#ANTERIORMENTE

— Rick, você pode me dá um autografo? – ouço a loira pedir. Agora mais do que nunca me concentro nos dois.

— Claro. Tem uma caneta e um papel?

— Não precisa de papel. – ela lhe entrega a caneta e tira os longos cabelos loiros da frente de seus seios. O decote dela era incrivelmente grande. Castle rir sem graça e encara loira. Eu não esperaria para ver a cena seguinte.

— Já chega. – digo ao me aproximar. A loira me olha confusa e eu dou um sorriso forçado. – já chega. – repito séria olhando para Castle e o puxo pelo braço.

Eu o arrasto em direção a um dos corredores do apartamento da Lanie. A porta no fim do corredor se abre e um mulher sai do banheiro. Me apresso e entro, trancando a porta atrás de nós dois.

#AGORA

KATE.

— O que merda você pensa que está fazendo? – pergunto brava.

— Eu não estava fazendo nada... – ele tinha um sorriso satisfeito no rosto que me irritava ainda mais.

— Ah, não? Então você ia assinar os peitos daquela... – seguro firme meus lábios e respiro fundo para não falar o que ela realmente era, uma vadia. – daquela mulher. – continuo. – você acha que isso é “não fazer nada”?

— Não tinha papel, Kate... – ele encolhe os ombros e rir. Ele estava mesmo se divertindo com isso.

— Olha só, tira esse sorriso do rosto porque eu não estou brincando.

— Mas é engraçado te ver com ciúmes. – ele rir e eu dou um tapa em seu braço. – ok, sem agressão. Eu não tive culpa de nada.

— Claro que teve! Você deu mole para ela a noite toda, eu vi.

— Eu não dei mole, eu estava sendo educado com minha fã.

— Sei bem do que ele é fã... – reviro os olhos e me viro de frente ao espelho. O banheiro era apertado, e não tinha muito para onde ir. – você lembra do que me disse mais cedo, certo? que nós estarmos dando um tempo não significa que a gente possa sair com outras pessoas. – olho em seus olhos através do espelho.

— Eu não estou saindo com ninguém. E nem pretendo fazer isso.

— Que bom. – me viro para ele de uma vez. Estávamos mais próximos que antes. – porque você não sabe do que eu sou capaz de fazer.

Castle apoia suas mãos na bancada atrás de mim, me prendendo ali.

— Agora você sabe o que eu senti quando te vi com aquele cara. – ele aponta com a cabeça para porta e eu sabia que estava falando do Will.

— Eu não estou com ciúmes. – falo séria.

— Sua boca diz isso, mas sua atitude diz que sim. – ele aproxima nossos rosto e beija delicadamente o canto da minha boca. – você... – beija o outro lado. – está... – beija a ponta do meu nariz. – morrendo... – beija meu queixo. – de ciúmes...

Castle aproxima nossos lábios mas não faz nada. Abro meus olhos a ponto de ver o sorriso vitorioso em seu rosto. Bufo.

— Não seja idiota, Castle. – tento me afastar dele, mas não consigo. – porque eu teria ciúmes de uma loira falsificada?

— É, mas... ela é bem bonita, você tem que admitir. – ele me provoca.

— Você acha? Então... – estico minha mão e destranco a porta. – pode ir lá ficar com ela. – ele rir.

Nossos rostos próximos.

Nossos lábios quase colados.

Sem sair do lugar, Castle estica o braço e tranca a porta novamente.

— Eu não vou a lugar nenhum. – avisa. – e nem você.

Sua mão sobe rápido até minha nuca, segurando firme. Fico imóvel, olhando seus olhos famintos encararem meus lábios. Minha boca se abre sem que eu perceba e ele sorrir. Estava entregue a ele e ele sabia. Não demora muito para Castle avançar em minha boca como se dependesse daquilo para viver. Tão rápido quanto o beijo, ele me coloca sobre a bancada do banheiro. Suas mãos passeando possessivamente pelo meu corpo. Rodeio seu corpo com minha pernas, prendendo-o ali. Não queria acabar com esse momento tão cedo. Castle desce pelo meu pescoço, arranhando minha pele com seus dentes sem se importar com as consequências. Eu também não dava a mínima para isso.

— Vamos sair daqui... – ele murmura sobre minha pele. Suas mãos subindo por baixo do meu vestido.

