I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 20
Capítulo 20 - Mal-entendido.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores.

Hoje é sexta então, como de costume, aqui está mais um cap.
Não tenho muito o que falar sobe esse cap, o título já diz tudo.

APROVEITEM ♥

obs: quero agradecer mais uma vez os comentários de vocês, e a quem favoritou a história. muito obrigada mesmo ♥



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KATE POV.

Eu não queria ter mandado ele embora. Mas eu não consegui pensar na ideia de que ele iria embora. Depois do que passamos hoje. Depois do que eu disse a ele hoje. Tudo o que eu queria quando o trouxe aqui era que ele me dissesse que isso não passava de uma mentira inventada pela mídia. Eu achei que nós tínhamos uma chance depois de hoje, mas agora... agora eu vejo que estava enganada.

Ele vai embora. Ele sabia disse desde que recebeu aquele telefonema e estava adiando me contar isso. Eu posso não entender, mas ele pode estar fazendo o certo. Afinal, ele tem uma carreira em Nova Iorque, tem fãs, família, amigos, negócios... não pode alargar tudo de uma hora para outra. Um dia ele tinha que voltar.

E eu fui apenas a idiota que se apaixonou pelo garoto da cidade. Me dói pensar assim, mas eu tenho que encarar a realidade. Será bom ele ir embora logo, essa paixão vai acabar com a mesma velocidade que começou. E eu vou poder voltar a ser a Kate que sempre fui. Casada com o trabalho.

Solto um longo suspiro e me deito no sofá. Eu não queria que nada disso tivesse acontecendo. Eu não queria que ele fosse. Eu queria que ele ficasse comigo. Que me amasse. Que ele fosse meu. Eu estou absolutamente apaixonada por Richard Castle, e esse foi um dos meus piores erros.

O zumbido do meu celular vibrando na mesa ao lado do sofá me chama a atenção, mas eu não ligo. Nem me dou o trabalho de olhar quem é. Ele vibra alguns segundos e para, logo depois ele começa a vibrar novamente. Esse mesmo processo se repete algumas, incontáveis, vezes. Apenas quando eu escuto o barulho do celular caindo no chão eu me movo. Levanto e pego o aparelho, tento mexer nele, mas ele não liga.

— Ótimo. Era só o que me faltava, um celular quebrado! – Jogo ele na parede com raiva. Já estava velho o bastante para ser consertado, amanhã cedo eu compraria um novo. De preferência com um número novo para que eu possa começar tudo de novo.

CASTLE POV.

Entro em casa e sinto uma sensação de vazio. A mesma sensação da primeira vez que estive aqui. Olho pelo local e tudo parece diferente. Fico ali, na porta da frente, parado e pensando nas últimas horas. Em como meu relacionamento com a Kate mudou de uma hora para outra. Pesando em como minha vida tinha mudado desde que me mudei para cá.

Ando devagar pelos cômodos da casa até chegar em meu escritório. Ele estava intocável, apenas um computador na mesa enorme no centro da sala. Algumas caixas estavam ali ainda, cheias de itens pessoais que eu não tinha coragem de arrumar. Eram porta-retratos com fotos minhas e da Gina. Lembranças dos nossos últimos momentos juntos. Passo por essas caixas, as ignorando completamente, e sento na cadeira preta e grande atrás da mesa.

Abro meu computador e início o programa para que eu possa escrever. As ideias inundaram minha cabeça no caminho de volta. Eu tinha que coloca-las para fora antes que me deixassem louco. Há tempos não tinha inspiração para escrever alguma coisa.

O cursor pisca.

Os meus dedos prontos sobre o teclado.

Mas não sai nada.

Eu simplesmente não consigo.

Tudo parece confuso demais para minha cabeça. As ideias se misturam e nada parece como antes. Eu não sou o mesmo autor de antes. Então vem os mesmos questionamentos de sempre. O que eu estou fazendo? Porque eu acho que me entregar para Kate é errado? Isso é errado para quem se para mim parece certo? Para a sociedade? Porque eu deveria ficar seis meses de luto antes de me interessar por alguém? Antes de me entregar para alguém?

Eu nunca liguei para o que dizem de mim. Minha vida é pública, e o interesse em mim cresceu depois da morte da Gina. O mais novo viúvo de Nova Iorque, pronto para ser atacado por mulheres de todas as idades. Pena que eu não me interesso por isso.

