I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá!!
Para quem estava esperando o próximo cap apenas sexta, aqui estou eu com essa surpresa!!
Eu tive uma pequena folga e deu para editar esse cap, e como eu sei que vocês estavam ansiosas para lê-lo, aqui está.

Quero agradecer cada comentário, fiquei muito feliz. E teve um deles que me chamou a atenção, e provavelmente é a pessoa que mais entende o Rick nessa história.
"Eu sei o que é perder quem se ama de verdade, se é amor de verdade, é impossível esquecer !! Vamos torcer para que o Rick tivesse apenas uma paixão pela Gina, e que veja que há tempo para recomeçar, eu acredito que só se ama uma vez !! quem sabe a kate esta despertando sentimentos que ele nunca sentiu, sim porque atração nao é dificil de se sentir, mas quando vem algo especial é diferente ! Doi muito perder o amor, é uma dor que náo passa..."

É exatamente do que se trata a fic, amor, atração, desejo, paixão, perdas e ganhos. amor e paixão não são a mesma coisa. Agora, se o Rick vai saber diferenciar isso, já é outra história...

Bom, espero que curtam o cap, no fim de semana tem mais.

Beijão, boa leitura :)



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— Oi, que bom que veio. – Entrego a caneca de cerveja que peguei para ele.

Me surpreendi ao vê-lo aqui. Ele foi bastante duro quando disse que não viria, e vê-lo aqui, com uma roupa nada formal e um pequeno sorriso nos lábios, foi mais surpreendente do que se pode imaginar. Jenny me disse que ele passou o dia trancado dentro de um dos quartos da casa principal, não quis falar com ninguém e não deu um sinal de vida. Eu estranhei, mas pensei que depois da pequena discussão que tivemos ele precisasse ficar sozinho.

Mas agora ele estava aqui, e me olhava de um jeito diferente. Ele parecia diferente, e não é só porque não estava usando aquelas roupas que não combinavam em nada com o clima da cidade. Ele parecia mais leve, e não tinha aquela cara séria e preocupada que eu via todos os dias. Agora ele parecia um homem jovem curtindo uma sexta à noite num bar com os amigos. Mas no caso, só tem uma amiga, eu.

Seremos apenas eu e ele essa noite. Eu até gosto de passar mais tempo com ele, o Senhor Castle é interessante. E esse é um grande momento para os meninos, normalmente eles cantam em festas particulares, mas nunca cantaram em um bar como esse. E com certeza eles ficarão felizes em saber que o patrão deles os apoia também.

— Você disse que eu deveria vir. – Ele diz pegando a caneca de cerveja das minhas mãos.

— É, mas não pensei que viesse. – O sorriso não sai do meu rosto.

Não sei se é felicidade pelos os meninos estarem finalmente indo bem na carreira deles, ou se é porque o Senhor Castle apareceu aqui. Mas eu estou feliz, seja lá qual for o motivo.

— Espero que eles não tenham cantado ainda.

— Não. Atrasou um pouco, mas já vai começar. – dou um gole na minha cerveja. De repente aqui ficou quente demais. – vamos sentar, vagou uma mesa ali.

Ele olha para mesa que eu aponto e depois volta seu olhar para mim, concordando e dando a mão para que eu vá na frente. Cavalheiro, eu gosto disso. A mesa não é das melhores. É no canto do bar, quase escuro. Mas era a única disponível no momento. Tivemos sorte, mesa aqui não demora muito para ser ocupada.

O sofá em volta da mesa cabe três pessoas, no máximo quatro se apertássemos um pouco. Mas só tinha nós dois, então ficaríamos bem, e eu não entraria no seu espaço de novo. Sei que ele ficou chateado com o que eu falei com a briga. Eu não o conheço, é verdade, mas eu quero ajudar.

Nas caixas de som saiam as músicas do DJ que tocava ali, as pessoas animadas dançando, bebendo e sorrindo, mas entre nós o silencio era desconfortável. Isso já começava a me incomodar, não gosto de ficar assim, e eu sei que o que pesa mais entre nós é nossa discussão, que ainda não foi esquecida por nenhum de nós.

— Desculpa. – Falo olhando para ele de lado, enquanto minhas mãos prendiam a caneca de cerveja gelada entre elas.

— Pelo o que? – Ele pergunta como se não soubesse do que eu estou falando. Mas ele sabe.

