I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 75
Capítulo 75 — Agora você vai morar lá em casa, mãe?


Notas iniciais do capítulo

Sou dessas que demora mas sempre volta!! rs


"Esse cap lembro mto qdo eu descobri que tava gravida ... E de gêmeos.... Tmb senti medo.... Mas foi tao emocionante escuta dois corações batendo.... Nossa chorei tanto... E com esse cap td isso veio a tona.... Não teve como não me emociona nessa parte" Luana Lima SKKB

"Chorei que nem uma criança lendo." AnaPaula

Esses foram apenas dois dos comentários lindos que fizeram no cap anterior. Voces nao sabem o quanto eu fiquei feliz ao ler isso. Gente, esse é o melhor pagamento do mundo. Espero que eu consiga continuar passando essa emoção para vocês. Obrigação por tudo ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/700343/chapter/75

CASTLE.

Alexis estava distraída com as amigas quando cheguei em sua escola. Tinha esquecido completamente que hoje ela seria uma das líderes de torcida do time de futebol da sua escola. Ela estava linda com aquela roupa. Sorrio ao pensar em Kate preparando a menina para esse dia. Ela estava ansiosa para torcer por seus colegas e deve ter deixado a Kate louca.

Ia me aproximar da menina quando eu vi o garoto loiro que me tira do sério se aproximar dela exibindo o troféu em suas mãos. Pelo visto o time dele tinha ganhado em primeiro lugar no torneio. Eles se abraçam timidamente e o garoto beija o rosto da minha filha. Eu bufo impaciente revirando os olhos. Ainda não aceitei essa história de que agora eles eram namorando. São duas crianças! Elas não namoram. No máximo brincam juntos, e eu não queria que eles brincassem juntos.

Ameacei tirar Alexis da escola, mas eu não pude contra Kate e minha mãe juntas no time do garoto loiro que pelo visto encantava todo mundo. Menos eu. Tive que aceitar minha derrota, mas estou apenas esperando o momento certo para ter uma conversa séria com esse garoto. No fundo eu torço para que esse pontinho que Kate espera seja um menino, assim eu teria um aliado quando Alexis fosse maior e nós dois podemos assustar os futuros namorados dela.

— Alexis. – chamo de longe e a menina se vira abrindo um sorriso.

— Papai. – ela corre em minha direção e me abraça forte, chocando nossos corpos. – eu estava morrendo de saudade. Morrendo, morrendo, morrendo. – ela diz beijando todo o meu rosto.

— Eu também estava morrendo de saudade, meu amor. – eu rio e a encaro quando ela finalmente para. – você está linda de líder de torcida, como foi?

— Foi bom, nós ganhamos. – ela vibra e meu sorriso só aumenta. Ela amaria a novidade.

— Torceu muito?

— Muito. – ela diz animada. – você quer que eu repita os passos para você?

— Sim, mas não agora porque a Kate está nos esperando para almoçar.

— Tudo bem, eu vou me despedir das minhas amigas. – ela diz e sai correndo de volta onde suas amigas estavam sem me dar tempo de falar nada.

Pego o celular no meu bolso e digito uma mensagem para Kate avisando que já estávamos saindo da escola. Fiquei surpreso quando ela me beijou no estacionamento, mas aquilo era tudo o que eu mais queria. Sentir seus lábios nos meus e, principalmente, sentir que ainda erámos nós, fez meu coração se acalmar. Eu não aguentaria se nossa relação acabasse mais uma vez. Kate me responde com um coração e eu sorrio. Ela sempre respondia assim quando estava ocupada demais para digitar. Eu tinha que pensar em uma forma de faze-la parar de trabalhar, pelo menos até o pontinho nascer. Kate precisa descansar e eu sei o quanto a obra a deixa estressada.

Senhor Castle.— escuto a voz de uma garoto e me viro vendo David parado ao meu lado.

— Olá David.

— Como o senhor está? – o garoto estende a mão em minha direção e eu o cumprimento.

— Bem, e você?

— Também. – ele coloca as duas mãos para trás e respira fundo. – eu gostaria de falar com o senhor um segundo.

— Sobre? – ergo minhas sobrancelhas. O garoto estava sério e o assunto era importante para ele.

— Sobre a Alexis. – ele é direto. – eu gosto dela.

