Harry Potter e... escrita por VSouza


Capítulo 23
Capítulo 9 - Uma Xícara de Chocolate na Sala de Dumbledore


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Desculpem a demora, fui viajar nesse feriado e fiquei sem internet!! Mas taí um capítulo novinho p vcs!! Beijos, até lá embaixo.



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CAPÍTULO 9

Naquela mesma noite, Harry teve que descer aos jardins para ver o que seria a terceira tarefa. Enquanto Hermione e Rony faziam suas tarefas de casa, Amy estava sentada no sofá em frente à lareira, fingindo que lia um livro, mas na verdade pensava em tudo de estranho que estava acontecendo naquele ano.

Seu repentino envolvimento com Cedrico depois do baile de inverno limpou um pouco a mente dela das coisas estranhas que aconteciam com o torneio tribruxo… Os sonhos de Harry, sua cicatriz doendo, os comensais da morte na Copa de Quadribol, Dumbledore contratar Moody, o nome de Harry no cálice, a doença de Bartô, o sumiço de Berta, a marca negra de Karkaroff… Amy tentava perceber alguma ligação entre tudo, alguma coisa lógica, mas tanta informação estava dando dor de cabeça nela. E o pior de tudo, era que tudo isso tinha a ver com a segurança de Harry. Ele sabia que alguém estava tentando matá-lo ao colocar o nome no cálice, mas Amy tinha o pressentimento que alguma coisa grande e preocupante estava realmente acontecendo e que ela e os amigos estavam deixando passar essas coisas, que colocariam Harry em verdadeiro perigo. E a ideia de Harry estar em perigo e ela não poder fazer nada, nem saber nada sobre isso, era frustrante.

Amy se preocupava demais com ele, ela sabia disso, mas não conseguia evitar. Ela não saberia o que faria se algo de ruim acontecesse com ele, só sabia que faria de tudo para evitar que acontecesse.

Sem querer, a noite no banheiro dos monitores voltou em sua mente. O jeito que ele a olhou, sua mão na cintura dela, o calor do seu corpo contra o seu… Amy imaginou o que teria acontecido se Murta não tivesse aparecido de repente… eles parariam, com certeza notariam o que estavam fazendo e recuariam… não é?

As vezes ela tinha a impressão que algo a mais acontecia entre os dois. Não sabia exatamente o que, e se recusava a pensar sobre isso toda vez que a impressão batia. Como se recusou a pensar agora também. Eram só coisas da sua cabeça…

Amy abaixou o livro e se virou para falar com os amigos, mas, para variar, Hermione e Rony estavam discutindo de novo. Amy revirou os olhos, jogou o livro no sofá e saiu do salão comunal. Fazia tempo que não visitava Hagrid e parecia um bom momento para fazê-lo.

—Ora, ora, se não é uma das traidoras do sangue, amiguinha do Potter. -a voz de Malfoy ecoou pelo corredor.

Amy parou de imediato. Ainda eram 19:30 da noite e vários estudantes caminhavam pelo castelo. Malfoy estava sentado ao lado de uma coluna, os amigos imbecis do lado dele, sorrindo.

—Ora, ora, se não é a Doninha saltitante e seus amigos macacos sem cérebros. -Amy disse e sorriu.

—Se eu fosse você, tomaria mais cuidado com o que fala, Green. -Malfoy disse.

—Por que? Você vai se transformar numa doninha e morder meu pé? Que medo.

Malfoy sorriu.

—Você e seus amiguinhos do bem não vão estar tão seguros para falar com seus superiores assim daqui a um tempo. Tenha cuidado, Amy. -Malfoy disse e saiu andando, seguido pelos amigos.

Amy tirou o sorriso da cara. Tinha alguma coisa naquelas palavras que não estava certo, que alertavam alguma coisa. Ela continuou a andar até a saída para os jardins. Quando descia o gramado, encontrou os campeões subindo. Passou por eles, deu um sorriso para Cedrico e foi até Harry que subia por último.  

—Está tudo bem? -Harry perguntou.

—Tudo. Só cansei de Hermione e Rony discutindo e então decidi ir visitar Hagrid. Quer ir também?

—Lógico!

