I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 23
Capítulo 23 - Saudades.


Notas iniciais do capítulo

Oiiii

Olha eu aqui de novo. Vocês já perceberam que eu to com tempo livre né? poisé, estou de férias e estou aproveitando para escrever *-*

Bom, todos ansiosos para o cap q vai ter... bom leiam.

Espero que gostem ♥



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O sol bate forte contra meu rosto. Hoje chegam os novos animais no haras do Josh e eu, como veterinária responsável, preciso verificar cada um dos animais que chegam. Ver as condições em que foram transportados e se tem as vacinas em dias. É um trabalho demorado, e fazer isso com o sol contra meu rosto não é tão bom quando parece. Nem o óculos de sol que eu uso parece ser suficiente para causar algum alivio.

— Não acredito no que meus olhos veem. – a voz de Josh soa escandalosa. Olho para trás e o vejo se aproxima.

Ele veste seu típico terno feito sob medida, que realça seus músculos e o deixa com aparência de um jovem poderoso. Um óculos escuro e um sorriso sedutor completam o look de sempre. Um homem dos sonhos para qualquer mulher, até abrir a boca e deixar todo o seu lado gay aparecer.

Sorrio e aceno para ele, que já abre seus braços para um típico abraço.

— Finalmente você resolveu aparecer. Pensei que não trabalhava mais aqui. – ele me abraça enquanto faz um pequeno drama. – não ia te perdoar de tivesse me abandonado.

— Jamais. – sorrio. – só estava um pouco acumulada lá no rancho.

— E sua volta aqui vai ser bem produtiva. – ele olha para os dois caminhões cheios de cavalos que eu tenho que examinar.

— Meu chefe gosta de me torturar. E se eu reclamo, ele fica bravo. – brinco e ele rir.

— E você ter me abandonado esses dias tem alguma coisa a ver com tal de Senhor Castle? – Josh tira os óculos e em olha maliciosamente. Não consigo evitar, por mais que eu tente, o sorriso insiste em surgir em meu rosto. – EU SABIA!! – ele falo alto e pula, mostrando seu lado gay a todos aqui.

— Josh! – o repreendo, mas ele nem liga. – por favor...

— Não me diga que você finalmente conseguiu domar a fera? OMG, KATE! – ele me agarra forte contra seu corpo musculoso.

— Josh, calma. – digo rindo. – não rolou nada entre nós.

— Nada? – sua cara de decepção é clara.

— Bom, eu disse que estava apaixonada por ele. Mas ele pediu um tempo.

— Tempo? Tempo para que quando se tem Katherine Beckett apaixonada por um escritor gostoso? - ele aponta para meu corpo como se isso explicasse alguma coisa. – vocês tem que se entregar logo, ninguém sabe o dia de amanhã.

Para Josh tudo era muito simples. Com ele era “viva o hoje e dane-se o amanhã”. Suspeito que, talvez, seja por isso que, mesmo estando com o Demming, ele nunca dispensou nenhum cara que lhe dava mole.

Mas ele também não sabia nada do que o Castle estava passando. Ele ainda estava de luto pela mulher. E apesar de querer agarrar ele com todas as minhas forças, eu tenho que respeitar o tempo dele.

— Não é assim, Josh... – fico séria e ele percebe, me olhando sério também. – ele está passando por um momento complicado. Tem todo o direito de precisar de um tempo.

— Kate, por momentos difíceis todos nós passamos. Por isso eu acho que outros momentos felizes e cheios de amor possam cura-lo. – ele ergue as sobrancelhas.

— Ele não está pronto para amar novamente. As coisas não são tão simples... – digo, com a tristeza evidente na minha voz.

Eu queria que ele estivesse pronto para se entregar para mim, assim como eu estou pronta para ele.

— E você está apaixonada por ele...

— Completamente. – não posso evitar o sorriso que brota em meus lábios. – eu estou tão apaixonada que não tem uma hora sequer que eu não pense nele. Mas ele não está por mim... e eu não posso obriga-lo a isso.

— Kate, aquele homem virou o cão quando nos viu. Os olhos dele ardiam de raiva por me ver perto de você. E isso porque eu sou gay, imagina se não fosse?