Assim que ele fala seus ombros caem. Eram como se tirassem um peso enorme de cima dela. Ele suspira e rir um pouco, murmurando para si mesmo baixinho: eu tive coragem. Ele era corajoso em vir falar comigo sozinho, tenho que admitir, ainda mais para dizer que gosta da minha filha.

— Você gosta dela? – ele balança a cabeça.

— E eu quero pedir sua permissão para namorar com ela.

— Não. – respondo rápido e a feição confiante do menino se desfaz.

— Mas eu gosto dela, senhor Castle.

— Vocês são duas crianças, e crianças não namoram.

— Namoram sim! – ele rebate firme. Seria difícil convencer que eles não namorariam. – o meu pai falou que se eu gostasse da Alexis eu tinha que pedir ao senhor, e é isso que eu estou fazendo.

— E eu posso saber o que você pretende com essa história de namoro? – cerro meus olhos em sua direção.

— Quero convida-la para ir ao cinema comigo.

— Cinema? Com você? Nem morto. – eu rio e o menino não entende.

— Mas é meu aniversário e nós vamos comemorar no cinema. Vai ser só eu, minha irmã e meus pais. Quero a Alexis comigo, ela é minha namorada.

— E o que vai acontecer nesse cinema?

— Nós vamos assistir filme? – ele diz como se fosse obvio. Reviro os olhos.

— E você não vai querer segurar a mão dela ou beija-la?

— Beijar? Nãaao. – ele faz careta. – Isso é nojento! Eu não vou beijar ninguém.

— Não? – olho para o menino sem entender e logo me vem uma ideia. – ainda bem, porque beijar é muito ruim. Duas pessoas trocando saliva, eca.

— O senhor não beija a mãe da Alexis?

— Eu? É claro que não. – faço uma careta também e ele rir.

— O senhor é divertido.

— Eu sou sim. – digo convencido e vejo Alexis se aproximando. Ela para ao meu lado e passa seu olhar entre David e eu. – está pronta para ir?

— Sim. – ela se vira para o garoto. – tchau, David. – ela diz timidamente dando com a mão;

— Alexis seu pai deixou você ir ao cinema comigo. – o menino diz alegre e eu vejo o sorriso no rosto da minha filha surgir. Ela gostava mesmo dele.

— Sério? – eu balanço a cabeça e ela abraça minha cintura. – você é o melhor, pai.

Não posso mentir, nesse momento eu seria capaz até de deixar minha filha namorar com esse pivete só para manter o sorriso lindo em seu rosto.

— Então até sexta, Alexis. – o loiro diz e abraça a menina.

— Opa, opa, opa. – afasto os dois. – para essa história de namoro funcionar comigo tem algumas regras. – os dois me olham curiosos. – nada de abraços, beijos ou mãos dadas.

— Mas os namorados andam de mãos dadas. – Alexis protesta.

— Filha, você não está tornando isso mais fácil.

— Se nós não podemos andar de mãos dadas, então o que podemos fazer? – o loiro pergunta.

— Vocês se cumprimentam com as mãos, assim. – mostro como se faz apertando a mão do menino. – e depois vocês ficam lado a lado. – nada de ficar segurando a mão um do outro por mais de cinco segundos.

— É legal Alexis. – o loiro explica e eu estava começando a gostar dele.

— Filha, se despeça do David porque temos que ir. – ela balança a cabeça e abre os braços para abraçar o menino.

— Uhum. – chamo a atenção deles e David estica a mão.

— Até sexta, Alexis.

— Até sexta. – a menina é mais rápida e dá um beijo no rosto dele. Antes que eu possa dizer alguma coisa ela já está correndo em direção a saída.

Encaro o loiro que estava parado na minha frente.

— Eu não fiz nada. – ele dar os ombros e sai.

Eu estou ferrado. Se Alexis é assim agora, imagina na adolescência?!

 

♦♦♦

 

— Pai, você viu a mamãe? – Alexis pergunta sentada ao meu lado, no banco do carona.

— Sim, porque?

— Porque ela estava estranha hoje de manhã.

— Estranha como? – eu a olho por um segundo enquanto dirijo. – estava sentindo alguma coisa? Ela passou mal?

— Não. Mas ela estava triste... vocês brigaram?

— Não, nós estamos bem. – sorrio para ela. Paro o carro no meio fio e me viro para Alexis. – eu e a Kate temos uma novidade para você.

— O quê? – ela se anima.

 — É surpresa...

— Nós vamos ter pizza no almoço? – ela tenta e eu rio.

— Vai sonhando.

