I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 50
Capítulo 50 - Seguir em frente.


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo. Ninguém esperava né? ahsuashuas
SURPRESA!!!!

Chegamos ao cap 50 e mais de 30mil visualizações. Então, MUITO OBRIGADA A CADA UM DE VOCÊS ♥ talvez esse cap surpresa seja mais um presente para voces, por estarem sempre comigo. Obrigada mesmo mesmo ♥

Terminei o cap agora e resolvi postar, já que vocês sempre me pedem para não demorar (dessa vez não demorei mesmo rs). Bom, vamos ver como nosso Rick está enfrentando tudo isso?

Aproveitem e Boa leitura :)



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Meu despertador começa a tocar. A claridade baixa que entrava no quarto através das janelas já me diziam que um novo dia tinha chegado. Não precisava de nenhum despertador para me acordar. Eu não consegui dormir à noite inteira, mais uma vez. Tateio a meda ao lado da minha cama até alcançar meu celular. Desligo o som irritante do despertador e o jogo em qualquer lugar. Respiro fundo e volto a encarar o teto. O mesmo lugar onde eu passei a noite inteira olhando, procurando por alguma resposta para meus erros. Dessa vez, procuro um motivo para levantar.

Nada.

Minha cama parecia grande demais. Maior do que a noite anterior. Duas noites sem ela. Me acostumei com Kate ao meu lado. Ontem dormi sozinho. Senti o frio no meio da noite e nem o cobertor mais quente podia me aquecer. Olho para o lado e passo a mão no lado da cama que ela costumava dormir. Está gelado. Intocável. Não ousei deitar naquele lugar que era tão dela. Tinha seu cheiro. Passei a noite em claro tentando entender como eu pude errar tanto. Como eu pude ser tão estupido. Ela terminou tudo comigo e eu deixo. Eu deixei ela ir. Se eu tivesse insistido, se eu a tivesse obrigado a escutar meu lado da história, se eu tivesse dito que a amava... talvez ela tivesse ficado. Talvez ela não tivesse terminado comigo. Suspiro e encaro o teto novamente. Aquele que foi nossa testemunha de tantas noites de amor, não tinha uma resposta para minhas perguntas e dúvidas. 

Era aqui, nesse quarto, na nossa bolha imaginaria, que eu me sentia completamente amado. Era aqui que eu era feliz. Foi aqui que eu a vi pela primeira vez. Vestida num jaleco branco, ela me disse que a égua tinha parido. Ela me chamou para ir ver e eu fui rude. Naquela época, eu não ligava para ser rude com ela. Naquela época, Kate não se sentiu magoada. Mas agora, depois de tudo o que vivemos, não tinha justificativa para o que eu fiz. Eu passaria o resto da vida pedindo perdão se precisasse, mas eu a queria de volta.

Nesse quarto, eu disse silenciosamente que a amava até ter coragem para deixar aquelas palavras saírem de mim. Mas ela não escutou e eu não repeti. Esse foi meu maior erro. Mesmo que eu fosse rejeitado, eu deveria ter dito. Eu a amo. Mas Kate não compreendia isso. E ela não tem culpa. Eu nunca disse. Agora tudo acabou e o que me restou foi saudade. Saudade de seu corpo próximo ao meu. Seu cheiro. Sua voz. Seu sorriso. Tudo.

Pai?— a voz fina de Alexis soa pelo quarto. Olho em direção a porta e a vejo com a cabeça para dentro do quarto. Sorrio.

— Oi, filha. Vem cá. – eu a chama e ela abre um sorriso. Acabo de achar um motivo para levantar. Alexis corre e pula em minha cama.

— Já está na hora de eu ir para escola, mas eu estou com sono. – ela resmunga baixinho enquanto se enfia debaixo da coberta.

— Mas você não pode perder aula. – dou um beijo em seus cabelos e a abraço. Seu bracinho pequeno rodeava minha cintura. Seu rosto apoiado em meu peito, os olhos fechados. Se eu deixasse, ela voltaria a dormir ali mesmo.

