Harry Potter e... escrita por VSouza


Capítulo 9
Capítulo 4 - Detenção




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CAPÍTULO 4

Nos dias seguintes, não houve outro assunto a não ser Sirius Black. Era o que todo mundo comentava nos corredores, no dormitório, no almoço, no jantar, todas as horas e lugares do dia.

Alguns professores passaram a acompanhar o quarteto nas trocas de aulas, pensando que agiam discretamente, mas os meninos sabiam que era pela segurança de Harry. Até seus treinos de quadribol agora eram acompanhados pela Madame Hooch.

Certa manhã, Hermione, Rony e Amy entraram na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas e, para suas surpresas, quem estava na frente da sala não era Lupin, mas Severo Snape. E bem nesse dia, Harry entrou atrasado na aula por causa do treino de quadribol. Foi a pior aula do ano. Snape descontou pontos da grifinória por qualquer comentário feito na aula. Ainda por cima, passou como dever de casa duas paginas de pergaminho de como reconhecer e matar lobisomens para a próxima segunda. No final da aula, todos arrumavam seus materiais correndo para saírem logo da presença daquele homem.

—A senhorita Green pode esperar um pouco. Quero ter uma conversa em particular.

Harry, Rony e Hermione olharam para o professor tão surpresos quanto Amy. Ela deu de ombros e foi até a mesa dele, enquanto os amigos a esperam do lado de fora.

—Pois não, senhor?

—Está detida, senhorita Green. Na minha sala, segunda feira, às oito horas da noite em ponto.

—O QUE? POR QUE? EU NÃO FIZ NADA! –Amy quase gritou de surpresa.

—Não fale comigo nesse tom! – Snape a advertiu. – Está detida por escutar a conversa de dois professores no meio da noite, quando devia estar dormindo.

Amy ficou tão chocada e com tanta raiva que não conseguiu pronunciar uma palavra, apenas olhar incrédula para Snape.

—Oito horas em ponto. Não irei tolerar atrasos. Já pode sair, agora.

Amy pegou suas coisas e saiu pisando forte da sala, antes que cometesse alguma loucura.

—O que aconteceu? –perguntaram Rony, Hermione e Harry ao mesmo tempo.

—Snape me viu acordada na noite em que Black entrou no castelo. Viu que ouvi a conversa dele com Dumbledore. Recebi uma detenção por isso. –ela disse furiosa.

—O que? Isso não é justo! –Rony disse.

—É? Vai falar isso pra ele, não pra mim. –Amy disse e saiu na frente.

Harry e Hermione trocaram olhares e seguiram a amiga para a próxima aula.

 

 

Sexta a noite o tempo fechou e a chuva começou a cair estrondosa, acompanhada de grandes trovoadas e muito vento. O tempo não melhorou para a partida da Grifinória contra Lufa-Lufa no sábado, mas apesar da forte chuva, os alunos lotaram as arquibancadas com capas e guarda-chuvas.

—Vai Harry!!- Amy e Rony berravam para que fossem ouvidos com tanto vento.

Hermione teve que descer uma hora, pois desconfiava que Harry não conseguia enxergar nada com seus óculos naquela chuva, e ela tinha o feitiço perfeito para a crise. O jogo seguia favorável para a Grifinória. Estavam cinquenta pontos na frente, quando Cedrico Diggory, apanhador da Lufa-Lufa, pareceu avistar o pomo de ouro. Para o alivio dos grifinórios, Harry seguiu Diggory atrás da pequena bola, mas a felicidade foi substituída pelo pavor rapidamente. De repente, o vento parou de uivar, e a temperatura pareceu diminuir uns dez graus em segundos. Então, muitos alunos nas arquibancadas gritaram de medo. Dezenas de dementadores apareceram ao redor do campo. Os jogadores logo desceram com as vassouras, mas Harry e Diggory continuaram concentrados no Pomo.

—HARRY! –Amy gritou, mesmo sabendo que era inútil, que ele não a ouviria.