A resposta disso tudo estava na sensação de estar traindo a Gina. É a ela quem eu devo uma satisfação. Eu sinto que me entregar para Kate é estar afirmando que tudo o que eu vivi com a Gina era falso. Nosso amor era falso. Mas não era. Era tão verdadeiro quanto esse que cresce em meu peito agora, por uma pessoa completamente diferente.

É complicado, eu sei. Eu também não consigo me entender agora.

Desisto de tentar escrever. Arrasto o mouse até o ícone colorido da internet e clico nele. Digito meu nome o google, e logo de cara aparecem as notícias sobre minha volta a Nova Iorque. Clico nelas, e todas falam sobre a homenagem que os pais da Gina farão para ela.

Eu não queria ir. É como reviver a dor que senti naquele dia. A dor que eu mal consegui superar. Mas minha mãe insistiu. Disse que eu tinha que estar lá e que estava com saudade de mim. Eu não consegui dizer não. Amanhã à noite eu volto para Nova Iorque, mas segundo as notícias dos sites, a minha volta seria definitiva, depois de uma clara “fuga dos meus sentimentos”.

Agora eu entendo porque a Kate estava chateada e me mandou embora. Ela acha que eu vou embora e que não vou mais voltar. Que eu a deixaria aqui, mesmo depois dela me dizer que estava apaixonada por mim. Eu não faria isso com ela, e nem comigo. Kate me faz um bem enorme. Ela me trouxe de volta a vida. Ela me deu a vontade de sorrir novamente. E, principalmente, ela me mostrou a possibilidade de amar novamente.

Eu queria ligar para ela agora. Eu queria ir até sua casa e dizer que tudo isso é mentira. Eu nunca fugiria do que eu sinto, e nem dos sentimentos dela. Isso foi a única coisa boa que me aconteceu ultimamente. Começo a sentir uma agonia em meu peito. Uma necessidade de falar com ela.

Pego meu celular e disco seu número, que eu fiz questão de decorar. Chama uma, duas, três vezes e cai na caixa postal. Tento de novo mais algumas vezes, mas é sempre a mesma coisa. Ela não quer falar comigo!

Pego meu celular e disco seu número. Chama uma, duas, três vezes e a ligação cai na caixa postal. Ela não quer falar comigo!

KATE POV.

Assim que chego na clínica sorrio para Leila, que está na recepção ao telefone. Falo com algumas pessoas que estão com seus animais de estimação para fazer consulta e depois vou direto para minha sala, com uma sacola de uma loja na mão. Celular novo. Número novo. Tudo novo.

Faço todos os procedimentos e coloco ele para carregar. Coloco meu jaleco, mas antes de começar a atender, vou até a recepção, dou a ordem para Leila fazer novos cartões com meu número novo e atualizar o sistema de emergência da clínica. Depois vou direto para o meu primeiro paciente do dia. Cosmo.

Assim que me aproximo da sala, escuto vozes e latidos. Cosmo parecia animado, e eu conheço bem a voz que conversava com ele animadamente. Abro a porta e vejo Castle com alguns brinquedos de cachorro e cosmo mordendo uma bola. Sorrio com a cena. Por mais que eu esteja chateada com Castle, aquela era uma cena bonita de se ver.

— Oi. – Ele sorrir e levanta do chão. – Você demorou para chegar.

— Tive que passar em um lugar antes.

Castle me olha diferente. Ele tinha um sorriso nos lábios e um brilho em seu olhar. Era como se ele estivesse feliz em me ver.

— Trouxe algo para você. – Ele me entrega um embrulho. – Espero que goste.

— Presente de despedida? – Ele desfaz o sorriso. Me arrependo assim que as palavras saem de mim.

— Só abra, Kate.

Pego o embrulho de suas mãos e desfaço o laço vermelho. Logo o papel cai no chão, revelando a parte de trás de um porta-retratos. Viro o objeto em minhas mãos e fico sem palavras. Porque ele não poderia simplesmente ir embora sem arrumar um jeito de me deixar ainda mais apaixonada?

Olho para Castle, que ainda está sério, e volto meus olhos para o objeto. Não sei como ele conseguiu tirar aquela foto. Eu lembro bem do dia, mas eu não lembro de ele tirar uma foto minha. Na foto eu estou na varanda de sua casa, olhando frente enquanto o sol banhava o meu rosto.

— Como? – Olho para ele de novo. Estou tão maravilhada com meu presente que não sei o que dizer.

Sinto minha raiva ir embora. Agora meu coração bate forte dentro do meu peito, como uma garota de quinze anos vivendo seu primeiro amor.