— É tudo que eu mais quero... – sussurro ofegante. Puxo seu rosto, fazendo ele me encarar. – mas não posso. – murmuro em seus lábios. – Nós não podemos. É o aniversário da Lanie...

— A gente sai escondido. Ninguém vai notar. – ele me beija. E como sempre o beijo dele é capaz de me fazer esquecer de tudo.

— Tudo bem... – como não ceder a esse homem?— depois da meia noite nós vamos, Ok? – ele me encara indeciso. – falta pouco tempo, acho que você pode esperar... – provoco mordendo seu lábio.

— Na verdade, não posso. – ele me puxa para mais perto dele.

— Eu acho que já estamos aqui tempo demais... – eu rio quando alguém bate na porta do banheiro. Envolvo meus braços no pescoço dele e o beijo rápido.

— Quem se importa? Por mim, ficaria aqui para sempre.

— Olha só... – me afasto dele e desço da bancada. Me viro para o espelho e começa a me arrumar, ou tentar. – nós saímos, ficamos um tempo, e assim que cantarem os parabéns nós caímos fora, o que acha?

— Tem outra opção? – ele pergunta emburrado e eu me viro para ele.

— Não. – arrumo a gola de sua camisa. – agora vamos?

— Vamos. – ele sorrir e rouba um beijo rápido.

— Olha só... – impeço quando ele tenta destrancar a porta. – não é para ficar dando mole a loira nenhuma, ok? A ninguém. Aliás, você pode ficar conversando apenas com o Josh, é o único que eu confio nessa festa. – ele rir.

— Kate eu não posso ignorar as pessoas que vierem falar comigo. Eu sou um escritor famoso e... – interrompo.

— Tanto pode, que vai. – sorrio e pisco para ele. – se passar no teste, nós saímos daqui mais cedo.

— Isso não é justo... – resmunga.

— Para de reclamar, Castle. – destranco a porta. – pronto? – ele balança a cabeça e eu abro a porta, dando de cara com a loira.

— Oi. – ela fala sem graça quando nos ver.

— Está livre, pode usar. – digo e ela olha para Castle. – o banheiro, não ele.

Seguro a mão de Castle e o guio até de volta a sala, onde todos estavam.

CASTLE.

Era quase meia noite. Estava contando os minutos para levar Kate em casa e, finalmente, ficarmos a sós. Como ela pediu — ou ordenou – eu estava conversando com Josh e Demming, mas não abri mão da presença dela ao meu lado. Ela ficou satisfeita em ter deixado claro para Olivia, a loira com quem eu conversava, que eu não estava sozinho. Então eu faria o mesmo. Kate ficou ao meu lado e eu não pude conter minha mão delicadamente pousada na base de sua coluna. Era como se voltássemos no tempo e, mesmo não estando oficialmente juntos, eu queria mostrar que ela era minha e de mais ninguém

Olho para ela na mesa de bebidas se servindo de mais uma cerveja e não consigo imaginar mulher mais linda que ela. Kate já estava mais do que animada, e não importa o quanto eu pedisse para ela maneirar na bebida, ela dizia que estava bem. Parei de beber e fiquei de olho nela. Se ela queria se divertir hoje, eu cuidaria dela. Kate fala com alguns amigos no caminho de volta. Não posso me conter em não olha-la a cada dez segundos. Mesmo conversando com meus amigos, minha atenção está inteiramente nela. Ela estava se soltando cada vez mais, e os abraços que ela ganhava dos amigos me incomodava. Não que eu estivesse com ciúmes, mas qualquer outro homem abraçando ela, principalmente quando ela não está bem, me incomoda.

— Com licença. – sorrio e vou na direção de Kate. Ela já estava conversando a bastante tempo, e pelo seu estado, precisa se controlar. – Kate. – paro ao seu lado e seguro sua cintura. Ela me olha e sorrir.

— Oi, amor. – ela fala animada. Mais uma prova de que ela tinha exagerado na bebida. – estava aqui conversando com o pessoal da clínica.

Ela me apresenta cada um deles, mesmo eu já conhecendo alguns. Eu a chamo para voltar onde estávamos. Mesmo resmungando, ela me acompanha.

— Essa é a última, ok? – ela revira os olhos.