— Mas eu posso ficar com você. – ela fala e sua boca abre em um bocejo. – eu sei que você está triste porque a Kate não está aqui. – não falo nada. Alexis era inteligente o bastante para saber que eu não estava bem. Apesar de não saber que Kate e eu terminamos, ela sentiu minha falta de animação desde que Kate viajou. – Ela vai voltar logo pai. – ela me olha. Seus olhos azuis claro me iluminam. – será que a gente pode ligar para ela?

— Eu acho que talvez não seja uma boa ideia...

— Mas ela também está com saudade da gente. – a menina justifica. Para ela, aquilo fazia sentido. Ela não sabia da verdade. – Anda, pai. Pega o celular e liga para ela.

Alexis senta e me encara. Por algum motivo a animada dela também me anima. Um fio de esperando surge dentro de mim. Kate pode me atender hoje. Mesmo sabendo que ela não quer falar comigo, ela pode atender pela Alexis. Hoje pode não ser como ontem, quando ela ignorou todas as minhas mensagens e ligações.

— Anda pai. – Alexis pega o celular que estava no canto da cama e aponta na minha direção.

Eu queria ligar, mas também não queria desapontar minha ruivinha. Não porque Kate não falaria com ela, eu não tenho dúvidas de que ela falaria, mas porque ela não atenderia por eu estar ligando. Alexis ficaria triste com isso, e eu não queria vê-la assim. Mas eu também não consigo dizer não diante aos seus olhos pidões. Disco o número de Kate e respiro fundo, rezando mentalmente que ela atenda. Entrego o celular a Alexis e ela abre um sorriso esperançoso, quase nervoso.

Seu sorriso se desfaz quando a ligação cai direto na caixa postal.

— Vamos tentar mais uma vez. – ela diz, já começando uma nova ligação. Eu deixo. Dessa vez ela não tem mais aquele sorriso empolgante de antes. – ela não atende. – diz triste.

— Ela pode estar dormindo, amor. – ofereço um sorriso enquanto arrumo seus cabelos bagunçados. – mais tarde a gente tenta, que tal?

Alexis da os ombros e deixa o celular de lado. Era isso que eu temia. Alexis é sensível, carente. A mãe é ausente e ela se apegou a Kate. Se acostumou a ser abandonada por sua mãe por tanto tempo, que ficou com traumas. Ela tem medo que Kate não volte mais. Eu queria poder fazer alguma coisa, qualquer coisa, para ter o sorriso lindo dela de novo.

— Filha... – começo, fazendo ela me olhar. – porque não mandamos um áudio para Kate? – a ideia surge no momento. Alexis gostou, pois um sorriso começou a surgir em seu rosto. – Quando ela acordar ela pode ver que estamos morrendo de saudade e vai ligar.

— Sério? – eu balanço a cabeça e Alexis se anima novamente. – então vamos. – ela pega o celular novamente e vai direto para a foto da Kate nas mensagens. Ela estava linda naquela foto.

— Kate a agente está morrendo de saudade de você... – Alexis começa a gravar. – a gente te ligou, mas você está dormindo, então a gente resolveu mandar mensagem...

Olho minha filha empolgada ao falar que me mostrou o significado da vida. Kate tinha mudado meu mundo e o mundo daquela criança. Ela não pode sair de nossas vidas assim, tão fácil. Kate fez tão bem para minha filha, e eu jamais vou conseguir retribuir por isso. Tudo o que eu fizer vai ser pouco. Eu devo muito a Kate, mas eu só a machuco... Talvez ela esteja certa. Talvez nós precisamos mesmo ficar separados.

— O papai também está com saudade. Ele passou o dia triste quando você viajou... – Alexis continua, entregando meus sentimentos com a maior facilidade. – fala que você está com saudade papai. – ela empurra o celular na minha direção. Seu dedo ainda pressionando o microfone na tela. Olho para o áudio e vejo que já passa dos dois minutos. – anda pai... – Alexis me estimula.