— É de comer? – balanço a cabeça. – é uma viagem?

— Nós só somos viajar nas férias, já conversamos sobre isso.

— Então me conta pai. – ela pede saindo do carro. – é um irmão?

Como ela sabia? Suspiro sorrindo e me aproximo, a puxando para sentar no degrau de uma casa poucos metros perto da clínica.

— Olha só... eu sei que a sua mãe quer contar para você de uma maneira diferente e com certeza que fazer uma surpresa, mas eu preciso conversar com você...

— Vocês não terminaram de novo, né?

— Não. – respondo rápido. – a Kate... – começo e involuntariamente um sorriso surge em meu rosto. – a sua mãe está grávida. Ela está esperando um irmãozinho seu...

— Eu não acredito! – a menina praticamente grita e eu tento controla-la.

— Calma, isso é segredo ainda... quase ninguém sabe. Mas a sua mãe vai precisa de cuidados, e eu quero que você prometa que vai me ajudar a cuidar dela.

— Ela está doente? – sua expressão muda de animada para preocupada.

— Não, mas vão ser meses difíceis, e ela precisa do nosso cuidado, carinho e, principalmente, do nosso amor. Você promete me ajudar?

— Prometo. – ela volta a abrir um sorriso. – Eu vou ter um irmãozinho. – ela me abraça forte. – eu sempre quis... mas a minha mãe dizia que nunca mais iria ter um filho.

— Ainda bem. – penso alto.

— A barriga dela já cresceu? Já está bem grandona assim... – a menina coloca as duas mãos na frente do corpo imitando uma barriga de gravida e eu rio.

— Não, ainda não. Sua mãe está esperando um pontinho.

— Pontinho? – ela me olha sem entender e eu rio.

— Hoje nós vimos o bebê, e ele era tão pequeno que parecia um pontinho assim... – faço um gesto com os dedos mostrando o quão pequeno o bebê era.

— Mas ele vai crescer?

— Ah, vai. – sorrio. – você gostou da novidade? – ela balança a cabeça. – então vamos combinar uma coisa... quando sua mãe for contar a novidade você tem que fingir surpresa, ok?

— Ok. Mas vamos eu quero ver a minha mãe.

Alexis segura minha mão e me puxa em direção a clínica.

 

KATE.

 

Tudo estava um caos. O Hospital seria construído no terreno ao lado da clínica, que também me pertencia, mas eu nunca quis construir nada nele. A clínica estava atendendo apenas emergências, já que algumas salas foram fechadas. Atualmente eu divido minha sala com Lanie, já que a dela foi ocupada por engenheiros e arquitetos que estão na equipe de construção.

Assim que eu cheguei na clínica Lanie me seguiu até nossa sala e não me perguntou nada até estarmos seguras de portas fechadas.

— Então?

— Você contou a ele. – finjo está brava.

— Contei, ele apareceu? Porque quando eu desliguei o telefone eu mandei uma mensagem bem malcriada, mas ele não me respondeu.

— Ele estava lá quando eu entrei no consultório. – sorrio. – a propósito, obrigada por ter contado. Foi maravilhoso ter ele ao meu lado.

— Não precisa me agradecer. Eu sempre vou ser seu lado racional quando você insiste em ser orgulhosa. – ela pisca e eu rio. – vocês conversaram?

— Não exatamente. – me sento em minha cadeira e respiro fundo. – ele está vindo me buscar para almoçar.

— Então está tudo bem. – ela conclui e eu dou um leve sorriso.

— Não, mas vai ficar.

— Claro que vai. Vocês vão ter um bebê. – ela diz animada e isso me faz sorrir abertamente. – eu tenho que ir agora, mas depois eu quero saber detalhes dessa consulta.

— Pode deixar. – faço um sinal de continência e vejo ela sair da sala.

Deito a cabeça no encosto da cadeira e observo o lugar. Por mais que eu não gostasse, eu tinha que me acostumar com a ideia de me afastar daqui por um tempo. Ou pelo menos diminuir o meu ritmo. Minha prioridade agora será o meu filho.

Mamãaaae.— como um pequeno furacão, Alexis entra na sala e corre em minha direção. Mal tenho tempo de me endireitar e abrir meus braços e ela já está em cima de mim. Um abraço forte e apertado como se não nos víssemos a semanas.

— Meu deus, isso tudo é saudade? Nós nos vimos hoje de manhã. – eu rio e me afasto para ver a menina. – como foi na escola?

