Harry Potter e... escrita por VSouza


Capítulo 44
Capítulo 9 - A Cruel Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Olá amigos!! Mais um capítulo cheio de coisas. É aqui que as coisas começam a mudar um pouco, esse é o gatilho para o que virá no próximo livro!! Aproveitem a leitura, até lá embaixo!



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CAPÍTULO 9

Amy não saiu do quarto a tarde toda. Aproveitou o isolamento para tentar colocar os deveres em dia, mas não tinha a concentração necessária. A cena de Malfoy no banheiro, o sangue espirrando e ele caindo nela, e a expressão de raiva no rosto de Harry quando discutiram não saiam de sua cabeça.

Não que ela estava defendendo Malfoy, longe disso, mas não concordava com o jeito que o amigo estava levando aquele ocorrido.

Quando a noite caiu, Amy saiu do quarto e foi para seu encontro com Snape. Ela não viu os amigos no caminho, não estavam no salão comunal.

Bateu duas vezes na porta do professor e entrou quando ele ordenou.

—Dia agitado hoje, Green? – Snape perguntou.

Amy apenas se sentou na cadeira e ficou em silêncio. Ela já esperava uma bronca pelo o que aconteceu no banheiro, mas ela não veio. Estava com um certo receio de não se sair tão bem na aula de hoje, devido ao tanto de emoções que passou nos últimos dois dias: o beijo com Harry, a discussão com Malfoy sobre a mãe dela, a verdade sobre as horcruxes de Voldemort, a briga dos meninos no banheiro, a briga dela com Harry...

—Você já controla bem sua mente quando não passou por momentos marcantes. Quero que consiga o mesmo quando suas emoções estão à flor da pele, como hoje. Está pronta?

—Sim, senhor.  – ela mentiu.

Amy tentou limpar sua mente, limpar suas emoções, mas quando Snape levantou a varinha para ela, a sala girou como na primeira aula que teve.

Ela estava fora da cabana do Hagrid, beijando Harry, então estava no banheiro com Malfoy, seu corpo colado no dela, os rostos bem próximos e os olhares tentando se desviar... então ela estava no banheiro encharcado, Malfoy caindo em sua direção enquanto o sangue espirrava e ela gritava... ela estava na frente de Harry, enquanto eles discutiam... então estava na enfermaria, olhando Malfoy dormir, enquanto passava a mão em sua cicatriz... ela volta para a cabana de Hagrid, e segurava uma taça de vinho, enquanto o professor falava sobre Lílian Potter... “ela não precisava ter morrido”, Harry disse... então ela estava com Malfoy no banheiro novamente... “sua mãe morreu porque o Lord das Trevas estava atrás dos Potters...”

E então ela estava num lugar escuro. Tinha um pouco mais de um ano, e estava nos braços de Damon, que a segurava com firmeza contra ele, enquanto seu corpo tremia. Por uma fresta na porta, Damon olhava apavorado para o lado de fora do armário que estavam escondidos.

—Me fale onde, mulher! –ela ouviu a voz fria de Voldemort falar.

Então o grito de uma mulher ecoou pela casa, e Damon apertou mais Amy contra ele, soluçando baixinho. Amy, apenas um bebê, não fazia nenhum barulho, como se entendesse o perigo fora daquele armário.

Voldemort gritava “Onde estão os Potters?! Onde?”, enquanto o grito continuou a ecoar pela casa, cada vez mais alto, até finalmente parar.

—Avadakedrava! – a voz de Voldemort ecoou pelo cômodo, quando uma forte luz verde atingiu os olhos da pequena Amy e ela ouviu o último grito de medo de sua mãe...

Amy gritou e caiu no chão, chorando e com tremores.

—Green...? –Snape foi até ela e se abaixou à sua frente, os olhos espantados e levemente preocupados.

—Como... como eu vi isso? Como... eu não me lembro disso, como posso ter visto? –ela disse com uma voz de choro.

—Não vi tudo o que você viu... aquilo foi...?  -Snape não terminou a pergunta.

—O momento que minha mãe morreu... como... eu tinha um ano, não posso lembrar disso!

Snape se levantou, o rosto não tão rígido dessa vez.

—É uma lembrança traumatizante, ela sempre esteve aí, você apenas nunca a acessou.

