I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 84
Capítulo 84 — Nosso primeiro Natal.


Notas iniciais do capítulo

Oláaa, voltei o/

Antes de tudo quero avisar que, apesar do nome, esse não é o cap especial de natal. O próximo será *-* Vai ser um especial atrasa kkk mas ainda assim, vai ser especial.

Curtam essa prévia do natal da nossa família amada ♥ e se preparem para o próximo

Agora eu quero desejar a todos um feliz Natal (tbm atrasado). Que vocês tenham o espírito natalino nao só no dia 24/25, mas o ano inteiro. VCS FORAM O MEU GRANDE PRESENTE DE NATAL ♥

Boa leitura ;)



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CASTLE

Estou nervoso. Estou andando pelo celeiro com o tio de Kate e eu estou extremamente nervoso. Nunca me senti assim antes. Conhecer a família de Kate era mais importante do que eu imaginava. Robert falava algo sobre os cavalos e como o lugar tinha mudado desde que ele veio aqui a última vez. Não estava prestando atenção na conversa, porque na minha cabeça martelavam milhões de coisas.

Esse é o momento certo?

Será que eu não vou parecer um doido?

Mas nós já vamos nos casar.

— Castle. – ele me chama e eu saio dos meus pensamentos prestando atenção nele. – você está me ouvindo?

— Sim, claro. – sorrio sem graça.

— Tem certeza? Você parece distraído e... nervoso. – ele diz após me analisar.

— Eu amo a Kate. – digo rápido. – eu a amo e nós... bem, nós estamos construindo nossa família. Ela já está morando aqui comigo e... – minhas palavras parecem sem nexo.

— Eu sei que você ama a minha sobrinha. Não apoiaria essa relação se não soubesse o quanto vocês se gostam.

— Quero me casar com ela.

— Você está me pedindo a mão dela? É isso? – ele tinha um sorriso divertido no rosto.

— Bom, não exatamente. Ela me pediu em casamento. – ele arqueia as sobrancelhas surpreso. Sorrio. – é, eu também fiquei surpreso quando ela fez o pedido. Mas ela quis e nós já tínhamos conversado sobre isso, então eu aceitei.

— E nós estamos tendo essa conversa porquê...

— Porque você é o mais próximo de pai que ela tem. Amanhã nós vamos falar para a família que pretendemos nos casar em breve, mas eu queria pedir a sua permissão. Queria a sua benção para me casar com Kate.

Robert me olha por um longo período e saí andando devagar pelo celeiro. Eu o acompanho um pouco receoso, mas assim que chegamos a outra porta do lugar, ele me encara novamente e sorrir.

— Eu nunca vi minha sobrinha tão feliz quanto agora. – começa. – Ela esteve em Nova Iorque há alguns meses e ela estava triste porque vocês brigaram, mas ainda assim eu via o brilho em seus olhos quando ela falava em você e na sua filha. Kate sempre quis uma família e ela encontrou isso com vocês.

— Kate é o principal motivo para essa família estar junta. – digo um pouco emocionado em pensar por tudo o que passamos.

— Eu sempre vou apoiar a Kate, e eu vou abençoar a relação de vocês. Mas antes eu só te peço uma coisa...

— O quê?

— Nunca a magoe da forma como você a magoou antes. Kate estava tentando ser forte quando esteve em Nova Iorque, mas eu sabia que seu coração estava partido em milhões de pedaços. Eu nunca a vi assim, e nunca mais quero ver.

Aquilo me doeu mais do que na época.

Saber que um dia eu já magoei a Kate de qualquer forma me dói. Dói muito.

— Eu prometo que eu vou fazer tudo o que tiver ao meu alcance para fazer Kate a mulher mais feliz do mundo. Quero que ela se sinta realizada em poder ter sua família. Porque só assim eu estarei feliz também. Kate é a minha razão de tudo.

— Então sendo assim... – ele estende a mão na minha frente. – seja bem-vindo a família.