— Pelas coisas que eu disse. Eu não deveria ter dito nada. – Sento um pouco de lado para olhar bem para ele. Nós até que estávamos próximos, mas a iluminação do local e a música alta não ajudavam muito. – Eu só pensei que talvez, sei lá... talvez eu pudesse ajudar. Eu sou uma boa amiga. – sorri, tentando amenizar o clima, e torcendo para que isso não vire outra briga.

— Ninguém pode me ajudar, Beckett. – Ele fala triste e baixa o olhar. Isso parte meu coração.

Só de imaginar o que ele pode ter sofrido para o deixar com o coração fechado para o amor, me deita de coração apertado.

— Kate. – o corrijo e ele me olha. – Me chama de Kate.

Ele me lança um sorriso fraco no canto da boca. Eu nunca vi alguém tão charmoso quanto ele. Eu sei que vou me arrepender se eu continuar me encantando com qualquer detalhe dele, mas eu não ligo. Eu não consigo evitar o desejo de querer descobrir mais e mais sobre ele.

— Tudo bem, Kate. Mas ninguém pode me ajudar. – Ele baixa o olhar novamente.

O pequeno sorriso que ele exibia em seu rosto agora a pouco não existe mais.

— Quem sabe se você se abrir comigo. – tento, falando com a voz mais macia que existia dentro de mim.

— Não quero. – Ele fala olhando fixamente para seus dedos brincando entre si em cima da mesa, enquanto seus lábios fazem um movimento triste. – Não agora. – Ele me olha, e mesmo no escuro, eu posso ver a dor nos seus olhos.

Eu apenas concordo, não agora era melhor do que nunca. Eu seria uma boa amiga, eu saberia esperar até ele se abrir comigo, e então eu pensaria numa forma de ajuda-lo.

De repente a música para e as luzes se apagam. Os gritos começam a ecoar pelo lugar e eu grito junto. Está na hora do show. Finalmente chegou a grande hora deles. “Senhoras e senhores, com vocês, uma das duplas revelações da nossa cidade. Rayn and Esposito!!!” a voz misteriosa apesenta os dois e logo os aplausos começam, junto com a música de abertura dos dois.

Eles começam animados, levantam a galera na primeira música. Não sei se foi as cervejas que bebi antes dele chegar, mas estou animada. Danço mesmo sentada na cadeira, levanto os braços para cima e fechando os olhos enquanto canto cada letra junto com os meninos. Eu sei as músicas decoradas, eu sou uma verdadeira fã deles. O Castle apenas me olha, rindo da minha animação. Mas eu sei que ele está curtindo também.

— Você pode ir lá dançar. – ele diz apontando para a pista de dança.

— Só se você for comigo. – levanto animada estendendo a mão para ele.

Mais uma vez Castle sorrir, me dando o prazer de ver o quanto ele é lindo quando faz isso. Um simples ato, e o deixa mais lindo que nunca.

— Eu não danço, Kate.

— Claro que dança. Vamos. – eu seguro firme a sua mão. E no momento que sinto sua ele na minha, meu corpo inteiro se arrepia. Eu nunca senti isso antes, e fico meio desconcertada.

Disfarço meus sentimentos e o incentivo a ir comigo para a pista de dança. Na verdade, eu estava louca para dançar com ele. E ele estava errado, Castle sabia dançar, e muito bem. Castle me conduziu por três músicas inteiras, e esses foram os minutos que eu o vi sorrir mais, posso até jurar que ele deu uma gargalhada. As coisas estão mudando para ele.

Assim que ele pisou na pista de dança seu comportamento mudou. Castle segurou minha mão e me conduziu divinamente bem. Seus dedos entrelaçados com os meus seguravam firme minha mão enquanto meu corpo se distanciava dele, apenas para ele me puxar para perto de si e me conduzir à passos quase ensaiados pela pista de dança. Esse foi um dos melhores momentos da noite. Sentir o corpo dele bem próximo ao meu, sua mão firme em minha cintura, sua risada no meu ouvido.

Foi então que as luzes baixaram, as canções ficaram mais suaves e os casais que estavam na pista começaram a dançar lentamente. Eu nem percebi, mas Castle me conduzia no mesmo ritmo. Sua cabeça inclinada no meu pescoço, eu até conseguia sentir a respiração dele ali. Fazendo meu corpo inteiro se arrepiar.

Minha mão parada em seu ombro insistia em querer sentir mais dele. Quando menos espero ela já estava perdida em seus cabeços, acariciando-os, sentindo-os. O cheiro de seu perfume misturado ao seu suor me embriagava mais e mais. Eu poderia ficar aqui com ele para sempre.