—Eu... –Amy não sabia o que fazer. Ainda estava no chão de pedra, tremendo. – Eu quero ir de novo...

Snape franziu a testa levemente.

—Quer ver aquele momento novamente?

—Não! Não, só quero tentar de novo... não consegui me defender de você, quero conseguir bloquear minha mente nessas situações.

Amy jurou que viu um brilho de admiração nos olhos do professor, e se sentou na cadeira de novo.

Ela saiu exausta da sala de Snape. Depois de ver a morte de sua mãe, eles tiveram que tentar mais três vezes até Amy conseguir bloquear sua mente. Quando voltou para o salão comunal, vários estudantes estavam lá, inclusive Hermione, Harry e Rony. Ela demorou o olhar um pouco mais em Harry, pensando na morte da mãe e como derrepente ele tinha a ver com isso.

—Amy! Onde esteve? – Hermione a chamou.

Muitos alunos na sala olharam para ela. Obviamente, o que aconteceu no banheiro entre Harry e Malfoy se espalhou pela escola toda.

—Com Snape. – Amy disse sem muita emoção.

—Você demorou, ficou quase duas horas lá! O que ele te passou de detenção? –Rony perguntou.

—O de sempre. –Amy respondeu, não sabendo direito o que o de sempre significava. – Eu tô bem cansada, vou subir e dormir. Boa noite para vocês.

Ela ainda viu Rony e Hermione fazerem caras chateadas e Harry fechar o rosto quando ela se afastou.

No dia seguinte, os quatro desceram sem falar uma palavra para o café da manhã. Amy e Harry não se olhavam, e Hermione e Rony não sabiam o que fazer.

—Amy, você não acha que estão exagerando, não? – Hermione perguntou quando Harry se levantou da mesa.

—Não. Ele que está agindo feito criança! E quem sabe agora vocês percebam o quanto é chato quando vocês dois estão brigados, o que acontece uma vez por mês! – Amy disse friamente para Rony e Hermione, depois se levantou da mesa também.

Não estava com paciência para eles. Não estava com paciência para nada!

Quando saía do salão comunal, sem querer, seus olhos passaram pela mesa da Sonserina e se prenderam em dois olhos cinzas que a observavam passar. Malfoy estava sentado ao lado de Pankyson, que parecia tentar agradar o menino com carinhos, mas ele não ligava, apenas segurava seu garfo e acompanhava Amy passar. Ela percebeu que ele estava sem as cicatrizes, pelo menos era o que parecia de longe. Desviou o olhar e seguiu seu caminho para a próxima aula.

Foi mais um dia normal de aulas e deveres, o que mudou foi que nenhum dos quatro se falaram muito, o que, no fundo, deixava Amy bem aborrecida. Contudo, ela não daria para trás com Harry.

No dia seguinte, ela estava atrasada e descia apressada para o café da manhã (mesmo que não conversassem muito, os quatro ainda andavam juntos), quando viu Malfoy saindo do salão em sua direção. Os dois pararam de andar, os olhos dele fixaram-se raivosos nela.

Amy respirou fundo e andou até ele, que não saiu do lugar.

—Eu não quero ouvir o que você tem a dizer, Green.

—Um simples obrigado por ter te levado até a enfermaria já bastava.

—Eu não te devo nada!

—Eu não vou cobrar também. Só queria dizer...

—Não me venha defender as atitudes do Potter. –ele disse, saindo de perto dela.

Amy segurou o braço dele e andou até ele.

—Droga, Draco! –Amy disse, elevando um pouco a voz, mas o que realmente surpreendeu o menino foi ouvir ela chamando-o pelo nome pela primeira vez na vida – Eu não to aqui pra defender ninguém. Não tô aqui pelo “Potter”. –ela disse numa voz imitando o desprezo dele, mas parou quando viu quem estava mais à frente no corredor.

Harry olhava para eles, e com certeza ouviu ela chamando-o de Potter. Amy soltou o braço de Malfoy no mesmo instante, percebendo a expressão de Harry. Malfoy seguiu o olhar dela e respirou com força quando viu quem era, virando de costas e seguindo seu caminho.