Nós dois sorrimos e nos abraçamos rapidamente, pois a voz da minha ruiva favorita soa avisando que o almoço já estava pronto. Voltamos para dentro de casa e encontramos Jenny terminando de colocar a mesa. Aviso que assim que ela terminar estava dispensada para passar mais tempo que com família, e nós cuidaríamos do resto. Aproveitei para reforçar o convite da ceia de natal que seria aqui em casa, mas eles seriam meus convidados, não meus empregados.

Contratei um buffet para fazer o jantar e preparar tudo para que nossa noite fosse perfeita. Não seria um natal qualquer. Seria o meu primeiro natal sem a Gina, o que me deixa triste, ela adorava natal. Mas ao mesmo tempo eu me sentia imensamente feliz por esse ser o meu primeiro natal com a Kate e com minha filha, e claro, com meus dois pontinhos que estavam chegando, mas que já faz meus dias mais felizes.

— Eu te amo, sabia? – sussurro no ouvido de Kate assim que me aproximo dela, a surpreendendo e abraçando-a por trás. Kate acaricia meus braços ao redor de sua barriga e sorrir.

— Sabia. – ela se vira para mim. – o que aconteceu? Você está com um brilho diferente no olhar.

— Só estou feliz. – jogo os ombros. – tenho a mulher da minha vida e meus três filhos aqui comigo, o que mais posso querer?

— Nada. – ela conclui e eu concordo com um balançar de cabeça. – vamos almoçar?

— Vamos.

Nós seguimos até a mesa onde Alexis já conversava animadamente com a tia de Kate. Thereza e Robert eram um casal realmente admirável. No nosso pouco tempo de convívio eu pude perceber o respeito e o amor que os dois sentiam um pelo outro e eu desejei aquilo para mim e Kate. Quer fazer aniversário de trinta anos de casamento com Kate e sentir o mesmo amor, respeito e cumplicidade que eu sinto agora por ela. Ou talvez até mais.

Durante o almoço as risadas rolaram soltas e eu pude conhecer um pouco mais de Kate com as histórias de sua infância que sua tia contava e que a deixavam envergonhada. Podia apostar que Kate estava esperando um buraco aparecer na sua frente para se esconder, mas quanto mais envergonhada ela estava, mais linda ela era.

Conversamos um pouco mais depois do almoço e depois fomos descansar um pouco. Kate estava exausta, cada vez casava com mais facilidade. A Doutora Davidson nos alertou para isso, principalmente no início da gravidez. Assim que chegamos no quarto ela tirou os sapatos e a calça que lhe apertava e se jogou na cama, me chamando para se juntar a ela com uma voz manhosa e irresistível. Kate logo adormeceu em meus braços. Eu não estava com sono, mas ela parecia tão em paz com a cabeça apoiada em peito, o braço ao redor da minha cintura e nossas pernas entrelaçadas, que eu não quis sair daqui por nada. Pequei meu livro na mesinha ao lado e comecei a ler de onde eu tinha parado.

A noite nós seguimos até o meu restaurante para jantarmos, já que eu tinha dispensado a Jenny e levantamos tarde demais para preparar algo para jantar. Minha mãe e Jackson nos acompanharam, o que foi bom, pois eles conheceram logo os tios de Kate e seria mais dois rostos amigos no jantar de amanhã. Os quatros se deram bem de cara, e eu já conseguia ver nós em várias reuniões de família, exatamente como estamos agora, conversando descontraídos e rindo. A única diferença será que teremos mais dois bebês conosco.

Quando chegamos em casa eu entrei com Alexis adormecida em meus braços. Nós nos despedimos dos tios de Kate e fomos direto para o quarto da menina. Kate me ajudou a trocar a roupa dela sem que a menina acorde e depois deitamos ela na cama. Kate ficou um pedaço deitada na cama com a menina como fazia todas as noites. Ela dizia que era para Alexis sentir que ela sempre estava ali para ela, não importa a hora, o dia ou o quão cansada ela estivesse.

