I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 49
Capítulo 49 - Nova Iorque.


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo *-*

Gente, o cap de hoje está super simples, mas espero que gostem. Temos um novo personagem chegando e outro voltando rs. Obrigada por todos os comentários, não respondi todos porque nao tive tempo. Corri para postar esse cap hoje para voces que estavam ansiosas.

Obrigada a quem favoritou e todos vocês que estão acompanhando a fic. Amo vcs ♥

Boa leitura :)



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Fico admirando a paisagem correr pela janela do táxi. Os prédios altos. As casas. As pessoas andando de um lado para o outro. A neve caindo lentamente. As arvores cobertas. A multidão de carros pelas ruas. Fecho meus olhos e respiro fundo. Fazia muito tempo que eu não tinha a Nova Iorque. Abro meus olhos e, de repente, aquela paisagem de cidade grande se foi. Tudo o que vejo é Castle. A lembrança dele chegando ao meu prédio mais cedo se mistura com a lembrança dolorosa dele chorando por sua esposa. Posso reviver aquela dor novamente. Meu estomago começa a revirar e eu fecho os olhos novamente. Com força. Queria apagar aquelas memorias da minha mente.

Meus olhos começam a arder. As lagrimas se formam, mas não descem. Eu não deixo. Desde de que saí do rancho ontem, eu ano chorei mais. Não me permiti isso. Ele não merecia minhas lagrimas. No fundo, eu sabia que acabaria assim. Me neguei a aceitar isso, mas eu sabia. Entrei numa relação fadada ao fracasso. Ninguém tinha mais culpa do que eu. Sempre soube que Castle acabaria me magoando, e estava certa. Estou pagando pelo meu erro agora. Meu grande e estupido erro.

Não me arrependo de ter ficado com Castle. Não. Mesmo magoada, eu não me arrependo. Eu poderia ter me afastado, mas escolhi correr o risco. E mesmo que por apenas alguns dias, eu vivi algo incrível com Castle. Não posso culpa-lo por não me amar. Eu o amei e fiz questão de que ele soubesse disso. Eu me entreguei sem esperar que ele se entregasse da mesma maneira. Eu me iludi. Mas não, não me arrependo. Me arrependeria se nunca tivesse seguido meus sentimentos. Mas de vive-los, não. Nunca.

Tento encarar isso da melhor maneira possível. Tento não deixar que isso me domine, mas toda vez que eu fecho os olhos eu imagino ele em minha frente, me perturbando com seu olhar piedoso. Castle apareceu na minha casa e eu fiquei sem ação. Para ele, parecia que nada tinha acontecido. Ele estava tão fechado em seu mundo que não percebeu a dor que tinha em meus olhos. Nós precisávamos de um tempo. Ele não podia ver isso, mas precisávamos. Tudo acabou. Eu não queria. No fundo eu queria conseguir resolver todos os nossos problemas, porque eu o amo, mas foi melhor assim.

Meu celular toca pela sétima vez desde que saí do meu voo. Era ele. Eu venho ignorado todas as suas mensagens e ligações desde que saí de casa e o deixei na calçada, me olhando ir. Eu não precisava ouvir seus lamentos novamente. Eu não preciso me iludir ainda mais. Eu o amo com todas as minhas foças, mas nem sempre isso é suficiente. O amor é uma via de mão dupla. Tem que ser eu por ele e ele por mim. Eu não posso ama-lo sozinha.

Aos poucos o motorista diminui a velocidade e para próximo ao meio fio. Peter vem em minha direção e sorrir, abrindo a porta do carro.

— Que prazer em vê-la Senhorita Beckett. – ele me oferece a mão e me ajuda a sair do carro. Sorrio para ele.

— Vamos parar com as formalidades, Peter. Você sabe que eu nunca gostei disso. – ele sorrir concordando. – minha tia está?

— Não, acabou de sair. Mas deixou o recado de que voltaria logo. Espero que ainda tenha sua chave.

— Oh, eu tenho. Você leva minhas malas?

— Claro.