— Eu estou com saudades. – minha voz sai baixa, mas sincera. Kate me faz uma falta sem tamanho. Eu a queria aqui, comigo. Eu queria que nada disso tivesse acontecido... eu não posso deixar as coisas do jeito que estão. Eu tenho que arrumar um jeito de concertar tudo quando ela voltar. Eu não posso perde-la. A Alexis não pode perde-la.

— Hoje eu não vou para a aula. – a menina diz animada. – vou ficar com o meu pai e minha avó, ela vai me ensinar a fazer bolo.

Ela começa a narrar como vai ser seu dia. Eu acho aquilo lindo, mas era para ser uma mensagem rápida.

— Filha... – eu a chamo e ela envia a primeira do áudio. – já está bom, não acha?

— Não... eu quero contar mais coisa para a Kate.

— Então espera ela retornar... assim você pode conversar melhor com ela.

— Tá... – Alexis concorda contrariada e aperta o microfone novamente. – Kate, vou entregar o celular para o meu pai, quando acorda me liga, por favor. Eu quero te contar um montão de coisas.

Eu sorrio. A ligação delas ela forte. A comunicação delas era única. Parecia melhores amigas conversando e contando tudo uma para outra, cada uma a seu modo. Ela encerra a conversa e me entrega o celular. Querendo ou não, Kate era a mãe que Alexis tinha escolhido.

— Eu não vou mesmo para aula, né? – a menina me pergunta com dúvidas. Sorrio.

— Não. Mas não se acostuma com isso.

A menina sorrir e pula em meus braços, beijando meu rosto.

♦♦♦

Chego na cozinha e encaro o cômodo vazio. Normalmente Kate estaria aqui, sentada na bancada, esperando meu café. Ou apenas conversando com a Jenny, mas estaria aqui. Hoje não. E sabe-se lá se ela estará aqui novamente um dia. A última vez que estivemos nessa cozinha, foi há dois dias e estávamos sozinhos. A meninas dormiam no quarto de Alexis, mas na cozinha, estávamos a sós. Kate vestia minha blusa. Apesar de ter roupas aqui, ela preferia vestir as minhas. Eu não tinha nada contra isso. Ela fazia qualquer camisa minha parecer sexy.

 “— Castle, para. – Kate reclama pela décima vez, mas eu não paro.

— Você sabe o que causa em mim quando está vestindo minhas roupas. – Digo beijando seu pescoço enquanto minha mão invade sua blusa e toca sua barriga nua.

— Castle, se as meninas acordarem... – ela para o que está fazendo e respira fundo. – Rick, por favor. – Kate implora quando minha mão começa a invadir a short de seu pijama.

Eu a viro para mim, quase colando nossas bocas.

— Então vamos subir... tomar um banho antes que as meninas acordem. – finjo beija-la, mas não toco nossos lábios.

Kate me encara desejosa. Ela também queria aquilo.

— Eu estou mesmo precisando de um banho. – ela joga os ombros da maneira mais sexy que já vi na vida.

— Então deixa eu ter o prazer de te banhar. – digo malicioso e ela sorrir.

Em um movimento rápido, Kate segura minha mão e me arrasta até o andar de cima. Protegidos pelo boxe do banheiro, a porta e a porta do quarto, nós fizemos amor com a água quente caindo sobre nós”.

Suspiro com minhas lembranças. Quando isso iria acontecer novamente? Quando eu teria Kate na minha cozinha de novo? Ou no meu quarto? E o mais importante, quando eu teria Kate na minha vida de novo?

— Bom dia querida. – minha mãe se aproxima da Alexis, sentada no banco alto da cozinha, e a puxa para um beijo. Eu a olho, tentando disfarçar minha cara. Minha mãe sabia o que estava acontecendo. Foi ela quem ficou ao meu lado quando Kate viajou e decidiu terminar tudo. Foi ela quem me pediu calma e que eu atendesse o pedido da Kate. Se ela precisava de um tempo, eu precisava respeitar isso. Por mais doloroso que seja, eu estou respeitando. Mesmo que minha vontade seja de voar até Nova Iorque e explicar tudo a ela!

— Bom dia vovó. – Alexis sorrir.