— Você estava linda naquele dia. Estava tão distraidamente linda que eu aproveitei. Espero que tenha gostado.

— Eu amei. – Falo de uma vez. – Obrigada, Castle.

Ele abre um sorriso e aquilo enche meu coração de amor.

— Como? – olho pra ele de novo, totalmente maravilhada com o meu presente.

E do nada, minha raiva não existe mais, e meu coração começa a bater novamente dentro do meu peito, como uma garota de quinze anos vivendo seu primeiro amor.

— Você estava linda naquele dia. Estava distraída também, então eu aproveitei. Espero que tenha gostado.

— Eu... eu amei, Castle. Obrigada. – Ele abre o sorriso novamente e aquilo enche meu coração de amor.

É como se não tivéssemos brigado ontem. Como se ele não estivesse indo embora.

— Agora você tem uma foto sua, mas que eu tirei. – Sorrio ainda mais do jeito como ele fala.

— Vai ficar em um lugar especial, como uma lembrança disso tudo. – Não consigo evitar a tristeza em minha voz. É uma pena tudo isso ser só uma lembrança.

— Eu estava pensando que eu poderia alugar um lugar aqui para deixar o cosmo até eu voltar, não seria bom ele ficar em casa sozinho, né? – Ele se volta para o cachorro que brincava com o embrulho meu presente.

Eu me perco em suas palavras. “Quando eu voltar”. Isso quer dizer que ele vai voltar, certo? Ele falou isso. Ou eu escutei errado? Castle está tão distraído com suas brincadeiras com cosmo, que eu acho que realmente escutei errado.

— Eu vou hoje. – Ele me lança um olhar. – Mas em dois dias eu estou de volta. Ele pode ficar aqui, né?

— Você.... você vai voltar? – Pergunto baixo, mas tenho certeza que ele escutou.

Castle sorrir e para em minha frente. Seus olhos se juntam aos meus. Suas mãos tocam as minhas. Meu ar fica preso dentro de mim.

— Eu sei que você deve ter lido muitas baboseiras na internet. Mas minha vida não é mais em Nova Iorque, é aqui. – Solto um sorriso sem graça e abaixo a cabaça com vergonha.

— Eu pensei que...

— Não pense. – Ele me interrompe. – Da próxima vez que você ler alguma coisa a meu respeito, mesmo que esteja certa, você tem que vir falar comigo. Promete?

Ele segura meu rosto com suas mãos. Meus olhos ardem. Eu queria chorar de alegria. Castle não estava indo embora. Eu sou uma boba.

— Prometo. – Minha voz falha.

— Ótimo. – Ele sorrir e me abraça. No mesmo instante cosmo começa a latir em protesto.

— Acho que ele não gostou muito disso. – Me separa um pouco dele. Castle fita o animal, ainda com as mãos em minha cintura.

— Vai dar um de ciumento logo comigo, cosmo? – Ele protesta.

— Deixa eu dar um pouco de atenção a ele também. – Digo rindo e me afasto, chamando cosmo para a mesa de procedimentos.

Depois de conferir a tem temperatura e o local da cirurgia, eu confirmo o que eu já suspeitava, cosmo está muito bem de saúde. Ligo para alguém da recepção levar ele para um dos dormitórios alugados.

A primeira coisa que faço quando entro na minha sala é colocar o porta-retratos na minha mesa. Por incrível que pareça ele combina perfeitamente com a decoração da sala.

— Você deveria aceitar almoçar comigo. – Eu o olho, sentado em meu sofá como se fosse dele. Ele também combina perfeitamente com a decoração da minha sala e da minha vida.

— Isso foi um convite, certo? – Pergunto na dúvida.

— Sim. – Ele dá os ombros e levanta, vindo em minha direção.

— Eu posso aceitar, mas eu tenho um monte de trabalho me esperando.

— Você precisa para uma hora para comer, você sabe, né?

— Não estava nos meus planos. – Faço uma careta e ele rir.

— Volto as doze horas. Esteja pronta para sair. – Ele se inclina sobre mim e planta um beijo no canto da minha boca.

Com um sorriso no rosto ele sai de minha sala. Assim que a porta se fecha passo meus dedos pelo local do beijo. Sorrio lembrando da sensação de seus lábios capturando os meus ontem.

Durante o resto da manhã eu não consegui tirar Castle da minha cabeça. Estava começando a ficar chato. Eu amo trabalhar, mas essa paixão absurda que eu sinto por ela tira a minha concentração. Eu rio sozinha na minha sala ao lembrar do quanto fui boba em pensar que ele iria mesmo embora.