Me disperso com mais um sorriso e sigo para dentro do edifício. O lugar tão conhecido meu parecia ter sofrido algumas mudanças. Estava mais moderno, sofisticado. Tia Thereza mora nesse edifício a muitos anos. Seu apartamento na quinta avenida era seu grande sonho de garota. Quando meus pais morreram ela faz questão de cuidar de mim e pagar pelos meus estudos. Brigamos quando eu quis voltar para minha cidade natal, mas ela aceitou que eu tinha que seguir o meu caminho.

Assim que entrei no meu antigo lar, me senti acolhida. Ao contrário do hall de entrada do prédio, aqui estava como sempre. Era como ter voltado no tempo. Tudo aprecia tão aconchegante como antes. Tinha o cheiro da minha tia. Me sento no sofá e sorrio lembrando o quanto eu gostava de ficar aqui enquanto conversávamos sobre meus namorados ou do tempo em que ela solteira. Tia Thereza tinha muitas histórias para contar.

Nossas fotos ainda estavam aqui, exatamente como eu me lembrava. Começo a sentir meus olhos arderem novamente, mas dessa vez, não tinha nada a ver com Castle. Ouço um barulho na fechadura e me viro, esperando que ela entre na sala. E de repente ela surge, com seu mais lindo sorriso, encarando-me.

— Kate, minha querida. – ela se aproxima com os braços abertos. – que saudade.

Ela me aperta sem seus braços.

Me sinto em casa.

Me sinto aquecida.

Me sinto amada.

— Eu também estava morrendo de saudades, tia. – sussurro.

— Quanto tempo você vai ficar? Um mês? Dois? – eu rio.

— Meus planos são apenas para uma semana, mas talvez mais.

— Um semana? Isso não dá para matar a saudade. – ela faz sua cara dramática, me puxando para o sofá. – mas eu quero que você me conte tudo, começando pelo bonitão que você está namorando.

Sorrio. Um sorriso triste. Apesar de não nos vermos a muito tempo, sempre possível nós trocamos mensagens ou ligamos uma para a outra. Minha tia é a única família que eu tenho. Ela é a minha melhor amiga. Ela me entende, me apoia e mataria alguém por mim se preciso. Eu tenho nela a mãe que eu perdi.

— O que foi minha querida? – ela diz acariciando meu rosto docemente. A expressão em seu rosto muda automaticamente para preocupada.

— Nós terminamos. – digo e forço um sorriso.

Minha tia me olha sem entender. Me levanto e vou direto para o mini bar que ela tem em sua casa. Me sirvo de uma dose de uísque e volto a me sentar ao seu lado. Experiente de muitas conversa que já tivemos, ela espera o meu tempo. Sem falar nada, apenas me olhando. Bebo um gole, sentindo meus olhos lacrimejarem. Um mistura de sentimentos com o liquido quente descendo rasgando minha garganta.

— Ele ainda ama a mulher. – digo e a olho.

— Kate... – ela lamenta e eu me deixo levar pelos meus sentimentos.

Minha tia toca meu braço e eu me jogo em seus braços. O calor de seu abraço, a imensidão de seu amor, me faz liberar tudo o que venho guardado a muito tempo. Ela sabia melhor do que ninguém tudo o que eu passei desde conheci o Castle. Ela sabe o tamanho de meu amor por ele e quanto é difícil para mim expor meu sentimento. Me permito chorar. Esvaziar tudo o que venho guardando nas últimas horas. Perto dela eu sei que posso parecer frágil sem parecer fraca. Nela eu sei que posso confiar.

Eu deveria ter confiado quando ela me disse para ir com calma.

♦♦♦

Estava sentada na sala de espera da empresa que cuidaria do andamento do Hospital Veterinário, caso desse certo. O Senhor Sorenson me receberia hoje. Esse era o meu segundo dia em Nova Iorque e não tinha tempo a perder. Precisava me afundar no trabalho e esquecer de tudo por um longo tempo.

— Senhorita Beckett? – o som da voz grave chama minha atenção. Eu olho para o lado e vejo o homem moreno sorrindo para mim.

— Sim. – me levanto e o cumprimento com um aperto de mão. Ele não me era estranho. Eu o conhecia de algum lugar.

— Eu sou Will. Will Sorenson. – ele abre ainda mais o sorriso. Seus olhos quase desaparecem com aquele sorriso.

