Harry Potter e... escrita por VSouza


Capítulo 25
Capítulo 11 - Tudo Vai Mudar, Não Vai?


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo final dedico à Lyra Black, Midnight Girl e Alice Black Potter, minhas leitoras tão fiéis e fofas que me ajudaram com comentários à construir essa história. Vocês são demais!! E à todos que comentaram, favoritam, acompanharam a fanfic, eu amo vocês, vocês só me inspiram à escrever mais e melhor!! Obrigada, do fundo do meu coração!



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CAPÍTULO 11

Amy ficou parada dois metros longe de Harry, Dumbledore e o corpo de Cedrico, apenas encarando seus olhos fixos e tentando absorver o que tinha acontecido. Harry falava coisas para o diretor que a garota não ouvia, não pareciam importantes na hora. As pessoas nas arquibancadas pareciam ter compreendido o que tinha acontecido e uma onda de agitação percorreu todo o lugar. O ministro e os professores tentavam falar com Dumbledore e saber o que tinham que fazer, além de tentarem entender o que acontecia. Harry segurava o corpo de Cedrico com todas as forças que tinha. Amy não conseguiu se aproximar para tocá-lo, sequer conseguia se mexer, só sentir o pânico e o enjoo dentro dela.

Ela olhou em volta, as lágrimas borrando sua visão. Viu o Ministro e os professores agitados, viu Harry se afastar com Moody e ouviu os gritos nas arquibancadas. Dumbledore estava falando com o Ministro, quando olhou agitado para os lados.

—Onde está Harry? Onde está o Harry?! - ele perguntou impaciente.

—Moody… Moody o levou… -Amy não soube como o diretor conseguiu ouvir as palavras de tão baixas que saíram da boca dela.

Nesse momento, ela desviou os olhos de Cedrico e viu o rosto de Dumbledore se contorcer numa expressão de fúria e poder e de repente, sentiu medo do diretor e entendeu do porquê dele ser um dos bruxos mais poderosos da história.

—Severo, Minerva! - ele disse num tom forte e urgente. Foi então que ela se lembrou do que se tratava tudo aquilo.

Amy demorou mais alguns segundos olhando para Cedrico, sabendo que aquela era a última vez que o veria. Ela sentiu um enorme impulso de correr para ele e tentar sentir seu calor, sua pele, seus lábios uma última vez, mas sabia que seria inútil, que seria uma mentira. Cedrico não estava mais ali. Meio relutante, seguiu os professores até o castelo. Snape até tentou deter a menina com um olhar, mas Amy o ignorou e apertou o passo. Dumbledore andava com urgência pelos corredores e Amy só percebeu aonde iam quando chegaram perto da sala da aula de defesa contras as artes das trevas. Dumbledore sacou a varinha das vestes e apontou para a porta.  

—Estupefaça! -ele gritou e um raio vermelho empurrou a porta com força, derrubando alguém dentro da sala.

Os quatro entraram correndo e Harry estava sentado assustado na cadeira, o corpo inclinado para trás como se tentasse se afastar de algo. Moody estava caído no chão e com a varinha em mãos, o rosto mais feio do que nunca retorcido de raiva. Dumbledore se adiantou, fez Moody se sentar numa cadeira com a varinha e depois mirou seu coração.

—Severo! - o diretor chamou e Snape andou até ele e despejou três gotas de um pequeno frasco de poção na boca de Moody.

Amy olhou para Harry na cadeira, que parecia sentir muita dor. Ele tinha algumas manchas de sangue pelo corpo, uma grande no braço, e segurava a perna com força.

—Você é Alastor Moody? - perguntou Dumbledore calmamente, mas firme. Amy não entendia o que estava acontecendo, o que o diretor estava fazendo e entendeu menos ainda quando Moody negou ser ele mesmo. - Quem é você então?

Como se respondesse à pergunta dele, a pele de Moody começou a borbulhar, os cabelos começaram a ficar pretos e menor, o nariz tomava forma e o olho falso ia sendo jogado da órbita. Amy e Harry olharam apavorados a transformação até que finalmente um homem moreno de uns 35 anos apareceu na frente deles.

—O filho do senhor Crouch? - Harry perguntou intrigado.

—Como você está vivo? Como entrou em Hogwarts? - perguntou o diretor.

Então o homem começou a contar o que aconteceu desde que fora preso em Azkaban: como sua mãe morreu em seu lugar na prisão e depois ficou trancado e enfeitiçado pelo pai nos últimos anos, como aos poucos conseguiu resistir à maldição, fugiu e conjurou o marca negra na Copa Mundial, como Lorde Voldemort o procurou em sua casa para pedir que se juntasse a ele e que fosse para Hogwarts como professor para ajudar Harry a completar a última tarefa, como matou o próprio pai quando ele tentou fugir para Hogwarts e falar com Dumbledore e para a surpresa de todos, como o verdadeiro Alastor Moody estava trancado num baú no canto da sala. Dumbledore foi imediatamente livrar o professor mas Amy se manteve bem longe da cena.

