com as amigas e nada mais me lembrava o terror que senti noite passada. Ela acariciada a barriga suavemente. Um movimento que parecia tão comum para ela, que nem notava que estava fazendo. Sorri com isso. Ela estava bem e confortável com essa gravidez, e eu não tinha motivos para me preocupar, não agora. Deixaria para me preocupar quando fosse preciso, hoje eu relaxaria.

 

KATE.

 

— Alexis está terminando o banho. – digo fechando a porta do quarto e vejo Castle sentado sem camisa na beira da cama. Sorrio. Ele tinha exagerado um pouco na bebida e não estava bem.

— Vem cá. – ele esticou o braço como um convite e eu aceitei. Assim que me aproximei ele me encaixou entre suas pernas e deitou a cabeça em meu peito. O cheiro de bebida tomou conta dele e não era nada agradável. – vocês estão bem?

Sorrio com sua pergunta. Mesmo bêbado ele era preocupado com meu bem-estar e o dos bebês. Mexo em seu cabelo e murmuro um sim, ao mesmo tempo sinto seu suspiro aliviado.

— Porque você não vai tomar banho também?

— Eu vou... só preciso de um beijo antes. – ele joga a cabeça para trás para me encarar e sorrir. Seus olhos pequenos quase não me deixavam ver o azul.

— Você está cheirando a cerveja. – faço uma careta. – estou começando a ficar enjoada.

— Só um beijinho. – ele faz bico. – ou eu não te solto.

— Você parece criança as vezes. – reviro os olhos e ele rir. Me abaixo segurando seu rosto e dou um beijo rápido, mas Castle é mais esperto e me puxa para outro beijo, dessa vez mais demorado onde nossas línguas se encontram e eu consigo sentir perfeitamente o gosto da cerveja em sua boca.

Quando finalmente nos separamos, nossos narizes se encontram fazendo carinho um no outro. Eu seria capaz de suportar o cheiro de álcool só para ficar assim com ele por mais tempo.

— Prefiro quando sua boca tem gosto de vinho. – murmuro quebrando o silencio e abro os olhos. Castle sorrir e me beija novamente.

— Vou lembrar disso da próxima vez.

— Obrigada. – dou um beijo rápido e me afasto dele. – agora vai tomar um banho, amor. Estou louca para deitar na cama.

— Sim senhora. – ele presta continência e segue para o banheiro. Reviro os olhos diante seu ato, detesto quando ele faz isso como se eu mandasse em alguma coisa quando na verdade é ele que me tem nas mãos.

Vou até o closet e visto algo mais confortável. Não via a hora de deitar na minha cama e dormir a noite inteira. Passei apenas uma noite no hospital, mas foi o suficiente para desejar estar em casa logo. Assim que me deito na cama pego meu celular para ver alguns email e responder algumas mensagens. Não demora muito e vejo Castle passar vestindo apenas uma calça de moletom e com os cabelos ainda molhados. Ele vai até a cômoda, abre uma gaveta retirando um envelope e vem para a cama.

As luzes ainda estão acesas, então nós não iriamos dormir agora. Observo cada movimento seu até ele sentar na cama se encostando na cabeceira e colocar o envelope amarelo em cima das minhas pernas cobertas.

— O que é isso? – bloqueio meu celular e o olho sem entender.

— Seu presente. Não tive tempo de te entregar ontem, então... – ele aponta o envelope. – feliz natal, amor.

Um pequeno sorriso brota em meus lábios e eu seguro o envelope grosso. Eu não sabia o que tinha ali e estava com medo de abrir. Olhei bem o objeto em minhas mãos e depois encarei Castle, que apenas com um olhar pediu para que eu abrisse e assim eu fiz. Retirei os papeis de dentro e li atentamente.

— Amor isso... – pergunto ao ler os primeiros parágrafos.

— Sim. – ele confirma.

— Mas você nunca me deixou ler...

— Porque eu queria te mostrar apenas quando estivesse pronto. – ele me olha com um sorriso orgulhoso. – bom, não está totalmente pronto, preciso dar uma última revisada e a editora aprovar, mas eu queria que você lesse antes que todo mundo.

