Harry Potter e... escrita por VSouza


Capítulo 2
Capítulo 2 - Aragogue




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CAPÍTULO 2

 

Harry e Rony atravessaram os jardins do colégio e chegaram à casa de Hagrid, que parecia triste sem seu morador nela. Canino ficou louco de alegria quando eles entraram na cabana. Harry lhe deu um pouco de açúcar em pedaços, colocou a capa de invisibilidade em cima da mesa e os dois saíram com Canino.

 

—Vamos, Canino, vamos dar uma voltinha. –Harry disse acariciando as orelhas do cachorro.

 

Rony parecia que ia desmaiar a qualquer momento, mas seguiu o amigo e o cachorro mesmo assim.

 

—Por que aranhas? Por que não podia ser “sigam as borboletas”?

 

—Quieto, Rony!

 

Os três entraram devagar na floresta, seguindo o fluxo de aranhas, com Canino correndo e andando ao seu lado, cheirando as raízes das árvores. Eles andaram por volta de quinze minutos, até que Canino parou alarmado, rosnou para algo atrás deles. Os dois se viraram rápido, Rony soltou um gritinho. Harry iluminou o caminho por onde tinham acabado de passar.

 

—O que foi, garoto? – perguntou a Canino, que começou a latir.

 

Foi então que Harry viu a ponta de um uniforme balançar atrás de uma árvore. Ele apagou a luz de sua varinha e fez um sinal para o amigo ficar em silêncio. Rony fez uma cara de pavor e concordou. O mais silenciosamente que pôde, o som de seus passos encobertos pelos latidos de Canino, ele se aproximou da árvore. Estava muito escuro agora com sua varinha apagada e ele não conseguia ver quem era, mas conseguia ver onde a pessoa estava de costas para ele.

 

—Hey! – gritou e acendeu sua varinha, mas antes que pudesse reconhecer quem era, seu corpo foi empurrado para longe por um feitiço.

 

Harry caiu com um baque forte no chão cheio de raízes. Ele ouviu Rony gritar seu nome e uma pessoa se aproximou correndo.

 

—AH MEU DEUS, eu sinto muito, muito mesmo!

 

Harry se sentou com dificuldade e a luz de sua varinha iluminou a pessoa que estava escondida. Cabelos castanhos ondulados abaixo dos ombros e olhos castanhos que expressavam preocupação e arrependimento. Era Amy Green, sua colega de classe da Grifinória.

 

—Você está bem?- Ela perguntou, ajudando-o a se levantar.

 

—Estou- ele disse meio confuso. Amy não era a pessoa que Harry esperava ver na Floresta Proibida.

 

—Você? O que está fazendo aqui? – Rony alcançou os dois e olhou incrédulo para Amy.

 

Os dois a encaravam surpresos, esperando uma resposta. Ela tentou esconder a enorme vergonha de ter sido pega seguindo eles e ainda ter lançado um feitiço em Harry.

 

—Eu... Vim ver o que vocês estão fazendo aqui.

 

—Você nos seguiu!?  Como saiu do castelo? –Harry perguntou.

 

—Foi fácil- foi tudo que Amy respondeu.

 

Mas não tinha sido nada fácil. Ela teve que ficar escondida quase meia hora atrás de uma pilastra perto da porta de saída por que Snape ficou fazendo guarda por um tempão, sem contar que quase fora pega por outros professores e teve que esperar horas no frio atrás da cabana de Hagrid, até os meninos aparecerem.  

 

Harry e Rony se entreolharam. Não poderiam seguir em frente com Amy ali, era muito perigoso, fora que os meninos não sabiam se podiam confiar nela. Mas agora ela já estava ali, e era arriscado ter que voltar outro dia. Era essencial que eles descobrissem quem era o herdeiro de sonserina para que nenhum outro aluno fosse atacado.

 

Amy viu a discussão no olhar deles. Queriam voltar pro castelo, quem sabe voltar um dia sem ela. Tinha que fazer alguma coisa, falar algo, não podia deixar os meninos voltarem, não agora!

 

—Olha, eu sei que vocês sabem alguma coisa sobre os ataques e sei que acreditam que essas aranhas podem trazer alguma resposta pra tudo que está acontecendo. Voltar agora pro castelo só por que eu estou aqui não vai ajudar nossos amigos petrificados. Não vai ajudar Hermione. – Harry e Rony trocaram olhares, depois voltaram a olhar Amy.- Eu não vou atrapalhar, prometo. Só quero ajudar.