Os dois começaram a descer o gramado e quando Amy viu que estava longe o suficiente dos outros, perguntou:

—E ai? A terceira tarefa?

—Um labirinto. Com obstáculos. Não foram muito claros, mas não me pareceu tão horrível quanto os outros.

—Isso é bom.

—É sim. Mas vou ter que treinar alguns feitiços. Desarmamento, essas coisas. Pode me ajudar com isso, né? Você é boa.

—Claro que posso. -Amy disse

Estavam quase chegando à cabana de Hagrid quando Harry olhou estranho para a floresta. Amy seguiu o olhar. Havia alguma coisa saindo das árvores. Ouviram passos desengonçados e depois uma voz rouca.

—...e depois de fazer isso, Weatherby, mande uma coruja para Dumbledore confirmando o número de estudantes estrangeiros…

Bartô Crouch saiu de trás de uma árvore. Ele estava com uma aparência péssima, os olhos vidrados e sem foco, a roupa rasgada e suja, o cabelo seboso e sem corte. Ele gesticulava como se estivesse falando com alguém que só ele enxergava.

—Senhor Crouch? -Harry e Amy correram até ele - O senhor está bem?

Crouch continuou a agir de forma inexplicável e confusa.

—Sr. Crouch? - Harry chamou de novo.

—Harry, acho melhor buscar alguém…

—Dumbledrore… eu preciso falar com Dumbledore… é minha culpa… fiz uma idiotice…- ele disse com muita dificuldade. Então Crouch agarrou o colarinho da camisa de Harry e puxou para ele.

—Harry! -Amy se aproximou depressa e tentou soltar a mão do homem da camiseta do amigo, mas ele segurava com muita força.

—Berta morta… tudo minha culpa… meu filho… diga a Dumbledore… Harry Potter… O Lorde das Trevas… mais forte… preciso de Dumbledore…

Amy parou de lutar quando ouviu aquelas palavras e olhou assustada para Bartô.

—Amy… vá buscar Dumbledore! Eu seguro ele. -Harry disse, ainda tentando afastar o homem dele.

—Mas…

—Vá!

Sem ter alternativa, Amy correu o mais rápido que pôde para o castelo. Passou voando pelos estudantes e seguiu para a sala de Dumbledore. Ao chegar na frente da gárgula de pedra, percebeu que não sabia mais a senha do escritório do diretor.

—Gota de limão! -ela chutou, depois gritou outros tipos de doce, mas nada da gárgula se mexer. - Mexa-se! É uma emergência! - Amy gritou mas viu que de nada adiantaria.

Talvez Dumbledore estivesse na sala dos professores, qualquer coisa ela chamaria Minerva. Amy começou a correr pelo corredor…

—GREEN!

Ela parou derrapando e olhou para trás. Snape apareceu na escada oculta atrás da gárgula. A parede ia se fechando atrás dele. Amy correu de volta, já sem fôlego.

—O que está fazendo aqui….

—Preciso ver o  professor Dumbledore, é urgente! -ela disse ofegante.

—O professor está ocupado no momento. -Snape disse, sem levar ela a sério.

—Ele precisa vir, é o Senhor Crouch… está perdido na floresta, agindo de forma estranha… Harry está com ele… preciso falar com Dumbledore!

—Que tolice é essa? Do que está falando?

—QUAL O PROBLEMA COM VOCÊ? PRECISO VER DUMBLEDORE, NÃO OUVIU!  -Amy perdeu a paciência.

—Não escutou o que eu disse? O diretor está ocupado! - rosnou Snape.

A parede de pedra às costas de Snape começou a se mexer e Dumbledore surgiu à entrada.

—Algum problema? - perguntou ele, olhando de Amy para Snape.

—Professor! É o senhor Crouch, ele estava na floresta, está agindo de forma estranha, diz que quer falar com o senhor!

Amy esperou que Dumbledore fizesse inúmeras perguntas, mas tudo o que disse foi Me leve até lá e os dois saíram apressados para os jardins.

—O que foi que o Sr. Crouch disse, Amy? -perguntou o professor.

—Várias coisas confusas… disse que Berta está morta, que ele fez alguma tolice, e alguma coisa de Voldemort estar ficando mais forte...