Não sei quanto tempo passamos desse jeito, mas já era o suficiente. Mais um minuto assim e eu perderia minha cabeça de vez. Então eu simplesmente me afasto, vendo o olhar confuso que ele me lança.

— Desculpa. – saio, sem mais explicações.

Me desvio de algumas pessoas até chegar a nossa mesa, sentando e escondendo meu rosto entre as mãos. Onde eu estava com a cabeça?

— Kate, está tudo bem? – sinto ele sentar ao meu lado, e até posso imaginar o seu rosto preocupado.

— Sim. – levanto o rosto para olha-lo, com um sorriso fraco para parecer verdade. – eu só fiquei um pouco tonta, depois de tanto dançar.

— Você quer beber alguma coisa? – e antes de eu responder ele acena para um garçom que passava por ali. – uma água por favor, sem gás.

— E mais uma dessa. – digo levantando minha caneca de cerveja completamente vazia.

Castle não diz nada, mas me olha feio. Eu não ligo, apenas observo as pessoas que ainda dançam agarradas com seus parceiros. Visivelmente apaixonadas. Assim que o garçom chega com nossos pedidos eu faço questão de virar tudo de uma vez. Eu não entendo meus sentimentos, mas seja lá o que eu estou sentindo, eu quero que passe. Agora!

Viro a caneca e me encosto no sofá, fechando meus olhos fingindo não perceber Castle observando cada movimento meu. Tudo gira. Pedir mais cerveja, com certeza, foi uma má ideia. Eu sou fraca para bebidas, e já tinha bebido o bastante. Se pudesse voltar atrás eu aceitaria aquela água que ele pediu.

Ainda estou séria. Aquela minha animação do início da noite já não existe mais. Eu queria poder me esconder no escuro do local, mas eu sei que, por mais baixa que a iluminação estivesse, ele ainda poderia me ver. E eu sentia seus olhares direcionados a mim.

— Desanimou? – ele pergunta, fazendo-me virar pra ele.

— E pelo visto, você também.

— Eu não vim para me divertir.

— E veio para que então? – Ele me faz sorrir novamente.

— Ver você. – Ele fala direto e meu coração gela. Meu corpo inteiro fica tenso. – Ver os meninos, ver as pessoas dessa cidade. – ele completa. Mas já é tarde demais, eu já não consigo controlar meu coração quase saindo pela boca de tanto nervoso. Porque ele faz isso comigo?

— E está gostando? – Pergunto depois de me tocar que eu estava a tempo demais calada, tentando decifrar a expressão no rosto dele.

— Também não vim para gostar. Mas eu confesso que me surpreendi. – eu rio.

— Você é complicado, Senhor Castle.

— Rick. Me chame de Rick. – ele repete minha frase de mais cedo. – ou Castle. Senhor me deixa velho demais.

— Mais é isso que você é. Um velho de setenta anos de idade. – dez minutos agindo como um jovem não apaga a imagem de velho que tenho dele.

— Mas eu só tenho trinta e cinco. – vejo um sorriso em seu rosto.

— Pois deveria agir com um.

— Minha alma envelheceu. – ele lamenta. – mas você não precisa ficar presa a uma mesa com um velho. Pode ir se divertir como uma jovem. – se ele soubesse que eu me divirto com ele, mesmo ele sendo um velho chato na maioria das vez.

— Não estou presa, eu quero ficar. – roubo um pouco sua água com gás e bebo um grande gole. Mais uma vez ele me observa, e eu gosto quando ele faz isso. – e as vezes eu ajo como uma adolescente inconsequente, que não pensa antes de fazer.

Me ajeito no sofá, de modo que eu fique mais perto dele. Não sei o que eu estou fazendo, mas parece que certo e errado não tem a menor diferença para mim essa noite.

— Não parece. Você sabe o que faz.

— Sei mesmo? – Ele vira o rosto para mim, e quando percebemos já estamos próximos o bastante.

Não sei se foi as cervejas que já tinha tomado antes dele chegar, ou se era o perfume dele, mas eu sentia um desejo absurdo de tê-lo mais perto de mim. Ele fita meus olhos, e em seguida minha boca. O meu desejo só aumenta, e eu perco a capacidade de pensar. As músicas românticas, a bebida, minha carência, o cheiro dele, o olhar viciante dele, a nossa aproximação, tudo só contribuiu para o que veio a seguir. E mesmo sem saber o que estou fazendo, eu faço.