Sentia que ia desmaiar a qualquer momento. Sua cabeça ainda latejava com a imagem dos olhos do Cedrico abertos e fixos e seu estômago pareceu cair quando o homem falou de Voldemort agindo o ano todo.

—Snape, vá buscar um cão preto ao lado da cabana de Hagrid e peça pra ir para a enfermaria. Harry estará lá em 15 minutos. Depois vá chamar Cornélio, precisamos conversar. Minerva, certifique-se que Alastor fique bem. - disse o diretor.

Em três minutos, Alastor Moody estava a caminho da enfermaria e Bartô Crouch Jr. estava imobilizado na cadeira. Amy saiu da sala, não aguentava mais ficar naquele lugar escuro e fechado. Se apoiou na parede e tentou evitar que as lágrimas caíssem. Respirou fundo algumas vezes, mas o ar parecia se negar a entrar em seus pulmões.

De repente, Dumbledore e Harry saíram da sala e o diretor pediu, brandamente como sempre, que Harry contasse exatamente o que aconteceu quando tocou o cálice. Amy prestou atenção à cada palavra do amigo. Ele contou que o cálice era a chave de um portal que levou ele e Cedrico para um cemitério, onde Rabicho e Voldemort esperavam ele para fazerem o feitiço necessário para dar um corpo ao Lorde das Trevas. Quando ele contou que Rabicho cortou o braço dele para usar seu sangue, Dumbledore pareceu alarmado e examinou o corte.

—Ele disse que usando o meu sangue poderia ter a proteção que a minha mãe deixou em mim quando morreu. Ele pode me tocar agora. - Harry disse sem muita emoção na voz, depois prosseguiu com a história. Contou sobre os comensais da morte se reunindo a ele, inclusive Lúcio Malfoy, o que não foi uma surpresa para ela, contou como Voldemort devolveu sua varinha e eles duelaram, mas começou a se enrolar quando começou a falar de algo estranho que aconteceu com sua varinha.

—Priori Incantatem - disse o diretor - As varinhas se ligaram, Harry?  

—Sim. Mas por que, professor? - Harry perguntou rouco.

—Varinhas irmãs não duelam bem entre si. A pena da fênix que compõe o núcleo da sua varinha é da mesma ave que pena da varinha de Voldemort. Isso cria um efeito raro, um retrocesso dos feitiços realizados pela outra varinha, o mais recente primeiro, depois os que antecederam… isso significa que Cedrico deve ter reaparecido. - Dumbledore perguntou.

—Cedrico voltou à vida? - Amy perguntou de repente. Não se importava de estar interrompendo uma conversa particular, não ligava para as indelicadezas, daria um soco em qualquer um dos dois que ignorasse sua pergunta sobre Cedrico.

—Nenhum feitiço pode trazer os mortos de volta, Amy. -Dumbledore disse, olhando gentilmente para a menina. - O que deve ter acontecido foi algo como um fantasma, um eco do que Cedrico foi.

—Ele… ele pediu para trazer seu corpo de volta para a família e depois… eu vi um homem, uma mulher… era Berta Jorkins e… os meus pais. -ele disse rouco e contou como os ecos tinham ajudado a vencer a batalha e como Voldemort pareceu temê-los.   

—Você novamente, Harry, mostrou uma coragem e poder igual a de que muitos que enfrentaram Voldemort em seu auge e morreram. Carregou o fardo de um bruxo adulto e não podemos pedir mais nada de você. Queira, agora, me acompanhar até a ala hospitalar, você precisa descansar. -disse o diretor.

Nesse momento, Minerva apareceu para vigiar o homem dentro da sala. Ela seguiu o diretor e Harry em silêncio até a enfermaria. Quando entraram a Sra. Wesley que foi assistir a tarefa com Gui Wesley, correu e abraçou o menino, toda preocupada. Rony e Hermione também estavam lá e pareciam tão perdidos quanto a enfermeira em relação ao que aconteceu. Amy passou por todos em silêncio e se apoiou numa cama. Sentia que se deixasse sequer uma brecha para parar e pensar em tudo o que tinha acontecido e no que Harry tinha falado, ia entrar em colapso e chorar até secar. Poucos minutos depois, quando Harry estava deitado na cama, quase bebendo uma poção para dormir, Minerva e Cornélio entraram gritando na enfermaria. Pelo visto, o Ministro tinha insistido em levar um dementador para ir com ele ver Bartô Crouch Jr. e a criatura tinha lhe dado um beijo, sugado sua alma, o que impedia de dar depoimento sobre o que tinha acontecido. Cornélio parecia furioso com toda a história de Voldemort ter voltado, achava tudo uma mentira e loucura.