— E então, convenceu ele? – minha mãe sussurra para a Alexis, mas eu consigo ouvir. Sorrio. Agora elas andam de segredinho. Alexis balança a cabeça e minha mãe comemora.

— O que vocês vão aprontar hoje? Porque aposto que não é só esse bolo. – as duas pareciam suspeitas demais. Viraram cúmplices de uma hora para outra. Não sei se eu vou conseguir lidar com isso.

— Nós vamos fazer uma visita ao...

— Não. – digo antes que ela termine. – não mãe, você não vai levar a minha filha para conhecer um velho tarado.

Minha mãe abre a boca, como se não acreditasse no que eu acebei de falar.

— Quem é um velho tarado? – Alexis pergunta interessada, sem dar chance para minha mãe falar alguma coisa. – O tio Jackson?

— Mãe! – repreendo. Não queria envolver Alexis nas relações de minha mãe. Querendo ou não, essas relações nunca duravam muito.

— Ela o conheceu ontem... não tive culpa. – ela ergue as mãos, se defendendo. – E ele tem um neto que a Alexis vai adorar.

— Neto? No masculino? – minha mãe revira os olhos.

— Oh, Richard. O menino tem praticamente a idade da Alexis.

— Praticamente quanto? – me aproximo das duas.

— Ele tem uns dez anos, eu acho. – ela comenta servindo-se de suco.

— Não. – balanço a cabeça. – Mãe, eu não acho que isso seja uma boa ideia. A Alexis é uma menina delicada, ela não tem nada que ficar brincando com meninos, ainda por cima mais velhos que ela.

— Eles são crianças, Richard.

— Eu quero ir, pai. – Alexis pede. Mais uma vez seu olhar pidão.

— Mas filha... – me aproximo dela e sento ao seu lado. – eu pensei que nós ficaríamos aqui, juntos. Assistindo filmes, comendo besteiras...

— A gente pode fazer isso a noite? Porque... eu queria ir brincar na piscina do tio Jackson.

— Piscina? – olho para marinha mãe.

— Eu vou ficar de olho nela... – a ruiva me garante.

Suspiro vencido. Aquela batalha era completamente injusta. Não dava para vencer uma piscina e um amigo de dez anos de idade.

— Eu tenho outra escolha? – pergunto olhando para a menina. Ela balança a cabeça animada.

— Não. – a menina diz com um sorriso enorme no rosto.

— Tudo bem, mas amanhã você está me devendo o dia inteiro comigo.

— Mas amanhã eu tenho aula. – ela diz naturalmente. – pode ser a noite? Assim eu não faço meu dever.

Não consigo me conter e rio. A risada mais fácil que saiu de mim nesses últimos dois dias. Só a Alexis conseguia fazer isso comigo.

— Você vai ser toda minha depois de fazer o seu dever. – ela concorda com um sorriso amarelo.

— Vamos começar a fazer o bolo? – Minha mãe pergunta, chamando a atenção da menina.

— Sim. – a menina concorda e pula do banco, indo em direção à cozinha com a avó.

Observo as duas por alguns segundos. Minha mãe dava alguma instruções a Alexis, que prestava atenção em tudo que ela dizia. Eu era realmente sortudo por tê-las comigo. Pego minha caneca de café e sigo até o escritório.

— Eu quero um pedaço desse bolo. – avido antes de fechar a porta.

Sozinho novamente, eu suspiro. Parece que esse seria o meu destino a partir de agora. Sigo até a minha mesa e me sentei confortável na minha cadeira, encarando o computador desligado. Meus dedos estavam coçando para começar a digitar algo. Não sabia exatamente o que, mas eu precisava escrever. Abro o notebook e vejo a tela iniciar diretamente no Word, como eu tinha programado antes. Bebo um gole de café e não penso mais em nada, deixo meus dedos agirem. E como mágica, as palavras apareciam na minha frente contando uma nova história, dessa vez um romance.