— Já fazem três semanas. – digo quando já estamos no quarto.

Kate sai do closet vestindo uma camisola extremamente sexy e se deita ao meu lado.

— Três semanas? – ela pergunta sem entender passando o creme entre as mãos e descendo por seus braços.

— Faz três semanas que você me pediu em casamento, e eu me lembro bem quando você disse que queria casar em um mês, e já estamos quase completando um mês...

— Você está contando...

— Estou. – balanço a cabeça e ela sorrir.

Kate se senta na cama virando para mim.

— E o que você quer fazer sobre isso? Nós não podemos organizar um casamento em uma semana. Não dá.

— Na verdade, dá sim. Só basta ter dinheiro, e isso nós temos.

— O quê? – ela pergunta e logo solta uma risada. – Amor, você quer mesmo casar em uma semana?

— Quero.

— Quer?

— Claro que sim. Eu não falei anda antes porque estava esperando seus tios chegarem. Eu queria pedir sua mão ao seu tio...

— Você o quê? – ela pergunta com um sorriso no rosto e depois solta uma gargalhada gostosa que a faz jogar a cabeça para trás. – você não fez isso, Castle.

— Fiz. – Kate me olha sem acreditar. – era o certo a se fazer. Ele é o mais próximo de pai que você tem, então eu achei que deveria isso.

— Isso é tão anos oitenta.

— Eu sou um homem das antigas. – jogo os ombros e Kate rir, se aproximando de mim.

— Eu achei fofo, apesar de brega. Mas mesmo assim agradeço. – ela beija o canto da minha boca. – e quanto ao casamento... não é loucura casar em uma semana?

— Claro que não. Olha só... – me sento direito na cama. – nós vamos passar a virada do ano nos Hamptons, então a gente pode casar lá. Apenas nós, Alexis, minha mãe e seus tios.

— E nossos amigos?

— A gente chama também. – abro um sorriso. – vai ser perfeito amor, nós só precisamos estar lá.

— Eu tinha pensado mesmo em algo pequeno, apenas família e amigos mais próximos. – ela diz mordendo o lábio e pensando no assunto. – eu não tenho nem um vestido de noiva, Rick.

— Amor, você fica linda de qualquer jeito. – ela revira os olhos. – mas se você quiser eu posso dar algumas ligações e as lojas mandam alguns vestidos para você experimentar aqui.

— Você é tão rico assim?

— Um pouco. – me gabo e ela dá um tapa leve em meu braço. Eu rio e a seguro pela cintura, ficando bem próximo dela. – então?

— Ok. – diz com um sorriso enorme no rosto. – mas você vai mandar as lojas para meu apartamento, não quero que você veja nada.

— OK. Você quem manda.

Nós nos encaramos em silencio. O sorriso não saia dos nossos rostos. Nossos olhos brilhavam e as cores se misturavam. Nunca estive tão certo em minha vida. Eu quero essa mulher para mim e não quero esperar até o ano que vem.

— Nós vamos nos casar... – murmuro baixinho.

— Eu nem acredito nisso. – Kate segura meu rosto com suas mãos e me beija.

O beijo não demora muito, mas aproveito que tenho ela em meus braços e me deito na cama, mantendo Kate sempre próxima a mim. Acho que ela consegue ouvir as batidas aceleradas do meu coração. Esse era o passo mais importante em nossa relação e eu não poderia estar mais feliz.

— Amanhã mesmo eu mando o advogado cuidar da papelada. Quero me casar antes do réveillon.

— Você está muito apressado, sabia?

— Eu já quero isso a tanto tempo, que não quero esperar mais. E ano que vem parece tão distante...

Kate solta uma risada gostosa que só ela sabe dar.

— É daqui a oito dias, Castle. Não é tão distante assim.