— Ele achou que estivéssemos juntos. – rio ao lembrar.

— Eu tenho quer ir agora... Mas pensa no que eu acabei de te falar. – ele me abraça de novo. – e acaso ele ainda não esteja apaixonado, você pode fazer ele se apaixonar rapidinho. – ele se afasta e pisca.

— Espera. – seguro seu braço. – você acha o Castle gostoso? – faço uma careta.

— Aquela bunda dele... – reviro os olhos e não deixo que ele continue.

— Tchau Josh. – ele rir.

 Josh coloca os ósculos no rosto novamente e segue seu caminho. O sorriso não sai do meu rosto só de pensar na possibilidade do Castle apaixonado por mim. Afasto esses pensamentos e volto ao meu trabalho, começando a examinar mais um cavalo.

Nas ultimas semanas eu me dediquei totalmente aos cavalos de Castle, e deixei o haras um pouco de lado porque sabia que estava tudo tranquilo por aqui. Mas hoje foi inevitável. Eu tinha que vir para cá e não poderia ir ao rancho. Fui para clinica na parte da manhã ver como o Cosmo estava, fiz um exame rápido nele, apenas para confirmar o que já sei, ele está ótimo. Pronto para ir para casa. Logo depois vim para o haras, cuidar de todos esses cavalos. Mais especificamente vinte.

Castle fazia falta. Acho que a maior razão para eu não ir ao rancho hoje era porque ele não estava lá. E ir até lá e não vê-lo era um pouco triste. Não me lembro de me sentir tão ligada emocionalmente a alguém antes. Castle é diferente de todos os caras com quem eu já saí. Nós não estamos em um relacionamento, ou sequer saímos de verdade, mas mesmo assim ele é melhor do que todos.

Desde que ele viajou nós não nos falamos, e esse foi o máximo de tempo que passamos longe um do outro desde que ele chegou. De alguma forma nós sempre nos víamos todos os dias. Eu adquiri certa dependência dele, o senhor turrão. Até do mau humor dele eu sentia falta, isso não pode ser normal. Mas se bem que eu não estou normal, estou apaixonada, e pessoas apaixonadas não são normais!

Passei a noite inteira lembrando-me dele. Da imagem dele sorrindo. De eu acordando em seus braços. Da sua respiração em meu pescoço. Se eu fechar meus olhos posso até reviver aquele momento. Seu colo era a melhor coisa do mundo. Nossos corpos pareciam se encaixar. Nossos toques pareciam ensaiados. Nós parecíamos perfeitos um para o outro.

Quando eu finalmente acabo de examinar todos os cavalos o dia já está quase terminando. O azul do céu já não é mais tão azul. A maioria dos funcionários do haras já se preparava para ir embora, e comigo não era diferente. Juntei todas as minhas coisas na minha maleta de trabalho e fui em direção ao meu carro, decidindo, mentalmente, se ligava ou não para Castle. Ele não deu noticias. Nem uma mensagem para dizer que chegou bem. Nada.

Desisto de ligar. Não quero parecer uma maluca que persegue o cara de quem gosta. Vou para casa e tomo um banho rápido, já que tenho um compromisso essa noite.

***

— Me diz que você já está arrumada. – Lanie diz entrando em minha casa.

— Quase. – a vejo fechar a porta e volto para o meu quarto. – só falta vestir uma roupa. – grito e escuto algum resmungo que não compreendo.

Lanie já é de casa, então não me preocupo em fazer sala para ela. Somos amigas desde o ensino médio e fizemos faculdade de veterinária juntas. Ela trabalha comigo na clínica, na verdade ela é minha sócia, mas por ironia, quase nunca nos encontramos lá.

Lanie cuida de mais paciente que eu. Gostaria de cuidar de mais pacientes também, mas como parte da sociedade, a parte burocrática e a contabilidade restaram para mim, e me mata a maior parte do tempo quando estou na clínica. Ando pensando em contratar alguém especifico da área para me ajudar, mas ainda não tive tempo. E tudo o que meu pai me ensinou sobre como gerir um negócio está dando resultado.