Harry pareceu pensar um pouco. Amy não parecia com medo, o que já era algo positivo, e ele sentia que podia confiar nela. Ela não os deduraria aos professores ou alunos. Parecia mesmo querer ajudar. Afinal, por que entraria na Floresta Proibida sozinha se não quisesse? Por fim ele disse:

 

—Tudo bem, você pode vir com a gente. Já estamos aqui, de qualquer forma.

 

Rony suspirou e deu de ombros.

 

—Você parece ser tão louca quanto Harry. - E virou na direção que as aranhas seguiam. Amy agradeceu Harry com um sorriso e seguiu Rony.

Apesar de estarem com duas varinhas acessas o trio não conseguia ver muito além. Canino ia na frente, cheirando tudo que encontrava no caminho, seguido por Harry, Rony e Amy. Andaram por mais de meia hora, quando Canino soltou um latido de repente. Os três levaram um susto tão grande que parecia que a alma tinha saído do corpo. Amy e Harry iluminaram ao redor, tentando ver alguma coisa, enquanto Canino latia sem parar.

 

—O que foi, Canino? O que é?- Harry tentava enxergar alguma coisa no breu.

 

—Harry, tem alguma coisa se mexendo ali!- Rony disse apavorado.

 

Amy e Harry apontaram suas varinhas para a direção que Rony olhava paralisado. De repente, inúmeros seres com um metro de altura e longas e peludas pernas cercaram o trio. Tudo aconteceu tão rápido que eles não tiveram tempo de lançar feitiços, apenas gritar. As criaturas correram até eles, os ergueram do chão e os levaram para o coração da floresta. Aos gritos de terror, os três foram jogados num chão coberto por fios brancos poucos minutos depois. Amy e Harry ergueram suas varinhas ainda acessas para as criaturas, e ela quase desejou que tivessem ficado no escuro.

 

As criaturas eram aranhas gigantes, com pinças enormes e pernas esguias. Para onde apontava a luz, parecia ter um mar delas, de diferentes tamanhos. Amy olhou para cima e as árvores estavam cheias de suas teias e restos de refeições. Ela teve que segurar o jantar no estômago.

 

—Aragogue! Aragogue! – ela ouviu alguém chamar numa voz extremamente rouca, e demorou para perceber que eram as aranhas que falavam.

 

Então, atrás de uma pequena colina, saiu uma aranha do tamanho de um elefante. Amy sentiu que ela, Harry e Rony iam desmaiar ali mesmo. Harry olhava incrédulo para o animal, enquanto Rony parecia que ia chorar a qualquer momento.  A aranha bateu as enormes pinças e se aproximou de onde estavam.

 

—O que é? – Aragogue disse numa voz grossa e rouca, antiga.

 

—Comida! Homens! – as aranhas responderam alegres.

 

—É Hagrid? –questionou Aragogue.

 

—Não! Não!

 

—Então mate-os. –ele disse dando uma batida final com as pinças.

 

—Somos amigos do Hagrid! –Harry gritou. O coração de Amy parecia que ia sair pela boca.

 

—Amigos de Hagrid? Ele nunca tinha mandado homens até mim antes. –Aragogue disse.

 

—Ele... ele está em apuros. Estamos aqui por que queremos ajuda-lo.

 

—Fale mais. –a aranha disse após uns segundos de silêncio

.

—Na... na... acham que ele fez algo errado na escola. Acham que ele abriu a Câmara Secreta.

 

—Mas isso foi anos atrás. Eu me lembro. Lembro que foi por isso que expulsaram Hagrid, e por isso eu fugi. Achavam que eu era o monstro da Câmara.

 

—Então... não é você? Você não matou a menina no banheiro?-Harry perguntou.

 

—Eu? Eu nunca conheci nenhuma parte de Hogwarts a não ser o armário onde Hagrid me mantinha. Não nasci no castelo, fui dado a Hagrid quando ainda era um ovo. A menina foi morta no banheiro por uma criatura que nós, as aranhas, tememos. Sequer falamos seu nome.

 

Harry pareceu querer insistir sobre o monstro, mas Amy lhe deu um puxão na roupa e fez um não urgente com a cabeça. Se Aragogue não contou ao seu amigo Hagrid, quem dirá àqueles estranhos que acabaram de entrar no seu ninho.

