Harry Potter e... escrita por VSouza


Capítulo 41
Capítulo 6 - O Segredo de Malfoy


Notas iniciais do capítulo

Olá!!

Voltei com esse capítulo cheio de acontecimentos, espero que gostem!



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CAPÍTULO 6

Amy não passou o Natal na Toca. Hermione não ia para lá também, porque estava brigada com Rony desde o que aconteceu após o jogo com a Sonserina.  Apesar de ir almoçar na casa junto com seus tios e tias, primos, irmão e pai, Amy não ficou para o final da noite de Natal com a família. Ao cair da noite, ela usou a rede de Flur de sua tia para ir direto à antiga casa dos Blacks.

A casa estava escura, empoeirada e silenciosa, totalmente diferente de como a tinha visto da última vez. Com tristeza, ela olhou todos os móveis da cozinha, lembrando do último Natal alegre que teve ali. Ao subir silenciosamente pros quartos, se lembrou das noites divertidas e às vezes nem tanto que teve com os amigos naquele lugar. Se lembrou de Sirius cantando músicas natalinas, de Fred e Jorge aparatando para todos os lugares e deixando a Sra. Weasley doida. Subiu mais um lance de escadas, onde ficava o quarto de Sirius.

Entrou de vagar. Só tinha estado ali uma vez, para pedir satisfações sobre ele e a mãe no passado, em Hogwarts. O quarto, apesar de empoeirado, estava arrumado, e havia apenas dois papéis no chão, como se alguém tivesse saído com pressa e deixado cair. Amy se abaixou e pegou: era uma carta e uma foto, que fez os olhos dela ficarem úmidos só de olhar de relance.

Na foto, um garotinho pequeno, de um ano, cabelos rebeldes e olhos verdes, brincava em cima da vassoura, e era seguido por um par de pernas adultas masculinas. Com certeza era James, e Lily devia estar tirando a foto. A data era de poucos dias antes da morte deles, o que só fez o coração de Amy apertar. Pelo o que estava escrito na carta, a vassoura foi um presente do padrinho, e Lily estava escrevendo agradecendo.

Amy se sentou na cama e começou a chorar. Era tão injusto que Sirius estivesse morto, que James, Lily, Cedrico e até mesmo sua mãe tinham morrido por nada. Várias tardes, Amy se pegou pensando em Cedrico Diggory, como ele era bom e como era bom estar com ele.

Todas as mortes por causa da mania de poder de uma pessoa. Voldemort.

Às vezes Amy queria estar no lugar de Harry, só para ter o poder de matar Voldemort, ela mesma, com a própria mágica. Toda a destruição, todas as vidas que aquele ser tirou... a morte era pouco para ele, mesmo sendo o que ele mais temia.

Tudo o que Harry descobria sobre ele nas aulas de Dumbledore, ele contava para Amy, Rony e Hermione. Só de pensar que Voldemort teria a parte de sua alma em algum objeto pelo mundo, anulando assim suas chances de morrer definitivamente, causava repulsa na garota. Harry ainda não tinha pressionado Slughorn para descobrir o que realmente aconteceu naquela lembrança, e Amy estava curiosíssima para descobrir.

Desde a festa de Natal do professor, sua mente estava cheia de perguntas. Malfoy estava realmente tramando algo para Voldemort, isso era claro, e Amy sentia que as pessoas não estavam dando tanta atenção à isso como deveriam estar. Qualquer coisa que Voldemort fosse querer dentro de Hogwarts era alarmante, e ela não parava de se perguntar o que poderia ser.

Outra coisa que não saia de sua cabeça era Severo Snape. Logo após o Natal, Amy iria encontrar o professor para abrir sua mente para ele, o que parecia bem assustador no momento. E se ele descobrisse que ela ouviu sua conversa com Malfoy? Ou se descobrisse algo sobre as Horcruxes de Voldemort? Amy não confiava em Snape, mas teria que confiar em Dumbledore, afinal, foi ele que falou para Snape dar aulas para Amy.

Ela estava tão afundada em seus pensamentos que levou um grande susto e gritou quando percebeu que Monstro estava parado na porta, olhando para ela.

—Monstro, você me assustou... –ela disse meio sem fôlego. –O que está fazendo aqui? Pensei que estava trabalhando em Hogwarts.