Will. Esse nome também não me era estranho.

— Desculpe, mas a gente se conhece de algum lugar? – sorrio envergonhada. – eu você não me é estranho.

Ele rir.

— Bom, eu jamais esqueceria uma mulher tão bonita quanto você. – ele diz, jogando seu charme. – mas sim, nos conhecemos.

— Onde?

— Cinema. – ele diz e imediatamente eu me lembro. Ele era o caro sentado ao meu lado na sala de cinema. Castle sentiu ciúmes dele. – eu estava com meu filho no cinema. – ele completa.

— Oh, claro. – sorrio. – que mundo pequeno, não é?

— Sim. – ele sorrir e abaixa a cabeça. Definitivamente ele era um homem charmoso. – Meu filho mora com a mãe lá. Uma vez por mês eu vou para vê-lo. - ele explica. - Devo dizer que estou muito feliz em ver você novamente, Kate.

— E lembra meu nome... – provoco e ele rir.

— Não poderia esquecer. E parece que agora vamos trabalhar juntos por um tempo.

— Sim. – confirmo. Ele era o Senhor Sorenson com quem eu venho conversado por e-mail nos últimos dias. Nem de longe parecia com o cara que eu tinha imaginado. Eu o imaginava um senhor de idade, experiente em negócios, e não um homem jovem assim.

— Algum problema?

— Não. – sorrio sem graça. – é só que... bom, eu imaginava um Senhor Sorenson mais velho.

Ele assente e rir. Uma risada bonita. Contagiante.

— Oh, então já que viu que eu não sou nenhum senhor, pode me chamar só de Will.

— Claro. E por favor, me chama de Kate. Essa coisa de senhorita Beckett.. – fiz uma careta e ele sorriu.

— Ótimo. Então vamos, Kate? Temos muito o que fazer hoje.

Gentil, ele indica o caminho com sua mão e eu sigo. O lugar sofisticado também não parecia em nada com o que eu imaginava. O grupo Sorenson foi o responsável pelos equipamentos da clínica quando eu quis transforma-la em algo mais moderno. Na época eu não precisei vir até Nova Iorque para resolver isso, já que, como se tratava de uma clínica pequena, eles se encarregavam de mandar um representante para me atender.

Mas segundo Will, era preciso que eu viesse dessa vez. Ele queria me mostrar todos os equipamentos e fazer uma demonstração para que eu escolhesse qual seria utilizado no hospital veterinário. O resto da tarde ficamos presos em sua sala. Virtualmente, ele me mostrou todo o seu mostruário de equipamentos e para que eles serviam. Demorou mais do que gostaríamos, e não sobrou tempo para eu ver os equipamento funcionando, o que resultaria em outra reunião no dia seguinte.

— Bom, eu vou indo. – me levanto. Will faz o mesmo.

— Nos vemos amanhã? Eu posso mandar um carro te pegar para irmos até a fábrica. É um pouco longe. – avisa.

— Seria ótimo. – faço uma pequena careta. – odeio pegar táxi em Nova Iorque.

Eric rir. Seu jeito era sedutor. O sorriso branco, por algum motivo, chamou minha atenção. Talvez fosse todo o conjunto de seu rosto. Os olhos claros eram chamativos, mas o sorriso, era realmente bonito.

— Você não é a única. – ele diz enquanto saímos da sala.

Com licença. – a assistente dele chama quando passamos pela recepção. – O táxi chegou.

— Ótimo, bem na hora. – me viro para ele para me despedir.

— Dispense. – ele avisa para a mulher para a porta. – eu mesmo irei levar a Senhorita Beckett em casa.

— O que? Não, não precisa. – começo a falar rápido. – o táxi já está lá em baixo, eu chego em quinze minuto.

— Ótimo, quinze minutos a mais para nos conhecemos. – eu o olho sem entender. – só falamos de trabalho, quero conhecer a minha nova cliente. – ele faz aquilo parecer natural. Sinto meu rosto ruborizar. Talvez ele estivesse dando em cima de mim, mas seu jeito gentil de toda a tarde me fez duvidar se aquilo era apenas uma maneira de ser ainda mais gentil.

