KATE

Me olho no espelho pela décima vez. O vestido vermelho rendado não mostrava tanto a minha barriga, mas eu também não estava fazendo questão de esconder. Em pouco tempo todos saberão que eu estou esperando dois pontinhos e finalmente eu vou parar de me esconder embaixo das roupas largas de Castle. São ótimas e confortáveis, mas me deixam com aspecto de desleixada.

— UAU. – me viro e vejo Castle parado atrás de mim. – eu acho que vou ter que me trocar para ficar a sua altura...

Sorrio. Ele tinha o dom de me deixar envergonhada.

— Não se bobo. – me aproximo arrumando a gola da sua camisa. – eu que tenho que me esforçar para ficar digna de Richard Castle.

— Bom, eu acho que não precisamos mais disso. – ele me vira de frente ao espelho e nós encaramos o nosso reflexo. – somos ótimos juntos. Em todos os sentidos. – seu sorriso fica levemente malicioso, me fazendo sorrir ainda mais.

— Você já terminou de se arrumar? – ele nega com a cabeça e eu fico na sua frente.

— Vou olhar se Alexis precisa de ajuda. – seguro seu rosto com minhas mãos e dou um beijo leve. – descemos juntos?

— Sim. – me afasto para calçar meus saltas e sinto os olhos de Castle queimarem sobre mim.

— O quê? – pergunto ainda sem olha-lo.

— Você vai usar esses saltos enormes? E se você cair.

— Meu amor, eu sempre andei muito bem de salto e esses são os meus saltos mais baixos, então... – deixo as palavras no ar e me aproximo novamente dele. – desmancha essa cara emburrada.

— Não estou emburrado! – protesta. – só acho que você poderia usar uma coisa menor... sei lá.

— Não vamos discutir isso agora. – reviro os olhos e pego minha bolsa. Por um instante eu encaro nosso reflexo no espelho novamente. – É, nós somos ótimos juntos.

Confirmo o que ele disse poucos minutos atrás e pisco para ele antes de sair.

Assim que chego no quarto de Alexis, a vejo sentada na cama já usando seu vestido claro e rodado. Os sapatos eram novos, ela ganhou da minha tia essa tarde no shopping. O penteado deixava seu cabelo do jeito que ela mais gostava, preso com a franja solta. Mas no seu rosto não tinha aquele sorriso que eu tanto amo.

— Oi, meu amor. Está pronta? – pergunto entrando em seu quarto de vez. Alexis não responde nada, apenas encara o telefone em sua mão. – o que foi? – me sento ao seu lado na cama.

— A minha mãe disse que ia ligar, mas ainda não ligou. – ela me olha com seus olhos azuis tristes e isso parte meu coração. Alexis sempre espera algo de Meredith, e ela sempre faz questão de não retribuir o amor da menina.

— Olha só, ainda é cedo. – acaricio seu rosto. – ela vai ligar.

— Então eu não vou soltar o telefone. – a menina diz cheia de esperança, me fazendo desejar não ter ditos as palavras anteriores.

— Alexis você não vai querer perder a festa, vai? – ela balança a cabeça. – então deixa o telefone ai, a casa está cheia de empregados, assim que sua mãe ligar eles vão te chamar.

— Tem certeza?

— Tenho. – sorrio para dar mais confiança a menina.

— Você pode avisar que estou esperando um telefonema importante? – ela fala toda adulta me fazendo rir.

— Pode deixar que eu falo. – puxo a ruiva para um abraço e logo Castle aparece no quarto.

— As minhas meninas estão prontas?

— Estamos. – Alexis fala mais animada e deixa o telefone de lado.

— Então vamos. – Castle estende a mão para me ajudar a levantar e Alexis sai andando em nossa frente.

Antes de sairmos do quarto e tendo a certeza que Alexis não nos escutaria, eu seguro Castle pelo braço e o faço parar.