—Monstro teve permissão de seu mestre para passar o Natal na casa do Blacks. – disse o elfo, observando com feiura a garota ali.

—Entendo. – Amy, disse, e foi só então que se lembrou de como Monstro havia traído eles e por causa disso (também) Sirius estava morto. – Está feliz agora, Monstro? Sirius está morto, o Black que você tanto odiava.

Para a surpresa de Amy, Monstro ficou com os olhos tristes e cheios de lágrimas.

—Monstro não está feliz. A casa dos Blacks estará para sempre fazia. Nunca mais Blacks bruxos no mundo. –respondeu o elfo com tristeza.

—Nunca mais Blacks bruxos no mundo. – Amy repetiu com tristeza. – Onde estava se escondendo agora?

—Monstro estava no quarto de seu senhor Black. – ele disse e apontou para o quarto da frente.

Amy inclinou o corpo, olhando para a porta meio aberta em frente, onde as siglas R.A.B estavam gravadas. Provavelmente era o quarto do irmão mais novo de Sirius, que ele nunca falou com carinho para Amy.

Ela voltou o corpo na posição normal e olhou novamente a foto de Harry pequeno. Colocou a foto e a carta dentro da gaveta da cabeceira e se levantou, secando as lágrimas do rosto.

—Feliz Natal para você, Monstro. Espero que esteja feliz em Hogwarts. – Amy disse e saiu do quarto, deixando o elfo encolhido na porta. Desceu a escada e voltou para a casa da tia pela rede de Flur, se perguntando qual seria o seu próximo natal feliz.

O semestre de Amy parecia que ia piorar muito. Fora a quantidade de tarefas e aulas, eles ainda teriam as aulas de aparatação, e Amy as aulas secretas de Oclumência.

Logo na terça feira, depois do natal, às oito horas, Amy se dirigiu à sala de Snape para a primeira aula. Não era nada confortável estar sozinha com ele ali, num ambiente tão escuro, sabendo que em minutos ele estaria em sua mente. Ele deu uma pequena introdução sobre a Oclumência, coisa que ela já sabia pois havia pesquisado quando Harry começou as aulas no ano passado, mas não ousou interromper o professor.

—Muito bem. Eu vou penetrar sua mente, e você tentará se proteger de mim. –disse o professor, pegando a varinha.

—Como? – perguntou a menina, indo com o corpo para trás. Amy estava realmente nervosa.

—Anule suas emoções. Limpe sua mente. – disse Snape. Amy deve ter feito alguma cara estranha, pois o professor ergueu as sobrancelhas e seus olhos brilharam. – Nervosa, Green?

—Não. – ela respondeu rápido e ajeitou a postura. – Estou pronta.

 

Snape deu um leve sorriso e ergueu a varinha.

Legilimens!

Amy não estava pronta. A sala embaçou diante de seus olhos e desapareceu. Derrepente, Amy estava na aula de herbologia do segundo ano. Ela observa com o canto dos olhos os jovens Harry e Rony conversarem. Eles estavam falando alguma coisa sobre a Floresta Proibida. A cena mudou, tudo ficou mais escuro, e ela estava nas garras de enormes aranhas, no meio de teias, o medo quase paralisando seu corpo... tudo mudou novamente. Amy tinha seis anos, estava na sua casa em Londres. Pela fresta da porta, ela espiava seu pai sentado na cama, amassando uma foto que ela sabia que era da sua mãe, enquanto chorava. Amy assistia com tristeza a cena, até Damon se aproximar dela e tirá-la de lá... a cena mudou novamente. Ela estava de frente com Malfoy, os olhos raivosos um para o outro, as respirações se encontrando no curto espaço entre eles... Logo em seguida ela estava no salão comunal, paralisada enquanto Harry vinha em sua direção e segurava seu rosto... Você não vai ver isso! — ela pensou derrepente.

Amy voltou ao presente, seu corpo caindo para frente, sem forças. Todas as lembranças tinham passado em menos de quinze segundos em sua mente, e isso lhe deu uma baita dor de cabeça.

—Você demorou para me repelir. Contudo, eu não atingi nenhuma lembrança importante, como deve ter percebido. –Snape disse. – Pelo menos você não perdeu suas forças gritando, como seu amigo Potter.