Levanto a mesa e saio, o deixando sozinho lá. Se eu ficasse mais um segundo ali iria beijá-lo, mas eu não posso fazer isso. Disse que seria uma boa amiga, amiga e nada além disso. Só hoje foi a segunda vez que eu me deixei levar por meu desejo, e isso não pode acontece novamente.

Saio do bar desviando das pessoas na minha frente, preciso de ar. Mas, mesmo quando estou no lado de fora, o ar parece não ser suficiente. Eu queria poder beija-lo, eu queria poder sentir o gosto de seus lábios.

Eu não sei o que está acontecendo comigo. Nunca senti uma necessidade tão grande de beijar, sentir e abraçar alguém como eu sinto agora. Por sorte, e com o resto de autocontrole que tenho, eu consegui sair de lá. Consegui deixar intacto o que ainda temos, se é que temos alguma coisa.

Agora o que eu preciso fazer é sair daqui. Mas só então me dou conta que estou sem minha bolsa. Droga, entrar no bar novamente está fora de cogitação. Não posso arriscar de encontrar com ele novamente, não sei se dessa vez eu teria autocontrole suficiente para me afastar.

— Kate! – Ele grita.

Sinto ele se aproximar, mas eu simplesmente não posso olhá-lo. Não depois de quase atacar o pobre homem.

— Você está bem? – ele pergunta, e eu só consigo fazer que sim com a cabeça. – você ficou estranha, e saiu correndo. Não entendi.

Pelo menos uma coisa boa, ou não, nessa história. Ele não entendeu o que aconteceu lá, e devo agradecer por isso. Ficaria menos constrangedor encara-lo no dia seguinte.

— Eu.. eu só preciso achar as chaves do meu carro. – Falo com dificuldade.

— Você perdeu? Eu posso te dar uma carona.

— Não. – Falo rápido demais. – Não precisa, está lá dentro, com a Jenny. Ela está com minha bolsa. – Digo encolhendo meus braços no meu corpo. Está tarde e frio aqui fora. Eu ainda não o olho, mas ele está bem na minha frente.

— Eu vou pegar para você. – ele saí, mas não em direção a porta, e sim ao carro que ficava do lado do meu.

Ele parou o carro ao lado do meu, e fiquei surpresa por isso. Logo ele volta, com um casado nas mãos, e antes que eu perceba estão cobrindo meus ombros.

— Vou lá dentro, e já volto. Não sai daí.

E dessa vez ele saí para o lado certo. Esse sujeito gentil não parece em nada com o cara arrogante e rancoroso que habita a fazenda. Ele deveria ser esse cara sempre. Ou talvez seja melhor não. Eu já gosto quando ele é rancoroso e complicado, se ele for sempre gentil comigo eu não sei onde isso iria dar.

Eu sou embriagada pelo cheiro dele. Não é o perfume, não é o shampoo ou o sabonete, é o cheiro dele. O cheiro que só ele possui. Cheiro que, não importa quantas vezes ele tome banho, nunca vai sair dele. Está impregnado nele. E agora está impregnado em mim.

— Pronto. – Ele volta depois de alguns minutos com minha bolsa nas mãos. – Tem certeza que está bem para dirigir?

— Sim, pode ficar tranquilo. Não moro longe daqui.

— Tome meu cartão. – Ele tira do bolso um cartão e me entrega.

Eu pego ainda sem olhar para ele. Vejo o número dele, e o nome ‘Richard Castle, escritor’.

— Me ligue ou mande mensagem quando você chegar. Não quero ficar a noite acordado preocupado com você.

— Você já está acostumado a ficar noites acordado.

— Sim, mas pretendo dormir essa noite. – eu sorrio, olhando pro cartão na minha mão antes de guarda-lo na bolsa.

Ele era escritor. Mais uma coisa para eu saber sobre ele.

— Eu mando mensagem. – Digo olhando brevemente para ele antes de entrar no carro e sair.

Richard Castle era um homem para ser desvendado. Tem muitas camadas sobre ele que precisavam ser tiradas. Mas eu esperava, de coração, que eu consiga tirar uma por uma. Ele não era apenas um homem encantador, também poderia ser um amigo. E estava precisando de uma amiga agora. E eu seria essa amiga para ele. Ou pelo menos tentaria ser.


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Notas finais do capítulo

Será que ele não percebeu nada mesmo?
Será que ele nao sentiu nada por ela?

Até o próximo ;**



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