—Quem mais viu o Sr. Crouch?

—Apenas eu e Harry. Ele está lá com Crouch.

Dumbledore pareceu apertar mais o passo ao ouvir a última informação. Mas quando chegaram no local que Amy tinha deixado os dois, estava vazio e silencioso.

—Harry! -ela gritou pelo amigo, a preocupação subindo pelos ossos já.

Dumbledore iluminou o local com a varinha e no meio de troncos e raízes, avistaram dois pés de uma pessoa caída no chão. Correram para lá e viram Harry desacordado.

—Estuporado. -Dumbledore disse baixinho. Apontou a varinha para Harry e com um movimento, o garoto abriu os olhos confuso.

—Você está bem?-Amy perguntou preocupada, ajudando-o a se levantar.

—Estou. Não sei o que aconteceu… Onde está o senhor Crouch? -Harry perguntou.

—Acabamos de chegar e acha-lo aqui. -Amy respondeu.

Então ouviram passos atrás deles e se viraram. Hagrid saia da floresta, o arco em mãos, parecendo contente. Dumbledore se dirigiu a ele imediatamente e o sorriso sai do rosto do guarda costa.

—Hagrid! Preciso que vá buscar Alastor Moody e diga…

—Não é preciso, Dumbledore, estou aqui. -Moody apareceu atrás deles, mancando com a perna de pau. -Snape me disse algo sobre Bartô Crouch.

—Exatamente… Amy, Harry, quero que voltem para o salão da grifinória e não saiam de lá essa noite, e nem façam nenhum desvio no caminho. Qualquer coruja que queira despachar pode esperar até amanhã cedo.

Os dois se olharam constrangidos. Era como se Dumbledore tivesse lido a mente dos meninos sobre mandar uma carta para Sirius naquela mesma noite.

—Mas professor… -Harry tentou protestar, mas Dumbledore foi firme e mandou irem logo para o castelo.

Os dois voltaram infelizes e inquietos para a torre da Grifinória.

—Eu não sei o que houve, não sei como ele escapou. Tirei os olhos dele por um segundo, depois… eu não sei.

—Alguém te atacou, Harry. Crouch não estava em condições de estuporar alguém, a mente dele… alguém não queria que ele falasse com Dumbledore.

—Quem? -Harry perguntou.

—Não faço idéia. -Amy disse séria.

 

 

Ao voltarem para a torre da Grifinória contaram tudo o que aconteceu para Hermione e Rony. Hermione concordou que alguém tinha atacado os dois, pois Crouch não estava em condições de atacar ninguém. Os quatro ficaram discutindo até tarde da noite. Amy foi a primeira a ir deitar, estava com muita dor de cabeça. Infelizmente, ao cair no sono, teve um dos piores pesadelos da vida.

Ela não sabia onde estava, só sabia que estava de noite e havia muita neblina que não a deixava ver mais que um palmo à sua frente. Estava extremamente frio e ela não sabia se devia se mexer ou ficar parada no lugar. Então ela ouviu um grito, o pior de sua vida. Era um grito horrível de Harry, que parecia vir de todos os lugares . Ela gritou seu nome, tentou correr em sua direção, mas não conseguia achá-lo, não conseguia salvá-lo. As lágrimas de desespero escorriam aos montes e molhavam seu rosto. Amy gritou por Harry novamente, mas ao se virar para procurá-lo, Amy deu de cara com Bartô Crouch. Ela gritou e tentou se afastar, mas o homem agarrou seus ombros e sacudiu violentamente enquanto gritava.

—Voldemort mais forte! O Lorde das Trevas… Voldemort mais forte! - dizia loucamente o homem.

Amy chorava assustada e tentava se soltar, mas as mãos do homem pareciam garras em seus braços. Então Crouch parou de gritar. Seus olhos ficaram vidrados e a pele mais pálida. Ele tombou morto em cima de Amy, as mãos ainda agarrando com força. Amy gritou desesperada, tentando se livrar do homem, mas nem toda a força que ela colocava sequer movia o corpo. Então ela ouviu passos e um conjunto de vozes. Amy olhou por cima da cabeça, na direção das vozes, e viu um grupo de pessoas com grandes mantos pretos e máscaras se aproximarem. Eram as mesmas pessoas que atacaram as pessoas na Copa Mundial e estavam vindo em sua direção.