Ele tinha me dado em primeira mão a cópia de seu novo livro. O livro que ele criou uma personagem baseada em mim. Era diferente e ao mesmo tempo tão real. Não pude ler muito, mas as poucas partes que li, me encantei. Me inclinei sobre ele e o beijei. Nunca ninguém tinha me dado um presente tão significativo quando esse.

— Obrigada, meu amor. Eu sei que não li ainda, mas tenho certeza que vou amar. Sou sua maior fã, você sabe disso, né?

— Eu sei... – ele acaricia meu rosto. – e esse livro é apenas uma forma de eu demonstrar o meu amor por você e dizer ao mundo que eu encontrei a mulher que eu quero viver para o resto da minha vida.

— Quero te dar uma coisa também. – sorri e me afastei rapidamente abrindo a gaveta da mesinha ao lado da cama. – para você... – entrego uma caixa pequena escura.

— Achei que não compraríamos nada. – ele debocha nosso acordo e rir, olhando curioso para a caixa.

— E eu não comprei. – rebato. – Só abre...

Castle olhou um pouco mais curioso e eu senti meu coração disparar. Ele fez um pequeno suspense ao abrir a caixa que me fez rir. Mas ver seus olhos confusos e ao mesmo tempo brilhantes ao ver meu presente me fez ter certeza que aquele era o momento certo para tudo.

— Você comprou um relógio? – ele me olha.

— Não. – murmuro e tiro o objeto da caixa, mostrando o nome gravado na parte de trás.

— Jim Beckett. – ele lê. – era do seu pai?

— Sim. – confirmo com minha voz um pouco embargada. – depois que eles morreram eu fiquei com poucas coisas deles, e escolhi guardar isso do meu pai. Foi um presente especial da minha mãe para ele e eu prometi que daria para uma pessoa especial.

— E eu sou essa pessoa. – ele afirma com um certo convencimento na voz que me faz revirar os olhos. – eu adorei, meu amor. Vou usar com muito orgulho.

Sem me dar chance de falar alguma coisa, Castle me puxo para um beijo apaixonado que aos poucos vai ficando cada vez mais intenso. Me afasto apenas para deixar nossos presentes de lado e volto a beija-lo.

Mãmãe... – a voz de Alexis nos interrompe. Olho para trás vendo a ruiva tapando os olhos com uma mão e a outra segurando seu travesseiro.

— Alexis? Achei que você já estivesse na cama... eu já estava indo te desejar boa noite.

— Você estava namorando o meu pai. – ela diz o óbvio e eu me seguro para não rir junto com Castle.

— Não tente enganar a menina, Kate. – Castle zomba e logo reclama da tapa que eu dei em seu braço.

— Já pararam?

— Já. – confirmo e ela destapa os olhos devagar, tendo certeza que já não nos beijávamos mais. – vem cá. – bato no colchão e ela corre.

— Mamãe eu pensei em dormir aqui porque eu estou morrendo de saudade da senhora. – ela me olha com seu olhar pidão e eu já sabia que cederia todas as suas vontades.

— Alexis, você sabe que sua mãe está grávida e precisa dormir bem...

— Mas é só hoje... – agora ela encara o pai. – porque a mamãe passou a noite fora ontem e eu queria ficar com ela.

Alexis fala como se não tivéssemos passado o dia inteiro juntas desde o hospital até chegarmos em casa. Mas seu olhar sempre funcionava comigo e com Castle, e ela sabia bem disso.

— Tudo bem, eu também estava com saudade da minha boneca. – abro os braços e se aproxima, quase pulando em cima de mim.

— Alexis! – Castle a repreende. – cuidado com sua mãe.

— Desculpa, papai. Eu vou ficar quietinha. – eu rio e abraço a minha menina. Eu a amo tanto, e cada dia que passa eu amo mais. Era um amor infinito que eu não consigo explicar. Não importa quantos filhos eu tenha, eu sempre vou ama-la da mesma forma ou mais. – papai, vai apagar as luzes, eu estou com sono. – ela boceja.