—Eu... Tenho certeza que as lembranças dele são piores que as minhas. –Amy disse, defendendo o amigo.

—Mesmo? Quais são suas piores lembranças, Srta. Green? –Snape disse mais interessado.

Amy apertou a varinha. Sabia que agora o professor penetraria mais fundo em sua mente, buscando causar notável desafio à Amy.

—Legilimens!  —Snape gritou, e a sala rodou novamente.

Amy estava paralisada, na frente do labirinto, olhando o corpo de Cedrico Diggory morto no chão, ao lado de Harry... então ela estava no saguão de entrada do Ministério, e seu corpo foi puxado para trás, para a gigantesca fonte e ela começou a se afogar em água e sangue novamente, enquanto Voldemort falava em sua mente... a cena mudou e ela estava caída na sala circular do Departamento de Mistérios, a perna ferida e ensanguentada... então suas lembranças foram para Hogwarts, Amy chorando e gritando nos braços de Snape, enquanto sua perna parecia queimar... e de volta à sala circular, onde o sorriso de Sirius foi cortado pelo feitiço que o atingiu bem no peito e o fez cair no portal vazio, enquanto a voz de Voldemort falava... Eu vou matar você, e todos os seus amigos... Amy gritou...

... e sentiu seus joelhos baterem com força contra o chão de pedra. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e ela respirava ofegante.

—Chega! –ela gritou para o professor.

—O Lorde das Trevas não vai parar quando você pedir. –disse Snape, sua voz não tão dura dessa vez.

Apesar de suas palavras, o professor não tentou novamente, enquanto Amy recuperava as forças.

—Tome isso. É para os nervos. – ele lhe ofereceu um copo de alguma coisa transparente.

Amy fez que não com a cabeça. Sentia que se aceitasse aquilo, se mostraria mais fraca ainda, o que ela não queria de jeito nenhum.

—Você tem uma mente interessante, Srta. Green. Já tive mais facilidades em mentes muitos mais velhas e aparentemente fortes que a sua, mas isso não significa nada para o Lorde das Trevas.

—Porque Dumbledore o convenceu de me dar aulas? –Amy perguntou, sem encarar o professor.

—Você precisa aprender a controlar sua mente. Suas emoções. Não perder a razão... – ele ignorou a pergunta de Amy.

—Porque ele acha que preciso das aulas? – Amy, novamente, não encarou o professor.

—Vamos tentar mais uma vez. –Snape pegou a varinha, e deu cinco segundos para Amy ajustar seu corpo antes de atacar novamente. – Legilimens!

A sala girou novamente... Amy estava no escritório de Dumbledore, os olhinhos gentis do professor olhando carinhosamente para ela... Ela estava no Baile de Inverno, se afastando com Cedrico, os dois se beijavam... Então ela estava na casa dos gritos, Rabicho encolhido aos pés de Sirius e Remo... ela estava em cima de Bicuço, junto com Harry e Hermione, o vento batendo frio contra seu rosto... estava à beira do lago, Harry e Sirius desmaiados aos seus pés. Ela discutia com Snape, dizendo que ele era um tolo que não conseguia esquecer coisas do passado, até ele a interromper com um forte tapa, que fez Amy cair no chão.

Aquilo a trouxe de volta. Snape estava parado à sua frente, parecendo desconfortável com a lembrança que viu. Amy deu um sorrisinho.

—Sabe, você nunca pediu desculpas. –Amy não perdeu a chance.

—Quero que pratique todas as noites, Green. – ele disse, ignorando o comentário dela. - Esvazie a mente antes de dormir, tente não perder a linha da razão nas próximas aulas. Tente me repelir com mais rapidez, mais força. Por hoje é só.

Amy sabia que o professor não baixaria a guarda. Seu corpo ainda tremia levemente, fraco, quando ela saiu da sala e fechou a porta atrás de si. Ela teria difíceis noites naquela sala durante as próximas semanas.