Com mais fervor, Amy tentou tirar o corpo de Crouch de cima dela e finalmente conseguiu. Ela correu o mais rápido e para o mais distante que conseguiu, até que, quando achou que tinha se afastado o suficiente, parou de correr e tentou ver onde estava. Ela olhou ao redor e não viu nada de primeira, mas ao olhar novamente, os ar saiu completamente de seus pulmões ao ver a pessoa à sua frente.

Ela reconhecia aquela pele morena, olhos castanhos, cabelo ondulado e um olhar tão bondoso mas ao mesmo tempo firme, de várias fotos em família. Todos diziam que ela e Damon eram a cara daquela mulher.

—Mãe…? -as palavras saíram quase inaudíveis de tamanha incredulidade.

Era sua mãe, bonita, jovem e viva, como a viu em tantas fotos. As lágrimas escorreram ainda mais e Amy soluçou ao vê-la. Ela sentia tanta falta dela… Então sua mãe desviou o olhar dela para algo que estava além de Amy. Ela virou a cabeça lentamente para ver o que a mãe via, e um medo tomou conta de todos os ossos e músculos de seu corpo.

Atrás de Amy estava alguém com uma capa preta que parecia algo entre tecido e fumaça. Estava descalço e os pés e as mãos brancas, muito brancas, eram as únicas partes do corpo visíveis. Amy não conseguiu ver seu rosto, era tudo um breu por baixo do capuz. Ela não sabia como, mas sabia que aquele era Voldemort.

Seu corpo tremia de medo, as lágrimas ainda caiam e a respiração falhava a cada soluço. Voldemort ergueu a varinha e um jato verde esmeralda saiu e atingiu Amy…

Ela se sentou ofegante na cama. Seu rosto estava molhado pelas lágrimas e o corpo estava todo suado. Parecia já ser tarde da noite e todas as outras meninas do seu quarto estavam dormindo. Sem saber o que fazia, Amy calçou os chinelos e saiu da Torre da Grifinória.

Andou sem saber direito para onde ia. Ainda chorava e o corpo tremia levemente. A cada segundo, partes do sonhos vinham em sua cabeça, misturadas com tantas informações: a cicatriz de Harry doendo, Dumbledore ter contratado Moody, as palavras de Bartô sobre Voldemort...

Amy parou de andar quando avistou a gárgula da entrada para a sala de Dumbledore. Novamente ela não tinha a senha, mas não foi necessário dessa vez. A gárgula se afastou e abriu passagem para as escadas. Amy subiu e deu de cara com a grande porta de madeira que dava acesso ao escritório do diretor. Bateu duas vezes e esperou.

—Entre. -disse o diretor segundos depois.

Amy entrou e dessa vez, não ficou fascinada pelo número de objetos e livros na sala. Foi direto à mesa do diretor que estava vestido com suas roupas normais, do dia a dia, e não de roupão ou qualquer coisa assim.

—Boa noite, professor.

—Senhorita, Green. Boa noite. O que a traz às 3h da manhã ao meu escritório?

Três horas da manhã? Amy não fazia noção de já era tão tarde e se sentiu envergonhada por estar ali aquela hora.

—Sinto muito, professor, não sabia que era tão tarde. Acontece que… eu… bem… -uma lágrima escorreu pelo rosto dela, e Amy respirou fundo tentando esclarecer a mente.

—Por que não se senta, Amy? Acho que tenho algo que vai te fazer sentir melhor. -disse o diretor.

Com um aceno da varinha, uma jarra e um copo de prata voaram para a mão dele. Dumbledore despejou o líquido quente no copo e ofereceu para a garota. Ela tomou um gole e todo seu corpo pareceu relaxar: Era chocolate quente, um dos melhores que já provou na vida.

—Se sente melhor? -perguntou gentilmente o professor.

—Sim, obrigada.

Amy bebeu mais alguns goles do chocolate e Dumbledore esperou pacientemente ela estar pronta para falar.