 

—Tudo bem. Muito obrigado. Desculpe o transtorno, mas já vamos embora agora. -Harry disse numa falsa felicidade.

—Sim, se puder nos apontar o caminho da volta, ficaríamos felizes em...- Amy disse, mas sua voz morreu quando as aranhas ao seu redor começaram a bater as pinças impacientemente.

 

—Embora?  Eu acho que não. –Aragogue disse.

 

—Mas, você disse que…

 

—Meus filhos e filhas não fazem mal a Hagrid por ordem minha. Mas não posso negar carne fresca quando ela entra de bom grado em nosso ninho. Adeus amigos do Hagrid!

 

Rony soltou um som indefinido pela boca. Canino uivou infeliz.

 

Os três se colocaram um de costas pro outro, tentando cobrir a maior área possível, mas era inútil já que Rony estava com uma varinha quebrada.

 

—Talvez não tenha sido uma boa ideia vim com vocês. –Amy disse.

 

—Sinto muito se não atendeu suas expectativas. Sabe usar o Expelliarmus?

—Sim, mas isso não será o suficiente para todas elas!

 

—Harry, o que faremos!? –Rony perguntou olhando apavorado para os lados.

 

Antes que Harry respondesse, se ouviu um barulho de motor e luzes cortaram a escuridão da floresta.

 

Um carro azul antigo apareceu atropelando inúmeras aranhas e jogando-as de lado. Ele fez uma volta ao redor dos meninos e parou cantando pneu. A porta se abriu e Canino foi o primeiro a pular para dentro. Os meninos se olharam e correram dentro.

 

—Vai! –Rony ordenou e o carro acelerou entre o mar de aranhas.

 

Poderia ter sido uma fuga mais rápida e tranquila se as enormes criaturas não tivessem seguido o automóvel, pulando e perfurando-o com suas presas enormes. Uma aranha que parecia ter quase dois metros de altura caiu no para-brisa, estilhaçando e vidro. Os três gritaram, mas a aranha foi arrastada pelo movimento do carro antes que eles precisassem fazer alguma coisa. Por fim, as aranhas ficaram pra trás. O carro andou por volta de cinco minutos, até que finalmente alguém falou:

 

—Você está bem? – Harry perguntou à Amy.

 

Ela estava meio descabelada, com um pouco de sujeira no rosto, mas Harry não ligou. Devia estar assim também.

 

—Estou. – ela parecia cansada e surpresa, mas não apavorada como deveria estar. –E você?

 

—Estou. Rony?

 

Os dois se viraram para o banco de trás. Rony tinha o olhar fixado, o corpo parecia extremamente duro. Amy juntou as sobrancelhas, preocupada com o Weasley, mas Harry disse “ele vai ficar bem” e se virou para frente. Poucos minutos depois o carro chegou na orla da floresta. Canino foi o primeiro a sair correndo para a casa de Hagrid. Harry deu umas batidinhas de agradecimento no carro, que voltou à floresta. Ele pegou sua capa de invisibilidade, jogou por cima dos três, certificando-se que estava cobrindo os pés e voltaram para o Salão Comunal da Grifinória o mais rápido e silenciosamente possível.



—Sigam as aranhas, sigam as aranhas! É uma sorte estarmos vivos! O que Hagrid tinha na cabeça quando mandou a gente até Aragogue?- Rony se revoltou assim que entraram no salão.

 

—Fale baixo! –Amy disse, olhando se a Prof. McGonagall não apareceria. – Talvez ele pensou que Aragogue não atacaria seus amigos.

 

—Pelo menos descobrimos que Hagrid não abriu a Câmara Secreta. –Harry disse.

 

—Ah, grande descoberta!  Eu vou é dormir se querem saber. – e saiu bravo para o dormitório masculino.

 

—Ele tem pavor de aranhas. –Harry tentou explicar o amigo.

 

—Percebi.

 

Os dois se encararam, sem ter nada a dizer. Amy queria fazer mil perguntas sobre o que viu e ouviu naquele dia, e Harry estava curioso sobre o que motivou a menina a seguir eles e se enfiar numa encrenca tão grande, mas nenhum dos dois sabiam como começar a perguntar. Por fim, antes que a cena ficasse mais embaraçante, Amy falou:

 

—Desculpa por ter te atingido com o feitiço hoje, Harry. Quando não vi a luz da sua varinha pensei que tinham ido embora, levei um baita susto pensando que você poderia ser alguma criatura da floresta...  