O trio assistiu horrorizado enquanto os dementadores se aproximavam dos apanhadores. Harry finalmente pareceu notar a presença deles, mas quando parou sua vassoura, seu corpo escorregou e caiu pelo céu. Amy perdeu todo o ar ao ver a cena, mas antes que Harry batesse no chão, seu corpo desacelerou e ele caiu levemente na lama. Então Dumbledore apareceu e lançou um feitiço, uma luz branca nas criaturas, assim como Lupin tinha feito no trem; o de Dumbledore, no entanto, era maior e mais brilhante. Dumbledore fez Harry levitar, e saiu com o menino pelo campo.

Amy estava sem folego, e algumas lagrimas se perdiam com a chuva em seu rosto. Ela se virou e desceu o mais rápido que pôde as arquibancadas. Conseguia ver o vulto de Dumbledore nos jardins no meio de tanta chuva, e seguiu na mesma direção que o diretor, eles estavam a uns duzentos metros na frente dela. Não sabia se Rony e Hermione estavam vindo atrás, e tampouco se importava de estar andando encharcada na lama. Ao chegar na enfermaria, Harry já estava na maca e Madame Pomfrey preparava alguma coisa no fundo da sala.

—O que faz aqui, senhorita? –Dumbledore estava parado perto da cama de Harry e se surpreendeu ao ver Amy ali, tão cedo.

—Ele... como ele está? –Amy perguntou.

Se aproximou, tremendo de frio e segurou a mão do amigo.

—Se me permite.- Dumbledore disse e fez um aceno com a varinha.

Amy ficou seca no mesmo instante. Foi só então que percebeu que Dumbledore e Harry estavam secos também.

—Harry ficará bem, eu tenho absoluta certeza, senhorita Green. Fico feliz que tenha vindo tão cedo, assim posso cuidar da questão dos dementadores. Madame Pomfrey, se não se importa, prepare um chocolate quente para Amy. Ela acompanhará Harry por enquanto.  –Dumbledore disse e se retirou da enfermaria. O diretor parecia chateado e nervoso com o que ocorreu.

Amy engoliu em seco e observou o amigo. Ele não parecia ter sofrido nenhum dano físico com a queda, mas ela não ficaria bem até ele acordar.

—Harry? Harry? Pode me ouvir? –ela se aproximou do colega, e acariciou seus cabelos negros.

Harry abriu os olhos de repente e seu olhar encontrou os olhos castanhos preocupados de Amy. Uma lágrima escorreu pelas bochechas dele, e ele disse:

—Eu a ouvi... implorar...

E voltou a desmaiar. Amy ficou sem reação com aquela cena, apenas secou a lagrima em sua bochecha e se sentou ao lado do amigo.

—Ele disse alguma coisa?  -perguntou Madame Pomfrey ao se aproximar com uma poção e uma xícara de chocolate quente.

—Não. Não disse nada. –Amy respondeu e olhou para baixo.

Rony, Hermione e o time da grifinória chegaram uns dez minutos depois, todos parecendo que tinham acabado de sair de uma piscina.

—Como ele esta? Esta ferido?- Hermione perguntou.

—Está vivo? Com todos os membros? –Fred perguntou.

—Dumbledore disse que ele ficará bem. Só esta desmaiado- Amy disse numa voz cansada. De repente, parecia que não dormia há anos.

—Ele está meio pálido, não acha? –Perguntou Rony à Hermione, com as sobrancelhas juntas.

—Vamos taca-lo da torre de astronomia e ver que cor você fica, Rony.- Jorge disse.

—Aposto que bem melhor do que é.

Todos se exaltaram com a voz de Harry e chegaram mais perto. Ele finalmente tinha acordado e parecia bem.

—O que aconteceu? –Harry perguntou e se sentou na cama.

Rony deu as noticias: A Grifinória perdeu de 100 pontos, pois Diggory apanhou o pomo apesar de tudo. Ninguém do time ou da grifinória culpava Harry pela derrota. Além disso, a vassoura de Harry tinha sido levada pelo vento e bateu contra o salgueiro lutador. Não sobrara muita coisa dela.