Amy não sabia se os olhos de Harry expressavam mais chateação ou raiva. Quando ela deu um passo em sua direção, ele simplesmente virou de costas e saiu andando.

—Harry! –Amy seguiu ele.– Espera, não é o que você pensa, seja lá o que você estiver pensando!

Ele não deu ouvidos à ela, apenas saiu andando apressado para um corredor mais vazio. Amy apertou o passo e se colocou na frente dele, impedindo que avançasse.

—Amy... –ele parecia a ponto de perder a paciência.

—Não vou deixar que você saia desse jeito, Harry.

—Harry? Pensei que pra você era Potter. Ou só me chama assim quando está com Malfoy?

—Eu nunca estou com o Malfoy...

—Eu vi vocês dois, outra noite, no banheiro. Amy, o que você está fazendo?

—Eu não estou fazendo nada...

—Mentira! Hermione me contou que você sai toda noite que temos treino de quadribol, e você mentiu quando disse que foi direto para o salão comunal depois da cabana de Hagrid. Eu vi você e Malfoy na cabine, vi vocês dois no banheiro...

—Você estava me vigiando?

—Estava vigiando ele!

—Bem, então você viu que eu e Malfoy só corremos para a cabine porque Snape estava entrando no banheiro.

—E porque você estava no banheiro com ele? O que ficaram conversando?

—Harry... Eu só tô tentando descobrir o que ele está tramando, assim como você.

—É? E de que forma você está descobrindo isso?!

Amy recuou um pouco. Ele não poderia estar falando o que Amy pensava que acabara de ouvir...

—O que você quer dizer com isso?

—Você sabe o que eu quero dizer!

—Você ta insinuando... ta falando que eu estou dando em cima do Malfoy em troca de informações?

—Você está?

Amy fechou a cara para Harry, que agora parecia decidido a descobrir algo que não existia.

—Retire o que disse.

—Porque está se encontrando com o Malfoy?

—Se quer tanto saber, eu encontrei ele chorando no banheiro, depois que voltamos do Hagrid. Eu queria descobrir o que estava acontecendo, mas ele desviou o assunto...

—O que ele disse? –Harry interrompeu ela.

Amy olhou bem nos olhos dele, antes de falar.

—Que Voldemort matou minha mãe porque estava atrás dos seus pais.

Os olhos de Harry passaram de desconfiança e raiva para dolorosos e surpresos.

—Ele está mentindo.

—Não, ele não está. Meus sumiços nas noites de treinos é porque eu estou tendo aulas com Snape, de oclumência. Dumbledore não queria que ninguém soubesse, por isso não contei. E não, Malfoy não estava mentindo, eu lembrei do momento que ela morreu durante uma aula. Então não, eu não estava me encontrando com Malfoy, não, eu não estou dando em cima dele, eu...

Amy foi interrompida por um soluço, e seus olhos encheram de lágrimas.

Como Harry podia pensar isso dela?

—Desculpa. –Harry sussurrou.

Amy olhou para ele. Os olhos dele brilhavam vermelhos, e ele estava claramente arrependido das bobagens que pensou e falou.

—Amy, eu...

—Você é tão idiota quanto ele, Potter. –Amy disse, segurando o choro, e saiu de perto dele.

Amy andou sem prestar atenção em ninguém ao seu redor, direto para a torre de astronomia.

Nem se lembrava ao certo quanto tempo não ia lá, só sentiu um grande alívio de estar ali em cima. Ela se sentou no chão frio, respirando fundo, olhando para a infinita paisagem do lago e as montanhas à sua frente.

O que estava acontecendo com ela?

Porque ela estava brigando com Harry? Porque estava prestando tanta atenção em Malfoy? Ela sequer sabia o porquê de ter ido falar com ele mais cedo. Porque simplesmente não ia falar com Dumbledore sobre o que sabia de Malfoy, porque simplesmente não abria o jogo e conversava com seus amigos? Porque estava guardando tantos segredos, alguns que nem eram delas?

Amy secou algumas lágrimas no rosto. Eram tantas perguntas...

Ela apertou o colar que Sirius lhe deu de natal. Queria tanto que ele estivesse ali naquele momento, queria tanto poder conversar com Cedrico também...

—Um bom lugar para ficar sozinha, não?