—Acharam o senhor Crouch, diretor?

—Lamento dizer que não, Amy. Moody não tem pistas do paradeiro do senhor Crouch. Gostaria de me contar alguma coisa que aconteceu aquela hora?

—Não acho que tenha alguma coisa para contar. Eu e harry estávamos indo visitar Hagrid quando ele saiu da floresta daquele jeito estranho. Parecia que falava com Percy Weasley, então quando falei que deveríamos buscar alguém… ele pareceu um pouco mais perto da realidade, mas completamente louco. Disse que precisava falar com o senhor, que tinha cometido um erro, uma tolice, que Berta Jorkins estava morta e que Voldemort estava mais forte. Depois eu saí para o castelo, atrás do senhor, não vi ninguém quem poderia ter atacado os dois.

—E o que te faz pensar que alguém atacou os dois, e não Bartô que atacou Harry?

—Ele não estava em condições, senhor. Não conseguiria pegar a varinha ou conjurar o feitiço. Se conseguisse, Harry teria impedido com certeza.

—Bom, concordo plenamente com você, Amy. Mas não foi para perguntar sobre Bartô que veio até aqui essa noite.

—Eu… vim meio que na emoção… professor tantas coisas estranhas estão acontecendo, e eu não consigo fazer uma ligação entre elas, e isso está me matando!

—Como o que, minha querida?

—Como o desaparecimento de Berta Jorkins, os comensais da morte na Copa do Mundo, a doença do senhor Crouch, que para mim é uma farsa, e agora ele está desaparecido… e outras coisas....

—Outras coisas? Sinta-se a vontade para falar qualquer coisa, Amy.

—É que… no começo do ano letivo, Harry teve uns sonhos estranhos. Com Voldemort e Rabicho…

—A cicatriz dele voltou a doer depois daquela vez das férias?

Amy olhou assustada para o professor. Como ele sabia da cicatriz doendo de Harry se o amigo não contou a ele?

—Como o senhor sabe… ah… Sirius. -Amy achou a resposta segundos depois - Sirius te contou sobre a cicatriz, não foi?

—Certamente. Tenho entrado em contato com Sirius algumas vezes esse ano.

—Bem… a cicatriz não voltou a doer, não que ele tenha me contado, e duvido que não contaria se acontecesse. O que significam, senhor, os sonhos e a cicatriz?

—Infelizmente, Amy, não tenho a resposta para sua pergunta. Como Harry contou na carta para Sirius, a última vez que sua cicatriz doeu foi por que Voldemort estava presente, mas isso não ocorreu na Rua dos Alfineiros.

Amy soltou o ar chateada. Esperava que o professor esclarece as coisas para ela, mas, pelo jeito,isso não ia acontecer.

—No sonho, Voldemort e Rabicho discutiam um plano… um plano para matar Harry. Havia outra pessoas, um homem que ele não reconheceu. O sonhos, os comensais da morte, a marca negra de Karkaroff… isso tudo não é coincidência, não é mesmo? Ele está voltando, não está senhor?

—Como sabe da Marca Negra de Karkaroff, Amy?

—Bem… No baile de inverno ouvimos ele e Snape conversando. Karkaroff parecia estar com medo de alguma coisa, falou que algo estava cada vez mais nítido nos últimos meses, e alguns dias atrás, na aula de poções, ele mostrou algo que o preocupava para Snape… no antebraço esquerdo. Sirius contou que Karkaroff era um comensal da morte e que tem motivos para estar com medo de uma reunião de seguidores de Voldemort. Eu presumi que era a Marca…

—E está mais uma vez, certa. De fato, Amy, coisas estranhas, realmente estranhas estão acontecendo esse ano. Sei de alguns fatos a mais do que você, mas veja… não posso dizer com certeza o que está acontecendo, mesmo sabendo de mais coisas. Sei que é angustiante pensar que quem amamos está em perigo mas não podemos fazer nada no momento. Só nos bastas sermos cautelosos, estarmos prontos para quando algo acontecer, possamos lidar com isso. -Dumbledore disse calmamente.