— Não precisa, Will...

— Kate, amanhã eu irei te pegar, é melhor eu aprender onde é sua casa. – fico em silencio, um pouco hipnotizada por seus olhos azuis, que me encaravam. – Eu insisto.

Algo em seu olhar, ou talvez no seu jeito dominador, me deixou desarmada. Eu não consigo dizer não. Meus olhos estão presos nos seus. O que está acontecendo?

— Ok. – digo sem jeito por passar tempo demais olhando-o. – vamos então?

— Vamos. – Ele indica a porta e eu sigo. – Beth, por favor mande tirarem o carro e dispense o motorista. – ele ordena para a recepcionista.

Assim que entramos no elevador em sinto incomodada, como se estivesse fazendo algo de errado. Mas eu não estou! Estou apenas aceitando uma carona para casa. Estamos só nós dois aqui. O ar do lugar fica pesado. Eric digita algo em seu celular enquanto uma música suave quebra o silencio do lugar.

— Você está em algum hotel? – a voz grave dele me faz pular de susto. Definitivamente não estou no meu estado normal.

— Não. Estou na casa da minha tia. – sorrio, tentando parecer normal.

— Bom... ficar em um quarto de hotel pode ser solitário demais. – ele guarda o celular e volta sua total atenção para mim.

— É. – comento em um sorriso triste. – e ficar sozinha é tudo o que eu não preciso agora... – penso alto.

Sinto o peso de seu olhar em mim. Evito olhar para o lado, não quero encontrar seus olhos hipnotizantes novamente. As portas metálicas do elevador se abrem e eu agradeço mentalmente por isso. Cavalheiro, ele me deixa passar primeiro e me guia até seu carro. Tomamos caminho para o apartamento de minha tia em um silencio quase constrangedor.

— Você vai participar da convenção esse fim de semana? – ele puxa assunto quando estamos quase chegando.

— Sim. Mas pretendo ficar mais tempo para resolver tudo sobre o hospital... detesto esse ir e vir...

— Eu te entendo. – ele me olha de lado. – odeio pegar avião. – sorrio.

— Como você sabida da convenção? – eu o olho firme, admirando seu perfil.

Will era o tipo de homem bem arrumado, com direito a penteado e gel no cabelo. Aposto que todos os dias ele fazia sua barba, seu rosto era tão liso que eu tinha vontade de passar meus dedos ali. Sempre gostei de homens que se cuidam como ele. Me lembro do Castle. Ele se cuidava também, mas tinha sua barba sempre por fazer e seu cabelo grande, que o deixava incrivelmente atraente. Ao mesmo tempo que eu adorava quando ele fazia a barba, eu adorava a capacidade que ela tinha de crescer rápido. Eu amava passar meus dedos e sentir o arranhão leve que ele me causava. Eu amava brincar com as pontas de seu cabelos...

Sinto sua falta.

Era a primeira vez que eu lembrava dele desde que entrei em reunião com o Will. O trabalho realmente seria a solução para me manter distante dele por um tempo.

— Eu vou apresentar alguns equipamentos em um stand. – ele diz com um sorriso simples.

— Mesmo? E vai ter algum que eu vou ter o privilégio de ver amanhã? – ele rir.

— Alguns não, são surpresa. Mas terei o maior prazer de te mostrar no stand.

— Ali... – eu aponto a fachada do edifício. Tiro o cinto e me viro para ele. – pode apostar que eu irei ao seu stand. – sorrio.

— Até amanhã, Kate.

— Até amanhã. – digo antes de sair do carro.

Ainda posso ver seu sorriso branco antes dele dá partida e sair pelas ruas. Fico ali, parada na calçada do edifício olhando o carro dele se perder na multidão de carros. Não me movo, apenas direciono meu olhar para as portas de madeira. Eu não queria entrar agora. Começo a caminhar pelas calçadas da cidade sem destino. O vento frio bate contra meu rosto, mas eu não incomodo. Enfrento o vento e o frio. Meus pensamentos insistindo em ir para onde não devia. Castle.


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Notas finais do capítulo

Não pirem com Will hauhsuahs

Até o próximo ♥



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