Amy se virou num pulo. Dumbledore estava na entrada da torre, como se tivesse aparecido magicamente ali (o que era possível).

 

—Professor... –Amy ficou de pé.

—Atrapalho? – ele perguntou com sua voz gentil.

—Não, senhor.

Dumbledore andou até ela, ficando ao seu lado ao olhar a paisagem.

—Se me permite perguntar, o que a incomoda tanto, Amy?

Amy engoliu em seco. Como explicaria tanta coisa para o diretor?

—O professor Snape me falou sobre a lembrança que teve na última aula com ele. Sobre sua mãe.

—É, eu... me lembrei.

—Assim tão de repente? – perguntou o diretor.

—Não, não de repente. Malfoy disse, outro dia, que Voldemort só foi atrás da minha mãe porque ele queria saber onde os Potters estavam. Acho que isso foi um gatilho para eu lembrar da sua morte...

—Entendo. A mente é algo fascinante, Amy, fascinante. Essa lembrança sempre esteve com você, e apenas esse pequeno gatilho fez você se lembrar dela. E, se me permite a curiosidade, porque você e Draco estavam conversando sobre isso?

—Bem... não foi bem uma conversa... eu estava com Harry, quando ele conseguiu a lembrança das horcruxes.

—Ah, sim, ele me contou.

—É... bem... –Amy corou, esperando que Harry não tenha contado mais que o necessário para o diretor.- Quando voltei dos jardins ouvi ele chorando no banheiro. A Murta Que Geme estava consolando ele, o que foi bem estranho... Eu quis descobrir o que estava acontecendo, e ele, com raiva, falou isso.

—Entendo. Você, assim como Harry, eu suponho, acha que ele está tramando alguma coisa para Voldemort, não é?

Amy não respondeu de imediato. Esse era o momento de falar a verdade para o diretor, de dizer o que Malfoy estava pretendendo... mas ela não disse nada. Apenas olhou para a paisagem e fez que sim com a cabeça.

—Amy, tem algo que você gostaria de me dizer?

Amy sorriu levemente. Os pequenos óculos em forma de meia lua do professor refletiam a luz do sol, e a bondade em seu rosto fazia Amy se sentir segura. Era até estranho pensar que aquele mesmo senhor duelou com Voldemort no Ministério da Magia, com tanta fúria e grandeza.

—Há muitas coisas, senhor.  Deveríamos marcar um chá qualquer noite dessas.- ela disse com um sorriso no rosto.

—Minha porta estará sempre aberta, a senhorita sabe muito bem disso. –ele disse com um olhar divertido, se referindo às vezes que a garota foi em horários tão aleatórios ao escritório dele.

Amy deu um sorriso. Era tão bom conversar com o diretor, mesmo que eles não falassem realmente de nada.

—Acho melhor a senhorita se apressar, ou perderá o horário da sua primeira aula. Não queremos que o professor Snape lhe dê uma detenção.

Amy revirou os olhos. Queria poder passar o resto do dia naquela torre e esquecer que tinha aulas, deveres e problemas para enfrentar.

—Até mais, senhor. –ela disse desanimada e estava prestes a sair quando viu a mão do diretor. Mesmo depois de meses, ainda estava negra, como se estivesse morta. Aliás, parecia ainda pior que da ultima vez que a viu. -Senhor, a sua mão…

 

—Nada com que deva se preocupar, Amy. -ele cortou ela, ainda gentil.

 

Amy ia contestar, mas apenas acenou com a cabeça e desceu para sua aula.

Amy chegou bem a tempo na aula de defesa. Havia apenas dois lugares vagos: do lado de Neville e do lado de Harry, que olhou para trás quando ela entrou na sala. Amy virou à esquerda e se sentou à mesa com Neville, sem olhar para os amigos do lado.

Foi assim o resto do dia, e pelos dois dias seguintes. Ela não queria falar com Harry, e nem com Rony e Hermione, pois sabia que os amigos tentariam convencer ela a fazer as pazes com Harry.

A semana que se seguiu foi uma das semanas mais sombrias que Amy se lembrava de ter passado em Hogwarts. Não só ela falava pouco com Hermione e Rony, e praticamente nada com Harry, mas também teve um desempenho péssimo na aula de oclumência, o que irritou bastante Snape.