— Castle, eu estou bem. – sua voz sai arrastada.

— Eu sei, mas nós já vamos sair, então divirta-se com sua última bebida. – pisco para ela, que sorrir.

As luz principal da sala se apaga e Esposito surge segurando o bolo em suas mãos e começa a puxar os parabéns. A música para e Kate se vira, cantando junto com o pessoal. Não penso duas vezes antes de envolver meus braços ao redor de seu corpo, colando meu peito em suas costas. Kate toca meus braços em um gesto involuntário enquanto canta. Parecia que estávamos voltando a ser um casal. São ações como essa que eu não consigo controlar, que me diz isso. Acho que não precisamos de mais tempo, só precisamos um do outro.

— Gente, muito obrigada. – Lanie se aproxima depois de cumprimentar alguns dos convidados.

— Lanie, eu te amo. – Kate abre os braços e agarra a amiga.

— Ok, você já bebeu demais. – a morena rir.

— Porque todo mundo diz isso? Eu estou bem. – Kate tenta se convencer, mas é em vão. Eu rio. Uma Kate bêbada era engraçado.

— Lanie eu já vou, e eu vou a Kate em casa.

— Você tem certeza? Ela pode dormir aqui...

— Lanie eu estou ótima. – Kate para ao meu lado e segura minha mão. – deixa que o Rick me leva. – Lanie rir e concorda.

Nesse momento eu só queria puxa-la para meus braços e beija-la sem parar. Kate me chamou de Rick novamente, e tudo aconteceu tão natural como quando nossa relação começou.

— Cuide dela, escritor.

— Pode deixar. – dou uma piscada e me disperso do Josh, ouvindo novamente o conselho que ele em deu no começo da noite.

— Conversem...— ele fala baixo.

Olho para Kate falando algo animada para Demming e sorrio. Talvez essa conversa não seja essa noite, mas certamente a faremos.

♦♦♦

Kate dormiu ainda no carro. Sorri ao olhar para ela tranquila dormindo no banco da frente do meu carro. Desci do carro e dei a volta. Abri com cuidado a porta do passageiro e tirei o cinto de segurança. Kate resmungou algo incompreensível que me fez rir, mas apoiou seu braço ao redor do meu pescoço. Segurei ela nos braços e fiz sinal para o porteiro do prédio dela.

— Está tudo bem, Senhor Castle?

— Sim. – sorrio para ele. – ela só dormiu e eu não quero acorda-la. Pode me ajudar?

— Claro. – o jovem rapaz me acompanha até o elevador. – o senhor quer que eu ajude a abrir a porta do apartamento?

— Eu agradeceria. – faço uma cara dramática e ele rir.

O prazer que eu sinto em tê-la em meus braços faz com que essa missão se torne fácil. Eu não me incomodaria em levar Kate nos meus braços para sempre, ela parece tão tranquila e confortável que faz meu coração se derreter ainda mais por ela. Agradeço ao porteiro depois de me ajudar a abrir a porta, realmente seria uma parte difícil com Kate em meus braços. Entrei com cuidado no apartamento dela e fechei a porta com o pé. Kate tinha a cabeça encostada em meu ombro, e eu consegui sentir a respiração quente dela em meu pescoço.

Essa era uma cena que eu queria repetir muitas vezes com ela, mas da próxima vez ela estaria acordada e sorridente. Quem sabe vestida em um vestido branco. As janelas do lugar deixava a luz da noite entrar, e isso me guiou até o quarto dela. Eu a deitei em sua cama e tirei seus sapatos. Imaginei uma noite diferente para nós dois, mas também não me importaria de passar a noite apenas cuidando dela. Eu retirei os brincos e arrumei os travesseiros.

— Não vai... – ela murmura, segurando a manga da minha camisa.

Sorrio e me sento ao lado dela.

— Eu não vou. Eu estou bem aqui. – acaricio seus cabelos e um pequeno sorriso sonolento surge no rosto dela.

Não é preciso muito tempo para Kate cair no sono profundo novamente. Dou a volta na cama e tiro meus sapatos. Me acomodo ao lado dela e a puxo para perto. Kate passa seu braço por cima da minha barriga e deita seu rosto no meu peito. Eu não poderia imaginar noite melhor do que tê-la em meus braços.