Eu não estava inspirado, e não tinha nada para me inspirar agora, mas eu precisava escrever. De alguma forma, o que eu escrevia fazia sentido. Meus dedos trabalhavam com habilidade como se nunca tivesse parado de escrever antes, mas a verdade é que a quase um ano eu não escrevo nada. Paro para beber um pouco mais de café, mas minha outra mão continua trabalhando firme. Meu olhar vidrado na tela. Sorrio. Escrever nunca foi tão fácil, talvez porque a personagem que eu estou descrevendo seja exatamente igual a Kate.

Um livro inspirado nela.

Espero que ela goste.

♦♦♦

— Pai, nós já vamos. – Alexis entra em meu escritório toda sorridente. Agora ela vestia um short rosa claro e uma camisa colorida. Eu podia ver ser biquíni azul por baixo dela. Um óculos escuro estava preso em seus cabelos. Minha pequena estava mesmo crescendo.

— Já? – pergunto confuso. Não fazia muito tempo desde que me tranquei no escritório. Olho o relógio no meu braço e me surpreendo com a hora. – Nossa, já se passaram quatro horas...

— E você trancado aqui. – minha mãe se manifesta quando chega a porta do escritório. – eu juro como pensei que estaria se lamentando por... – ela para e encara Alexis, que a olhava com atenção. – por tudo. – minha mãe completa gesticulando com as mãos. Dramática. Ela abre um sorriso amável e me olha. – fico feliz que voltou a escrever. – ela pisca e eu sorrio de volta. Também estava feliz por conseguir, finalmente, voltar a escrever.

— As palavras surgiram no nada. – sorrio sem graça. Abaixo a tela no meu computador, não queria que ninguém lesse o que estava escrevendo agora.

— Você é um escritor, pai? – Alexis se aproxima, sentando na cadeira em frente à minha mesa.

— Sim. Eu já escrevi vários livros.

— Eu posso ler depois? – pergunta interessada.

— Depois. Quando você tiver idade suficiente para...

— Namorar? – ela me interrompe inocente.

— Eu não ia dizer isso, mas como você só vai namorar quando você passar dos trinta, então eu acho que essa é uma idade adequada. – minha mãe revira os olhos e bufa. Não pude negar que me lembrei da Kate. Ela sempre estava por perto, pronta para defender a Alexis quando entravamos nesse assunto.

— Então vai demorar um pouco, né? – Alexis pergunta triste. – eu ainda tenho oito. Seus livros não vão ser mais interessante, pai.

— Ah, vão sim. – me levanto e vou até ela, ficando da sua altura. – agora vem cá me dar um beijo. – eu a puxa para meus braços e aperto-a forte. – eu te amo.

— Eu também te amo. – ela me dá um beijo estalado e sorrir.

Escuto uma buzina perto da casa.

— Ótimo, declarações feitas, agora... podemos ir? Nossa carona chegou. – minha mãe estende a mão para Alexis, que aceita feliz da vida.

— Eu pensei que eu deixaria vocês lá... – pergunto confuso enquanto me levanto.

— O Jack veio nos pegar. – ela explica caminhando até a porta. Eu as acompanho.

— Ok. Mas eu posso ir pegar vocês. – ofereço. Minha mãe acena para o homem dentro do carro quando chegamos na varanda.

— Ele é o tal Jackson? Eu não o conheço.

— E nem vai. – ela coloca uma mão no meu peito, me impedindo de ir até ele. – nos despedimos aqui.

— Mas eu quero conhecer meu futuro pai. – zombo e ela revira os olhos.

— Cresça Richard. – eu rio. – conhecer o filho assim... – ela gesticula com as mãos quando lhe faltam palavras. – é muita pressão.

— Mas conhecer a neta pode?

— Pode. Ela é uma criança e não acha que ele vai ser o avô dela. – ela me olha e arruma pela última vez o cabelo. – até mais meu filho.

Recebo um beijo de cada uma das minhas ruivas. Elas vão direção ao carro branco e Alexis acena mais uma vez antes de entrar. Eu aceno de volto e fico observando elas saírem, ignorando completamente o telefone que tocava sem parar.

— Calma. – grito para o telefone enquanto entro. – Alô.

Silencio.