Amy se sentiu isolada no fundo do poço. Foi quase todas as noites da semana para a Torre de Astronomia, ficar sozinha e pensar. Numa noite dessas, quando perdeu a noção do tempo e ficou até tarde da noite lá, pensou que talvez valeria a pena conversar com o diretor...

Ela andou em silêncio pelos corredores vazios do castelo. Não era a primeira vez que fazia isso, andar escondida pelos corredores, mas já fazia um certo tempo que não se arriscava assim.

Amy torceu para a senha da escada do escritório ser a mesma de antes, e por sorte, era. Quando se aproximou da porta do escritório e estava prestes a bater, percebeu que havia alguém ali com o diretor. Por costume, ela aproximou o rosto da porta, para ouvir melhor.

—... não discuta, não interrompa! Virá um tempo, depois da minha morte, em que o Lord Voldemort temerá pela vida da cobra dele. –ela ouviu o diretor falar, num tom mais sério do que ela estava acostumada.

—Por Nagini? – a voz de Snape pareceu admirada.

—Exatamente. Quando chegar a hora em que Voldemort parar de mandar a cobra fazer seus mandados e a mantiver do seu lado, segura com magia, essa é a hora em que você deve contar algo a Harry.

—Contar o que?

Amy aproximou mais o rosto da porta, extremamente atenta à cada palavra lá dentro. Sobre o que os dois estavam falando, que conversa era aquela?

—Conte-lhe, que na noite em que Voldemort tentou matá-lo, e quando Lílian se pôs entre os dois, como um escudo, a Maldição da Morte ricocheteou no próprio Voldemort, e um fragmento de sua alma se rompeu do todo e se prendeu à única alma sobrevivente na casa. Parte de Voldemort vive dentro de Harry. E é essa parte que lhe dá tanto a capacidade de falar com as cobras como a capacidade de ler a mente de Voldemort. Enquanto esse fragmento estiver seguro em Harry, Voldemort não poderá morrer.

Amy teve que apoiar uma mão na parede do lado.

Não... não era possível... ela deve ter entendido errado... não podia significar que...

—O garoto deve morrer? –Snape perguntou, muito calmo.

—Exato. E o próprio Voldemort deve matá-lo. Isso é essencial.

Seguiu-se um silêncio, onde Amy só ouvia sua respiração acelerada.

 

—Você o criou como um porco para o abate? O manteve vivo para morrer na hora certa e não para... para proteger o filho de Lilian! –Snape disse indignado.

—Ora, Severo, não me diga agora que você acabou se afeiçoando à Harry.  

—Ele? –Snape gritou – Expecto Patronum!

Amy viu a conhecida luz branca/prateada vazar por debaixo da porta, e se seguiu um silêncio lá dentro, até que Dumbledore sussurrou algo que Amy não ouviu, mas conseguiu entender a resposta de Snape:

—Sempre.

Amy estava paralisada à frente da porta, ainda anestesiada com o que acabara de ouvir primeiro, sobre Harry.

Não é verdade... não é verdade...

Amy estava tão perdida que sequer ouviu Snape andar em direção à porta e abrir com força. Os dois se encaram por um momento, ele com o rosto lívido de surpresa, ela confusa e atordoada.Amy desviou o olhar para o diretor que estava sentado à mesa, olhando com um certo pesar para ela.

—Você já pode ir, Severo. –ele disse sério.

Snape segurou a porta para Amy entrar, depois fechou com força. Amy ficou parada na entrada, respirando fundo até finalmente conseguir falar algo...

—Não é verdade, é?

—Amy... sente-se. – o diretor disse com calma.

—Não! Você disse isso pro Snape porque... é o que ele tem que falar para o Voldemort, certo? Mas é tudo mentira...

Dumbledore encarou a menina por um momento.

—Eu poderia poupar você, Amy, dizer que tudo o que acabei de falar  é para enganar Voldemort, mas você não merece ser enganada. Você merece a verdade e, infelizmente, a verdade é essa. Harry é uma horcrux.

Foi como se o chão não estivesse mais sob seus pés. Ela olhou para os lados, tentando conter as lágrimas, enquanto enfiava as unhas nas palmas das mãos.

 —Não. - foi tudo o que conseguiu dizer.