Harry teve dificuldades de conseguir a lembrança com Slughorn, de modo que ele já não era mais o favorito do professor, que o evitava todos os momentos possíveis. Amy percebeu que tinha mais facilidade que Harry para a oclumência, pelo menos foi o que Snape falou. Todo dia antes de dormir, ela seguia as instruções do professor e tentava limpar sua mente de emoções, e de fato, seus pesadelos de estar se afogando na fonte novamente tinham diminuídos.

As atitudes suspeitas de Malfoy não estavam passando em branco para ela. Amy, como prometeu, estava de olho em todos os sumiços que o garoto dava nos jogos de quadribol e nas refeições. Ainda não sabia para onde ele ia, mas assim que tivesse algum tempo em sua agenda se dedicaria a cuidar disso.

Ela voltava de uma cansativa aula com Snape, direto para o salão comunal para descansar, quando viu Harry e Rony vindo em sua direção.

—Aonde estão indo? - Amy perguntou, percebendo a cara de preocupação do Harry.

—Não enche, Amy. Harry vai me apresentara à Romilda Vane. - Rony disse com um brilho no olhar.

—Como? -Amy perguntou confusa, enquanto, os dois passavam por ela.

—Poção do amor. - Harry disse olhando para trás, enquanto guiava o amigo pelo corredor.

Amy não conseguiu evitar o riso, e seguiu os meninos.

—Para onde está levando ele? -Amy perguntou.

—Para Slughorn. Ele precisa de um antídoto decente. -Harry disse, olhando divertido para o amigo.

Quando chegaram na porta do professor, e ele percebeu que era Harry, logo inventou uma desculpa para não atendê-lo. Amy deu um passo à frente.

—Desculpe, senhor, não incomodaríamos se não fosse urgente. Rony ingeriu uma forte poção do amor, e achamos que o senhor poderia ajudar com sua agilidade em poções. -Amy disse, numa voz suave.

O professor torceu o rosto e deixou eles entrarem. Rápido, preparou um antídoto para Rony, que bebeu com um pouco de relutância.

—O que aconteceu? - ele perguntou confuso e fraco quando saiu do transe.

—Poção do amor, meu rapaz. Uma bem forte, devo dizer. - disse o professor, pegando uma garrafa de hidromel envelhecido. - Aqui está… nada como uma velha bebida para curar as dores do amor. Estava guardando para dar de presente ao Alvo, mas essa é uma situação especial.

Amy deu uma leve risadinha. Aquela noite estava sendo melhor do que ela imaginava que seria. Com cuidado, o professor serviu a bebida nos copos. Rony sequer esperou os outros pegarem suas taças e logo virou a bebida, num gole só.

—Rony… - Amy o advertiu pelo mau comportamento, mas algo aconteceu em seguida.

Rony caiu duro no chão, o corpo convulsionando fortemente, enquanto babava e espumava pela boca. Amy e Harry deixaram seus copos caírem e se jogaram ao lado do amigo.

—Rony! Rony! - Amy gritou, tentando levantar a cabeça do amigo.

Para seu pânico, os olhos de Rony começaram a virar, ficando só a parte branca.

—Faça alguma coisa! - Harry gritou para o professor, mas ele parecia paralisado, em choque.

Harry então se levantou num pulo e foi até o estojo de poções do professor, abrindo todas as gavetas que tinha. Ele voltou correndo com uma pedra pequena marrom nas mãos e enfiou na boca de Rony. Em dois segundos, o corpo de Rony parou de tremer, seus olhos se fecharam e sua respiração voltou ao normal.

Amy olhou para Harry, os dois em choque, uma lágrima escorrendo do olho dela.

Sem muitas dificuldades, enquanto Slughorn ainda estava parado no meio da sala, os dois levantaram o amigo e o levaram para a ala hospitalar.

Fred, Jorge, Gina, Hermione, Sr. e a Sra. Weasley foram imediatamente para a ala hospitalar quando souberam do acontecido. Amy ficou sentada ao lado do amigo boa parte da noite, junto com Hermione e Harry.

—Então o veneno estava na garrafa. Acha que era alguém tentando envenenar o professor? -Hermione perguntou.

—O que mais poderia ser? Dumbledore disse que alguns Comensais da Morte estavam atrás dele quando o procuramos, por isso estava se escondendo. E qualquer um que conheça Slughorn sabe que ele nunca daria aquela garrafa de hidromel, que guardaria para ele. – Harry disse.