—Ele não pode estar de volta, Alvo. Simplesmente não pode. -disse o Ministro ao final, depois de um longa discussão com Harry, Snape e Dumbledore tentando convencê-lo dos fatos. Ele deixou o prêmio em cima de uma cama e saiu.

Quando abriu a porta, um enorme cão preto entrou na enfermaria. Dumbledore pediu para que a enfermeira deixasse o local um instante e todos na sala se reuniram em volta da cama de Harry ao ver que Dumbledore ia falar, inclusive Amy.

—Minerva, quero ver Hagrid e Madame Maxime em meu escritório em vinte minutos - disse o diretor e Minerva saiu apressada da enfermaria - E agora que estamos a sós… Sirius, por favor. -disse Dumbledore e o enorme cão negro se aproximou.

Em dois segundos, Sirius se transformou no homem em que Amy viu algumas semanas atrás. Sra. Wesley deu um pulo de susto e pavor ao ver o famoso fugitivo de Azkaban ali e Snape retorceu o rosto em raiva. Mas Sirius ignorou todos eles e correu para abraçar o afilhado. Dumbledore passou instruções à Molly, Gui, Sirius para recrutar o máximo de pessoas que acreditariam na verdade. Amy observava tudo meio de longe, como se estivesse num sonho.

—Severo, você sabe o que tem que fazer… se estiver disposto e preparado…

—Estou. -disse o professor que parecia um tom mais branco e seus olhos brilharam estranhamente.

Quando os outros saíram para cumprir suas funções,  Amy não conseguiu ficar ali parada. Não conseguia olhar para Harry ou apoiar o amigo como Rony e Hermione faziam.

—Eu disse para ele apanhar a taça comigo. Foi minha culpa - ela ouviu Harry falar para Rony.

Ela não pôde mais ficar ali ao ouvir aquilo. Amy saiu correndo da enfermaria, ignorando as exclamações dos amigos, e entrou no banheiro mais próximo. Pareceu colocar para fora tudo o que comeu nos últimos três anos, e depois que foi até a pia se lavar, não se sentia melhor, muito pelo contrário. Ela saiu correndo pelo castelo de novo, e dessa vez sabia exatamente aonde ia.

Ventava frio na Torre de Astronomia. Todas as forças de Amy se esgotaram quando chegou lá e ela caiu de joelhos no chão e finalmente chorou, chorou muito, os fortes soluços faziam doer seus pulmões.

Cedrico estava morto. Aquele rapaz gentil, inteligente, amoroso que a tocou e beijou de uma forma única, nunca mais ia estar com ela. Várias lembranças dos dois passaram na mente dela, desde o encontro na floresta antes da Copa, seu primeiro beijo, o jogo de quadribol, a última vez que falou com ele...

“Te vejo mais tarde”, foram suas ultimas palavras um para o outro. Foi uma mentira, aquele futuro foi tirado dela… por Voldemort.

Ele estava de volta. Por culpa dele, Cedrico estava morto. Ele o matou sem nenhum motivo, só mais uma vítima em seu histórico. Naquele momento, o ódio e a tristeza duelavam para ocupar espaço no corpo de Amy.

Cedrico estava morto e Voldemort estava de volta. Todas as respostas para as perguntas daquele ano estavam respondidas e Amy desejou que tivesse continuado sem saber de nada. Ela não sabe quanto tempo ficou ali, chorando e tremendo de frio, mal percebeu quando caiu no sono no chão duro mesmo.

 

 

Ela não teve um motivo para acordar, apenas despertou do nada e não estava mais sozinha na Torre. Harry estava ali para a surpresa dela, apoiado na grade, olhando para o horizonte. A blusa de frio dele cobria o corpo de Amy, apesar de agora o sol já estar alto no céu. Ela se perguntou por quanto tempo dormiu naquele lugar duro, pois seu corpo reclamava de dor.

—Você está bem? Aconteceu alguma coisa? - Amy perguntou à Harry ao se sentar. Ela sentiu as lágrimas secas no rosto. Pelo visto chorou durante o sono também.  

—Além das catástrofes da noite de ontem? Não, tudo na paz. - Harry disse  triste e se sentou ao seu lado.

—Não era para você estar na enfermaria? - ela perguntou meio rouca.

