Deborah me encara e avança agarrando em meus cabelos. 

 — Me solte! 

 — Você é uma vadia! Piranha! 

 Arthur nos separa, me segurando pela cintura. 

 — Chega Deborah! - me solta e respira fundo. - acabou a palhaçada! 

 — Vocês se merecem, irmãozinho!. - diz com nojo. - espero que se casem e tenham filhos. 

 — Você é invejosa. Sempre foi. 

 — Eu? Invejosa? — ri com sarcasmo. - por que eu teria? 

 — Porque eu tinha o Miguel; Porque eu tenho muito mais dinheiro que você; Porque eu sou linda; Porque eu sou popular. - conto nos dedos. - Quer mais? 

 — Você se acha a melhor de todas. Mas você não é. 

 — Não? Por que? 

 — Porque ninguem gosta de você. 

 — E alguem gosta de você? - rebato. - Deborah ninguem te quer por perto. - me aproximo dela, deixando nossos rostos a centimetros. - A culpa não é minha se ninguem te suporta. 

 Consigo ver uma lagrima se formar no canto de seus olhos. 

 — Tenta não chorar perto deles... - aconselho. - Seria vergonhoso demais. E não quero que me acusem por fazer criança chorar. 

 Faço um biquinho, me virando de costas, pronta para descer do balcão. 

 Sinto suas mãos em minhas costas e sou empurrada para frente. 

 Não vejo mais nada. 

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 Abro meus olhos me deparando com um quarto qur não é o meu. 

 — Oi. - diz uma voz. Viro meu rosto e vejo Arthur sair do banheiro, sem camisa. 

 A claridade do sol que entra pela janela me deixa cega então tampo os olhos com o braços. 

 — Esta melhor? 

 — O que aconteceu? 

 — Deborah te empurrou da bancada. Você desmaiou. 

 — Hum. Que horas são? 

 — Quase três. 

 — Perdeu a escola. 

 — Não podia te deixar sozinha aqui.

 Se senta na beirada da cama, me olhando dos pés a cabeça de im jeito timido e engraçado. 

 — O que esta olhando? 

 Sua buchechas se tingem de vermelho e me desabo a rir. 

 — Pode olhar tudo. Atê sem roupa, se quiser. - mordo labio, o olhando sedutora. 

 — Você não tem jeito. - ri nasalmente. - por que não me contou aquilo que admitiu ontem? 

 — O que? 

 — Que gosta de mim. 

 — Ah, aquilo - dou de ombros. - não sei. Só tive certeza quando disse. E não me pergunte o porque. 

 — Então quer dizer que Helena Lacerda esta apaixonada por mim? - brinca. 

 — Cala a boca. - taco o travesseiro nele o que o faz rir. - tecnicamente sim, mas não brinca com isso. 

 Me aproximo dele e sento em seu colo. 

 Suas mãos me seguram pela cintura enquanto o olho nos olhos. 

 Aquelas grandes bolas azuis me olham ansiosos. 

 Junto nossas bocas e nossas linguas se tocam em um beijo urgente. 

 Suas mãos descem para minhas coxas as apertando, enquanto brinco com os cabelos de sua nuca. 

 Nos soltamos rindo, pela falta de ar. 

 — E você? Sente  o mesmo? 

 Me olha por um instante atê balançar a cabeça. 

 — Desculpe, mas é cedo para saber. 

 Fico calada por um tempo atê que mordo o labio, dessa vez de nervosismo e confusão. 

 — Não sente nada? 

 — Não. 

 Saiu de cima dele e me sento ao seu lado, passando a mão pelos cabelos. 

 — Eu não consigo te amar do jeito que você me ama. 

 — Isso era o que eu queria ouvir depois de ser traida. - sua mão pousa em meu ombro mas a afasto. 

 — Perdão mas achei que seria apenas acaso. Era isso que combinamos, não? 

 — Eu sabia que não deveria gostar de você. 

 Me levanto e começo a andar de um lado para outro. 

 — Você é o Nerd. Eu não podia fazer isso. 

 — O que esta dizendo? 

 — Eu sou uma tonta por amar você. 

 As lagrimas enchem meus olhos. 

 — Hey, não fale assim. 

 — Você é um idiota. O Nerd babaca que eu sempre impliquei e odiei. Nunca deveriamos ter ficado. Nunca. 

 Pego minha jaqueta e a bolsa e saio do quarto. 

 — Helena - chama, mas saio da casa. 

 Não deveria ter me iludido. Não deveria ter me apegado. 

 Parece que a trouxa foi eu.