Hermione sentiu o coração apertar ao ver a expressão de Harry quando soube da vassoura. Madame Pomfrey apareceu e disse que ele teria que ficar até o dia seguinte na enfermaria, para observação, e logo expulsou todos enfermaria, pedindo que voltassem só no horário de visitas noturno. Amy, Rony e Hermione voltaram assim que puderam e ficaram conversando com o amigo até a enfermeira expulsa-los de novo.

 

 

Na segunda feira, depois da janta, Amy foi até a sala de Snape cumprir sua detenção.

—Entre- ele disse quando Amy bateu na porta.

Ao entrar, Amy tapou o nariz com as mãos. A sala estava com um cheiro fortíssimo e toda lambuzada de poção.

—Como pode ver, senhorita Green, hoje os alunos do sexto ano tiveram uma difícil aula. São poucos que conseguem preparar a poção do morto-vivo sem o caldeirão explodir. Quero que limpe tudo... sem usar magia. O material está no final da sala.

Snape se sentou à mesa do professor e começou a corrigir alguns pergaminhos. Amy respirou fundo e foi até o final da sala pegar o material.  Levaria umas três horas para limpar a sala toda. Começou a limpar em silencio, primeiro os balcões e cadeiras. Após uma hora, Amy parou para respirar e olhou pela pequena vidraça na sala e viu, tão distante, alguns dementadores voando, cercando Hogwarts. Um calafrio passou pela sua coluna. Amy não entendia por que as criaturas afetavam tanto Harry e desde que ele acordara na enfermaria e murmurou que tinha ouvido uma mulher implorar... ela se perguntava o que tinha sido aquilo e se tinha sido a mesma pessoa que ele ouviu gritar no trem, quando foi atacado pelo dementador.

—Não se preocupe, Green, os dementadores não virão para cá. Pode continuar seu trabalho- Snape disse ao reparar o que a menina observava.

—Professor, o que eles fazem com as pessoas? Os dementadores? –Amy não tinha a intenção de perguntar. Preferia mil vezes ter essa conversa com Lupin, por exemplo, mas sua ansiedade por uma resposta foi mais forte do que ela.   

—Sou seu professor de poções, não de defesa. Pergunte ao Lupin.

—Bem, como o senhor vem tentando o cargo há anos, tenho certeza que é tão capaz de responder quanto Lupin. Estou errada? –Amy não aguentou a alfinetada.

Snape fuzilou a menina com o olhar, se ajeitou na cadeira e respondeu:

—Dementadores sugam a felicidade das pessoas, as boas lembranças, bom sentimentos. As fazem relembrar suas piores lembranças e só deixam o que há de pior na pessoa.

Reviver as piores lembranças... será que era isso que Harry estava falando? Sobre alguém gritando e implorando alguma coisa? Amy sentiu um enorme aperto no peito. Pelo o que conhecia Harry, seus primeiros dois anos na escola e sua vida com os tios, o único momento que Amy podia imaginar que Harry reviveu foi... a morte de seus pais.

Snape viu a confusão no rosto da menina.

—Preocupada com o Potter, Green? Não se preocupe, eu duvido eu os dementadores cheguem perto do seu querido amigo novamente e ele tenha que reviver lembranças terríveis... talvez o primeiro artigo falando mal dele, ou quem sabe, sua primeira queda da vassoura. –Snape disse e deu um sorrisinho de desdém.

Amy não queria de jeito nenhum expor Harry à Snape, principalmente suspeitas de algo tão intimo, que nem ela deveria estar pensando. Mas ela odiava como o professor tratava o amigo, odiava seu desdém e injustiças, e quis alfinetar novamente o professor, lhe causar o mínimo desconforto que fosse.

—Na verdade, senhor, acho que ele ouve a mãe morrendo. Não é nada cortês da sua parte tirar sarro disso. –Amy disse com um olhar fuzilador.