— Mesmo assim... – a seguro firme em meus braços. – quero tornar nós dois oficial o mais rápido possível.

— Você é um dos poucos homens que insiste tanto em casar. – ela brinca.

— Eu sou especial, eu sei.

— E convencido também. – Kate inclina o rosto para me olhar. – mas eu te amo exatamente por você ser tão diferente dos outros.

Sorrio e acaricio seu rosto com meus dedos. Kate apenas fecha os olhos. Meu polegar migra carinhosamente até seus lábios, sentindo-os enquanto eu os desenhava. Como ela consegue ser tão perfeita? Ficaria aqui por horas admirando Kate, vendo o quanto ela é linda.

— Nós não vamos assinar nenhum tipo de acordo ou algo assim? – ela abre os olhos devagar.

— Como assim?

— Sei lá... você é rico. – ela encolhe os ombros. – eu sei que também tenho algum dinheiro, mas não como você. Achei que você quisesse...

— Para... – peço calmo. – eu não quero acordo, eu quero você. Dinheiro nunca foi importante para mim.

— Mas Castle...

— Kate, o plano é nós vivermos juntos até o ultimo dia de nossas vidas. Então de que serve esse acordo?

— Eu só pensei que... – ela para de falar.

— Pensou que eu quisesse proteger meus bens? – eu rio. – meu amor, o meu bem maior está aqui. É você e nossos filhos. Não importa o dinheiro, eu só quero vocês. – beijo sua testa. – agora deixa de falar bobagem, que eu vou dar boa noite a nossos filhos.

Tiro Kate dos meus braços e ela se deita confortável na cama. Desço meu corpo até finar na altura de sua barriga e levanto sua camisola preta e rendada. Incrivelmente provocante. Mas me concentro em olhar para a pele branca de sua barriga que já estava cada vez mais pontuda.

— Oi, pontinhos... – passo a mão em toda sua barriga carinhosamente. – amanhã todo mundo vai saber de vocês, e os dois vão ser os pontinhos mais amados e paparicados do mundo.

Ouço Kate sorrir e a olho. Ela já estava com os olhos marejados, assim como todas as outras noites. Desde que descobrimos que estávamos esperando gêmeos, eu conversei com os bebês todas as noites antes de dormir, e em todas as vezes Kate chorou.

— A mamãe já está chorando porque ela é bobinha... – brinco e Kate rir.

— Eu já disse que são os hormônios.

— E essa foi a primeira mentira que a mamãe contou para vocês. – Kate bate em meu braço e eu rio. – tudo bem, agora eu vou acalmar ela. Boa noite meus amores.

Dou dois beijos na barriga dela, um para cada um deles, e deito ao lado de Kate.

— Não diga aos meus filhos que eu estou mentindo para eles. – ela diz emburrada.

— Ok, eu não digo mais. – Kate revira os olhos e deita de lado, me dando as costas. – Vem cá amor... – toco seu braço, mas ela se desfaz do toque. E de repente eu escuto um fungado. – Kate você está chorando?

— Não. – sua voz era fina e baixa. Com certeza ela estava chorando.

— Amor, vem cá. – eu a puxo para perto e ela se vira para mim, sempre escondendo o rosto. – porque você está chorando?

— São os hormônios, não sou eu. – ela esconde o rosto em meu peito e eu não consigo segurar a risada. – você rir porque não entende como é ter um turbilhão de emoções e qualquer coisinha faz você chorar.

— Tudo bem, eu posso não entender, mas é engraçado você chorar do nada. – ela bate em meu peito e levanta o rosto molhado de lágrimas.

— Você vai ser um péssimo marido. – ela diz e deita a cabeça novamente.

— Um péssimo marido que te ama. – digo rindo e beijando seus cabelos. – agora deixa de choro e vamos dormir... amanhã temos um dia cheio e que você vai chorar horrores, eu aposto. – puxo a coberta para nos cobrir.