—Mas professor… e se for tarde demais? Alguém colocou o nome do Harry naquela cálice planejando que ele morresse! Não podemos deixar as coisas simplesmente acontecerem…

—Não ache que não tomei as precauções necessárias para assegurar a segurança de Harry no Torneio, senhorita Green. Nunca colocaria Harry em perigo só para descobrir qual foi o plano de alguém. -Dumbledore disse firme.

—Eu sei, professor… me desculpe… é só que é difícil para mim não saber o que são todas essas coisas que estão acontecendo… eu só quero ver Harry seguro. -Amy disse infeliz.

—Somos dois, minha cara. Somos dois.

Amy respirou fundo, infeliz por ter agora o mesmo número de informações quando chegou naquela sala. Ela tomou outro gole do chocolate quente, que já esfriava. Então pensou em uma pergunta, que tinha certeza que Dumbledore não responderia, mas que ela queria tentar mesmo assim.

—Professor… Snape era um Comensal da Morte, não era? -ela perguntou cautelosamente.

—O que você acha, Amy? -o professor perguntou curioso.

—Acho que sim. Quando Karkaroff mostrou o antebraço, ele perguntou se Snape não tinha percebido também… eu não sei, eu sinto que ele fala com Snape não porque sejam amigos, mas porque partilham do mesmo problema. E Snape andava com pessoas que se tornaram Comensais da Morte em Hogwarts…

—E se eu dizer que o Professor Snape não era um comensal da morte, isso te convenceria e apagaria suas dúvidas? -Dumbledore perguntou com um sorriso.

Amy sorriu de volta.

—Acharia que o senhor estaria mentindo, professor. Acho que… continuaria a achar que Snape era um comensal da morte, e isso só aumentaria minhas dúvidas.

—Porque?

—Por que tentaria entender o que Snape fez para que o senhor confiasse nele. O que teria acontecido para ele mudar de lado.

—Bem, não é ético da minha parte ficar falando do passado dos meus professores. O que você tem que saber é que confio inteiramente em Severo Snape.

Amy suspirou derrotada.

—Tudo bem professor, era a resposta que eu esperava.

Dumbledore sorriu gentilmente para ela.

—Você tem uma cabeça pensante incrível, Amy, e uma curiosidade aguçada. Cuidado que, essas características, podem vir para o bem ou para o mal. Sempre admirei sua lealdade e coragem para seus amigos, Amy, queria ressaltar isso. -ele abriu um sorriso amigo para ela - Agora que está mais calma, acho melhor voltar para seu dormitório. Tem um dia cheio de lições de casa amanhã, eu suponho.

—Supôs certo, professor. Sinto muito incomodá-lo.

—Não foi incomodo nenhum. Eu mesmo estava aqui, perdido em pensamentos e problemas quando você chegou. Sempre que quiser ter outra conversa, meu escritório estará aberto para você.

Amy sorriu e pensou na sorte que tinha de ter um homem daquele tão perto dela.

—Hogwarts é muito sortuda de ter o senhor aqui, professor.

Dumbledore riu e apoiou as mãos na mesa.

—Acho que eu sou muito sortudo de ter Hogwarts, Amy.

A menina deu de ombros.

—Acho que também. Boa noite, professor.

—Boa noite.

Amy se virou e saiu da sala, o corpo e mente mais leves depois da conversa com Dumbledore.


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Notas finais do capítulo

Primeiro, queria agradecer os comentários super fofos e incentivadores do ultimo capítulo!! Eu tentei retribuir escrevendo o mais rápido que conseguia, mas foi uma semana/fim de semana cheio!!

Sei que alguns querem ver mais de Cedrico e Amy, e eu to pensando um momento para eles no próximo capítulo, que vem também com A ULTIMA TAREFA!! Sim, preparem os corações, esse talvez vai ser o ultimo capitulo do quarto livro (ainda não me decidi).

Explicando esse capítulo 10, esse impulso de ir conversar com Dumbledore quando a Amy está muito emocionada, vai ser essencial para os proximos livros, por isso já introduzi isso aqui, no final do quarto livro.

Acho que é isso, obrigada novamente pelos comentários, vou tentar responder todos!!

Um beijo, até o próximo capítulo!



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