A expressão de Snape mudou completamente. Suas sobrancelhas se juntaram e ele pareceu sentir alguma dor interna. Amy estranhou a expressão do professor e quase perguntou se ele estava bem, mas Snape endireitou o corpo e a expressão de desdém voltou ao seu rosto.

—A senhorita não veio aqui para falar de dementadores ou suas preocupações com Potter. Não sou seu psicólogo. Volte ao trabalho, agora!

Amy quis jogar o pano na cara de Snape, mas voltou a limpar o balcão.

—Desculpe, senhor, você tinha razão. Devia ter perguntado ao Lupin. –Amy disse sem olhar na direção dele.

Amy se xingou por ter aberto a boca. Lógico que a resposta de Snape seria tão indiferente e irritante quanto ele. Pelo menos, sabia que o professor não exporia suas suspeitas de Harry ouvir a mãe morrendo à ninguém; Snape não era tão baixo assim. Ela limpou a sala por mais duas horas  quase e quando finalmente acabou, colocou o material no fundo da sala e parou na frente da mesa do professor. Por um segundo ela quis fazer mais perguntas que o irritasse, apenas para ele se sentir com tanta raiva naquela noite como ela estava sentindo. Talvez ela estivesse inflamando muito suas emoções, mas não ligou. Contudo, escolheu não fazer mais nada, queria logo ir para seu dormitório.

Snape deu uma olhada na sala e checou se estava mesmo limpa, depois voltou seus olhos para os pergaminhos.

—Esta dispensada.

Amy saiu em silencio para os corredores. Já eram mais de onze horas da noite, e o castelo estava vazio. Amy estava tão imersa em seus pensamentos que não viu que havia alguém parado perto de uma janela, até essa pessoa se virar e Amy levar um susto.

—Desculpe, não queria assusta-la- disse Lupin num tom de desculpas.

—Professor Lupin! Tudo bem, eu que não estava prestando atenção.

—Como professor, preciso perguntar o que faz fora da cama nessas horas.

—Acredite, professor, queria muito já estar na minha cama agora. Estava cumprindo uma detenção com o professor Snape.

—Ah, por isso parece estar tão chateada? –Lupin parecia ter um leve humor no olhar.

—Ele é um idiota- Amy disse sem pensar –Desculpe, senhor.

—Tudo bem. Admito que Severo Snape é uma pessoa difícil de lidar

—Impossível seria melhor.

Lupin deu uma risada leve. 

—Desculpe perguntar, professor, mas vocês dois já tiveram algum desentendimento passado?

Ele pareceu surpreso com a pergunta e pensou um pouco antes de responder.

—Bem... Snape e eu éramos do mesmo ano em Hogwarts e... eu tinha uns amigos que não se davam muito bem com ele.

Amy ficou surpresa com a resposta, mas não quis invadir mais a privacidade do professor com mais perguntas, apesar de estar louca para faze-las.

—Entendo. Bem, acho melhor eu ir indo. Boa noite, professor Lupin.

—Boa noite, Amy.

Quando Amy se deitou naquela noite, sua cabeça ficou cheia de perguntas. O que será que tinha acontecido há tantos anos em Hogwarts que Snape guardava rancor até hoje? Harry escutava mesmo a mãe morrer toda vez que era atacado por um dementador? Depois de algum tempo pensando nas inúmeras respostas para a primeira pergunta, Amy caiu no sono.


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Notas finais do capítulo

Oii mores!! Ta aí mais um capítulo!! EAI, O QUE ACHARAM? Eu vi que várias pessoas estão acessando a fanfic, mas poucos estão comentando. ENCHAM MEU CORAÇÃO DE AMOR E APAREÇAM, ATRAVÉS DE UM COMENTÁRIO, DE UM ACOMPANHAMENTO, TANTO FAZ. QUERO MUITO OUVIR O QUE VOCES TEM A DIZER.
No próximo capitulo: o coração de Harry se enche de raiva e vingança com as novas descobertas. Será que Amy vai conseguir colocar alguma razão na cabeça do amigo??
Beijoos até o próximo capitulo.



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