— Eu não vou chorar!

— Os hormônios vão chorar por você, já entendi. – zombo.

— Isso mesmo. Os hormônios, não eu. – ela diz como se aquilo fizesse algum sentido e se agarra em mim.

 

KATE

 

Mais uma vez eu estava sentada no chão do banheiro. Fazia um tempo que os enjoos matinais não aconteciam, mas hoje ele veio forte. Castle estava ao meu lado, meio acordado e meio dormindo. Insisti para ele ir para cama, mas disse que ficaria aqui comigo.

Me levanto apressada até o vaso e coloco tudo para fora. Podia apostar que não tinha mais nada para colocar para fora, mas ainda assim os enjoos vinham. Depois de alguns minutos eu me senti forte o suficiente para levantar e tomar um banho, e mesmo assim Castle não saiu do meu lado. Ele entrou no box comigo e fez questão de me dar banho.

Castle passou a esponja por todo o meu corpo sem nenhuma pretensão sexual, demorando mais na minha barriga. Ele sussurrou algo que eu não consegui escutar, era como esse fosse o primeiro segredo entre pai e filhos. Fechei os olhos e apenas senti seu carinho.

— Está melhor? – balanço a cabeça quando estou me deitando na cama novamente. Dessa vez com os cabelos presos num coque alto e vestida numa blusa folgada de Castle. – eu vou preparar alguma coisa para você comer, não pode ficar de estomago vazio.

Queria dizer que não precisava e que estava sem fome, mas apenas virei para o lado e fechei os olhos. Senti Castle sentado ao meu lado por mais um tempo, mas logo se levantou. Adormeci por um breve momento e senti a presença de alguém ao meu lado. Abri meus olhos e vi uma ruiva sonolenta deitada de lado me encarando.

— Bom dia, mamãe. – sua voz sai arrastada e eu sorrio.

— Bom dia, meu amor. – puxo Alexis para perto e ela se aconchega em meus braços. – dormiu bem? – ela apenas balança a cabeça. – está com fome? – ela balança a cabeça negativamente e eu sorrio. – o gato comeu sua língua ou isso é só preguiça de falar?

Faço cocegas nela e escuto sua risada.

— Não mamãe, eu já estou falando. – ela pede e eu paro de fazer cocegas.

Acaricio os cabelos ruivos e olho o rosto angelical da ruiva. Apenas com um “bom dia, mamãe” sonolento ela transformou o meu dia. Ela me fez sorrir e esquecer que há poucos minutos eu estava passando mal no chão do banheiro. Sentir seus braços envolvendo minha cintura e seus dedos fazendo um carinho leve, quase imperceptível, na minha barriga já me deixava bem disposta para levantar e deixar o dia da minha pequena completo.

Era nosso primeiro natal e eu quero me lembrar para sempre desse dia.

— Mãe, você está bem?

— Estou. Porque?

— Você está com a mesma cara de quando estava doente naquele dia...

— Eu estou bem meu amor. – beijo sua testa. – eu passo mal as vezes, mas é por causa da gravidez. – ela joga a cabeça para trás para me olhar.

— Meus irmãozinhos estão te deixando doente?

— Não. – respondo sorrindo. – toda mulher sente enjoos no começo, mas depois passa. Não precisa se preocupar, ok?

— Tudo bem. – ela deita a cabeça em meu peito, fechando os olhos novamente.

Ouço uma batida na porta e logo em seguia ela se abre. Não me movo pensando que é Castle, mas logo escuto a voz da minha tia.

— Olha só onde estão as duas preguiçosas. – ela se aproxima e eu me viro. – ainda estão deitadas?

— Estamos cansadas, né filha? – Alexis balança a cabeça.

— Mas está um dia lindo lá fora. – eu bato com a mão no espaço vazio que tinha ao meu lado e tia Thereza se aproxima para sentar.