— O papai me disse que você está esperando um pontinho. – ela é direta e meus olhos se arregalam.

Eu ainda não tinha pensado numa forma de contar que estava grávida a menina, mas pela sua reação, ela gostou da ideia. Pontinho? Olho para Castle e vejo seu sorriso morrer ao mesmo tempo que uma expressão assustada surge em seu rosto.

— Pensei que nós contaríamos juntos... – murmuro.

— Ela adivinhou. Além disso, ela prometeu fingir surpresa. – ele cerra os olhos para a filha fingindo estar bravo.

— Desculpe, pai. – ela sorrir sapeca e eu tenho vontade de aperta-la.

— Tudo bem, não importa. – me manifesto encarando a menina com o maior sorriso que eu consigo dar. – gostou da novidade?

— Sim. – ela praticamente pula em meus braços novamente. – eu posso ver sua barriga? Ela já está crescendo? O meu pai disse que vai ficar enorme. – ela fala sem parar e eu rio.

— Eu não disse que ia ficar enorme, eu só disse que ia crescer. – Castle se justifica.

— Aprendi a ler nas entrelinhas. – a menina diz olhando rapidamente para o pai e eu não consigo conter a risada. Ela aprendia tudo o que Castle lhe ensinava, mas quando usava seus aprendizados com ele, ele não gostava de nenhum pouco. – mãe?

Alexis aponta para minha barriga.

— Tudo bem... – começo a abrir os botões de baixo de minha blusa. – mas está pequena ainda, não dá para perceber.

Eu me levanto e afasto um pouco a blusa para a menina ver. Alexis sorrir e toca levemente minha barriga. Eu olho para baixo e vejo que, desse ângulo, já dava para notar uma pequena diferença. Ele já estava crescendo.

— Oi, pontinho. – a menina sussurra próximo a minha barriga e olho para Castle.

Ele ainda estava parado no meio da sala nos observando. Seus olhos brilhantes estavam cheios de lágrimas. Apesar de ter me visto trocar de roupa no consultório, aposto que ele não reparou nesse pequeno detalhe. Castle me encara e abre ainda mais o sorriso.

— Será que vai ser uma menina? – volto minha atenção para Alexis.

— Ainda é cedo para saber, meu amor. – acaricio seu rosto.

— Vai ser um menino. – Castle diz confiante. – a casa já é cheia de mulheres, precisamos de um menino para me fazer companhia.

Eu rio e reviro os olhos. Castle sempre teve essa fixação em ter um menino para igualar as coisas. Se viesse uma menina eu escutaria seus resmungos pelo resto da vida. Alexis me abraça pela cintura e cola sua cabeça em minha barriga.

— Quando eu vou poder ver o pontinho também?

— Ok, porque vocês estão chamando o meu filho de pontinho?

— Porque o papai disso que ele era pequeninho assim. – ela estreita os dedos. – quase um pontinho.

Sim, aquilo era a cara do Castle. Eu sorrio e fechos botões de minha blusa. Alexis toma conta da minha cadeira e começa a abrir os jogos que ela tinha no meu computador. Apesar de estar adorando ter a minha filha aqui, eu e Castle precisávamos conversar. Liguei para Lanie vir até a sala e pedi para que ela levasse Alexis para a próxima consulta que ela tinha, a menina resmungou dizendo que queria ficar conosco, mas Lanie prometeu que a deixaria ser sua assistente e logo a ruiva se animou.

Assim que as duas saíram eu e Castle nos encaramos.

— Pontinho? – pergunto segurando o riso enquanto me sento.                                                

— Ah, Kate, você sabe que ele parece um pontinho. Quando ele estiver maior a gente pode chamar ele de outra coisa. – eu sorrio e vejo ele se aproximar, sentando parcialmente sobre a minha mesa me encarando. – só fala alguma coisa quando eu terminar, ok?

Ele diz com a voz mais suave. Balanço minha cabeça e Castle começa.