O telefone toca e é Leila, minha secretaria, dizendo que Castle já está me esperando. Sinto um frio na barriga. Isso nem é um encontro, mas mesmo assim me sinto nervosa. Amigos. É o que somos, certo? Esse seria um almoço entre amigos, ou seja lá o que somos.

Assim que saio da clínica vejo Castle encostado no carro. Seus óculos escuros que usei outro dia. Uma camisa de manga preta e suas mãos parcialmente nos bolsos de sua calça jeans. Uma verdadeira visão do paraíso para qualquer mulher. Ele é lindo. Capaz de deixar qualquer mulher de boca aberta por onde passa. Confesso que isso me incomoda um pouco. Eu sou ciumenta e eu vejo como as mulheres olham para ele. E eu não posso fazer nada contra isso. Mas, mais uma vez, nós somos só amigos. Que direito eu tenho de ter ciúmes? Nenhum. Então eu aceito o fato de que ele está indo almoçar comigo, e não com outra qualquer.

Sorrio quando me aproximo dele. Castle abre a porta do carro para mim e eu entro. Vejo ele dá a volta no carro, e só então novo o quanto aquela calça deixa sua bunda ainda maior.

— Aqui parece perfeito. – Ele me oferece a cadeira de uma mesa discreta no restaurante.

O garçom oferece a carta de vinhos, mas Castle nega. Ele diz o seu vinho preferido e o garçom sai. Mais uma coisa que eu aprendi sobre ele, ele aprecia vinhos.

— Então, viaja que horas? – Bebo um gole do vinho tinto que ele pediu.

— Depois que eu te deixar na clínica. Quero pegar a estrada cedo. – Ele diz com naturalidade.

— E você está preparado?

— Para pegar a estrada? Eu sou acostumado, Kate. – Eu odeio essa mania que ele tem de querer fugir do assunto.

— E para enfrentar tudo de novo lá? Você está preparado? – Ele entende bem o que eu quero dizer e fica sério.

— Sinceramente? – Faço que sim com a cabeça. – Não.

Seguro sua mão sobre a mesa e ele olha para meu toque. Sua aliança ainda está lá. Meus dedos brincam com a peça de ouro, e ele não parece ligar.

— Voltar lá só vai me fazer lembrar de tudo. – Ele confessa.

— Uma hora isso iria acontecer...

— Mas eu não estou preparado para isso. E não precisava ser agora... – ele me olha, segurando firme minha mão. – Não agora que nós estamos nos entendendo. – Eu sorrio. Essa era uma definição melhor do que “apenas amigos”.

— Eu ainda vou estar aqui quando você voltar. – Nossos olhares de perdem mais uma vez. Estava ficando comum nos perdermos assim. – Eu sempre vou estar aqui.

— Eu não quero reviver minha dor. Não quero voltar a ser o cara que eu era quando cheguei aqui. E se....

— E se eu não gostar mais de você? – Completo por ele. – Eu vou estar aqui, Castle. – Falo de novo, dessa vez, mais firme. – E você não pode fugir de Nova Iorque para sempre.

— Mas eu gostaria de fugir por mais um tempo.

— Não. A cidade não é o problema. Você tem que encarar o que passou, para depois viver bem consigo mesmo. Sem culpar a cidade. Sem se culpar. E só então você seguirá sua vida em frente.

Pode parecer egoísmo, mas eu queria que ele enfrentasse tudo isso logo. Queria que ele encarasse sua dor, por mais difícil que fosse. Queria que ele se sentisse livre de toda essa culpa que ele sente para que nós possamos, enfim, nos entender de verdade. Eu sempre soube que ele passaria por um momento assim, e estou pronta para apoiar ele. Eu sou apaixonada por esse homem, e por ele, eu sou capaz de tudo.

— Você tem razão. – Ele diz abrindo um sorriso.

— Tenho. – Confirmo sorrindo de volta. – Se se você voltar mais ranzinzo que antes, pode ficar tranquilo. Foi assim que eu me apaixonei por você. – Ele solta uma gargalhada que conforta meu coração.

O clima tenso vai embora. Agora é apenas o Castle leve e descontraído que eu estou amando conhecer. O Castle que faz meu coração disparar e preenche meus dias. O Castle que eu amo.


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Notas finais do capítulo

Castle é um amor, né? eu amo ele ♥



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