— Acho melhor você mandar mensagem para Meredith e dizer que ela cumpra a promessa de ligar para a filha no natal, porque se eu fizer isso com certeza vou dizer coisas que ela não vai gostar nenhum pouco. – digo séria. – Ela está triste porque não falou com a mãe ainda, e eu não quero ver minha filha triste. Então, por favor, mande aquela irresponsável ao menos cumprir a promessa que fez.

As últimas palavras saem cada vez mais raivosas. Mas era isso que eu estou sentindo no momento, raiva. Meredith nunca cumpriu uma promessa que fez a filha, e mesmo assim ela continua fazendo promessas. Alexis é tão inocente que acredita em tudo, e não esquece de nenhuma delas. Tudo o que um filho precisa na noite de natal são dos pais, e já que Meredith não está aqui, o mínimo que ela podia fazer era ligar, mas nem isso ela fez.

Saio do quarto sem deixar que Castle fale alguma coisa. Ela não tinha culpa de nada, mas no momento eu precisava descontar minha raiva em alguém, e infelizmente ele estava lá na hora errada. Cheguei no andar de baixo e nossos amigos já estavam aqui. Cumprimentei cada um deles e depois pedi um copo de água a um dos garçons, aproveitando para avisar que qualquer telefonema era para ser passado para mim antes de qualquer pessoa. Querendo ou não Meredith escutaria algumas verdades.

— Sua barriga está enorme. – Lanie sussurra ao se aproximar de mim.

— Dá para perceber? – arregalo um poucos os olhos e ela nega.

— Não, eu só notei porque eu sei que você está grávida. Então, como está? – ela aponta com o olhar para meus pontinhos.

— Tudo ótimo. – um sorriso sincero surge em meus lábios. – Érica me deixou bastante confiante que tudo daria certo, então estou mais tranquila. Só os enjoos que voltaram com tudo. mas fora isso... – pego minha água que o garçom serviu e agradeço com um sorriso. – está tudo ótimo, Lanie. – completo.

— Mesmo? Porque sua carinha me diz outra coisa. – ela me analisa alguns segundos.

— Problemas. – me limito a dizer e vejo Castle se aproximar. Ele passa por nossos amigos e os cumprimenta, mas vem direto em minha direção.

— Lanie, será que eu posso roubar a Kate um minuto?

— Ela é toda sua. – Lanie se retira e eu encaro Castle.

— Olha, eu entendo que você está chateada com essa situação, eu também não gosto, mas eu não tenho culpa.

— Castle eu não entendo porque você foi se envolver que aquela mulher. Vocês não combinam em nada, são totalmente diferentes! Eu não imagino vocês dois juntos.

— Naquela época eu não ligava. Meredith era bonita, nos dávamos bem na cama... para mim era o que importava.

— Ah, entendi. Uma trepada gostosa é bem valiosa para vocês homens. – as palavras pulam de minha boca e eu me arrependo, mas não prelo desculpas.

— Ok, você está chateada e querendo brigar, mas eu não vou entrar nessa. – ele para o garçom que estava passando e pega um copo fazendo o homem servir Whisky. – eu mandei mensagem e ela respondeu dizendo que vai ligar.

Castle se afasta e eu sinto vontade de ir atrás dele, mas não vou. Ainda estou com raiva o bastante para causar uma discussão, então vou na direção oposta, me aproximando de minha tia que colocava os papos em dias com Lanie. Entro no meio da conversa delas e solto algumas risadas, aos poucos eu sentia a raiva diminuindo, mas ela ainda estava ali.

Meus olhos todo tempo procurando por Castle, que não tirava os seus de mim. Por um lado eu gostava, mas por outro eu me sentia incomodada. Eu estava chateada com Meredith e fez Castle ficar chateado comigo. Deveria ir lá, mas meu orgulho fala mais alto. Fico ali conversando com meus amigos por um tempo até ouvir a voz do garçom me chamando baixinho. Me viro e o vejo com o telefone na mão, era Meredith.

Saio da sala e vou até a varanda.

— Alô.

— Alexis?

— Não, a mãe dela. – digo ríspida e ouço sua risada.

— Desculpa, mas Alexis só tem uma mãe, no caso, eu.