— Filha, você está folgada, viu? – Castle reclama, mas levanta indo apagar a luz principal e deixando a luz do banheiro acesa, caso eu tivesse enjoo e precisasse correr. Ele volta a se deitar e olha Alexis deitada espaçosamente no meio da cama. – você sabia que você está atrapalhando meu tempo com sua mãe? Agora era meu momento. – ele finge estar chateado.

— Mas é só hoje, papai. E você precisa aprender a dividir a mamãe. – ela fala sem se importar se estava atrapalhando ou não. – quando meus irmãos chegarem, como vai ser? Temos que separar um dia na semana para cada um dormir com a mamãe. – não consigo me conter e rio.

— Me sinto lisonjeada.

— A Kate é de vocês até a hora de dormir todos os dias, depois ela é toda minha. – Castle continua, sem ligar para a minha presença.

— Não é justo, quero dormir com a mamãe também...

Eles pareciam duas crianças brigando por quem teria mais tempo comigo, aquilo era divertido, mas quando tivesse mais duas crianças falantes e elétricas no nosso meio eu ficaria louca.

— Alexis pode ficar tranquila que tem mamãe para todo mundo. – digo beijando seus cabelos.

— Tá vendo, papai. – ela implica e eu rio da cara emburrada de Castle. No fundo eu sabia que ele estava feliz em ter a menina aqui, ele adorava acorda-la fazendo cocegas pela manhã.

— Alexis, você já rezou hoje? – ela balança a cabeça. – então reze...

A menina começa a fazer a oração que eu ensinei baixinho, mas consigo ouvir perfeitamente suas falas. Por fim, ela pede para que seus irmãos cheguem logo porque ela quer muito conhece-los. Sorrio encantada pelo amor que ela já sentia por esses pequenos pontinhos.

Assim que acaba sua oração Alexis começa sua sessão de falatórios. Ela comenta todos os presentes que ganhou e o quanto estava empolgada para viajar no fim do ano. Segundo ela, amava praia e estava louca para ver a água azulzinha do mar. Alexis não parou de falar nenhum minuto, mesmo com sono a menina falava e falava. Era divertido na maior parte do tempo, mas não quando eu estou tão cansada, e eu podia ver o quanto ela estava cansada também, mas insistia em brigar contra o sono.

— Alexis, porque nós não vamos dormir? – puxo seu corpo contra o meu e fecho meus olhos.

— Não, mamãe. Abre os olhos. – ela toca meu rosto e eu a olho. Tinha um certo receio em seu olhar, talvez medo. – você não pode dormir, mamãe. – ela reforça.

Ergo meu olhar encontrando o de Castle.

— Filha, nós estamos cansados. Você não está? – Castle intervém, mas não adianta muito.

— Não dorme, mamãe. – ela deita a cabeça em meu peito e eu suspiro.

— Amor, do que você está com medo? – pergunto acariciando seus cabelos. Não se mexe, apenas me abraça forte. – você não queria dormir comigo? Então vamos dormir, filha...

— Da última vez que a senhora dormiu, acordou no hospital. Não quero de novo. – sua voz sai abafada. Meu coração se parte em mil pedaços, eu a abraço forte tentando passar segurança para minha menina.

— Amor, me desculpa... – murmuro e sinto ela se afastar um pouco do meu abraço.

— Porque, mãe?

— Por te assustar assim... – acaricio seu rosto e olho para Castle. – por assustar todos vocês... se algo tivesse acontecido com algum de vocês, eu também estaria assustada. Mas eu estou bem, e não falo isso da boca para fora. Nós estamos bem, ok? – volto a olhar para a menina, que sorrir.

— Promete que vai acordar aqui do meu ladinho amanhã?

— Prometo. – sorrio. – fica tranquila que eu não sairei do seu lado nem por um segundo essa noite.

— Eu protejo vocês. – Castle se aproximou e nos envolveu com seu braço. Naquele momento eu me senti mais protegida que nunca.