—Saí essa manhã. Fiquei no quarto a manhã toda, depois com Ron e Mione de tarde. Quando você não apareceu depois das 15h decidi vir te procurar. Sabia que estaria aqui. -Harry disse gentilmente. Três horas da tarde? Isso significava que Amy tinha dormido quase dezesseis horas seguidas e isso era um recorde; ela sequer estava cansada no dia anterior. - Quando você saiu da enfermaria ontem, Hermione me falou sobre você e Cedrico…

Seu nome trouxe todas as lembranças e emoções da noite passada, mas Amy tentou não demonstrar a tristeza que sentia.

—Está chateado porque não te contei?  

—Não, de jeito nenhum. É só que você sempre esteve comigo em momentos difíceis. Nada mais justo eu estar aqui agora... se você quiser que eu fique, claro.

—Porque eu não iria querer?

—Porque… talvez você ache que eu fui o culpado da morte dele… - a voz de Harry pareceu chorosa e Amy o olhou na mesma hora. Algumas lágrimas se formaram no canto dos seus olhos tristes. - Eu disse para ele pegar a taça comigo. Eu quis que fossemos campeões juntos e por causa disso ele foi parar naquele cemitério… eu… eu deixei Rabicho fugir ano passado… e então ele encontrou Voldemort e matou Cedrico.. Amy… é tudo minha culpa… eu… - as lágrimas começaram a cair pelo seu rosto e Amy não soube o que pensar por um segundo.  

Por um momento, ela quis gritar com Harry e perguntar porque ele não podia ser um pouquinho menos bom e um pouco mais egoísta e ter vencido o torneio sozinho, porque tinha que ser tão heróico… mas não seria nada justo com o amigo, na verdade, não fazia sentido algum aquele pensamento. Amy sabia muito bem de quem era a culpa de tudo o que aconteceu.

—Você não matou Cedrico, Harry. Voldemort matou. Ele é o culpado, o único, e não você. - Amy disse olhando para o horizonte. - E ele vai pagar por isso. Ele, Rabicho e todos os seus seguidores.

—Dumbledore vai reunir pessoas também. Aqueles que acreditam que ele voltou. -Harry disse, recuperando a calma.

Nesse momento, eles ouviram passos nas escadas e Rony e Hermione apareceram, Rony com o Mapa do Maroto nas mãos. Ele se sentou ao lado de Amy, e Hermione do lado de Harry.

—Papai vai falar com algumas pessoas no Ministério, de forma discreta, claro. Se o Cornélio descobrir que Dumbledore está interferindo no Ministério, ficará furioso. -disse Rony depois de um tempo.

—Dumbledore anunciou no café da manhã como Cedrico morreu. Isso já vai deixar Cornélio furioso. - disse Hermione.

Os quatro ficaram alguns minutos olhando para o horizonte. O lago se estendia negro pela vista, fazendo contraste com o céu claro. Algumas corujas passavam voando, e eram as únicas coisas que se mexiam na paisagem. Amy queria ficar os últimos cinco dias de aula ali, sem ter que ver o rosto de pessoas como o Malfoy.

—Tudo vai mudar agora, não vai? - Hermione perguntou de repente.

Ela deitou a cabeça nos joelhos e olhou para os amigos à sua esquerda. Seus olhos brilhavam úmidos.

—Vai. Basiliscos, lobisomens e cães de três cabeças já estava ficando chato. Agora que Você Sabe Quem voltou é que vai ser legal. -Rony disse.

Os quatro riram e foi um alívio para Amy dar aquela risada.

Rony pegou a mão de Amy e apertou, entrelaçando seus dedos. Ela sorriu para o amigo e fez o mesmo com Harry ao seu lado, que fez o mesmo com Hermione.

—Desde que permaneçamos juntos, vai dar tudo certo. -Rony disse para o três.

Eles se entreolharam e sorriram e naquele momento, com as pessoas mais importantes da sua vida, Amy sentiu que tinha tudo para enfrentar a época difícil que ela sabia que viria.


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Notas finais do capítulo

Aii gente!! Desculpem pelos últimos dois capítulos cutinhos e fraquinhos, mas não to arranjando tempo pra escrever mesmo!! Se não postasse esses, só ia colocar em dezembro, então!!

Finalmente chegou um dos meus livros preferidos da saga!! Admito que foi meio chatinho pra mim escrever o quarto livro, mas agora com férias e tal, consigo escrever melhor!!

Essa é a Amy, se metendo onde não foi chamada, sabendo das coisas em primeira mão!! Se acostumem com isso!! kkkk

Espero que tenham gostado, comentem, critiquem, o que posso melhorar, tals tals e tals!!

Um beijo e até o próximo livro!!



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