— Mesmo? Então porque você não está aqui passando o natal com sua filha? Porque você não tratou de ligar antes sem precisar ser lembrada da promessa que fez a filha? – respiro fundo. – Olha Meredith, eu jurei nunca mais discutir com você, mas chega a ser impossível quando eu vejo Alexis triste porque você não cumpriu mais uma promessa que fez a ela. Você não é mãe dela, eu sou. Você não está aqui todas as noites lendo uma história para ela. Você não sabe do seu animal favorito ou da sua cor favorita que muda toda semana. Você não sabe de nada! Então não venha com esse seu sarcasmo dizendo que é mãe dela porque você não é! – as últimas palavras saem mais alta do que eu gostaria. Ouço a porta se abrir e vejo Castle sair, me encarando.  – eu só que te pedir uma coisa... nunca mais faça uma promessa que você não pode cumprir. Porque para eu não ver minha filha sofrer eu sou capaz de tudo.

Tiro o telefone do ouvido e dou alguns passos até Castle, entregando o objeto a ele.

— Eu vou chamar a Alexis.

Entro em casa novamente e vou até a ruiva, que brincava com as gêmeas num canto da sala. Assim que soube que era sua mãe a menina aumentou o sorriso. Meredith estava perdendo uma parte preciosa da infância da filha e nem sabia disso. E o pior de tudo, ela está perdendo o convívio com uma menina tão doce quanto Alexis, e isso por escolha própria. Eu não consigo entender.

Começo a me sentir tonta e vou até o bar improvisado na minha cozinha. Peço uma água com gás e tomo tudo de uma vez. Sinto a presença de Castle ao meu lado. Não me movo e continuo olhando para frente, mas sinto seus olhos queimando sobre mim. Eu tinha muito o que falar, mas não seria agora. Ficamos assim por um tempo até escutar a voz alegre e inconfundível de Martha chegando. Olho por cima do ombro e vejo a ruiva cumprimentar as pessoas ali.

— Sua mãe chegou, vamos recebe-la. – eu o olho por alguns segundos e logo desvio o olhar, bebendo o resto da minha água e saindo em direção a Martha.

Cumprimento a ruiva normalmente, mas ela me conhece o suficiente para saber que tem algo errado. Martha pergunta baixinho o que aconteceu e eu digo que depois explico tudo a ela. Cumprimento Jackson e ouço a voz de Castle atrás de mim cumprimentando a mãe. Castle manda o garçom servir mais bebidas e eu o vejo virar mais uma dose de whisky.

Essa noite era para ser perfeita, uma noite em família cheia de alegria e amor, mas Meredith conseguiu estragar isso mesmo longe. Enquanto todos nós conversávamos e riamos juntos, eu percebo o quanto estava sendo boba em ficar com raiva de Castle por se relacionar com alguém como a Meredith. Talvez se isso não tivesse acontecido Alexis não existiria e eu nunca desejaria isso. Minha filha é especial demais para isso.

Próximo da meia noite minha tia chama todos para uma oração, onde agradecemos por nossas conquistas durante todo esse ano e pelas batalhas que ainda vamos vencer. Segurei firme a mão de Castle nesse momento, se tinha algo que eu deveria agradecer é tê-lo conhecido.

Assim que terminamos de rezar eu puxei Alexis para um abraço apertado e demorado que a menina não entendeu nada, mas que eu precisava fazer. Quando a soltei ela me desejou feliz natal e me deu um beijo no rosto antes de correr até as outras crianças. Olhei para Castle ao meu lado e segurei sua mão, arrastando ele para um canto silencioso da sala.

— Não que brigar com você, principalmente hoje que é Natal. – quebro o silencio entre nós.

— Eu também não quero, Kate. Fico muito mal quando nós brigamos.

— Então não vamos... – me apresso em dizer. – me desculpa pelo o que eu disse e pela forma que falei. É que... eu vi Alexis mal e meu instinto foi tentar protege-la.

— Você é mãe, e mães fazem isso.

— Mesmo assim, eu não deveria ter descontado em você. Me perdoa?

Castle abre um sorriso e acaricia meu rosto fazendo meu coração estremecer.