 

***

 

Há dois dias eu não sentia mais enjoos, isso era um alivio para mim. Finalmente essa fase de enjoos estavam acabando e eu não precisava mais ficar com medo de acordar e correr para o banheiro. Castle se mostrava mais satisfeito que eu. Segundo ele, estava na hora de recuperar os poucos quilos que perdi durante essas semanas de enjoos. E ele estava se esforçando para isso. Toda hora é um lanche, ou melhor, um banquete que ele e minha tia preparavam.

— Castle, isso é um exagero... – digo olhando para o tanto de comida que tinha sobre a mesa da varanda. Era quase fim de tarde e todos os dias agora nós sentávamos aqui esse horário enquanto Alexis andava de bicicleta no jardim. Dessa vez meu tio estava lhe ensinando a andar sem as rodinhas, e Cosmo correndo atrás dela.

— Eu não acho. – ele dá os ombros e senta ao meu lado, começando a me servir.

— Eu sei o que vocês dois querem fazer... – aponto entre ele e minha tia. – mas eu não vou ficar gorda para o casamento. Já basta minha barriga crescendo cada dia mais.

— Você está linda, Katie. – minha tia sorrir sentando em minha frente. – a gravidez te deixou ainda mais linda, agora coma. – ela aponta a comida. Minha tia estava pegando o dom de ser mandona junto com Castle.

— Kate, eu estive pensando... – ele coloca o prato com frutas uma taça com iogurte em minha frente. – acho que deveríamos adiar o casamento...

— O quê? Porquê? – me viro para ele. – você não quer casar? Achei que queria... Você era o que mais queria, aliás. E agora está dando para trás?

— Eu quero. – ele diz firme, me cortando e eu sei que estava falando rápido demais. – só não sei se viajar agora é um opção. Sua gravidez é de risco, e eu não quero arriscar nada que envolva você e meus filhos.

— Achei que já tínhamos conversado sobre isso. E os papeis do casamento? Não estão prontos?

— Estão. – ele diz somente e eu fico esperando que continue. – Kate, nós podemos casar quando os bebês nascerem e você estiver recuperada do parto. Não vamos brigar quanto a isso, ok? Viajar agora não é uma opção.

— Ah, claro. Você está simplesmente decidindo tudo relacionado a minha vida sem me consultar, e eu tenho que ficar calada apenas aceitando suas decisões? Sinto muito, mas não faço o tipo. – me levanto da mesa.

— Onde você vai? Você nem comeu...

— Não estou com fome. – saio a passos firmes.

Você deveria ir atrás dela.— ainda ouço minha tia dizer antes de entrar em casa completamente. Sim, ele deveria vir atrás de mim e discutirmos a possibilidade de adiarmos o casamento, mas Castle já tomou essa decisão, assim como vem fazendo com tudo relacionado a mim.

Ele não veio atrás e não vai mais acontecer casamento. Pelo menos não tão cedo.

 

CASTLE.

 

Kate saiu brava. Não tinha raiva em seus olhos, mas sim decepção. Eu sei que eu tenho sido protetor demais em relação a ela, mas é assim que eu sou. Não queria arriscar. E se acontecesse algo nessa viagem? E se ela sentisse mal, a quem nós recorreríamos? Eram tantas hipóteses que rondavam a minha cabeça, que não tinha muito o que fazer além de tomar essa decisão. Sempre escolheria não arriscar quando envolvesse minha família.

Kate não quis descer para jantar, e só aceitou comer algo porque sua tia levou até o quarto depois do jantar. Eu sabia que ela estava com raiva de mim e que quando eu entrasse naquele quarto nós iriamos discutir. E isso é tudo o que eu quero evitar.

— Acho bom você se preparar. – Thereza me alerta ao chegar na sala.

— Ela está muito brava?

— Kate está calada. Passei quinze minutos lá e ela só me disse um obrigada. Acho que você sabe o que isso significa. – não contive o sorriso que surgiu me meu rosto. Imaginar a Kate irritada não era tão difícil.

— Ela está muito brava. – bebo um pouco do meu whisky e vejo Thereza concordar com a cabeça.

— Ela está colocando Alexis para dormir, mas... Rick, você não acha que é melhor contar toda a história para ela?

— Não. Não quero que ela saiba de nada. – bebo o resto da minha bebida e me levanto. – posso contar com você amanhã?