— A gente pode dormir só um pouco mais, tia? – Alexis pergunta com a voz manhosa e meu coração se derrete ao vê-la se apegar tão facilmente a minha tia.

— Não senhora. Hoje nós vamos ao shopping comprar os presentes de natal.

— É verdade. – a menina se alerta e senta na cama. – eu vou me arrumar.

Alexis levanta correndo e sai do quarto. Não adianta muito pedir para ela não correr, a ruiva vivia correndo de um lado para o outro.

— Castle me disse que você estava passando mal. São os enjoos? – balanço a cabeça. – está melhor?

— Mais ou menos.

— Eu sei que sua médica já te disse isso, mas ficar de estomago vazio só piora os enjoos. Então porque não desce e come alguma coisa?

— Castle disse que ia trazer algo e... – paro para pensar um pouco. – isso já faz um tempo.

— Eu sei. Eu o ajudei a preparar um café da manhã deliciosa para a gente, então vamos descer?

Sou vencida pela insistência de minha tia. Saio debaixo das cobertas e me levanto. A mesa estava repleta de comida quando eu cheguei, não duvido que Castle tenha feito uma coisa ou outra, mas tenho certeza que tia Thereza fez a maior parte. Me sentei no meu lugar de sempre e Castle logo se aproximou.

— Antes que você me pergunte, eu estou bem.

— Mas eu não ia perguntar isso. – eu o encaro. – ta bom, eu ai. Mas é porque eu me preocupo com você.

— Eu estou bem Castle. Os enjoos diminuíram e voltaram. Daqui a pouco passa de vez.

— Isso não faz eu me preocupar menos com você.

— Eu sei, meu amor. – sorrio para tranquiliza-lo, mas não sei se funcionou.

— Onde está Alexis?

— Se arrumando. – digo e me sirvo um suco. – minha tia disse ontem que a levaria ao shopping para comprar presentes.

— Verdade. – ele diz pensativo. – você vai?

— Não. – Castle abre um sorriso que não escondia o quanto ele estava contente com minha resposta. – Já comprei todos os meus presentes. – completo.

— Hm... então eu vou ganhar presente?

— Talvez. – jogo os ombros. – se você perguntar se eu estou bem mais uma vez, não vai ganhar nada. – pisco para ele que rir começando a servir o seu café.

Meus tios logo se juntam a mesa e nosso dia começa cheio de conversas e risadas.

É bom ter a família toda reunida.

 

♦♦♦

 

Castle sempre me disse que amava natal. Amava o clima, a neve que caia em Nova Iorque, amava o espirito natalino que as pessoas tinham todos os anos. Mas a cima de tudo, ele ama a de coração de natal. Logo que meus tios saíram com Alexis para o shopping, as pessoas que organizariam o jantar e a decoração chegaram.

Nós tínhamos apenas uma arvore montada por nós três alguns dias atrás, mas agora a casa estava repleta de luzes piscantes, guirlandas, estatuas gigantes dos três reis magos e um presépio improvisado no meio da sala. Fiquei assustando quando desci e vi tudo aquilo, não imaginei que sua adoração por essa época do ano fosse tão grande assim. Mas o sorriso infantil que ele me deu fez tudo parecer bem.

Não me importava a quantidade de enfeites ou se nós teríamos espaço suficiente para nos mover dentro de casa. Só o que me importava agora era o sorriso no rosto do meu amor, e o quanto ele está feliz com tudo isso. Castle é realmente um homem com alma de criança.

— Gostou? - ele se aproxima.

— Isso é... – olho tudo em volta e não vejo mais os moveis da casa. – UAU.

— Eu sempre gostei do natal, principalmente da decoração. Esse ano não podia ser diferente. – ele fala orgulhoso do que conseguiu produzir. – a decoradora fez tudo, mas eu ajudei e dei algumas ideias de como eu gosto.

— É, esse exagero de enfeites só pode ter sido ideia usa mesmo. – zombo e ele faz uma careta olhando o lugar.