— Não precisa pedir perdão, meu amor. – sorrio e dou um passo à frente.

— Posso te desejar Feliz Natal agora? – ele balança a cabeça consentindo e eu o beijo, abraçando-o pelo pescoço e sentindo a sensação gostosa que nossos corpos juntos causam.

O beijo acaba mas nós permanecemos abraçados. Escondo meu rosto em seu pescoço e sinto o seu cheio. Estar nos braços dele é como está no paraíso.

— Vamos contar a notícia antes do jantar? – ele me encara e de repente eu me sinto nervosa.

— Eu passei o dia inteiro ensaiando uma forma de falar. Pensei que seria fácil, mas não é.

— Ah, nós contamos como contamos para minha mãe. Foi normal e ela se surpreendeu.

— Você só esqueceu de que eu nunca cheguei a contar a ninguém. Em todas as vezes as pessoas já sabiam. Você, sua mãe, Alexis, minha tia...

— Verdade... – Castle fica pensativo e eu rio.

— E agora?

— Agora nós vamos chamar a única pessoa que contou em todas as vezes.

Nós nos olhamos e chamamos Alexis de uma só vez.

A menina veio até nós receosa, com medo de que fossemos brigar por algo, mas tudo o que queremos é ajuda. Nos abaixamos na altura na menina de explicamos a ideia de como contar a todos. Alexis ficou animada em participar desse momento, a ruiva adorava contar uma novidade, principalmente quando era relacionado aos pontinhos.

— Gente... – Castle chama a atenção de todos que estão na sala. – primeiro eu gostaria de agradecer a presença de todos aqui hoje, em especial aos tios de Kate, Thereza e Robert, que vieram especialmente passar o natal conosco. – ele ergue a taça de champanhe. Alexis me olha sorridente e aposto que ela está se segurando para não falar. – e segundo eu quero dizer que o nós temos uma novidade para contar, por isso insistimos tanto em fazer a ceia aqui e...

— A mamãe está esperando o pontinho. – a menina solta fazendo Castle se calar e todos se olharem sem entender. Apenas quem sabia de toda a história sorriram para nós.

— Bom, na verdade são dois pontinhos. – Castle completou.

— Eu estou grávida. – anuncio pela primeira vez a todos. – grávida de gêmeos.

— O quê? – a maioria diz surpresa e logo vem um sorriso no rosto de todos.

Não demora muito para eu sentir os abraços apertados dos meus amigos. Lanie se aproxima dizendo o quanto estava feliz e surpresa por serem dois. Tia Thereza me dá uma bronca por não ter contado toda a verdade e Martha se junta a ela. Mas elas tinham que ficar surpresa com algo, certo?

Meu tio Robert veio por último, me abraçando forte e sussurrando o quanto estava feliz por mim. Naquele momento eu me senti colhida por um pai, porque é isso que ele tem sido para mim todos esses anos, um pai.

— Eu pensei que vocês iam se casar, mas nunca imaginei que estariam grávidos. – ele brinca e Castle rir ao meu lado.

— Esse é o nosso presente de Natal um para o outro. – digo, me referindo ao acordo que fiz com Castle de não comprarmos presentes no nosso primeiro Natal.

— Bom, eu tenho outro presente, mas é só para depois. – eu encaro Castle e ele rir. – o quê? Nós combinamos de não comprar, e eu não comprei, eu fiz.

Estreito meus olhos ele dá os ombros.

— Vamos Robert, quero te mostrar algo.

Sem me dar a chance de dizer mais alguma coisa, Castle beija levemente meus lábios e arrasta meu tio para o outro lado da sala. Me aproximo das mulheres, que estavam juntas conversando. Não vou me preocupar com o presente de Castle agora, por que se ele tem algo para mim, eu também tenho algo para ele.

— Já estamos combinando o seu chá de bebê. – minha tia se antecipa. – e nem adianta fazer essa cara. Ela odeia esse tipo de festa. – ela explica apontando para mim.