 —Amy…

 —Como… porque… isso é o que você acha! Você teorizou isso… mas está errado! Harry não pode morrer.

 —Acredite, eu queria estar errado. -ele disse com a voz bem calma.

 —Como… como pode falar isso nesse tom de voz? Como pode saber disso e olhar para Harry todos os dias? A quanto tempo… a quanto tempo sabe disso? -ela elevou a voz, as lágrimas começando a cair.

 —Amy, por favor, sente-se.

 —Não! Não, eu não quero me sentar! Eu quero… não pode ser verdade... Porque você está contando isso à Snape? Se ele está sempre no círculo de comensais de Voldemort…

 —Eu tenho total confiança em Severo Snape.

 —É, você sempre diz isso, mas porque? Porque ? O que ele fez?

 —Isso não importa agora. O que importa, é que você não pode contar isso à Harry. Não seria… apropriado. Vocês terão muita coisa para fazer antes que esse momento chegue.

 —O que quer dizer com isso?

 Antes mesmo que o professor respondesse, Amy levantou a mão, pedindo silêncio, e fez que não com a cabeça.

 —Eu não quero saber. Não quero saber de mais nada novo hoje. -ela disse. Se sentia muito enjoada derrepente.

 —Sinto muito que você saiba disso, Amy. Não é justo com você, não é justo com Harry. Infelizmente, não há nada que possamos fazer, a não ser garantir que esse momento não seja em vão.

 —Você quer dizer… destruir todas as horcruxes antes que ele… antes que ele tenha que…

 —Exatamente isso. Se houver um jeito dele sobreviver, vocês saberão só então.

 Amy juntou as sobrancelhas. Alguma coisa na fala do diretor a incomodava.

 —Por que está falando tudo na terceira pessoa? Vocês saberão, vocês terão que fazer… e você?

 —Por que veio até o meu escritório essa noite, Amy? -o diretor perguntou, ignorando a pergunta dela.

 —Eu queri falar sobre… o Malfoy. Sobre o que ele está planejando. -ela disse confusa. Isso parecia tão insignificante naquele momento.

 —Você se refere ao plano do Lord das Trevas de usar Draco para me matar? -ele disse com a voz calma.

 Amy olhou chocada para o diretor.

 —Então você sabe...

 Óbvio que ele sabia. O que Dumbledore não sabia naquele mundo? Ela foi ingênua demais ao pensar que o diretor não saberia desse plano.

 —Amy, eu sei que é muita informação…

 —Não é justo… -ela disse, mas não sabendo ao certo à que se referia.

 —Não, não é. Com nenhum de vocês… Você, Harry, Draco… nenhum de vocês merecem o que vem pela frente, mas não há alternativas. Tempos difíceis virão Amy, realmente dias horrorosos, sacrifícios serão feitos, e terão que escolher entre o que é certo e o que é fácil.

 Amy não entendia o que o professor queria dizer. Todo pensamento que entrava agora em sua cabeça parecia manteiga derretida. Ela não tentava mais impedir que as lágrimas caíssem, apenas olhava arrasada para o diretor.

 - Você não devia saber disso agora, Amy, e eu não te culpo, de jeito nenhum. Eu só sinto muito que você tenha que conviver com isso, até que o momento chegue.

 —Como… como posso conviver com Harry sabendo disso? -ela disse com a voz abafada de choro.

 —Não vai ser fácil, minha querida. Talvez… isso te leve a lugares que você jamais pensou em estar. Contudo, tenho total confiança que você se sairá bem nisso.

 Do que aquele velho estava falando? Amy já não entendia mais nenhuma palavra que ele dizia e estava odiando aquilo.

 —Eu… -ela tentou falar alguma coisa, mas tudo o que fez foi sair correndo da sala.


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Notas finais do capítulo

Aiii Amy, porque tão curiosa?
Eai, o que acharam desse capítulo? O que vocês esperam agora? Quais são as expectativas?

E queria fazer um pedido aqui!! Por favor, me deem de presente uma recomendação na fanfic, se vocês acham que vale a pena! Gostaria muito de ver mais uma recomendação!! hahaha

Obrigada pelos cometários e acessos, amo vocês ♥

Até o próximo capítulo!



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