Amy estava com a cabeça doendo. Com certeza não ia conseguir limpar sua mente antes de ir dormir naquela noite, e acabou cochilando na cadeira ao lado de Rony mesmo, assim como Hermione e Harry.

Nessa noite, seus sonhos não foram pesadelos.

Primeiro, ela sonhou com o dia que Harry chegou na casa de Sirius pela primeira vez, tanto tempo atrás, e todos se sentaram na mesa para dar explicações à ele.

—Tá brincando? Dumbledore é o único bruxo que Voldemort temeu a vida toda, o único capaz de duelar com ele. -falou Gui.

Então veio outra lembrança. Amy estava no quarto de Harry, na casa dos tios dele, conversando sobre seus medos.

—Nada vai acontecer com a gente! Nada! Voldemort não pode nos atingir em Hogwarts, não enquanto Dumbledore estiver lá. -foi o que Harry disse.

Tudo mudou novamente. Ela estava no expresso de Hogwarts, na cabine sozinha com Harry.

—Acho que Voldemort iria gostar de ter outra pessoa em Hogwarts. -disse Harry.

Então ela estava na loja de uniformes, e Narcisa e Malfoy estavam lá também.

—Vejo que ser o favorito de Dumbledore lhe deu uma falsa segurança, Potter. Cuidado, ele não estará sempre aí para te proteger. - foi o que Narcisa falou com um brilho no olhar.  

A cena mudou, e Amy estava na estrada para Hogsmeade, Kate Bell estava nos braços de Hagrid, enquanto Liane falava.

—Ela voltou do banheiro do Três Vassouras com esse pacote em mãos e falou que era um presente para alguém. Eu falei para ela deixar isso de lado. - a menina disse chorando.

—Um presente para quem? - perguntou Amy, mas Liane não sabia.

Então Amy estava na sala de Slughorn, poucas horas atrás, e o professor enchia os copos com hidromel.

—… nada como uma velha bebida para curar as dores do amor. Estava guardando para dar de presente ao Alvo, mas essa é uma situação especial.

Então, várias lembranças do Malfoy passaram em sua cabeça: ele no expresso de Hogwarts, falando sobre as tarefas para o Lorde das Trevas; ele interessado na sorte líquida; a conversa que o menino teve com o Snape; jantando no grande salão, sem sequer tocar na comida, e ela reparando como ele estava mais magro e pálido…

Amy acordou subitamente, seus pensamentos a mil. As peças do quebra cabeça finalmente estavam se juntando, apesar de tudo parecer uma mentira sem graça e impossível; era tão óbvio e ao mesmo tempo tão inacreditável! Amy olhou para Rony deitado na cama, o rosto e os lábios ainda pálidos por causa do veneno. E então lembrou de Kate Bell, que ainda estava no hospital por causa da maldição daquele colar.

Ela respirou fundo, tentando controlar os nervos, mas de nada adiantou, e em seguida viu um pergaminho no colo de Harry, o Mapa do Maroto. Ele deve ter dormido vigiando o mapa, e quando Amy olhou para ele, viu exatamente quem ela queria: Draco Malfoy parecia estar à caminho do salão comunal da Sonserina.

Amy saiu apressada da enfermaria, quase correndo, em direção às masmorras. Ela respirava com força, com raiva... Ele não ia se safar tão fácil...

Ela chegou no corredor que levava à masmorra bem na hora que Malfoy apareceu na outra ponta, a cabeça baixa. Ele demorou um pouco para perceber que Amy vinha raivosa em sua direção, sem diminuir o passo.

—O que… -ele começou confuso, mas Amy o empurrou para dentro de uma sala abandonada e bateu a porta atrás de si.

Olhando indignado para ela, Malfoy fez menção de pegar sua varinha das vestes, mas Amy não deu oportunidade.

—Rony quase morreu por sua causa! -Amy praticamente gritou.

Ela estava furiosa. Malfoy tinha colocado em risco a vida do melhor amigo dela, e Amy não deixaria passar barato.

—Do que você está falando? -Malfoy gritou de volta.

—A merda da garrafa de hidromel de Slughorn, ele bebeu e quase morreu, e eu sei que foi você!