— Eu exagerei de novo?

— Não. – sorrio. – está perfeito e do seu jeito. Eu amei.

— Que bom. – ele segura minha cintura e beija o canto de minha boca.

— NOSSAAAA. – ouço a voz infantil de Alexis atrás de mim e me viro, vendo a menina completamente encantada com tudo. – está chovendo natal em minha casa. – ela brinca e nós rimos. – você fez tudo isso, pai?

— Foi, gostou?

— Eu adorei. – ela anda pelo lugar, admirando cada detalhe.

Minha tia entra em casa carregando várias sacolas, e meu tio logo atrás, carregando duas vezes mais de sacolas.

— Meus Deus, vocês compraram o shopping inteiro?

— Quase. – meu tio coloca as sacolas no chão e me olha com um olhar sofrido. – elas me fizeram pagar todos os meus pecados.

Minha tia rir e revira os olhos.

— Eu adoro fazer compras, principalmente no natal. E a Alexis não é diferente. – ela olha a ruiva. – nós nos divertimos bastante, não é?

A ruiva se aproxima contente balançando a cabeça.

— Nós almoçamos um hambúrguer gigante com batata fritas e milk shake. Foi o melhor dia da minha vida.

Eu encaro minha tia, que tinha um olhar culpado.

— Alexis, era segredo. – meu tio sussurra para a menina.

Castle e eu nos olhamos e caímos na risada. Eles não sabiam o quanto Alexis era péssima com segredos, principalmente um segredo desses.

— Ok, vocês precisam saber de uma coisa importante. – Castle começa. – Alexis é péssima com segredos. – ele olha para a menina que sorrir culpada. – e outra, porque não trouxe um hambúrguer gigante para mim também?

— Desculpa, papai. Mas se você quiser amanhã nós podemos ir lá de novo e comer outro, vai muito legal.

Eles riem e eu reviro os olhos.

— Você está muito esperta mocinha. – puxo Alexis para meus braços e a encho de beijos. – porque nós não subimos para tomar banho e nos arrumar? Já está anoitecendo e daqui a pouco os convidados chegam.

— É uma ótima ideia. – meu tio diz pegando algumas sacolas e indo em direção a arvore. – tudo o que eu preciso agora é de um banho para descer e tomar meu whisky.

— Ah, não. Não vou deixar o tio da minha mulher com vontade de tomar whisky. – Castle se prontifica e chama meu tio com as mãos. – vamos até meus escritório, tenho uma bebida que você adorar. Depois você pode subir e se arrumar.

Enquanto os homens da casa vão tomar sua bebida, nós subimos para o andar de cima. Alexis não parava de falar o quanto tinha sido legal passar o dia no shopping com meus tios e dos presentes que ganhou. Esse definitivamente era o seu melhor natal só pelo número de presentes que ganhou dos meus tios, sem falar no meus, no de Castle e no do papai Noel.

Já minha tia tinha um sorriso no rosto enquanto olhava a menina. O mesmo sorriso bobo e apaixonado de quando eu conheci Alexis. Era fácil se apegar a ruiva. Alexis é a criança mais brincalhona, carinhosa e fofa que eu já conheci. Depois de deixar a ruiva tomando banho e separar sua roupa em cima da cama, eu vou até meu quarto tomar um banho rápido antes de voltar e fazer o penteado que ela tanto queria nos cabelos.

Esse será o natal mais completo que eu tenho desde que meus pais se foram.

Hoje eu tenho minha família, e vou agradecer a isso durante essa noite.

Por minha família.

Por estar realizando meu sonho.

Por conseguir ser forte e em poucos meses segurar meus filhos nos braços.

Por ter encontrado o amor da minha vida.

Por ter conhecido uma criança tão especial quanto Alexis e por tê-la como filha.

Por ser feliz. Por ter saúde.

Enfim... por tudo.


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Notas finais do capítulo

até já ♥



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