— Tudo o que eu sempre quis com você foi uma família. Eu sempre fui aberto com você. Sempre entendi o seu problema para engravidar e isso nunca foi um obstáculo para o que eu queria. Tinha várias outras formas de fazermos isso... adoção, barriga de aluguel... nenhuma delas colocaria você em risco. Nenhuma delas tiraria você de mim. Não pense que eu não quero esse filho, por que eu quero. Eu já o amo. Ele é uma benção, um milagre, um sonho... ele é todas essas coisas juntas, mas ele também pode ser a minha ruína, Kate. Eu nunca gostei da ideia de você engravidar porque eu entendia os riscos que isso era para você, e eu não aguentaria te perder. Eu nunca quis uma família cheia de filhos sem ter você para me ajudar. Então quando eu vi aquele teste no banheiro eu imaginei milhares de coisas. As piores coisas. Que novamente eu estava sendo deixado de fora... que novamente eu seria culpado se algo te acontecesse... você sabe o quanto me doeu saber que a Gina escondia as coisas de mim, mas fez a mesma coisa comigo. Eu sei, eu entendo que você não queria me contar antes de ter certeza, mas isso doeu, sabe? Eu tive e tenho medo de te perder. A minha reação não foi a das melhores, eu te deixei pensando coisas que não deveria, mas isso tudo foi medo. Medo de perder vocês dois. – ele aponta para mim. Nos encaramos em silencio mais uma vez. – por favor diz alguma coisa.

— Você pensou que eu também podia estar com medo? – minha voz falha no fim e eu deixo algumas lágrimas caírem. – eu estou com medo desde o primeiro dia que eu passei mal. Desde a primeira desconfiança. Sabe porque eu demorei tanto para comprar uma porcaria de teste de farmácia? Porque estava com medo. E se fosse verdade? E se eu estivesse mesmo grávida? Eu não interromperia essa gravidez nem que isso custasse a minha vida.

— Eu nunca te pediria isso, Kate.

— Eu sei! – respiro fundo. – mas a questão é que eu também estava com medo. Medo de descobrir a verdade e depois de te contar. Eu sabia que você não reagiria bem, mas foi além do que eu imaginava. Tudo o que eu queria era um abraço e ouvir você dizer que nós ficaríamos bem, mas tudo o que eu escutei foi um “preciso de um tempo”. Você fugiu disso, Castle. Assim como fugiu quando eu te contei sobre o Will. Você sempre precisa de um tempo, mas nós não temos mais tempo.

— Eu não fugi, eu estou aqui. Eu sempre vou estar aqui.

— Então me mostra. – peço. – me mostra porque eu sinceramente estou com medo de que a qualquer momento você vá pedir um tempo de novo. Se, que Deus me livre, eu vier a perder esse bebê, eu preciso saber que você vai estar comigo e não vai precisar se distancia para lidar com sua dor. Você pode contar comigo até quando estivermos brigados. Eu vou estar sempre aqui para você e quero que você esteja aqui por mim também.

— Você não confia em mim?

— Confio! Óbvio que confio. – respiro fundo. – eu te amo Castle. Não existe pessoa que eu confie mais do que você, mas eu estou com um pé atrás com a nossa relação, não posso mentir.

— Eu vou fazer de tudo para você confiar completamente em mim. Eu vou provar todos os dias que eu estou aqui para sempre. Mesmo quando eu parecer distante, eu vou estar aqui por você e por nossos filhos. – sua voz sai embargada e isso parte meu coração.

— Vem cá. – me levanto abrindo os braços e o puxando para um abraço apertado.

Castle envolve minha cintura com seus braços lardos e coloca o rosto em meu pescoço. A respiração quente dele me acalma. Era bom poder tê-lo por perto. Senti falta do seu abraço e do seu cheiro. Acaricio seus cabelos e sinto quando seus ombros relaxam.

— Eu te amo, Rick... amo muito. – murmuro em seu ouvido. – o medo que você tem de me perder eu também sinto. Eu não quero perder você, Rick.

— Você não vai me perder. – ele diz firme e se afasta para me olhar. – você nunca vai me perder.

— Então não se afasta e nem se fecha no seu mundo.

— Eu não vou... me perdoa. – ele cola nossas costas e eu fecho os olhos.

— Eu te amo. – murmuro antes de beija-lo.

  Beijei sua boca devagar, sem pressa, sentindo o melhor gosto do mundo se misturar com o meu. Nossas línguas duelavam delicadamente e eu sabia que naquela guerra ele venceria. Ele sempre vence.

 

♦♦♦

 

Ficar com eles era a melhor coisa. Agora nós estávamos mais completos, tinha um pequeno pontinho, como Castle o chama, crescendo dentro de mim. Nós somos quatro. Eu, Castle e nossos dois filhos. Nossa, como era bom pensar assim. Quando a minha ficha finalmente cair e eu me der conta que eu tenho a minha família, como eu sempre quis, eu não sei se eu vou conseguir me conter. Não, com certeza eu vou chorar.