— Bom, parece que eu vou ter que aprender a gostar. – digo passando a mão na minha barriga. Um ato que para mim era tão comum, mas para todas elas, era novidade.

— Sua barriga está enorme, Kate. Não sei como não notei antes. – Jenny se aproxima fazendo um sinal silencioso para toca-la.

— As camisas largas de Castle disfarçaram bem. – brinco e ela rir.

— Por isso você vivia dentro de calças de moletons e camisas de super-heróis. – ela liga os fatos. – além de não estar indo trabalhar, mas achei que você estivesse querendo se dedicar a Alexis.

— Estou trabalhando em casa, mas estou pensando em parar e me dedicar aos meus filhos. – de alguma forma o que eu falei pareceu a coisa mais linda do mundo aos olhos das mulheres da minha frente.

— Kate, eu vou ser uma avó muito coruja. – Martha se aproxima. – quero participar de cada momento da vida deles já que não tive essa oportunidade com a Alexis.

— Ih, pelo visto Martha vai estragar seus filhos antes que ele saia de sua barriga. – Lanie brinca e nós rimos.

— Pode apostar que sim. – a ruiva pisca e me abraça.

CASTLE

Estávamos todos sentados à mesa de jantar saboreando a sobremesa. Kate estava ao meu lado limpando um pouco de chocolate que tinha caído no vestido de Alexis. Minha mãe conversava algo muito interessante com Thereza e Lanie, enquanto Jackson e Robert riam de alguma piada. Jenny tentava fazer com que as gêmeas não se malassem mais, enquanto Ryan combinava de cantar alguma música com Esposito antes da noite acabar.

Estava tudo como deveria ser. Todos nós juntos agradecendo por tudo o que nos aconteceu no durante esse ano. Kate se endireita na cadeira e bebe sua água. Noto que ela não ao menos tocou na sobremesa, e no jantar também não foi diferente. Seguro sua mão por cima da mesa e ela me olha.

— Está bem? Você mal tocou na comida hoje...

— Estou. – ela sorrir, mas eu a encaro esperando sua resposta sincera. – eu senti um pouco de tontura, mas não é nada demais.

— Tem certeza? Porque nós podemos...

— Não. – ela se adianta. – estou bem. Qualquer coisa mais tarde se me der fome eu desço e faço um prato rápido.

— Vou pedir para guardarem um pouco de comida para você. – antes que ela se negue, eu chamo o garçom e peço que ele separe um prato para que Kate possa comer depois. Volto minha atenção para ela, que tinha um sorriso no rosto. – pronta para dar a próxima notícia?

— Sobre nós? – balanço a cabeça e eu sei que ela entendeu sobre o que eu estava falando.

Me levanto e seguro minha taça de vinho. Não é preciso dizer nada e todos já me olham interessados.

— Aos que pensavam que as notícias tinham acabado, sinto dizer que não. – começo.

— Não me diga que é outro bebê. Trigêmeos? – o tio de Kate brinca.

— Não. – Kate e eu respondemos juntos, e eu continuo. – é sobre nós, mas sem nenhum filho.

Estendo a mão para Kate, que segura e levanta.

— Deve dizer que foi inesperado para mim, mas essa bela mulher me fez um pedido alguns dias atrás e eu aceitei.

— Ai meu Deus. – ouço alguém dizer com uma voz melosa.

— Ela me pediu em casamento. – completo, fazendo todos abrirem o mesmo sorriso de quando anunciamos a gravidez.

— Vocês vão se casar? – Lanie pergunta visivelmente animada.

— Sim, nós vamos. – confirmo sorrindo. – e nós não queremos esperar, então nós nos casamos em uma semana, e queríamos que todos vocês estivessem presentes.

— Castle... – Kate fala baixinho do meu lado.

É então que tudo fica mudo para mim. Enquanto as pessoas comemoram e sorriem uma para as outras, meus olhos param em Kate totalmente pálida ao meu lado. O momento não passa de segundos, mas tudo parecia em câmera lenta para mim. Uma tortura sem fim.

— Castle eu vou...— ela não termina de completar a frase e caí desmaiada em meus braços.