Termino de me vestir e vou para a sala, procurando, distraída, meu celular.

— UAU. – Lanie solta um assobio quando me ver. Estou vestida num vestido vinho simples, de mangas longas e um pouco curto.  – isso é para o seu escritor?

Paro de procurar e a encaro. Como ela sabia do Castle? Não que eu me importe, nós somos amigas e sempre contamos tudo uma para outra, mas eu não contei sobre o Castle para ela.

Os boatos de quando Castle e eu dormimos juntos na clinica correram por lá, e essa era a única explicação para ela saber. E é claro que ela não perderia a oportunidade de tocar no assunto.

— Como? – me faço de desentendida e procuro algo inespecífico dentro da minha bolsa.

— Não faça essa cara de quem não sabe do que eu estou falando. – ela larga a taça de vinha que tinha se servido e vem em minha direção. – mas para o caso de ter esquecido, eu te lembro. Isso – ela aponta para mim. – é para o seu escritor? Você sabe o dono do rancho. Bonito. Forte...

Reviro os olhos e ela rir.

— Ele não é meu, ok? – volto a procurar meu celular no sofá. – e só para te informar, ele não está lá. Está viajando. – acho meu celular no meu das almofadas. Olho esperançosa para ver se tinha alguma chama não atendida. Nada. Minha cara de desapontada é visível.

— Como você não me contou que está pegando “o idiota que comprou o rancho”? – ela fala se referindo à forma como eu falei do Castle depois da primeira vez que ele praticamente me expulsou do rancho.

— Eu não estou pegando ele, Lanie. – reviro os olhos pela forma patética que ela se refere. Pregando? Isso era até ofensivo.

— Não? E ele dormiu lá, por quê? – boatos. Malditos boatos.

— Porque o cachorro que ele adotou estava doente. Ele queria passar a noite lá e eu não pude dizer não.

— Sei... Mas ele precisava dormir com você? Na mesma cama? Agarrados? – eu arregalo os olhos e me calo. Aquilo eram detalhes demais. Como ela sabia disso? Lanie me olha alguns segundos e rir da minha cara assustada. – você deveria ver sua cara agora. – sua gargalhada é alta.

— Lanie! – a repreendo. Sinto meu rosto corar. – como você sabe disso?

— Eu fui cedo a clinica, tinha esquecido meu carregador lá. Entrei na sala de descanso e vi vocês dois. – ela aponta para mim. – não quis atrapalhar, então saí e vocês nem perceberam.

— Aquilo foi só... Nem eu sei o que foi aquilo. Não rola nada entre nós ainda. – esclareço.

Ainda. – ela ressalta. O sorriso provocativo em seus lábios me faz corar ainda mais.

— É, Lanie. Ainda não rolou nada. Mas quem sabe? – sorrio já pegando as chaves do meu apartamento e saindo. Ela me segue dizendo que quer todos os detalhes no caminho.

E ela realmente me fez contar cada detalhe de tudo o que aconteceu entre Castle e eu. Era bom poder dividir isso com alguém, mesmo que eu tenha ficado com vergonha ao falar das nossas caricias na casa abandonada.

Mas Lanie me conhece melhor que ninguém. Ela sabe tudo sobre mim. Desde meus relacionamentos fracassados até os que poderiam dar certo, mas eu não quis. Não precisou eu dizer, assim que abri a boca para falar de Castle ela soube que eu estava apaixonada por ele. Perdidamente apaixonada.

Quando nos aproximamos do rancho eu vejo as luzes alegres da casa de Ryan e Jenny. Era o aniversario das gêmeas, e eu não podia deixar de vir. Afinal, eu sou a madrinha. Mas algo me chama a atenção. As luzes da casa do Castle também estavam acesas. Eu descarto a possibilidade dele ter chegado, afinal, eu já saberia se ele tivesse chegado certo?

Lanie estaciona o carro e eu desço, mais uma vez voltando minha atenção para a casa, na esperança de que ele realmente tenha chegado. Lanie chama minha atenção e nós caminhamos até a entrada da casa. Assim que nos ver, as meninas correm em nossa direção. Eu me abaixo e abro meus braços para acolher a Anna, enquanto Lanie abraça a outra loirinha.