Escuto uma risada gostosa vindo do meu lado e sorrio olhando Castle brincar com Alexis. A menina já tinha a boca toda melada de sorvete. Castle fez questão de comprar o maior e o mais completo sorvete que estava disponível no cardápio. Exagerado, como sempre, mas os dois acabaram com tudo rapidinho.

— Posso perguntar uma coisa? – a ruiva pergunta depois de colocar mais uma colher cheia na boca.

— Claro que sim. – respondo e sinto o braço de Castle rodear meus ombros. Nós tínhamos acabado de almoçar. Alexis se lambuzava sentada a nossa frente. – cuidado na roupa..

Tento, mas já era tarde. Sua roupa de líder de torcida estava mais suja do que quando ela voltou da escola, mas ela parecia não ligar.

— Agora que eu vou ter um irmãozinho...

— O pontinho. – Castle a interrompe e eu reviro os olhos. Ele tinha que acabar essa mania de chamar nosso filho de pontinho.

— Isso, o pontinho. – a menina diz rindo. – agora você vai morar lá em casa, mãe?

Sim.

— Não. – Castle e eu respondemos juntos e eu o encaro.

— Sim? – eu pergunto.

— Sim. – ele diz firme. – porque está tão surpresa? – ele rir nervoso.

— Nada, é só que... você não falou nada antes.

— E você achou que nós íamos ter um filho e cada um ia ficar na sua casa? Kate eu quero os dois comigo. Perto de mim. Aliás, você só vai voltar para casa para pegar o restante de suas coisas. – ele diz e eu rio.

— Ok, eu ainda não ouvi um pedido, você ouviu? – encaro Alexis que tinha um sorriso no rosto e ela balança a cabeça.

— Você precisa pedir, papai. Igual nos filmes. – eu balanço a cabeça e o encaro.

Castle se ajeita na cadeira e se vira para mim, segurando minha mão.

— Katherine Beckett... – ele começa. – você quer dividir uma cama comigo para o resto da vida? Não só a cama, mas o quarto inteiro, o banheiro, o armário... tudo. Eu quero que você venha morar comigo e tenha todas as suas roupas na nossa casa. Quero que você traga tudo o que for importante e nós podemos criar um ambiente só nosso. Então... você quer morar comigo? Que dividir o resto de seus dias comigo?

Sorrio e abaixo meu olhar. Não queria que ele visse meus olhos quase transbordando, mas pela sua risada ele já notou. Castle me puxa para um abraço e eu escondo meu rosto em seu pescoço. Porque esses hormônios tinham que me deixar assim?

— A mamãe está chorando. – Alexis diz e logo eu sinto seus braços me rodearem.

— É claro que eu aceito... – murmuro e beijo seu pescoço. – é o que eu mais quero. – eu o encaro e sorrio. Seguro a mãozinha da minha ruiva e a puxo para meu colo. – eu não quero sair de perto de vocês nunca mais...

— Você não vai, mamãe. – a menina me abraça como se entendesse perfeitamente os meus sentimentos. E quer saber? Ela entende.— agora eu posso ir brincar?

Eu rio e beijo seu rosto.

— Claro, meu amor... – dou outro beijo nela e a vejo sair correndo para a área reservado apenas para as crianças. Nós escolhemos uma mesa próximo aos brinquedos porque sabíamos que ela acabaria indo para lá. – Então... – volto a minha atenção para o belo homem ao meu lado. – agora nós vamos morar juntos...

— Sim. – ele abre um sorriso. – eu estive pensando em algumas coisas que a gente precisa fazer, mas depois conversamos sobre isso. Agora eu quero muito fazer uma coisa que você odeia em público, mas que eu vou ter que fazer.

— O quê? – franzo a testa.

— Isso. – ele segura minha nuca e me puxa para um beijo.

Nossas bocas se reconheciam mesmo à distância. O beijo ardente me fez esquecer de onde estávamos. Corri minhas mãos até seus cabelos e me perdi ali, o puxando cada vez mais para perto. Tentava retribuir a intensidade do beijo que recebia, mas Castle buscava minha boca incansavelmente. Nossas línguas se conectavam e faziam meu corpo inteiro tremer.

Uma noite longe um do outro e tudo o que tínhamos era saudade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Can't Love You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.