 

—Tudo bem. Eu entendo, te peguei de surpresa, você só se defendeu. Mas... por que seguiu a gente, Amy? Como soube que iríamos pra lá hoje?

 

As bochechas de Amy coraram de vergonha. Ela não queria confessar que ouviu a conversa dele com Rony.

 

—Eu... ouvi vocês hoje, na aula de herbologia, falando das aranhas indo para a Floresta. Depois ouvi que iam sair com uma capa de invisibilidade e segui-las. Eu então pensei que tinha alguma coisa a ver com os ataques aos nascidos trouxas e quis descobrir o que estava acontecendo.

 

Harry concordou com a cabeça, mas ficou espantado por dentro. Aquela garota fugiu do castelo e seguiu os dois sozinha na Floresta Proibida, apenas por curiosidade?!

—A Câmara Secreta já foi aberta antes então? E todos pensaram que foi Hagrid. Por isso ele foi expulso de Hogwarts! –Amy perguntou, não aguentando mais a curiosidade.

 

—É, foi. E foi por isso que levaram ele para Azkaban agora. Acham que ele fez de novo. Ou pelo menos querem achar para demonstrar que O Ministério tem tudo sob controle.

 

—Mas... isso é absurdo! Hagrid nunca faria isso. Eles são cegos?

 

—Parece que querem ser. Acho que não quiseram esperar que um aluno morresse, como aconteceu da primeira vez.

 

—Alguém morreu mesmo na primeira vez? Que horror!

 

—Sim. Uma menina morreu no banheiro feminino. O pior de tudo é que agora não restou a quem perguntar. Aragogue era nossa última esperança de descobrir algo sobre o herdeiro ou o monstro.

 

—Quando foi isso?

 

—Há uns cinquenta anos atrás.  

 

Os dois suspiraram derrotados. O que adiantava saber um pouco do passado se não conseguiam ir adiante? Nenhum professor contaria alguma coisa, mesmo que soubessem, e além dos fantasmas, alguns professores eram os únicos que estavam na escola quando tudo ocorreu.  

 

Amy parou por um instante. Os fantasmas!

 

Será que eles sabiam de alguma coisa? Será que Harry já tinha perguntado à eles? Mas adiantaria alguma coisa? Se eles soubessem de algo relevante, já teriam contado ao diretor. Contudo, não custava nada perguntar à alguns, talvez a Dama Cinzenta, o Frei Gorducho, ou a Murta Que Geme…

 

Amy arregalou os olhos com o pensamento que lhe veio à cabeça.

 

—Harry?

 

—Sim? –ele percebeu a surpresa no olhar dela e ficou ansioso.

 

—Você disse que uma menina morreu no banheiro feminino.  E se... ela ainda estiver lá?

 

Harry ficou confuso por três segundos, até que alguém gritou BINGO em sua mente.

 

—Você acha que... A Murta Que Geme!

 

Amy abriu um sorriso.

 

—Acha que é possível? –ela perguntou esperançosa- Se ela for mesmo a aluna que morreu talvez tenha visto algo. A criatura ou o herdeiro de Salazar!

 

—Sim! Isso! –Harry estava surpreso com a possibilidade e meio que se condenando. Estivera boa parte do ano naquele banheiro e a resposta pra tudo talvez estava à três boxes de distância. – Amanhã podemos perguntar pra ela.

 

—Posso ir junto?

 

—Lógico. Você que descobriu sobre a Murta.

 

Os dois ouviram um barulho de passos e correram para trás de uma poltrona grande. Tiveram que se apertar um pouco para que os dois ficassem cobertos. Eles ouviram o suspiro da professora McGonagall e todas as luzes do aposento se apagaram. Depois, ouviram ela voltar para seu aposento, mas não tiveram coragem de sair dali tão rápido.

 

—Obrigado por me contar tudo Harry. Vocês foram muito corajosos hoje. –Amy sorriu para ele, um sorriso meigo, o que ele achou lindo. Antes que ele respondesse, ela se levantou e subiu para o dormitório feminino, deixando um Harry meio sem graça atrás da poltrona.  


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Notas finais do capítulo

Louca ou corajosa?? Talvez os dois??
Comentem, me ajudem a concertar os erros, falem se gostaram... Gostaram?? heim, heim??
É isso gente, até o próximo capítulo.
Beijo no6



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