A casa estava repleta de crianças correndo de um lado para o outro. Todas eram filhas de amigos. Era uma festa pequena e simples. Apenas para os amigos e alguns amiguinhos da escola das meninas. Jenny servia alguns convidados, e sorriu de longe ao nos ver. Ryan veio todo alegre em nossa direção.

— Que bom que chegaram. – ele nos abraça. – aqui está uma loucura. – ele olha assustado para a quantidade de crianças brincando.

— Não precisa se preocupar com a gente, Ryan. Vai lá cuidar de seus convidados que nós somos de casa. – ele sorrir.

— Vocês são minhas convidadas também. Querem cerveja?

— Claro que sim. – aceito de bom grado. Álcool seria bom para matar um pouco da saudade que eu sinto do Castle.

Ryan nos guia até a sala, onde os adultos conversavam sem que tenha criança correndo entre eles. Paro perto da janela, onde tem uma vista perfeita da casa do Castle. Ryan e Lanie conversam algo sobre ele apresentar Esposito para ela, mas não tenho certeza, minha atenção está voltada para a casa do outro lado. As luzes ainda estavam acesas e nenhuma movimentação. Acho que a Jenny se esqueceu de apaga-las.

Mas não posso negar que sinto uma ansiedade só de pensar que eles já pode ter chegado. Não quero perguntar ou aparecer lá do nada. Se ele tivesse mesmo chegado ele ligaria. Enquanto isso, eu tenho que controlar minha ansiedade. Bebo mais um gole da minha cerveja e tento me concentrar na conversa de meus amigos, que riem sem parar.

— Ele chegou hoje de manhã. – Jenny chega ao meu lado, me dando um susto.

Fui pega em flagrante olhando para a casa dele, mais uma vez. Ela era a única que sabia que realmente algo rolava entre Castle e eu. Mesmo não rolando nada de verdade, ela sentia o clima e via nossos carinhos.

— Suspeitei quando vi as luzes acesas. – sorrio tentando disfarçar meu nervosismo.

— Ele chegou na hora do almoço. Dormiu e acordou no fim da tarde. Perguntou mil vezes se você já tinha vindo aqui, ou se tinha ligado.

— Mesmo? – pergunto surpresa. – porque ele não ligou?

— Porque eu falei que hoje era aniversario das meninas e que você viria a noite. – ela sorrir. – e aproveitei e convidei-o também.

— Certo. – digo sentindo o nervosismo me invadir. Olho pela janela novamente, mas não vejo nenhum movimento na casa.

— Porque você não vai até lá? Diga que já vamos cortar o bolo. – ela pisca e sorrir.

Jenny se afasta e eu sorrio. Ela poderia se sair um ótimo cupido se quisesse. Termino minha cerveja de uma única vez e saio, desviando dos funcionários.

— Aonde você vai? – escuto Lanie perguntar quando eu me afasto.

— Já volto. – gesticulo com os lábios e saio da casa.

Respiro fundo e caminho em direção a casa dele pelo caminho pouco iluminado do rancho. Ao longe, vejo algo se mover. Não me assusto e não paro. Eu sei que é ele. Meu coração acelera, quase saindo pela boca.

À medida que me aproximo, o seu corpo vai ganhando forma, andando a passos decisivos até mim. Ainda não posso ver seu rosto com nitidez, mas a luz da lua faz uma sombra em sua face, que o deixa ainda mais lindo. Sorrio quando o vejo a poucos passos de mim. Paro e deixo que ele se aproxime. Aquele perfume amadeirado me invade e causa um efeito em mim. Castle abre um sorriso.

— Oi... – falo baixo quando ele está próximo o bastante para ouvir.

Com dois passos largos e decididos ele acaba a distancia entre nós e me envolve em seus braços. Minha cintura parecia pequena diante suas mãos grandes espalmadas ali. Seu olhar invade o meu agora em um tom azul escuro e profundo.

Acabando com a pouca distancia entre nós, Castle cola nossas bocas num beijo urgente, sem ao menos dizer uma palavra.


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Notas finais do capítulo

O que deu nele?



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