— Alô. – tento novamente, mas não tenho nenhuma resposta. Olho para o telefone para ter certeza que eu atendi. Meu coração acelera quando eu vejo o número na tela. Eu sabia exatamente quem era. Minha respiração começa a acelerar. Poucas pessoas tinham o número da minha cada, e Kate era um delas.

— Kate? – chamo. Mas um silencio torturante ainda estava ali.

— Oi... – ela responde baixo. Sua voz estava um pouco falha. – eu... eu ouvi a mensagem da Alexis... por isso... por isso eu liguei. – ela fala nervosa.

Eu estava ouvindo a voz dela novamente. Eu na consigo acreditar nisso. Fazia apenas dois dias, mas aquilo estava parecendo uma eternidade. Sinto meu coração querer sair pela boca. Preciso me controlar.

— Ela acabou de sair com minha mãe... – tento parecer normal, mas minha vontade é de gritar, pedir perdão, dizer que a amo. Mas eu não podia ir rápido demais. Apesar de sentir muita saudade, só faziam dois dias e ela precisava de tempo. Eu respeitaria isso.

— Eu ligo mais tarde então... – ela fala rápido. Um medo se instalou em meu peito. Não queria que ela desligasse. Queria que aquela ligação durasse para sempre. Mesmo que ficássemos em silencio. Eu queria saber que estávamos tendo algum tipo de contato.

— Espera. – falo rápido, sem em importar em parecer desesperado. Kate não desliga. – como... como estão as coisas ai? – tento começar uma conversa casual. Qualquer coisa para ficar mais tempo assim com ela.

— Estão bem. – escuto seu sorriso. Só de imaginar seu lindo sorriso se formando, sinto uma pontada no peito. – e por aí?

— Não tão bem... – a resposta escapa de minha boca e eu não consigo me conter. – eu sinto sua falta.

Kate fica em silencio. Um silencio desagradável dessa vez. Meu coração começa a desacelerar. Batendo cada vez mais devagar. Eu tinha medo que ela desligasse, e mais uma vez a culpa seria minha. Eu precisava dizer mais alguma coisa, mas não consigo. Simplesmente não consigo.

— Eu preciso desligar. – ela diz com sua voz visivelmente abalada.

— Kate, me escuta... – peço, quase implorando.

— Castle, não. – ela me corta. – quando eu voltar a gente conversa. Mas agora não. Por enquanto não... – ela diz firme, mas sua voz falha na última parte.

— Ok. – me limito a dizer. Eu queria gritar que estava tudo bem, que eu esperaria, mas me contive. Saber que teremos um chance de conversar, que eu terei uma chance me explicar, já acalmava meu coração.

— Certo, agora eu vou desligar.

— Espera. – peço novamente. Escuto um suspiro impaciente, mas ela não fala nada. – Liga mais tarde. A Alexis está morrendo de saudade.

— Eu vou ligar. – ela diz firme. – agora eu preciso desligar... tchau.

— Tchau... – digo, mas ela já encerrou a ligação.

Encaro o telefone em minha mão por alguns minutos.

Quando eu voltar a gente conversa.

Sim, nós ainda poderíamos ter uma chance. Kate ainda pode voltar a ser minha. Com um sorriso no rosto, volto para p meu escritório. O cursor pulsa querendo que eu continue de onde parei. Mas não consigo. Não por falta de inspiração, mas por excesso de felicidade. Minha cabeça está em outro lugar agora.

Nós temos uma chance. Repito mentalmente.

Olho para o meu trabalho e vejo os cinco capítulos que já escrevi. Por hoje está bom, eu preciso fazer outra coisa. Uma coisa que é mais importante para Kate do que para mim. Quero mostrar o quanto eu estou disposto a me entregar a essa relação, o quanto eu estou entregue.  O quanto eu a amo. Desligo o computador e sigo até o andar de cima. formAbro a porta do quarto e acendo a luz. As caixas estavam todas lá, fechadas e prontas para serem despachadas. Uma por uma, eu as coloco dentro do meu carro.

Estava na hora de mandar essas coisas a quem possa querê-las. Os pais da Gina. Estava na hora de seguir em frente e eu não esperaria nem mais um segundo.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo ♥



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