— Sim.

— Obrigado. – sorrio. – boa noite, Thereza.

— Boa noite, Rick.

Eu subo para o andar de cima e paro na porta do quarto de Alexis. Kate tentava convencer a filha que pulava na cama que já era hora de dormir.

— Papai. – Alexis nota minha presença e fala animada. – você vai me contar histórias? Porque eu não estou com sono, tem que ser mais de uma.

Eu rio e me aproximo.

— Vou, mas para isso você precisa se deitar. – a menina balança a cabeça e acaba deitando na cama.

— Um dia você vai ter que me contar como faz isso. – Kate diz sem me olhar. – bom, vou deixar você com seu pai. Boa noite, meu amor. – Kate beija Alexis e se levanta.

Kate saiu do quarto sem me olhar e isso doeu. Ela estava mais chateada do que eu imaginei, mas com sorte amanhã isso irá passar. Me deitei junto com Alexis e dispensei o livro de histórias, hoje eu inventaria uma história maluca, cheia de magia e diversão, assim como ela gosta.

— Filha, antes de contar a história de hoje, eu quero te pedir um favor...

— O quê?

 

***

 

Entro no quarto e vejo Kate dormindo com o livro nas mãos. Parei no pé da cama e fiquei admirando-a, eu adoro fazer isso. Kate era tão linda, principalmente quando estava dormindo. Sempre que tinha a sorte de vê-la assim eu me apaixonava um pouco mais por ela, e tinha cada vez mais certeza que ela é a mulher da minha vida.

Tirei o livro de suas mãos e ela resmungou um pouco, mas virou para o lado e continuou dormindo. Sorri. Era gestos como esse, que nem ela mesma percebia, que me faz ficar cada vez mais louco por ela. Eu pretendia tomar um banho, mas apenas tirei minha roupa e vestia o moletom que estava próximo. Estava ansioso para deitar ao lado dela.

Assim que me acomodei debaixo das cobertas, a puxei para próximo de mim e Kate não recusou. Ela estava mesmo dormindo, do contrário, ela não dormiria agarrada comigo essa noite. Sorri e beijei seu rosto, sentindo sua respiração quente em minha pele.

 

 

 

 

Mais uma vez eu estava admirando a beleza da mulher a minha frente. Kate dormia tranquilamente, de lado, pois essa a única posição que a deixava confortável agora. Saber que ela não acordaria do nada às cinco horas da manhã e correria para o banheiro me deixava aliviado. Agora ela dormia até mais tarde, mas sempre era acordada por Alexis, que todas as manhãs vinha para a nossa cama. Exceto hoje, já que é um dia especial.

Comecei a acariciar o rosto de Kate numa tentativa de fazê-la acordar. Eu não queria, mas ela precisava acordar se eu quisesse que tudo saísse como no planejado. Mexi em seu cabelo, passei a mão em seus braços, a chamei baixinho, mas ela não acordou. Seu sono estava se tornando cada vez mais pesado. Então eu comecei uma trilha de beijos, que ia dos seus braços até seu rosto, mas antes que eu chegasse no meu objetivo final, ela acordou resmungando.

— Bom dia, meu amor. – falo carinhoso. Kate pisca os olhos se acostumando com a luz do sol no quarto.

— Bom dia. – diz fechando os olhos novamente.

— Kate, eu preciso que você acorde.

Sinto sua respiração pesada. Ela não estava de bom humor.

— Vai começar a decidir que horas eu acordo também? – ela diz ainda de olhos fechados e eu sei que a raiva de ontem ainda não passou. Mas vai passar.

— Olhe para mim. – pedi. Ela relutou um pouco mas acabou me olhando. – eu só preciso que você me responda uma pergunta, e dependendo da sua resposta, você pode voltar a dormir.

— O que você quer, Castle?

Apoiei meu cotovelo no colchão e meu rosto na minha mão e a encarei. Ela me fez essa pergunta uma vez e agora eu a faria. Meu coração disparou. Sorri vendo seu rosto confuso e irritado.

— Você quer casar comigo? Hoje. Agora.


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