—Você está louca?!

—Você envenenou a bebida, você entregou o colar para Kate!

Ela tentava interpretar as emoções nos olhos do menino. Ao mesmo tempo que tinha raiva, por ela está fazendo essa gritaria toda, tinha algo que ela sentia que se pressionasse direito, ele admitiria o que ela suspeitava.

—Então esse é o seu grande feito para a causa de Voldemort?... como foi que você disse… não importa os NIEMs, mas sim seu trabalho para o Lorde das Trevas… Então é você quem vai matar Dumbledore, Malfoy?

Os olhos dele ficaram mais sérios, o rosto mais duro.

—Não sei do que você tá falando. -ele disse num tom de voz mais baixo.

—Essa é a missão suicida que ele te deu? Matar o bruxo mais poderoso do mundo, coisa que ele não conseguiu até agora? Uma garrafa envenenada, e um colar amaldiçoado, os dois eram presentes para alguém, um deles para o diretor… O que são essas tentativas de merda? Seu plano principal não está dando certo, não é? Sabe Malfoy, todos sabem que você é uma pessoa mesquinha, idiota e egoísta, mas até eu não achava que você poderia ser tão burro!

Amy observava as ações de suas palavras em cada músculo do rosto e do corpo dele.

—Na verdade, talvez ninguém pensasse que o grupo de Comensais da Morte seria tão inútil assim. Você, um garoto de dezesseis anos para assassinar Alvo Dumbledore, fora o fracasso do seu pai que está em Azkaban…

—Cala a boca, Green… - ele disse num tom baixo, os olhos brilhando de raiva.

—Se quer saber, eu mesma não estou acreditando. -Amy deu um sorriso irônico-  É tão óbvio, Malfoy, mas realmente difícil de acreditar que Voldemort não tem ninguém melhor para fazer os serviços dele… quero dizer… logo você…

Em dois passos, Malfoy atravessou raivoso a sala e empurrou Amy contra a parede.

—Cala a boca, Green! Você não me conhece, não sabe do que sou capaz! -Malfoy disse, os olhos brilhando de raiva.

—Realmente, pensei que você fosse mais inteligente! Que merda você acha que ta fazendo da sua vida aceitando isso?

—Você não tem nada a ver com a minha vida! Eu falei pra ficar longe de mim!

—E eu ficaria com prazer se você não estivesse envenenando as pessoas que amo nessa missão falha!

—Eu não vou falhar!

—Você não consegue!

—Eu vou conseguir! O Lorde das Trevas confia em mim! Eu tenho que conseguir! - ele disse, dando ênfase quando falou “tenho”.

Foi então que Amy percebeu que ela não via apenas raiva em seus olhos. Havia medo, mais medo do que ela jamais viu nele. Por alguns segundos, Amy ficou confusa ao ver aquele sentimento ali. Ela relaxou o corpo, olhando para Malfoy com os olhos cheios de dúvidas.

—Porque, está com medo de morrer se falhar? -ela perguntou num tom mais baixo.

Os olhos dele apenas brilharam mais de ódio, mas ele já não conseguia esconder o pouco de desespero que eles transpareciam.

—Você não escolheu fazer isso, não é? -ela perguntou por fim, quebrando o silêncio que ficou entre os dois.

Os olhos dele percorreram o rosto dela, confuso com suas palavras também.

—O que quer dizer?

—Essa missão… foi por causa do que aconteceu com seu pai no Ministério, não é? Ele está punindo você… sua família. -Amy perguntou, o tom de voz não tão agressivo agora.

Malfoy não conseguia tirar os olhos dela. Tinha muita raiva neles, mas também uma certa angústia… umas duas vezes ele abriu e fechou a boca, relutante…

—Realmente, Voldemort não deixaria a morte de Dumbledore como tarefa para um menino de 16 anos...

—Fique longe de mim, Green. É seu último aviso. - ele disse com os olhos raivosos nela e saiu da sala, batendo a porta.


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Notas finais do capítulo

Eita!!!
O que acharam? Ficou forçado? Me contem!!

Obrigada a todos que comentaram no ultimo capítulo! Adoro ver a curiosidade e expectativas de vocês, me ajuda a escrever!

Beijos, até o próximo capítulo!!



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